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Cálculo diferencial
Rafael Ramon Ferreira
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A posição de um objeto se movendo ao longo de um caminho varia com o tempo,
mas podemos descrevê-la a qualquer momento por um único número, que pode
ser a distância em algumas unidades de algum ponto fixo naquele caminho,
chamado de origem de nosso sistema de coordenadas.
O movimento do objeto é então caracterizado pelo conjunto de suas posições
numéricas em pontos relevantes no tempo. O conjunto de posições e tempos que
usamos para descrever o movimento é o que chamamos de função. E funções
semelhantes são usadas para descrever as quantidades de interesse em todos
os sistemas aos quais o cálculo é aplicado. Para analisar essas mudanças instan-
tâneas que são bastante comuns na natureza, os matemáticos desenvolveram o
cálculo diferencial.
Neste capítulo, você vai estudar mais detalhadamente as técnicas de dife-
renciação, por meio das derivadas, suas fórmulas e demonstrações, incluindo a
regra do produto, a regra de quociente e a regra da cadeia, bem como derivadas
de polinômios.
2 Cálculo diferencial
Definição de derivada
A derivada de uma variável é definida como uma medida para calcular a taxa
de mudança do valor de saída de uma função conforme ele varia em relação
ao valor de entrada inicial. O fator de tempo é muito importante aqui, pois a
variação no valor de entrada e saída conforme o tempo muda.
Vamos considerar um exemplo de um objeto em movimento; a localização
desse objeto a partir do ponto inicial, em relação ao tempo, é considerada a
velocidade do objeto. Isso nos diz a rapidez relativa do objeto à medida que
ele se desvia de sua posição, conforme o tempo avança.
Partindo do conceito de limites, está claro que, para calcular a inclinação
de uma linha tangente, a taxa instantânea de mudança de uma função e a
velocidade instantânea de um objeto em x = a, basta encontrar o valor do
seguinte limite.
f(x+h) B
f(x)
A
x x+h
Figura 1. Ilustração de uma linha tangente. A inclinação da linha tangente no ponto marcado
representa a derivada de uma função. A variação pode ser projetada pela razão de mudança
da função Y (variável dependente) para aquela da variável x (variável independente).
Fonte: First... (2018, documento on-line).
Cálculo diferencial 3
Esse limite é tão importante e surge em tantos lugares que lhe damos
um nome — derivada.
A definição formal de derivada é:
Prova 2:
Aqui novamente vamos restringir o caso à situação onde n é um número
inteiro positivo. Desse modo, f(x) = xn e sabemos que uma forma alternativa
de expressar este limite, a partir da definição de derivadas, pode ser a de-
rivada f′(a) dada por:
Ou de outro modo:
Ou de outro modo:
Podemos também citar a regra da soma das derivadas, que consiste em:
“a derivada da soma é a soma das derivadas”
Prova:
Para funções mais complexas, usar a definição da derivada seria uma tarefa
quase impossível (ANTON; BIVENS; DAVIS, 2014). Felizmente, para nós, não
teremos que usar a definição com tanta frequência, mas ocasionalmente. No
entanto, temos uma grande coleção de fórmulas e propriedades que podemos
usar para simplificar consideravelmente nossa vida, o que nos permitirá evitar
o uso da definição sempre que possível.
Apresentaremos a maioria dessas fórmulas ao longo do capítulo. Come-
çaremos nesta seção com algumas das propriedades e fórmulas básicas.
Forneceremos as propriedades e fórmulas nesta seção em notação de “primo”
e notação de “fração”.
No caso em que temos produto entre funções, a regra do produto das
derivadas deverá ser utilizada:
Prova:
Reescrevendo:
Cálculo diferencial 9
Observe que tudo o que fizemos foi trocar os dois denominadores. Como
estamos multiplicando as frações, podemos fazer isso.
Em seguida, a fração maior pode ser dividida da seguinte maneira.
Os primeiros dois limites em cada linha nada mais são do que a definição
para a derivada g(x) e f(x), respectivamente. O limite do meio na linha superior
obtemos simplesmente conectando h = 0. O limite final em cada linha pode
parecer um pouco complicado. Lembre-se de que o limite de uma constante é
apenas a constante. Bem, uma vez que o limite só se preocupa em permitir h
tender para zero em g(x) e f(x), sendo constante, ele não irá mudar x. Observe
que a função provavelmente não é uma constante, no entanto, no que diz
respeito ao limite, a função pode ser tratada como uma constante.
Conectando os limites e reorganizando as derivadas, teremos, portanto,
a regra do quociente:
Prova:
Se f(x) e g(x) são funções diferenciáveis e nós definimos F(x) = (f g) (x),
então a derivada de F(x) é F′(x)=f′(g(x))g′(x).
Dessa definição, decorre que u=g(x) e, portanto:
Notamos que:
Definindo:
Não fique animado com as diferentes letras aqui, tudo o que fizemos foi
usar k em vez de h e deixar x = z. Nada extravagante aqui, mas a mudança de
letras será útil no futuro.
Agora, até este ponto parece que realmente não fizemos nada que nos deixe
perto de provar a regra da cadeia. O trabalho anterior será muito importante
em nossa prova, portanto, vamos prosseguir com ela.
O que precisamos fazer aqui é usar a definição da derivada e avaliar o
seguinte limite.
12 Cálculo diferencial
E chamando e então:
e como então:
A regra de L’Hospital
Podemos reescrever x como sendo e também consequentemente
g(x) como
Vamos então supor onde ambas as funções variam entre
e como quando x tende para a. Também vamos supor que L não é nem
nulo, nem infinito. Logo:
Referências
ANTON, H.; BIVENS, I.; DAVIS, S. Cálculo. 10. ed. Porto Alegre: Bookman, 2014. v. 1.
ÁVILA, G. Análise matemática para licenciatura. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2006.
FIRST principle of differentiation. Toppr, 2018. Disponível em: https://www.toppr.com/
guides/maths/limits-and-derivatives/first-principle-of-differentiation/. Acesso em:
12 maio 2021.
HUGHES-HALLET, D. et al. Cálculo: a uma e a várias variáveis. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2011. v. 1.