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By: Ebner Balane

Introdução

Os limites de função são um conceito fundamental na análise matemática, utilizado para entender o
comportamento de uma função quando a variável independente se aproxima de um determinado valor.
Eles nos permitem explorar o comportamento de uma função em pontos específicos, mesmo que a função
não esteja definida exactamente naquele ponto. Ao estudar limites, podemos compreender como uma
função se comporta em termos de crescimento, decrescimento, continuidade e tendências.

A indeterminação ocorre quando a avaliação direta de um limite leva a uma situação onde não podemos
afirmar com certeza qual é o valor do limite. Em outras palavras, não podemos determinar o limite
simplesmente substituindo o valor da variável na função. Isso ocorre quando a função assume uma forma
indefinida, como 0/0 ou ∞/∞, o que torna a avaliação imediata impossível.

As derivadas são um conceito fundamental no cálculo diferencial e desempenham um papel crucial na


compreensão do comportamento das funções. Uma derivada representa a taxa de variação instantânea de
uma função em relação à sua variável independente. Em outras palavras, ela mede como a função muda à
medida que a variável independente se move ligeiramente.

A derivada de uma função em um ponto específico indica a inclinação da tangente à curva da função
nesse ponto. Quanto maior a derivada, mais rápido a função está mudando; se a derivada é negativa, a
função está diminuindo naquele ponto.

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Limite De uma Função

Dizemos que uma função f (x) tem um limite A quando x → a (→: tende), isto é, ,Se,
tendendo x para o seu limite, de qualquer maneira, sem atingir o valor a, o módulo de f (x) – A se torna e
permanece menor que qualquer valor positivo, predeterminado, por menor que seja.

Teoremas

1 – O limite da soma de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à soma dos seus limites.

2 – O limite do produto de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual a multiplicação de
seus limites.

3 – O limite do quociente de duas ou mais funções de mesma variável deve ser igual à divisão de seus
limites, ressaltando que o limite do divisor seja diferente de zero.

4 – O limite da raiz positiva de uma função é igual à mesma raiz do limite da função, lembrando que esta
raiz precisa ser real.

Devemos ter atenção em não supor que , Pois Depende do comportamento


de f (x) para os valores de x próximos, mas diferentes de a, enquanto f(a) é o valor da função em x = a."

Indeterminação no cálculo dos Limites

A Indeterminação no cálculo dos Limites ocorre quando calcula-se o limite de uma função e nos

deparamos com os seguintes símbolos:

Veja um exemplo onde isto ocorre:

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Nestes casos tem-se que repensar o procedimento de cálculo fazendo alguma manipulação algébrica na

expressão para superar esta indeterminação.

Apresentam-se neste post três formas de contornar essa indeterminação:


 Fazendo factoração, utilizando o Algoritmo de Briot-Rufini.

Exemplo:

Aplicando Briot-Rufini no numerador obtém-se:

Simplificando o termo em comum tem-se:

Racionalizando
Este método é utilizado quando no numerador ou denominador contém uma raiz. A estratégia é

racionalizar o termo que contém a raiz.

Exemplo:

Assim, deve-se multiplicar tanto o numerador quanto o denominador pelo termo que conte a raiz, porém

com sinal contrário:

Portanto, tem-se:

Fazendo mudança de variável


Este método considera-se com sendo um truque algébrico em que se utiliza para facilitar a solução da

indeterminação. Observe através de um exemplo:

Para contornar isso faz-se uma mudança de variável do tipo . Elevando ao cubo nos dois

lados tem-se que: , portanto .

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Lembrando que deve-se também transformar o ponto ao qual se quer saber o limite. A partir da

equação podemos dizer que quando também .

Substituindo tem-se:

Notem que aqui ainda temos uma indeterminação, mas reescrevendo o denominador utilizando Briot-

Rufini fica-se com:

Simplificando e resolvendo tem-se:

Outra estratégia seria dividir o numerador e o denominador por onde fica-se com:

Outra forma de superar as indeterminações do tipo ou é utilizando a Regra de Hospital.

Entretanto, necessita-se ter o conhecimento de derivadas, por isto apresentaremos essa regra após postar o

conteúdo de derivadas.

Continuidade de uma função

O estudo da Continuidade de uma função está fortemente vinculado com o estudo de limites, pois

quando quer-se saber se uma função é contínua deve-se analisar também a existência do limite.

Grosseiramente, pode-se afirmar que uma função é contínua quando conseguimos desenhar seu gráfico

completo sem tirar o lápis do papel, ou seja, de maneira interrupta.

Ou ainda, quando o gráfico da função não possui quebras ou saltos em todo seu domínio.

Definição formal:

Umas função é contínua em se as seguintes condições forem satisfeitas:

a) Está definida;

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b) Existir;

c) .

Caso falhar qualquer uma destas condições, a função é dita descontínua em = .

Exemplos:

1) Determine se é contínua em , onde

Note que a função está definida . Analisando o limite tem-se:

Abrindo o numerador como o produto da diferença chega-se a:

O último passo é conferir .

Nota-se que:

Logo, é descontínua em , conforme vemos no gráfico a seguir.

2) Determine se é continua em , onde

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A função está definida em , pois . Calculando o limite, como

são funções diferentes vamos usar os limites laterais:

1) Pela direita: .

2) Pela esquerda: .

Como os limites laterais são iguais então o limite existe e é igual aos limites laterais, ou seja:

Por fim, deve-se analisar se a função em é igual ao limite neste mesmo

ponto, , na qual nota-se que:

Logo, é contínua em , como observa-se no gráfico a seguir.

Função Continua

Podemos dizer que uma função contínua é aquela cujo gráfico pode ser desenhado sem tirar o lápis do
papel. Para facilitar a compreensão, veremos alguns exemplos de funções que apresentam “anomalias”
que impedem o seu desenho contínuo.

Exemplo 1. Analisar a função abaixo, definida em R – {3}.

Para x ≠ 3, temos:

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Vejamos o gráfico da função f:

Como não existe f (3), o gráfico de f apresenta um “furo” no ponto (3, 6).
Dizemos que a função é descontínua em x=3.

Exemplo 2. Analisar a função abaixo, definida em R*.

Para x ≠ 0, temos:
 Se 2x <0, f (x) = -2x/x = -2
 Se 2x> 0, f (x) = 2x/x = 2

Vejamos o gráfico da função f:

Veja que a função não está definida no ponto x = 0, onde apresenta um “degrau”.
Dizemos que a função é descontínua em x=0.

Exemplo 3. Analisar a função abaixo, definida em R –] 1, 2 [.


f(x) = x – 2, se x>2;
f(x) = -x + 1, se x<1.

Vejamos o gráfico da função f:

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Veja que a função não está definida quando x está entre 1 e 2. Existe um “espaço” entre esses dois
números.
Dizemos que a função é descontínua no intervalo real] 1, 2 [.

Função Descontinua

Uma função apresenta descontinuidade essencial no ponto x = a se não existe o limite (finito) de f (x)
quando x tende a a, ou seja, lim x→a+ f (x) 6= lim x→a− f (x).

Descontinuidade ao calcularmos o limite de uma função, estamos interessados em saber como essa função
se comporta quando a variável independente se aproxima de um determinado valor. Em outras palavras,
queremos saber quais são os valores de y da imagem da função f dada pela equação y=f (x), quando a
variável independente x se aproxima de um determinado valor a independente da função estar ou não
definida em x=a, ou seja, f(a) pode ou não existir. Assim, dizemos que queremos determinar o valor do
limite da função f (x) quando x tende a 𝑥 → 𝑎 e escreve-se lim𝑥→𝑎 f (x). Para isso, podemos analisar o
comportamento dessa função quando a variável x se aproxima do valor a, atribuindo valores menores do
que a ou atribuindo valores sempre maiores do que a, isto é, calculando o limite desta função pela
esquerda o pela direita. Quando estes limites existem e são iguais, dizemos que o limite da função quando
𝑥 → 𝑎 existe. Porém, quando os limites laterais são diferentes, dizemos que o limite da função quando 𝑥
→ 𝑎 não existe. Quando o limite de uma função existe e a imagem da função neste ponto em que 𝑥 = 𝑎 é
igual ao seu limite, dizemos que a função é contínua. Logo, quando o limite da função quando 𝑥 → 𝑎 é
diferente da imagem desta função em 𝑥 = 𝑎 , a função é dita descontínua em 𝑥 = 𝑎.

Exemplo 1: Vamos calcular o limite da função 𝑓(𝑥) = 3𝑥²+4𝑥−7 𝑥−1, quando x tende a 1.

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Como podemos verificar no gráfico ao lado, os limites laterais de 𝑓(𝑥), quando x tende a 1, existem e são
iguais a 10. Logo lim𝑥→1 𝑓(𝑥) = 10. Também podemos verificar que o domínio da função é ℝ − {1},
logo ∄𝑓(1). Por isso, no gráfico, indicamos um “ponto aberto” (“buraco”) onde x=1. Como existe essa
“falha”, dizemos que a função f é descontínua em x=1. Nesse caso, ocorre uma descontinuidade
removível ou descontinuidade de ponto.

Exemplo 2: Vamos calcular lim𝑥→2 𝑓(𝑥), quando f (x) = 𝑓(𝑥) = { 𝑥², 𝑥 ≤ 2 𝑥 + 4, 𝑥 > 2 .

Como podemos verificar no gráfico ao lado, ou determinar


substituindo valores sempre menores que 2, o limite lateral à
esquerda quando x tende a 2 é igual a 4. Da mesma forma
podemos determinar que o limite lateral à direita é 6. Como os
limites laterais são distintos, dizemos que não existe o limite da
função f quando x tende a 2. Podemos observar também, que a
função apresenta um “salto” em x=2, mostrando claramente
que há uma descontinuidade neste ponto. Pela definição da
função, o ponto em que x=2, pertence à função 𝑓(𝑥) = 𝑥², ou
seja, f está definida quando x=2 e 𝑓(2) = 4. Dizemos, portanto,
que em x=2, há uma descontinuidade de salto.

Derivadas

"Dizemos que Derivada é a taxa de variação de uma função y = f (x) em relação à x, dada pela relação
∆x / ∆y. Considerando uma função y = f (x), a sua derivada no ponto x = x0 corresponde à tangente do

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ângulo formado pela intersecção entre a recta e a curva da função y = f (x), isto é, o coeficiente angular da
recta tangente à curva.

De acordo com a relação ∆x / ∆y, temos que: partindo da ideia de existência do limite. Temos que a taxa
de variação instantânea de uma função y = f (x) em relação a x é dada pela expressão dy / dx.

Precisamos estar cientes de que a Derivada é uma propriedade local da função, isto é, para um
determinado valor de x. Por isso não podemos envolver toda a função. Observe o gráfico a seguir, ele
demonstra a intersecção entre uma recta e uma parábola, função do 1º grau e função do 2º grau
respectivamente:

A recta consiste na derivação da função da parábola

Vamos determinar as variações de x quando aumenta ou diminui seus valores. Considerando que e x varia
de x = 3 para x = 2, achar ∆x e ∆y.

∆x = 2 – 3 = –1

Agora vamos determinar a derivada da função y = x² + 4x + 4.

y + ∆y = (x + ∆x)² + 4(x + ∆x) + 4 – (x² + 4x + 4)

= x² + 2x∆x + ∆x² + 4x + 4∆x + 4 – x² – 4x – 4

= 2x∆x + ∆x² + 4∆x

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A derivada da função y = x² + 4x + 8 é a função y’ = 2x + 4. Observe o gráfico:

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Conclusão

Em resumo, os limites de função desempenham um papel fundamental na análise e compreensão do


comportamento das funções matemáticas. Eles nos permitem explorar como uma função se comporta em
pontos específicos, mesmo quando a função não está definida exactamente nesses pontos. Ao estudar
limites, ganhamos insights valiosos sobre crescimento, decrescimento, continuidade e tendências das
funções.

Os limites são representados como o valor que uma função se aproxima quando a variável independente
se aproxima de um certo ponto. Eles podem revelar propriedades importantes de uma função, como
assíntotas, máximos e mínimos locais, e pontos de descontinuidade. A análise de limites é essencial não
apenas em matemática, mas também em áreas como física, economia e ciências naturais.

Dominar os conceitos de limites e as técnicas para calculá-los é um passo crucial para uma compreensão
sólida do cálculo diferencial e integral. Seja para explorar o comportamento de funções complexas ou
para resolver problemas do mundo real que envolvam taxas de mudança, os limites são uma ferramenta
essencial no kit do matemático.

A continuidade de uma função é um conceito fundamental na análise matemática. Uma função é


considerada contínua em um ponto quando seu valor nesse ponto coincide com o limite da função nesse
ponto. Uma conclusão sobre a continuidade de uma função em um intervalo pode ser obtida considerando
os seguintes pontos:

1. Uma função é contínua em um intervalo aberto se for contínua em cada ponto desse intervalo.

2. Uma função é contínua em um intervalo fechado se for contínua no interior do intervalo e os limites
laterais existirem e forem iguais nos pontos de fronteira.

3. Uma função é descontínua em um ponto se houver uma quebra na sequência dos valores da função
nesse ponto.

4. Descontinuidades podem ser classificadas como removíveis (quando um ponto pode ser ajustado para
tornar a função contínua), de salto (quando há uma diferença finita entre os limites laterais) ou essenciais
(quando não se enquadram nas categorias anteriores).

A continuidade é uma propriedade importante para entender o comportamento das funções e é crucial em
várias áreas da matemática e aplicações práticas.

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