Você está na página 1de 10

ALINE NASCIMENTO LINS

CÁLCULO VETORIAL
UNIDADE 10

INTEGRAL DE LINHA

1. INTEGRAL E SEUS TEOREMAS


COMPETÊNCIAS

Neste capítulo, vamos entender o cálculo de integrais de linha e seus teoremas. Isso
será fundamental para o exercício de sua profissão. Com esse conhecimento será
possível compreender como realizar o cálculo de integrais em uma curva. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então, vamos lá. Avante!

1.1 INTEGRAL DE LINHA


Nos primeiros cursos de cálculo, quando estudamos as definições de integrais defini-
das e duplas, você deve ter aprendido que esses conceitos são utilizados para calcular
áreas de certos tipos de regiões. Embora sejam conceitos importantes, existem casos
mais gerais que esses tipos de integrais não englobam. Por exemplo, podemos citar o
problema de calcular a área de uma parede de base curva e altura variável (LEITHOLD,
1994). Problemas dessa natureza podem ser resolvidos por um tipo especial de inte-
gral, denominado de integral de linha, a qual introduziremos agora.

Consideremos uma curva unindo dois pontos e , do plano e , uma


função contínua e positiva definida numa região desse plano, como mostrado na Figura
1, a seguir.
Figura 01. Curva e função

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

2
Integral de linha U10

Para resolver tal problema, tomemos uma partição de , obtendo arcos pela introdu-
ção de pontos em , como mostrado na Figura 2.

Figura 02. Dividindo a curva em arcos

Fonte: Elaborado pela autora (2022).

Vamos construir “retângulos” com base nesses arcos e com altura dada por .
Dessa forma, se denotarmos por a área de cada retângulo, temos a área do muro
construído com valor:

Vejamos como obter cada . Consideremos no arco , o ponto


onde será sua imagem correspondente. Denotando por o comprimento do
arco , temos:

Assim, segundo Leithold (1994), a área do muro constituído pelo retângulo mostrado na
Figura 3, é dada por:

Cálculo Vetorial 3
U10 Integral de linha

Figura 03. Área do retângulo

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

O somatório acima é uma soma de Riemann e tem valor próximo a área do mudo com
altura variável dada por (LEITHOLD, 1994). Notemos que, se tomarmos uma
partição maior da curva , temos um muro com área ainda mais próxima do muro de
altura variável por . Na Figura 4, mostramos como seria essa partição.
Figura 04. Partição do muro com altura variável

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

Semelhante ao que fazemos para definir a integral definida, aumentamos indefinida-


mente a partição de para obter a seguinte definição.

4 Cálculo Vetorial
Integral de linha U10

Seja uma função limitada, uma curva regular de extre-


mos e definida em e uma partição de . Dizemos que a soma de
Riemann é:
DEFINIÇÃO

converge para quando , se para todo , existe , tal que:

Assim, o muro tem área igual a:

que é uma integral sobre a curva , a qual denotaremos por:

Se está parametrizada pela função:

com , tal que e , temos:

Mas é a função comprimento de arco da curva dada por:

Daí, pelo teorema fundamental do cálculo, temos:

Cálculo Vetorial 5
U10 Integral de linha

Portanto, se parametriza a curva , temos que a integral de linha de uma função


escalar é dada por:

Vejamos a seguir alguns exemplos, para entendermos na prática como realiza-se esses
cálculos.

EXEMPLO:

Calcule a área do muro construído sobre o seguimento de reta que liga os pontos
e , cuja altura é dada pela função .

SOLUÇÃO: A Figura 5 traz um esboço de como é a situação desse exemplo.

Uma parametrização para a curva é dada pela função:

onde . Assim, a área do muro é dada por:

Mas,

logo,

Em que significa unidade de área.

6 Cálculo Vetorial
Integral de linha U10

Figura 05. Área do muro do exemplo anterior

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

EXEMPLO:

Deseja-se construir uma peça metálica que tem a forma da superfície cilíndrica
, compreendida entre os planos e . Se o metro qua-
drado da peça custa , quanto uma empresa de construção civil gastará com
a peça?

SOLUÇÃO: Na Figura 6, temos um esboço de como é a peça a ser construída.

A peça metálica é construída sobre a circunferência de centro na origem e raio , cuja


parametrização é dada por:

onde .

A altura da peça varia de acordo com a função . Assim, a área


obtida nessa peça é:

Cálculo Vetorial 7
U10 Integral de linha

Portanto, o custo de material da peça será de:

Figura 06. Peça metálica do exemplo anterior

Fonte: Elaborada pelo autor (2022).

A definição de integral de linha foi feita para uma função escalar, limitada, definida numa
curva também limitada. No entanto, se é ilimitada, mas é suave por partes, podemos
fazer o cálculo das integrais de linha por partes, isto é, se:

onde cada é uma curva regular, então, se é uma função escalar sobre ,
temos:

1.2 INTEGRAL DE LINHA DE CAMPOS VETORIAIS


Até aqui desenvolvemos a ideia de integrar uma função escalar sobre um caminho
curvilíneo (curva). Veremos agora que, se a função é um campo vetorial, obtemos outro
significado importante para a integral de linha.

Antes, porém, relembremos a definição de campos vetoriais.

A ideia de campos de vetores vem da física e corresponde a associar a cada ponto do


plano, uma grandeza com direção, sentido e módulo, ou seja, um vetor. Por exemplo, a
velocidade de uma partícula movendo-se no espaço é uma grandeza vetorial.

8 Cálculo Vetorial
Integral de linha U10

Um campo de vetores no plano é uma aplicação que associa a cada ponto do


plano, um vetor:
DEFINIÇÃO

Muitas vezes utilizamos a notação para denotar um campo vetorial.

EXEMPLO:

A aplicação , dada por

é um campo vetorial.

Se é uma função diferenciável, então a aplicação definida por:

é um campo vetorial. Esse campo especial é chamado de gradiente de .

Podemos estender a definição anterior para campos vetoriais no espaço. Um campo de


vetores no espaço é uma aplicação que associa a cada ponto do espaço, um
vetor:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que as integrais de linha são uma ferramenta muito importante quando é
necessário realizar o cálculo de áreas sob regiões mais gerais. Você deve ter
aprendido que para realizar a integral de linha sob uma curva devemos,
RESUMINDO

em primeiro lugar, encontrar uma função vetorial que parametriza essa cur-
va, e essa função é da seguinte forma , onde é o parâ-
metro, com isso, podemos substituir e por e , respectivamen-

te, e substituímos o elemento de área por , onde


. Além disso, você deve ter aprendido que precisamos, ainda, determinar
os limites de integração e que para isso, é necessário observar a geometria
do problema. Feito isso, você deve ser capaz de realizar a integral, que, na
maioria dos casos, é simples de se resolver.

Cálculo Vetorial 9
U10 Integral de linha

3. EXERCÍCIOS COMENTADOS

Exercício comentado

A integral de linha é utilizada para calcular a área de uma região mais geral. Considere a

integral , onde é a metade superior do círculo de raio : .

Sabendo que é a curva que parametriza . Determine

Resposta:

pois , , portanto,
.

4. ATIVIDADES PRÁTICAS

Atividade Prática

A integral de linha é utilizada para calcular a área de uma região mais geral. Considere a

integral , onde é a metade superior do círculo de raio : .


Determine a função vetorial que parametriza essa curva e assinale a alternativa correta.

a.  .

b.  .

c.  .

d.  .

e.  .

10 Cálculo Vetorial

Você também pode gostar