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CÁLCULO VETORIAL
UNIDADE 4
FUNÇÕES DE VARIÁVEL
COMPLEXA
1. VARIÁVEIS COMPLEXAS
Sabendo que a igualdade de números complexos requer a igualdade das partes reais e
imaginárias, logo, separadamente, temos:
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Funções de variável complexa U4
Observando a fórmula anterior, vemos que ela produz raízes distintas, quando a
são atribuídos os valores Percebe-se que qualquer valor atribuído a
acarreta uma raiz já obtida com um dos valores anteriores, mais precisamente, aquele
que é o resto da divisão de por . Prova-se, assim, que um número complexo
possui raízes n-ésimas , todas de mesmo módulo , como
visto na Figura 4, e com argumentos
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U4 Funções de variável complexa
Temos ainda que a fórmula (26), pode ser descrita da seguinte forma:
Ou seja:
O que essa expressão mostra é que as raízes n-ésimas de um número complexo dife-
rente de zero podem ser obtidas como o produto de uma de suas raízes particulares
(ÁVILA, 2008),
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Funções de variável complexa U4
EXEMPLO:
SOLUÇÃO:
Para finalizar o tema de raízes de números complexos, vamos conhecer as raízes pri-
mitivas. Qualquer raiz n-ésima tal que é o menor número inteiro positivo tal que
, é chamada raiz n-ésima primitiva da unidade (ÁVILA, 2008).
é raiz primitiva. Essa é a primeira raiz primitiva que se observa quando percorremos o
círculo unitário no sentido anti-horário, partindo da unidade real. Porém, não pode ser a
única raiz primitiva. No caso das raízes triplas da unidade, como visto no exemplo an-
terior é raiz primitiva, mas também é. No caso das raízes sêxtuplas, e são
raízes primitivas, enquanto , , não são (ÁVILA, 2008).
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U4 Funções de variável complexa
1.2 EXPONENCIAL
Antes de introduzir os conceitos que envolvem a exponencial de um número complexo,
vamos relembrar conceitos necessários para a compreensão desse assunto. A come-
çar pela expansão das funções exponencial e trigonométricas em séries de MacLaurin,
válidas para todos os valores reais de (ÁVILA, 2008):
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Funções de variável complexa U4
para todo
inteiro
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U4 Funções de variável complexa
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Funções de variável complexa U4
É evidente que nenhum ponto de fronteira de um conjunto pode ser considerado ponto
interior, da mesma forma que nenhum ponto interior de um conjunto pode ser ponte de
sua fronteira. Daí, vemos que conjunto é considerado fechado, se e somente se, nele
estiverem contidos todos os pontos de sua fronteira (ÁVILA, 2008).
2.1 INTRODUÇÃO
Antes de introduzir os conceitos de função de uma variável complexa, é importante
relembrar alguns conceitos de funções. Podemos dizer que uma função do conjunto
no conjunto , nada mais é do que a regra bem definida que permite associar a
cada elemento de um único elemento de , de forma determinada. Dessa forma, o
conjunto é denominado domínio da função, denotado por . Por outro lado, o
conjunto é chamado de contradomínio da função, nele, os elementos de assumem
seus valores (SOUSA JÚNIOR; JUTUCA, 2015).
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U4 Funções de variável complexa
Uma função pode também ser injetora, isso ocorre quando é tal que
. Nos casos particulares em que a função é injetora e sobrejeto-
ra, dizemos que a função é bijetora (SOUSA JÚNIOR; JUTUCA, 2015).
Para caracterizar uma função, além de dar a lei de correspondência , é preciso tam-
bém especificar o domínio de definição . Todavia, é comum considerarmos funções
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Funções de variável complexa U4
”.
Essa relação diz respeito à lei que corresponde um valor para cada valor simulta-
neamente, dando o entendimento de que o domínio de tal função é o plano complexo,
com exceção dos pontos e , nos quais o denominador se anula (ÁVILA,
2008).
Dada uma função com domínio , diz-se que esta é restrição de uma função com
domínio se estiver contido em e para todo em (ÁVILA,
2008), como pode ser observado na Figura 9. Essas mesmas considerações também
nos permitem afirmar que é extensão de .
Figura 09 Restrição de funções
É possível uma função da variável complexa , assumir valores puramente reais, como
podemos ver, a função a seguir
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U4 Funções de variável complexa
EXEMPLO:
i)
ii)
SOLUÇÃO i):
Logo,
SOLUÇÃO ii):
Logo,
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Funções reais de variável real permitem, na maioria dos casos, que se construa o seu
gráfico. Isso não ocorre quando tratamos de funções de variáveis complexas. Nesse
caso, feitas as devidas identificações, observa-se que , impossibilitan-
do, assim, qualquer tentativa de visualizá-las graficamente (SOUSA JÚNIOR; JUTUCA,
2015).
Para contornar esse problema, temos recursos que possibilitam a visualização geomé-
trica de uma função . Um recurso é representar imagens de curvas ou regiões
no domínio, contido em um plano , no contradomínio contido num plano Assim,
a função é considerada uma transformação ou um mapeamento.
Na Figura 10, vemos o exemplo ilustrado do caso em que uma região do domínio da
função , contido no plano , é transformada na região , do contradomínio de ,
contido no plano .
Figura 10 Transformada de função de variável complexa
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Sousa Júnior e Jutuca (2015).
EXEMPLO:
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Note que a multiplicação por equivale a uma rotação de 90º no sentido horário, con-
cluímos que a reta , é perpendicular a sua imagem pela função
.
2.4 CURVAS PARAMETRIZADAS COMPLEXAS
Considerando que seja um intervalo da reta real e que , sejam funções de
em . Dada função é chamada curva parametrizada complexa,
sendo a variável real o que chamamos de parâmetro (Figura 11) (SOUSA JÚNIOR;
JUTUCA, 2015).
Fonte: Elaborada pelo autor com base em Sousa Júnior e Jutuca (2015).
Temos ainda que a imagem de uma curva parametrizada complexa dada por , por
uma função complexa de uma variável complexa dada por , tal que
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Funções de variável complexa U4
EXEMPLO:
,
a.
b. ,
SOLUÇÃO:
a.
b.
Determine a imagem da curva parametrizada ,
pela função .
SOLUÇÃO:
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U4 Funções de variável complexa
Essa igualdade já foi apresentada e é conhecido como Fórmula de Euler, quando pe-
gamos temos:
Uma das razões pelas quais essa função é denominada exponencial, se deve ao fato
dessa função generalizar a exponencial real, visto que, se é real, então
(SILVA, 2018):
Para melhor compreensão sobre esse tema é importante demonstrar algumas proprie-
dades dessa função.
Propriedade 1:
Propriedade 2:
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Funções de variável complexa U4
Propriedade 3:
Para e , temos:
Percebe-se então que é periódica e tem período puramente imaginário igual a por
outro lado, no caso real a função não é periódica. Daí, chegamos à conclusão de que
a função exponencial complexa não é injetora, dado que e
(SILVA, 2018).
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U4 Funções de variável complexa
Em relação ao conjugado de , tem-se que pode ser obtido por meio das propriedades
das funções pares e ímpares, como as funções seno e cosseno. Assim:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que um número é raiz
n-ésima de um número complexo se , aprendeu também como calcular a
raiz n-ésima no caso em que e quando , e como aplicar a fórmula de
De Moivre. Você aprendeu os conceitos de exponencial de um número complexo, que
é definida por , desde as definições iniciais de
exponencial por meio das expansões das funções exponencial e trigonométricas em
séries de MacLaurin e conheceu as propriedades da exponencial no campo comple-
xo. Por fim, você aprendeu como se dá a distribuição de pontos no plano complexo,
aprendendo os conceitos de conjunto aberto, conjunto fechado, vizinhança, disco e
RESUMINDO
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3. EXERCÍCIOS COMENTADOS
Exercício comentado
Como você deve ter visto em seu livro didático, existem diferentes funções que tem como va-
riáveis as variáveis complexas, são as chamadas funções elementares. Nesse contexto, sua
atividade será construir gráficos das principais funções elementares discutidas neste e-book,
explicando cada passo e, claro, utilizando variáveis complexas.
Resposta:
4. ATIVIDADES PRÁTICAS
Atividade Prática
Seja um conjunto de números complexos e seja uma lei que faz a correspondência
de cada elemento do conjunto a um único número complexo . A cada função
de uma variável complexa , duas funções reais das variáveis reais
e e . Considere a função , assinale a
alternativa que apresenta corretamente as partes reais e imaginárias.
a. .
b. .
c. .
d. .
e. .
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