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Integrais de Linha
Definiremos uma integral que é semelhante à integral unidimensional, exceto que, ao invés de integrarmos sobre
um intervalo [a, b] , integraremos sobre uma curva C. Tais integrais são chamadas integrais de linha, embora ”integrais
de curva”seria melhor terminologia. Elas foram inventadas no começo do século XIX para resolver problemas que
envolviam escoamento de fluidos, forças, eletricidade e magnetismo.
Seja C uma curva plana dada pelas equações paramétricas
ou, o que é equivalente, pela equação vetorial r (t) = x (t) i + y (t) j, e suponhamos que C seja uma curva suave, ou
seja, r′ é contı́nua e r′ (t) ̸= 0. De forma análoga à soma de Riemann, dividimos o intervalo [a, b] em n subintervalos,
que implica em uma divisão na curva C em n subarcos de comprimento ∆s1 , ∆s2 , ..., ∆sn e, tomando um ponto
t∗i ∈ [ti−1 , ti ] e assim, um ponto (x∗i , y∗i ) = (x (t∗i ) , y (t∗i )) , calculamos f (x∗i , y∗i ) , multiplicamos pelo comprimento ∆si
e somamos. Logo, temos a definição:
O valor da integral de linha não depende da parametrização da curva, desde que a curva seja percorrida uma única
vez quando t cresce de a para b.
No caso especial em que C é um segmento de reta unindo (a, 0) a (b, 0) , a integral de linha se reduz a integral
unidimensional. (basta fazer x = t e y = 0, a ≤ t ≤ b)
Podemos, assim como para integrais unidimensionais, interpretar a integral de linha de uma função positiva como
área. Nesse caso, temos a área de uma ”cerca”ou ”cortina”como na figura abaixo.
R
Exemplo: Calcule C
2 + x2 y ds, onde C é a metade superior do cı́rculo unitário x2 + y2 = 1.
Quando estamos nos preparando para resolver uma integral de linha, às vezes o mais difı́cil é pensar na representação
paramétrica da curva cuja descrição geométrica foi dada. Frequentemente, é preciso parametrizar um segmento de
reta que inicia em r0 e termina r1 . Recordemos que tal parametrização é dada por
Suponha agora que C seja uma curva suave por partes, ou seja, C é a união de um número finito de curvas suaves
C1 , C2 , ..., Cn onde, o ponto inicial de Ci+1 é o ponto final de Ci . Nesse caso, definimos a integral de f ao longo de C
como a soma das integrais de f ao longo de cada parte suave de C :
Z Z Z Z
f (x, y) ds = f (x, y) ds + f (x, y) ds + ... + f (x, y) ds
C C1 C2 Cn
R
Exemplo: Calcule C 2xds, onde C é formada pelo arco C1 da parábola y = x2 de (0, 0) a (1, 1) seguido pelo
segmento de reta vertical C2 de (1, 1) a (1, 2) .
Duas outras integrais de linha são obtidas trocando-se ∆si por ∆xi = xi − xi−1 ou ∆yi = yi − yi−1 na definição
anterior. Elas são chamadas, respectivamente, integrais de linhas ao longo de C com relação a x e y :
Z X
n
f (x, y) dx = lim f (x∗i , y∗i ) ∆xi
C n→∞
i=1
Z X
n
f (x, y) dy = lim f (x∗i , y∗i ) ∆yi
C n→∞
i=1
R
Quando queremos distinguir a integral de linha original C
f (x, y) ds das equações anteriores, esta é chamada de
integral de linha com relação ao comprimento de arco.
As fórmulas seguintes dizem que as integrais de linha com relação a x e y podem ser calculadas escrevendo-se tudo
em termos de t : x = x (t) , y = y (t) , dx = x′ (t) dt, dy = y′ (t) dt
Z Zb
f (x, y) dx = f (x (t) , y (t)) x′ (t) dt
C a
Z Zb
f (x, y) dy = f (x (t) , y (t)) y′ (t) dt
C a
Frequentemente acontece de as integrais de linha com relação a x e y ocorrerem em conjunto. Quando isso acontece,
é comum abreviar escrevendo
Z Z Z
P (x, y) dx + Q (x, y) dy = P (x, y) dx + Q (x, y) dy.
C C C
R
Exemplo: Calcule C y2 dx + xdy onde
(a) C = C1 é o segmento de reta de (−5, −3) a (0, 2)
(b) C = C2 é o arco da parábola x = 4 − y2 de (−5, −3) a (0, 2)
Observe que as respostas para os itens (a) e (b) são diferentes, apesar de as duas curvas terem as mesmas extremi-
dades. Assim, em geral, o valor de uma integral de linha não depende apenas das extremidades da curva, mas também
da trajetória.
As propriedades das integrais de linha são análogas às propriedades das integrais definidas.
Suponha que C é uma curva suave, ou suave por partes e que f (x, y, z) e g (x, y, z) são funções contı́nuas em cada
ponto Rde C. R
a) RC kf (x, y, z) ds = k C f (x, y, z)R ds, onde k é uma
R constante
b) C [f (x, y, z) + g (x, y, z)] ds = C f (x, y, z) ds + C g (x, y, z) ds
c) Supondo que C seja composta de duas curvas suaves C1 e C2
Z Z Z
f (x, y, z) ds = f (x, y, z) ds + f (x, y, z) ds
C C1 C2
R R
d) C
f (x, y, z) ds = −C
f (x, y, z) ds, onde −C representa a curva C orientada no sentido oposto.
Nós tratamos molas e fios como massas distribuı́das ao longo de curvas lisas no espaço. A distribuição é descrita
por uma função de densidade contı́nua ρ (x, y, z) representando massa por unidade de comprimento. Quando uma
curva C é parametrizada por r (t) = x (t) i + y (t) j + z (t) k, a ≤ t ≤ b, então x, y e z são funções do parâmetro t, a
densidade é a função ρ (x (t) , y (t) , z (t)) , e a diferencial do comprimento de arco é fornecida por
s
2 2 2
dx dy dz
ds = + + dt.
dt dt dt
A massa e o centro de massa da mola ou do fio são então calculados com as fórmulas a seguir, com as integrações
em termos do parâmetro t sobre o intervalo [a, b] . Por exemplo, a fórmula para massa torna-se
s
Zb 2 2 2
dx dy dz
M= ρ (x (t) , y (t) , z (t)) + + dt.
a dt dt dt
Exemplo: Um arco metálico fino, mais denso na base que no topo, encontra-se ao longo do semicı́rculo y2 +z2 = 1,
z ≥ 0, no plano yz. Encontre o centro de massa do arco se a densidade no ponto (x, y, z) no arco for ρ (x, y, z) = 2 − z.
Seja D um conjunto em R3 (uma região plana). Um campo vetorial em R3 é uma função F que associa a cada
ponto (x, y, z) em D um vetor tridimensional F (x, y, z) = P (x, y, z) i + Q (x, y, z) j + R (x, y, z) k.
Para representarmos graficamente um campo vetorial, tomamos alguns pontos P ∈ D e desenhamos o vetor F (P)
como uma seta com a origem P (transladada paralelamente da origem para P).
Um tipo importante de campo vetorial é formado por todos os vetores gradientes da função.
Definimos o campo gradiente de uma função derivável f (x, y, z) como o campo de vetores gradiente
∂f ∂f ∂f
∇f = i+ j+ k
∂x ∂y ∂z
Em cada ponto (x, y, z), o campo gradiente fornece um vetor apontando na direção e sentido do maior crescimento
de f, com a magnitude sendo o valor da derivada direcional naquela direção.
Um campo vetorial F é chamado campo vetorial conservativo se ele for o gradiente de alguma função escalar, ou
seja, se existir uma função f tal que F = ∇f. Nessa situação, f é denominada função potencial de F.
Na Fı́sica, o trabalho realizado por uma força constante F, para deslocar uma partı́cula em linha reta, é definido
como o produto da componente da força da direção do deslocamento pelo deslocamento, ou seja, se denotarmos por
W o trabalho realizado por F para mover a particula de A até B temos
−→ −→ −→
W = (|F| cos α) AB = |F| AB cos α = F · AB
De maneira geral, quando uma partı́cula se move ao longo de uma curva C suave, sujeita à ação de um campo de
forças variável F, podemos dividir C em pequenos arcos e aproximar cada arco por um segmento retilı́nio tangente à
curva (consideraremos o vetor tangente T como sendo unitário). Então, o trabalho feito pela força F para mover a
partı́cula de Pi−1 para Pi é aproximadamente
F (x∗i , y∗i , z∗i ) · [△si T (t∗i )] = [F (x∗i , y∗i , z∗i ) · T (t∗i )] △si
ou seja, o trabalho total executado é a soma de do trabalho para mover a partı́cula ao longo de cada trecho.
Intuitivamente, percebemos que essa aproximação torna-se cada vez melhor quanto maior é a quantidade de divisões.
Portanto, definimos o trabalho W feito por um campo de forças F como o limite de tal soma, ou seja,
Z Z
W= F (x, y, z) · T (x, y, z) ds = F · Tds
C C
r′ (t)
Se a curva C é dada por r (t) = (x (t) , y (t) , z (t)) , t ∈ [a, b] , então T (t) = e,
|r (t)|
Zb Zb
r′ (t)
W= |r (t)| dt =
F (r (t)) · F (r (t)) · r′ (t) dt
a |r (t)| a
R
Essa última integral é frequentemente abreviada como C F · dr e ocorre também em outras áreas da Fı́sica.
Portanto, definimos a integral de linha de qualquer campo vetorial contı́nuo como:
Seja F um campo vetorial contı́nuo definido sobre uma curva suave C dada pela função vetorial r (t), a ≤ t ≤ b .
Então, a integral de linha de F ao longo de C é
Z Zb Z
F · dr = F (r (t)) · r′ (t) dt = F · Tds
C a C
Exemplo: Determine o trabalho feito pelo campo de força F (x, y) = x2 i − xyj ao se mover uma partı́cula do longo
π
de um quarto de cı́rculo r (t) = cos ti + sen tj, 0 ≤ t ≤ .
2
R
Exemplo: Calcule C F · dr, onde F (x, y, z) = xyi + yzj + zxk e C é a cúbica retorcida dada por x = t, y = t2 ,
z = t3 , 0 ≤ t ≤ 1.
R R
Observação: Apesar de C F · dr = C F · Tds e as integrais em relação ao comprimento de arco não trocarem de
sinal quando a orientação do caminho for invertida, é verdade que
Z Z
F · dr = − F · dr
−C C
pois o vetor tangente é substituı́do por sua negativa quando C é substituı́do por −C.
Observemos agora, a relação entre as integrais de linha de campos vetoriais e as integrais de linha de campos
escalares: Z Z
F · dr = Pdx + Qdy + Rdz onde F = Pi + Qj + Rk
C C
Independência do caminho
Se considerarmos o vetor gradiente de uma função f de duas ou três variáveis como uma espécie de derivada de f,
então o teorema seguinte pode ser visto como uma versão do Teorema Fundamental do Cálculo para as integrais de
linha:
Teorema: Seja C uma curva suave dada pela função r (t) , a ≤ t ≤ b. Seja f uma função diferenciável de duas ou três
variáveis cujo vetor gradiente ∇f é contı́nuo em C. Então,
Z
∇f · dr = f (r (b)) − f (r (a))
C
sempre que ∇f for contı́nua. Em outras palavras, a integral de linha de um campo vetorial conservativo depende
somente das extremidades da curva.
Em geral,R se F for umRcampo vetorial contı́nuo com domı́nio D, dizemos que a integral de linha é independente do
caminho se C1 F · dr = C2 F · dr para quaisquer caminhos C1 e C2 em D que tenham os mesmos pontos iniciais e
finais.
Dizemos
R que uma curva é fechada se seu ponto final coincide com oRponto inicial, ou seja, se r (a) = r (b) .
Então C F · dr é independende do caminho em D se e somente se C F · dr =0 para todo caminho fechado C em
D.
Uma região simplesmente conexa no plano é uma região conexa por caminhos D tal que toda curva fechada simples
(ou seja, sem autointersecções) em D inclui apenas pontos que estão D.
Este resultado, entretanto, não mostra como encontrar a função potencial f tal que F = ∇f. Vejamos o processo
para encontrar f com um exemplo.
Exemplo:
(a) Se F (x, y) = (3 + 2xy) i + Rx2 − 3y2 j, encontre uma função f tal que F = ∇f.
(b) Calcule a integral de linha C F · dr, onde C é a curva dada por
Exemplo: Se F (x, y, z) = y2 i + 2xy + e3z j + 3ye3z k, encontre uma função f tal que ∇f = F.
Teorema de Green
O teorema de Green fornece a relação entre uma integral de linha ao redor de uma curva fechada simples C e uma
integral dupla sobre a região do plano D delimitada por C.
Convencionaremos que orientação positiva de uma curva fechada simples C refere-se ao sentido anti-horário de C,
percorrido uma só vez.
Teorema de Green: Seja C uma curva simples, fechada, contı́nua por partes, orientada positivamente, e seja D
a região delimitada por C. Se P e Q tem derivadas parciais de primeira ordem contı́nuas sobre uma região aberta que
contenha D, então Z ZZ
∂Q ∂P
Pdx + Qdy = − dA
C ∂x ∂y
D
R
Observe queH o lado esquerdo desta equação é outra forma de escrever C F · dr, onde F = Pi + Qj.
A notação Pdx + Qdy é usada para indicar que a integral de linha é calculada usando a orientação positiva da
C
curva fechada C. R
Exemplo: Calcule C x4 dx + xydy, onde C é a curva triangular constituı́da pelos segmentos de reta de (0, 0) a
(1, 0) , de (1, 0) a (0, 1) , e de (0, 1) a (0, 0) .
H p
Exemplo: Calcule (3y − esen x ) dx + 7x + y4 + 1 dy, onde C é o cı́rculo x2 + y2 = 9.
C
Uma aplicação da direção inversa do Teorema de Green está no cálculo de áreas. Como a área de uma região D
RR ∂Q ∂P
é dA, desejamos escolher P e Q tais que − = 1. Existem várias possibilidades. Podemos então, tomar as
D ∂x ∂y
seguintes fórmulas para a área de D :
I I I
1
A = xdy = − ydx = xdy − ydx
2
C C
x2 y2
Exemplo: Determine a área delimitada pela elipse 2
+ 2 = 1.
a b
Rotacional e Divergente
Definiremos duas operações que podem ser realizadas com campos vetoriais e que são essenciais nas aplicações de
cálculo vetorial em mecânica dos fluidos e em eletricidade e magnetismo. Cada operação lembra uma derivação, mas
produz um campo vetorial, enquanto a outra gera um campo escalar.
Se f é uma função de três variáveis que tem derivadas parciais de segunda ordem contı́nuas, então rot(∇f) = 0.
Teorema: Se F for um campo vetorial definido sobre todo R3 cujas funções componentes tenham derivadas parciais
de segunda ordem contı́nuas e rot F = 0, F será um campo vetorial conservativo.
Exemplo: Mostre que F (x, y, z) = y2 z3 i + 2xyz3 j + 3xy2 z2 k é um campo vetorial conservativo. Determine uma
função f tal que F = ∇f.
∂P ∂Q ∂R
div F = + + =∇·F
∂x ∂y ∂z
∂2 f ∂2 f ∂2 f
div (∇f) = ∇ · (∇f) = + +
∂x2 ∂y2 ∂z2
e essa expressão aparece tão frequentemente que abreviamos por ∇2 f e o chamamos de operador de Laplace. Podemos
aplicar o laplaciano ∇2 a um campo vetorial F = Pi + Qj + Rk em termos de suas componentes
∇2 F = ∇2 Pi + ∇2 Qj + ∇2 Rk
Utilizando esses dois operadores podemos escrever as formas vetoriais do Teorema de Green. Consideramos uma
região plana D, sua curva fronteira C e funções P e Q que satisfaçam as hipóteses do Teorema de Green. Em seguida,
considerando o campo vetorial F = Pi + Qj. A sua integral de linha é
I I
F · dr = Pdx + Qdy
C C
∂Q ∂P ∂Q ∂P
Consideremos que F = Pi + Qj+0k. Daı́, rot F = − k. Donde, (rot F) · k = − . Logo,
∂x ∂y ∂x ∂y
I ZZ
F · dr = (rot F) · kdA
C D
Agora, supondo que a curva C seja dada pela equação vetorial r (t) = x (t) i + y (t) j temos o vetor normal unitário
y′ (t) x′ (t)
externo a C, n (t) = ′ i− ′ j e daı́,
|r (t)| |r (t)|
I ZZ
F · nds = div F (x, y) dA
C D
Superfı́cies Parametrizadas
Analogamente à funções vetoriais de um único parâmetro t, podemos descrever uma superfı́cie por meio de uma
função vetorial de dois parâmetros u e v. Suponhamos que
seja uma função a valores vetoriais definida sobre uma região D do plano uv. O conjunto de todos os pontos (x, y, z)
e R3 tal que
x = x (u, v) y = y (u, v) z = z (u, v)
e (u, v) varia ao longo de D, é chamado de superfı́cie parametrizada de S. Assim como para funções vetoriais, a
superfı́cie é traçada pela ponta do vetor posição r (u, v) enquanto (u, v) se move ao longo da região D (figura a seguir
à esquerda).
Se uma superfı́cie parametrizada S é dada por uma função vetorial r (u, v), então existem duas famı́lias de curvas
úteis contidas em S, que são obtidas fazendo u constante e v constante. Observe que, neste caso, a função vetorial r
se torna uma função vetorial de um único parâmetro. Tais curvas são chamadas curvas da grade.
Exemplo: Determine a função vetorial que representa o plano que passa pelo ponto P0 com vetor posição r0 e
que contenha dois vetores não paralelos a e b.
r (u, v) = r0 + au + bv
Superfı́cies de Revolução: No caso de uma superfı́cie S ser obtida pela rotação da curva y = f (x) , a ≤ x ≤ b,
sobre o eixo x, com f (x) ≥ 0 então podemos tomar
Planos Tangentes: Dada uma superfı́cie parametrizada determinada por uma função vetorial
e um ponto P0 com vetor posição r (u0 , v0 ) . Daı́, dadas as curvas de grade r (u0 , v) e r (u, v0 ) , podemos encontrar os
vetores tangente à essas curvas tomando-se a derivada parcial de r em relação a v e u, respectivamente. Denotemos
tais derivadas por ru e rv . Daı́, caso ru × rv não seja 0, então a superfı́cie é dita suave (sem ”bicos”). Para uma
superfı́cie suave, o plano tangente é o plano que contém os vetores tangentes ru e rv e o vetor ru × rv é o vetor normal
ao plano tangente.
e S é coberta uma única vez quando (u, v) abrange todo o domı́nio D dos parâmetros então a área da superfı́cie de S é
ZZ
A (S) = |ru × rv | dA
D
∂x ∂y ∂z ∂x ∂y ∂z
onde ru = i+ j+ k e rv = i+ j+ k.
∂u ∂u ∂u ∂v ∂v ∂v
Área de Superfı́cie do Gráfico de uma Função: Para o caso em que S é uma superfı́cie com equação
z = f (x, y) , onde (x, y) está em D e f tem derivadas parciais contı́nuas,
s
ZZ 2 2
∂z ∂z
A (S) = 1+ + dA
∂x ∂y
D
Integrais de Superfı́cie
Suponha que a superfı́cie S tenha equação vetorial
RR
Exemplo: Calcule a integral de superfı́cie x2 dS, onde S é a esfera unitária x2 + y2 + z2 = 1.
S
Superfı́cies Orientadas: Se for possı́vel escolher um vetor normal n em cada ponto (x, y, z) de modo que n varie
continuamente sobre S, então S é chamada superfı́cie orientada e a escolha de n fornece S com uma orientação.
Se S for uma superfı́cie orientada suave dada na forma parametrizada pela equação vetorial r (u, v), então ela está
automaticamente associada à orientação do vetor normal unitário
ru × rv
n=
|ru × rv |
Para uma superfı́cie fechada, isto é, uma superfı́cie que seja fronteira de uma região sólida E, a convenção é que a
orientação positiva é aquela para a qual os vetores normais apontam para fora de E, e os vetores normais que apontam
para dentro correspondem à orientação negativa.
Integrais de uma Superfı́cie de Campos Vetoriais: Se F for um campo vetorial contı́nuo definido sobre uma
superfı́cie orientada S com um vetor normal unitário n, então a superfı́cie integral de F sobre S é
ZZ ZZ
F · dS = F · ndS
S S
No caso de S ser dada por um gráfico z = g (x, y) , podemos considerar x e y como parâmetros e daı́
ZZ ZZ
∂g ∂g
F · dS = −P −Q + R dA
∂x ∂y
S D
RR
Exemplo: Calcule F·dS, onde F (x, y, z) = yi+xj+zk e S é o limite da região sólida E limitada pelo parabolóide
S
z = 1 − x2 − y2 e o plano z = 0.
Teorema de Stokes
Este teorema pode ser visto como uma versão em dimensão maior do Teorema de Green.
Teorema de Stokes: Seja S uma superfı́cie orientada, suave por partes, cuja fronteira é formada por uma curva
C fechada, simples, suave por partes, com orientação positiva. Seja F um campo vetorial cujas componentes tem
derivadas parciais contı́nuas em uma região aberta de R3 que contém S. Então,
I ZZ ZZ
F · dr = rot F · dS = rot F · n dS
C S S
H
Exemplo: Calcule F · dr, onde F (x, y, z) = −y2 i + xj + z2 k e C é a curva da interseção do plano y + z = 2 com
C
o cilindro x2 + y2 = 1 (figura a seguir à esquerda)
RR
Exemplo: Use o Teorema de Stokes para calcular a integral rot F · dS, onde F (x, y, z) = xyi + yzj + xyk e S
S
é a parte da esfera x2 + y2 + z2 = 4 que está dentro do cilindro x + y2 = 1 e acima do plano xy (figura anterior à
2
direita).
Observe que no exemplo anterior, calculamos uma integral de superfı́cie conhecendo os valores de F na fronteira
C. Isso significa que, se tivermos outra superfı́cie orientada com a mesma fronteira C, obteremos o mesmo valor para
integral de superfı́cie.
Teorema de Gauss
Havı́amos reescrito o Teorema de Green na versão vetorial
I ZZ
F · nds = div F (x, y) dA
C D
onde C é a fronteira positivamente orientada da região do plano D. O Teorema de Gauss, também conhecido como
Teorema do Divergente, é a estensão (sob certas condições) dessa equacão para campos de vetores em R3 .
Teorema de Gauss: Seja E uma região sólida simples e seja S a superfı́cie fronteira de E, orientada positivamente
(para fora). Seja F um campo vetorial cujas funções componentes tenham derivadas parciais contı́nuas em uma região
aberta que contenha E. Então:
ZZ ZZZ
F · dS = div FdV
S E
Portanto, o Teorema de Gauss afirma que, sob as condições dadas, o fluxo de F pela fronteira de E é igual à integral
tripla da divergência de F em E.
I ZZ
Teorema de Green ∂Q ∂P
Pdx + Qdy = − dA
C ∂x ∂y
D
I ZZ
Teorema de Stokes F · dr = rot F · dS
C S
ZZ ZZZ
Teorema de Gauss F · dS = div FdV
S E
Referências Bibliográficas
(1) Stewart, J. Cálculo (2 vols.). 7a . ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013.
(2) Thomas, G. B., et al. Cálculo (2 vols.). 12a . ed. São Paulo: Editora Pearson Education, 2013.