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Seção 1
Derivadas e diferenciabilidade
Nesta seção, vamos discutir as derivadas no contexto dos números complexos.
Vamos observar que não há diferenças significativas no contexto das regras de
derivação.
1.1.1 Definição
ou .
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Capítulo 3
dimensão 2. Por essa razão, muitos resultados do cálculo de varáveis reais não
se aplicam ao cálculo de variáveis complexas.
1.1.3 Exemplos
(1) Calcular a derivada da função .
A função dada está definida em todo o campo dos complexos, vamos então
calcular a derivada para qualquer valor , lembrando que C representa o
conjunto dos complexos.
Neste caso a função também está definida em todo o campo dos complexos,
mas vamos precisar analisar com mais cuidado, lembrando que estamos
fazendo cálculo de limites com variável complexa e cada variável complexa tem
duas dimensões. Portanto, ao analisar ou , temos que considerar
que há infinitas maneiras ou infinitos caminhos que devemos considerar. A
partir da definição da derivada em um ponto vamos mostrar que a derivada
não existe usando a análise por caminhos, ou seja o limite da definição
não existe.
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Números e Funções Complexas
(a)
(b)
(c)
1.2.1 Definição
77
Capítulo 3
Essas equações são equações diferenciais descritas pela relação entre duas
derivadas parciais envolvendo as funções e estabelecidas como
parte real e parte imaginária da função complexa . Temos:
Sua importância na análise complexa está no estudo das funções analíticas e são
usadas a partir de dois teoremas.
Demonstração:
O quociente de Newton que aparece na definição da derivada pode ser escrito como:
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Números e Funções Complexas
Vamos, então, analisar os limites por caminhos diferentes, pois esses deverão ter
resultados iguais a .
e .
79
Capítulo 3
é analítica em D.
Fique atento para o uso correto dos teoremas, pois estamos diante de uma
condição necessária no Teorema 1 e de uma condição suficiente no Teorema 2.
e com .
e é dada por: .
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Números e Funções Complexas
1.2.4 Exemplos
(a)
Temos:
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Capítulo 3
(b)
Temos:
(a)
Aplicando as regras de derivação temos:
.
(b)
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Números e Funções Complexas
Temos:
Sempre que estamos diante de uma função analítica num domínio D, podemos afirmar
que as funções e são harmônicas em D. Assim, as funções harmônicas
aparecem sempre aos pares ou também podemos dizer na forma conjugadas.
83
Capítulo 3
1.3.2 Exemplos
Mostre que a função dada é harmônica em algum domínio e apresente a
harmônica conjugada :
(1)
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Números e Funções Complexas
Vamos levar esse resultado para a segunda equação do sistema das equações de
Cauchy-Riemann:
(2)
85
Capítulo 3
Vamos levar este resultado para a segunda equação do sistema das equações de
Cauchy-Riemann:
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Números e Funções Complexas
Uma função polinomial também é dita função inteira, exatamente pelo fato de
ser derivável em todos os pontos complexos.
87
Capítulo 3
com .
com .
88
Números e Funções Complexas
1.4.2 Proposições
Demonstração:
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Capítulo 3
Se vale a relação .
(1) Uma condição necessária, mas jamais suficiente, para que uma
função seja analítica em um domínio D, é que a função seja
contínua em D.
(2) As condições de Cauchy-Riemann também são necessárias, mas
não suficientes para que uma função seja analítica.
(3) O Teorema 1 da subseção 1.2.2 apresenta condições suficientes
para a analiticidade em um conjunto D, observando-se que as
hipóteses do teorema devem ser válidas para todos os pontos de D.
(4) A aplicação direta das fórmulas de derivação deve ser cuidadosa
diante da análise dos pontos em que são aplicáveis. Por exemplo,
no caso de uma função do tipo racional, temos que observar que o
seu domínio não admite os pontos em que o denominador se anula.
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Números e Funções Complexas
1.4.4 Exemplos
(1) Dada a função , mostrar que e sua
derivada existem em todos os pontos e calcule essas derivadas.
Fazendo agora a mesma análise a partir dessa derivada, considerando que agora
temos e , vamos ter:
91
Capítulo 3
Inicialmente vamos utilizar o fato de que a função dada pode ser reescrita como:
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Números e Funções Complexas
(a)
(b)
(c)
(a)
(b)
(a) (b)
93
Capítulo 3
(a)
(b)
(c)
(d)
(7) Usar regras de derivação para calcular as derivadas das seguintes funções:
(a)
(b)
94
Números e Funções Complexas
Seção 2
Integrais no campo dos complexos
O estudo das integrais no campo dos complexos tem o seu ponto de partida nas
integrais curvilíneas, entretanto as técnicas de integração do cálculo diferencial
e integral no contexto dos reais estarão presentes desde o início. Por isso é de
fundamental importância o domínio das integrais discutidas no contexto dos reais.
2.1.1 Definição
Se e são funções analíticas e , então é dita uma
primitiva ou integral indefinida de denotada por .
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Capítulo 3
2.1.3 Exemplos
Calcular as seguintes integrais indefinidas no campo dos complexos:
(a) .
(b) .
(c) .
Para os nossos propósitos, vamos optar por uma definição mais formal
que associe uma curva com um conjunto de pontos do plano, de modo
que possamos definir a integral de uma função contínua ao longo da curva,
independentemente da maneira pela qual a curva seja descrita por uma função.
É interessante considerar que vamos trabalhar com curvas ditas “lisas” ou “suaves”
no sentido formal da geometria, ou seja, curvas que não tem pontos angulosos.
2.2.1 Definições
Curva C no plano complexo – é um conjunto de pontos com
sendo x e y funções contínuas da variável t no intervalo .
Podemos escrever , .
Uma curva fechada que não se intercepta diz-se uma curva fechada simples ou
curva de Jordan.
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Números e Funções Complexas
Curva suave – uma curva diz-se suave ou polida se existe e é contínua e não
se anula para nenhum .
2.2.2 Exemplos
Analisar as seguintes curvas:
(a) para .
A Figura 3.1 apresenta esta curva, que é uma curva suave – ou também dita uma
curva simples ou curva de Jordan (não se intercepta).
(b) para .
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Capítulo 3
(c) para .
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Números e Funções Complexas
(d) para .
(e) para .
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Capítulo 3
(f) para
Na Figura 3.6, tem-se um segmento de reta orientado tendo como ponto inicial
e ponto final .
2.3.1 Definição
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Números e Funções Complexas
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Capítulo 3
(2) é analítica em D;
Então, .
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Números e Funções Complexas
(1)
(2) Para cada n, inteiro positivo, possui uma derivada de ordem n em , dada por:
2.3.3 Exemplos
O Teorema de Cauchy estabelece facilidades para lidarmos com as funções
analíticas num caminho fechado ou no interior de um caminho fechado, pois
os valores de função e todas as suas derivadas podem ser plenamente
determinados para todos os pontos interiores de uma curva fechada C de um
domínio simplesmente conexo. A partir desses resultados, vários cálculos podem
ser realizados de forma mais simples. Vejam os exemplos a seguir:
Assim,
Fazendo:
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Capítulo 3
Portanto,
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Números e Funções Complexas
Assim,
105
Capítulo 3
Ou
Assim,
Ou
Assim,
Após a realização dos exemplos, podemos voltar para fazer uma análise
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Números e Funções Complexas
Agora observem o exemplo (4) itens (a) e (b) com a integral , novamente com
caminhos diferentes, mas com pontos de partida e de chegada iguais. Veja que
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Capítulo 3
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