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ALINE NASCIMENTO LINS

CÁLCULO VETORIAL
UNIDADE 7

CLASSIFICAÇÃO DE CAMPOS
VETORIAIS

1. CAMPOS E FUNÇÕES VETORIAIS


COMPETÊNCIAS

Neste capítulo, vamos aplicar os conceitos importantes da Matemática e do Cálculo a


campos vetoriais, como limite, derivada e integral. Essa habilidade será fundamental
no seu desenvolvimento profissional. E então? Motivado para desenvolver essa com-
petência? Então, vamos lá. Avante!

1.1 LIMITE E CONTINUIDADE DE CAMPOS VETORIAIS


A ideia de limite é fácil de ser captada intuitivamente. Imagine uma placa metálica qua-
drada que pode ser expandida uniformemente quando aquecida. Se a placa tem os
lados de comprimento , a área será determinada pela função . Percebe-se
que quanto mais próximo de for o valor de , mas próximo de será a área
da placa, e pode-se dizer que a área tende a quando tende a (THOMAS, 2012), e
podemos escrever esse limite da seguinte forma:

De forma mais geral, podemos escrever:

que significa que o limite de quando tende a um determinado é igual a .


Isso é o que se sabe para funções escalares de uma única variável. Para funções veto-
riais, o limite deverá ser tomado em cada uma de suas componentes.
DEFINIÇÃO:

Se , então:

desde que os limites das funções componentes existam.

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Classificação de campos vetoriais U7

IMPORTANTE
Os limites das funções vetoriais obedecem às mesmas regras que os limites de fun-
ções escalares reais. O limite de uma função vetorial resulta em um vetor.

EXEMPLO:

Seja , uma função vetorial dada por:

Calcule .

SOLUÇÃO:

Começamos aplicando o limite de tendendo a , na função vetorial :

Em que foi utilizado

devido ao Teorema de L’Hopital.

A respeito da continuidade de funções vetoriais, temos a definição a seguir.

Continuidade de funções vetoriais

Uma função vetorial é contínua em se satisfaz as três condições a seguir,

`` existe.
DEFINIÇÃO

existe.
``

.
``

Cálculo Vetorial 3
U7 Classificação de campos vetoriais

Lembrando que, para que o limite de uma função exista, os limites laterais devem existir
e ser iguais, ou seja:

Logo, uma função vetorial é contínua em se, e somente se, suas funções compo-
nentes, , forem contínuas em .

EXEMPLO:

Verifique se o campo vetorial é contínuo em :

SOLUÇÃO:

Começamos verificando se as funções componentes existem em .


, então como a primeira função componente existe, devemos
analisar as outras duas, veja que quando temos problema na segunda compo-
nente de , uma vez que não podemos ter divisão por zero, a terceira componente
também não pode receber valor de , pois seria uma raiz negativa e estamos con-
siderando apenas funções reais. Desse modo, conclui-se que a função não é contínua
em , mas ela é contínua nos pontos de seu domínio.

1.2 DERIVADAS DE FUNÇÕES VETORIAIS


Da mesma forma que o limite, a derivada de uma função vetorial é bem semelhante à
derivada de uma função escalar, tomando o cuidado de derivar todas as suas compo-
nentes. Denotamos a derivada de uma função vetorial por , em que é definida
por:

Se esse limite existir, ou ainda:

O teorema a seguir fornece um método conveniente para calcular a derivada de uma


função vetorial por derivação de cada componente de .

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Teorema:

Se , em que e são diferenciáveis, então:

O vetor é chamado de vetor tangente à curva definida por no ponto , desde


IMPORTANTE

que exista e (GUIDORIZZI, 2002).

Figura 01. Vetor tangente no ponto P

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

O vetor tangente unitário é dado por:

No Quadro 1, são apresentadas as regras de derivação para diversas funções escala-


res, com as quais podemos determinar a derivada de uma função vetorial, uma vez que
a derivada da função vetorial é o vetor da derivada das funções componentes e essas
funções são escalares.

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U7 Classificação de campos vetoriais

Quadro 1 – Derivadas de funções escalares


Função Derivada

Fonte: Elaborado pelo autor (2022).

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EXEMPLO:
a.  Determine a derivada de:

b.  Encontre o vetor tangente unitário no ponto .

SOLUÇÃO:

a. 

b. 

Logo, o vetor tangente unitário é:

Para a curva , determine e desenhe o vetor posição eo


vetor tangente .

SOLUÇÃO:

O vetor posição e o vetor tangente estão desenhados na Figura 2.


Figura 02. Vetor posição e vetor tangente do exemplo anterior

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

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1.2.1 Regras de derivação


As propriedades da derivada de uma função real de uma variável aplicadas às funções
coordenadas de uma função vetorial, conduzem às seguintes regras de derivação:

Sejam e funções vetoriais diferenciáveis, uma constante e uma função real.


Então,

`` Soma e subtração: .

`` Multiplicação por escalar: .

`` Regra do produto entre função escalar e função vetorial:

`` Regra do produto para o produto escalar de duas funções vetoriais:

`` Regra do produto para o produto vetorial de duas funções vetoriais:

`` Regra da cadeia:

EXEMPLO:

Mostre que, se e são funções vetoriais deriváveis de , então:

SOLUÇÃO: Definimos , então:

Agora podemos aplicar a regra do produto escalar:

Aplicando a regra do produto vetorial no último termo, temos:

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1.3 INTEGRAIS DE FUNÇÕES VETORIAIS

Uma função vetorial derivável é uma primitiva, ou antiderivada, de uma função


vetorial se:

A integral indefinida de com relação a é o conjunto de todas as antiderivadas de :


DEFINIÇÃO

Em que é uma constante.

A integral de uma função vetorial é bem semelhante à integral de uma função real, a di-
ferença básica é que ao integrar um vetor devemos obter um vetor. A integração de um
campo vetorial deve ser realizada em cada uma das componentes do campo vetorial
separadamente, por exemplo, se , podemos calcular separa-
damente a integral de cada função componente e obter o vetor , de forma que
, em que é a integral da função
componente , e, assim, sucessivamente.

Todas as regras de integração e técnicas de integração para funções escalares, podem


ser aplicadas em funções vetoriais.

EXEMPLO:

Calcule .

SOLUÇÃO:

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E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, va-
mos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que para calcular o limite de
uma função vetorial, o procedimento é bem semelhante ao de limite de uma função es-
calar, devendo se atentar ao fato de que o limite de uma função vetorial será um vetor
e que o limite deverá ser aplicado a todas as funções componentes da função vetorial.
RESUMINDO

Você também deve ter aprendido a calcular a derivada de uma função vetorial, e que
da mesma forma que no caso do limite, a derivada também deve ser aplicada a todas
as funções vetoriais. Você deve ter aprendido também que para calcular a integral de
uma função vetorial, devemos integrar separadamente cada componente e que essa
aplicação resulta em um vetor. De forma geral, você deve ter compreendido que as
regras de derivação e técnicas de integração geralmente utilizadas em funções reais
podem ser utilizadas em funções vetoriais e que se deve tomar o cuidado de manter a
ordem das componentes da função vetorial.

3. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Exercício comentado

O cálculo do limite e a verificação dos pontos de continuidade de uma função vetorial é


bem semelhante ao caso em que tratamos de funções escalares, com a diferença de que
essa análise deverá ser feita para todas as funções componentes da função vetorial. Calcule

e indique a resposta:

Resposta:

pois .

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4. ATIVIDADES PRÁTICAS
Atividade Prática

Para derivar uma função vetorial utilizamos as mesmas regras de uma função escalar, com
a diferença de que ao aplicar a derivada em uma função vetorial, devemos obter como resul-
tado um vetor, a derivada deve ser aplicada em todas as componentes da função. Calcule a
derivada da função vetorial e assinale a alternativa correta.

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