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Introdução
Os limites de função são um conceito fundamental na análise matemática, utilizado para entender o
comportamento de uma função quando a variável independente se aproxima de um determinado valor.
Eles nos permitem explorar o comportamento de uma função em pontos específicos, mesmo que a função
não esteja definida exactamente naquele ponto. Ao estudar limites, podemos compreender como uma
função se comporta em termos de crescimento, decrescimento, continuidade e tendências.
A indeterminação ocorre quando a avaliação direta de um limite leva a uma situação onde não podemos
afirmar com certeza qual é o valor do limite. Em outras palavras, não podemos determinar o limite
simplesmente substituindo o valor da variável na função. Isso ocorre quando a função assume uma forma
indefinida, como 0/0 ou ∞/∞, o que torna a avaliação imediata impossível.
A derivada de uma função em um ponto específico indica a inclinação da tangente à curva da função
nesse ponto. Quanto maior a derivada, mais rápido a função está mudando; se a derivada é negativa, a
função está diminuindo naquele ponto.
Dizemos que uma função f (x) tem um limite A quando x → a (→: tende), isto é, ,Se,
tendendo x para o seu limite, de qualquer maneira, sem atingir o valor a, o módulo de f (x) – A se torna e
permanece menor que qualquer valor positivo, predeterminado, por menor que seja.
Teoremas
1 – O limite da soma de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à soma dos seus limites.
2 – O limite do produto de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual a multiplicação de
seus limites.
3 – O limite do quociente de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à divisão de seus
limites, ressaltando que o limite do divisor seja diferente de zero.
4 – O limite da raiz positiva de uma função é igual à mesma raiz do limite da função, lembrando que esta
raiz precisa ser real.
A Indeterminação no cálculo dos Limites ocorre quando calcula-se o limite de uma função e nos
Nestes casos tem-se que repensar o procedimento de cálculo fazendo alguma manipulação algébrica na
Exemplo:
Racionalizando
Este método é utilizado quando no numerador ou denominador contém uma raiz. A estratégia é
Exemplo:
Assim, deve-se multiplicar tanto o numerador quanto o denominador pelo termo que conte a raiz, porém
Portanto, tem-se:
Para contornar isso faz-se uma mudança de variável do tipo . Elevando ao cubo nos dois
Lembrando que deve-se também transformar o ponto ao qual se quer saber o limite. A partir da
Substituindo tem-se:
Notem que aqui ainda temos uma indeterminação, mas reescrevendo o denominador utilizando Briot-
Outra estratégia seria dividir o numerador e o denominador por onde fica-se com:
Entretanto, necessita-se ter o conhecimento de derivadas, por isto apresentaremos essa regra após postar o
conteúdo de derivadas.
O estudo da Continuidade de uma função está fortemente vinculado com o estudo de limites, pois
quando quer-se saber se uma função é contínua deve-se analisar também a existência do limite.
Grosseiramente, pode-se afirmar que uma função é contínua quando conseguimos desenhar seu gráfico
Ou ainda, quando o gráfico da função não possui quebras ou saltos em todo seu domínio.
Definição formal:
a) Está definida;
b) Existir;
c) .
Exemplos:
Nota-se que:
1) Pela direita: .
2) Pela esquerda: .
Como os limites laterais são iguais então o limite existe e é igual aos limites laterais, ou seja:
Função Continua
Podemos dizer que uma função contínua é aquela cujo gráfico pode ser desenhado sem tirar o lápis do
papel. Para facilitar a compreensão, veremos alguns exemplos de funções que apresentam “anomalias”
que impedem o seu desenho contínuo.
Para x ≠ 3, temos:
Como não existe f (3), o gráfico de f apresenta um “furo” no ponto (3, 6).
Dizemos que a função é descontínua em x=3.
Para x ≠ 0, temos:
Se 2x <0, f (x) = -2x/x = -2
Se 2x> 0, f (x) = 2x/x = 2
Veja que a função não está definida no ponto x = 0, onde apresenta um “degrau”.
Dizemos que a função é descontínua em x=0.
Veja que a função não está definida quando x está entre 1 e 2. Existe um “espaço” entre esses dois
números.
Dizemos que a função é descontínua no intervalo real] 1, 2 [.
Função Descontinua
Uma função apresenta descontinuidade essencial no ponto x = a se não existe o limite (finito) de f (x)
quando x tende a a, ou seja, lim x→a+ f (x) 6= lim x→a− f (x).
Descontinuidade ao calcularmos o limite de uma função, estamos interessados em saber como essa função
se comporta quando a variável independente se aproxima de um determinado valor. Em outras palavras,
queremos saber quais são os valores de y da imagem da função f dada pela equação y=f (x), quando a
variável independente x se aproxima de um determinado valor a independente da função estar ou não
definida em x=a, ou seja, f(a) pode ou não existir. Assim, dizemos que queremos determinar o valor do
limite da função f (x) quando x tende a 𝑥 → 𝑎 e escreve-se lim𝑥→𝑎 f (x). Para isso, podemos analisar o
comportamento dessa função quando a variável x se aproxima do valor a, atribuindo valores menores do
que a ou atribuindo valores sempre maiores do que a, isto é, calculando o limite desta função pela
esquerda o pela direita. Quando estes limites existem e são iguais, dizemos que o limite da função quando
𝑥 → 𝑎 existe. Porém, quando os limites laterais são diferentes, dizemos que o limite da função quando 𝑥
→ 𝑎 não existe. Quando o limite de uma função existe e a imagem da função neste ponto em que 𝑥 = 𝑎 é
igual ao seu limite, dizemos que a função é contínua. Logo, quando o limite da função quando 𝑥 → 𝑎 é
diferente da imagem desta função em 𝑥 = 𝑎 , a função é dita descontínua em 𝑥 = 𝑎.
Exemplo 1: Vamos calcular o limite da função 𝑓(𝑥) = 3𝑥²+4𝑥−7 𝑥−1, quando x tende a 1.
Como podemos verificar no gráfico ao lado, os limites laterais de 𝑓(𝑥), quando x tende a 1, existem e são
iguais a 10. Logo lim𝑥→1 𝑓(𝑥) = 10. Também podemos verificar que o domínio da função é ℝ − {1},
logo ∄𝑓(1). Por isso, no gráfico, indicamos um “ponto aberto” (“buraco”) onde x=1. Como existe essa
“falha”, dizemos que a função f é descontínua em x=1. Nesse caso, ocorre uma descontinuidade
removível ou descontinuidade de ponto.
Exemplo 2: Vamos calcular lim𝑥→2 𝑓(𝑥), quando f (x) = 𝑓(𝑥) = { 𝑥², 𝑥 ≤ 2 𝑥 + 4, 𝑥 > 2 .
Derivadas
"Dizemos que Derivada é a taxa de variação de uma função y = f (x) em relação à x, dada pela relação
∆x / ∆y. Considerando uma função y = f (x), a sua derivada no ponto x = x0 corresponde à tangente do
ângulo formado pela intersecção entre a recta e a curva da função y = f (x), isto é, o coeficiente angular da
recta tangente à curva.
De acordo com a relação ∆x / ∆y, temos que: partindo da ideia de existência do limite. Temos que a taxa
de variação instantânea de uma função y = f (x) em relação a x é dada pela expressão dy / dx.
Precisamos estar cientes de que a Derivada é uma propriedade local da função, isto é, para um
determinado valor de x. Por isso não podemos envolver toda a função. Observe o gráfico a seguir, ele
demonstra a intersecção entre uma recta e uma parábola, função do 1º grau e função do 2º grau
respectivamente:
Vamos determinar as variações de x quando aumenta ou diminui seus valores. Considerando que e x varia
de x = 3 para x = 2, achar ∆x e ∆y.
∆x = 2 – 3 = –1
Conclusão
Os limites são representados como o valor que uma função se aproxima quando a variável independente
se aproxima de um certo ponto. Eles podem revelar propriedades importantes de uma função, como
assíntotas, máximos e mínimos locais, e pontos de descontinuidade. A análise de limites é essencial não
apenas em matemática, mas também em áreas como física, economia e ciências naturais.
Dominar os conceitos de limites e as técnicas para calculá-los é um passo crucial para uma compreensão
sólida do cálculo diferencial e integral. Seja para explorar o comportamento de funções complexas ou
para resolver problemas do mundo real que envolvam taxas de mudança, os limites são uma ferramenta
essencial no kit do matemático.
1. Uma função é contínua em um intervalo aberto se for contínua em cada ponto desse intervalo.
2. Uma função é contínua em um intervalo fechado se for contínua no interior do intervalo e os limites
laterais existirem e forem iguais nos pontos de fronteira.
3. Uma função é descontínua em um ponto se houver uma quebra na sequência dos valores da função
nesse ponto.
4. Descontinuidades podem ser classificadas como removíveis (quando um ponto pode ser ajustado para
tornar a função contínua), de salto (quando há uma diferença finita entre os limites laterais) ou essenciais
(quando não se enquadram nas categorias anteriores).
A continuidade é uma propriedade importante para entender o comportamento das funções e é crucial em
várias áreas da matemática e aplicações práticas.