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Disciplina: Cálculo I – CDI01 / Limite e Derivadas – MAT301

Professor: Celso Eduardo


DERIVADAS – CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS

MÁXIMOS E MÍNIMOS RELATIVOS


Um máximo relativo de uma função é um “pico”, o ponto máximo do gráfico em relação a qualquer
outro ponto vizinho a ele no gráfico.
Um mínimo relativo é um “fundo de vale”, o ponto mínimo do gráfico em relação a qualquer outro
ponto vizinho. A função representada na figura 1 possui um máximo relativo em x = b, e mínimos relativos
em x = a e x = c. Note que o máximo relativo não precisa ser o ponto mais alto do gráfico, é máximo
somente em relação aos pontos vizinhos. Da mesma forma, o mínimo relativo não é o ponto “mais baixo”
do gráfico.

a b c
fig. 1

Conhecendo-se os intervalos nos quais a função é crescente ou decrescente, pode-se facilmente


identificar os máximos e mínimos relativos da função. O máximo relativo ocorre quando a função deixa de
ser crescente e passa a ser decrescente. O mínimo relativo ocorre quando a função deixa de ser decrescente
e passa a ser crescente.

TEOREMA DE FERMAT (Condições necessárias para a existência de extremo relativo)


Seja f definida em (a;b) e x0  a; b . Se f assume um extremo relativo em x e f’( x0 ) existe,
então f’( x0 ) = 0.

OBS: Este teorema nos dá uma condição necessária, mas não suficiente para que um ponto do domínio de
uma função seja ponto de extremo relativo, caso exista f’( x0 ).

PONTOS CRÍTICOS

Sendo x0 um ponto pertencente ao domínio de uma função f (x), diz-se que x0 é abscissa de um
ponto crítico se:
 O ponto crítico da função é aquele no qual a derivada é nula ou indefinida. Todo extremo relativo é
um ponto crítico, mas nem todo ponto crítico é um extremo relativo.

Ou seja,

1) f’( x0 ) = 0 2) f’( x0 ) não está definida

Observe que:

1) Se o sinal da derivada for positivo à esquerda do ponto crítico e negativo à direita dela, o ponto é
um máximo relativo. (fig. 2a).

2) Se o sinal da derivada for negativo à esquerda do ponto crítico e positivo à direita dela, o ponto é
um mínimo relativo. (fig. 2b).

3) Se o sinal da derivada for o mesmo em ambos os lados do ponto crítico, o ponto não é máximo nem
mínimo relativo. (fig. 2c).


x0 x0 x0
fig. 2a fig. 2b fig. 2c

EXEMPLO 1: Determinar os pontos críticos da função dada f ( x)  3 x 2

SINAL DA DERIVADA (CRESCIMENTO E DECRESCIMENTO)


Pode-se reconhecer quando uma função é crescente ou decrescente através do sinal da sua derivada,
porque a derivada é o coeficiente angular da reta tangente. Quando a derivada é positiva, o coeficiente
angular da tangente é positivo e a função é crescente. Caso contrário, quando a derivada é negativa, o
coeficiente angular é negativo e a função é decrescente. A figura 3 ilustra essa situação.

Y = f(x)
Y = f(x)
● ●
fig. 3-a fig. 3-b

a b a b

Conclusão:

Se f’(x) > 0, quando a < x < b, então f é crescente para a < x < b
Se f’(x) < 0, quando a < x < b, então f é decrescente para a < x < b
TEOREMA
Seja f uma função contínua em [a;b] e derivável em ]a;b[ :

 f é crescente em a; b  f ' x   0


 f é decrescente em a; b  f ' x   0

EXEMPLO 2: Estude o crescimento das seguintes funções:

a) f ( x)  3 x 2
b) f ( x)  3 x 2  9

TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA PARA EXTREMOS RELATIVOS


Seja f contínua em [a;b] e x 0  a; b. Suponhamos que f seja derivável em ]a;b[ exceto
possivelmente em x0 .

 se f’(x) > 0 para x < x0 e f’(x) < 0 para x > x0 então x0 é o ponto máximo relativo.
 se f’(x) < 0 para x < x0 e f’(x) > 0 para x > x0 então x0 é o ponto mínimo relativo.

EXEMPLO 3: Determine os extremos relativos da função: f ( x)  3 x 2  9

TESTE DA SEGUNDA DERIVADA PARA EXTREMOS RELATIVOS


Seja f derivável em ]a;b[. Se x0  a; b é tal que f’(x) existe e é contínua em V(x) então:

 se f” x 0  < 0, x0 é o ponto máximo relativo.


 se f” x 0  > 0, x0 é o ponto mínimo relativo.

x 3 3x 2
EXEMPLO 4: Determine os extremos relativos da função: f ( x)    2x
3 2

MÁXIMOS E MÍNIMOS ABSOLUTOS:


Na maioria dos problemas práticos de otimização, o objetivo é calcular o máximo absoluto ou
mínimo absoluto de uma certa função num intervalo e não o máximo ou mínimo relativo. O máximo
absoluto de uma função no intervalo é o maior valor da função neste intervalo. O mínimo absoluto é o
menor valor.
Frequentemente, os extremos absolutos coincidem com os relativos. No intervalo a  x  b , da figura
4, o máximo absoluto e o máximo relativo coincidem, porém o mínimo absoluto ocorre na extremidade de
x = a, que não é um mínimo relativo.

Fig. 4

a b
EXTREMOS ABSOLUTOS EM INTERVALOS FECHADOS
Uma função contínua num intervalo fechado alcança um máximo absoluto e um mínimo absoluto
no intervalo.
O extremo absoluto pode coincidir com o extremo relativo ou ocorrer no extremo x = a ou x = b. A
figura 5 ilustra estas possibilidades.

● ● ● ● ●
● ● ● ● ●

a b a b a b a b a b

Máximo absoluto coincide Máximo absoluto ocorre Mínimo absoluto coincide com Mínimo absoluto ocorre
com máximo relativo numa extremidade mínimo relativo numa extremidade

fig. 5

Usando estas observações, podemos descrever uma técnica simples de localização e identificação dos
extremos absolutos de funções contínuas em intervalos fechados:

TEOREMA DO VALOR EXTREMO


Se f é contínua em [a;b], então possui um valor máximo absoluto e um valor mínimo absoluto.

COMO CALCULAR EXTREMOS ABSOLUTOS DE UMA FUNÇÃO CONTÍNUA


f NUM INTERVALO FECHADO [a;b]
1o Passo: Calcule as coordenadas x de todos os pontos críticos de f no intervalo a  x  b .
2o Passo: Calcule f (x) nestes pontos críticos e nas extremidades x = a e x = b.
3o Passo: Selecione os maiores e menores valores de f (x) conseguidos no 2o Passo. Você obterá, então,
respectivamente, o máximo absoluto e mínimo absoluto.

EXEMPLO 5: Determine os extremos absolutos de f ( x)  3 x  1

EXEMPLO 6: Determinar as dimensões de um retângulo de área máxima e perímetro 20 m.

EXEMPLO 7: Um fabricante de caixa de estanho deseja fazer uso de placas de estanho com dimensões de
8 dm por 15 dm, cortando quadrados iguais nos quatro cantos e dobrando os lados para
cima. Encontre o comprimento do quadrado que será cortado de cada placa para se obter
uma caixa de maior volume possível. (a caixa não tem tampa).

EXTREMOS ABSOLUTOS EM INTERVALOS NÃO FECHADOS


Quando o intervalo no qual desejamos maximizar ou minimizar a função não é da forma [a;b],
precisamos modificar a técnica, porque, não é garantida a existência de extremos absolutos da função no
intervalo em questão. Por outro lado, se um extremo absoluto existe e a função é contínua, o extremo
absoluto coincidirá com o extremo relativo ou com uma extremidade contida no intervalo. A figura 6
ilustra algumas dessas possibilidades.
fig. 6

Não possui máximo absoluto em x > 0 Não possui mínimo absoluto em x ≥ 0

Para calcular os extremos absolutos de uma função contínua num intervalo que não seja fechado,
calculamos o valor da função nos pontos críticos e nas extremidades contidas no intervalo, pois a função
possui extremos relativos neste intervalo.

EXEMPLO 8: Determine dois números positivos de produto constante e soma mínima.

EXEMPLO 9: Uma caixa fechada com base quadrada, deve ter o volume de 2000 cm 3 . O material da
tampa e da base custa R$ 3,00 por cm 2 e o material para os lados custa R$ 1,50 por cm 2 . Encontre as
dimensões da caixa de modo que o custo seja mínimo.

CONCAVIDADE
Diz-se que uma curva tem concavidade para baixo quando sua tangente se move no sentido dos
ponteiros do relógio, ao percorre a curva da esquerda para a direita.
Diz-se que uma curva tem concavidade para cima quando sua tangente se move no sentido contrário
ao dos ponteiros do relógio, ao percorre a curva da esquerda para a direita.

CONCAVIDADE E COEFICIENTE ANGULAR DA RETA TANGENTE


Quando a curva tem concavidade para cima (como na fig. 3-a), o coeficiente angular de sua
tangente cresce quando x aumenta de valor. Quando a curva tem concavidade para baixo (como na
fig. 3-b), o coeficiente angular da sua tangente decresce quando x aumenta de valor.

SINAL DA DERIVADA SEGUNDA


A relação entre concavidade e coeficiente angular da tangente determina uma caracterização
simples de concavidade em termos de sinal da derivada Segunda. Suponha que a derivada Segunda f’’ seja
positiva num intervalo. Logo, a derivada Primeira f’ é crescente no intervalo. Mas f’ é o coeficiente angular
da tangente, portanto, é crescente e a curva do gráfico de f tem concavidade para cima no intervalo. Por
outro lado, se f’’ é negativo no intervalo, então f’ é decrescente e a curva do gráfico de f tem concavidade
para baixo no intervalo.
Significado geométrico do sinal da derivada Segunda:

a) se f’’(x) > 0 quando a < x < b, então, f tem concavidade para cima em a < x < b.

b) se f’’(x) < 0 quando a < x < b, então, f tem concavidade para baixo em a < x < b.

PONTOS DE INFLEXÃO
O ponto no qual ocorre a variação de concavidade da função denomina-se ponto de inflexão. Se a
derivada Segunda é definida no ponto de inflexão, seu valor tem que ser zero. Os pontos de inflexão podem
ocorrer onde a derivada Segunda é indefinida.
Os pontos nos quais a derivada Segunda da função é nula ou indefinida denominam-se pontos
críticos de Segunda ordem.

ASSÍNTOTAS

Dizemos que uma reta r é assíntota do gráfico de uma função f se, e somente se, a distância de um
ponto P(x, f(x)) do gráfico de f à reta r tende a zero, quando P   .

ASSÍNTOTAS VERTICAIS
Dizemos que o gráfico de uma função f tem assíntota vertical r de equação x = a se, e somente se,
lim f ( x)   ou lim f ( x)   .
x a x a

x 2  3x  2
EXEMPLO 10: Determine se possível, a equação das assíntotas verticais de f ( x)  e
x 1
x 2  3x  2
g ( x)  .
x4

ASSÍNTOTAS HORIZONTAIS
Dizemos que o gráfico de uma função f tem assíntota horizontal r de equação y = k se, e somente se,
lim f ( x)  k .
x

3x 2  4 x
EXEMPLO 11: Determine se possível, a equação das assíntotas horizontais de f ( x)  e
x2 1
x
1
g ( x)    .
2

ASSÍNTOTAS OBLIQUAS

Dizemos que o gráfico de uma função f tem assíntota oblíqua r de equação y = ax + b, a  0 se, e
somente se, lim  f ( x)  (ax  b)  0 . De outra maneira, r é assíntota oblíqua de f, então a  lim
f ( x)
e
x  x  x
b  lim  f ( x)  ax .
x 

3x 3  2 x 2  1
EXEMPLO 12: Determine se possível, a equação das assíntotas horizontais de f ( x)  .
x2  4

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

 O gráfico de uma função pode ter uma infinidade de assíntotas verticais;


 O gráfico de uma função pode ter no máximo duas entre assíntotas oblíquas e horizontais. Ou seja o
gráfico pode ter assíntotas verticais e não-verticais.
CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS
Devemos seguir os seguintes passos, para obter o gráfico da função f (x):

a) Determine o domínio e as interseções de Gr(f) com os eixos coordenados:

 y  f ( x)
 Interseções com o eixo ox: 
y  0
y  f ( x)
 Interseções com o eixo oy: 

x  0

b) Determinas as assíntotas (verticais, horizontais e oblíquas). Verificar se existe interseção das


assíntotas com o Gr(f);

c) Determinar f’(x), o intervalos de crescimento e decrescimento de f, os máximos e mínimos locais


de f;

d) Determinar f’’(x), os intervalos onde Gr(f) tem C.V.C e onde tem C.V.B, e os pontos de inflexão;

e) Esboce Gr(f).

x3
EXEMPLO 13: Construa o gráfico da função f ( x)  .
x2 1

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