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Aula 3- Máximos e mínimos de funções reais

FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES

Definição 1: Seja f uma função definida em um intervalo I:


a) f é crescente nesse intervalo se, para quaisquer x1, x2 Є I tais que x1 < x2 temos f (x1) < f (x2);
b) f é decrescente nesse intervalo se, para quaisquer x1, x2 Є I tais que x1 < x2, temos f (x1) > f (x2).

A figura abaixo mostra o gráfico de uma função y = f (x) qualquer.

Nessa função, podemos notar que os pontos x1, x2, x3 e x4 são alguns dentre muitos outros pontos dessa
função, entretanto possuem uma particularidade e são conhecidos como pontos extremos ou na maioria das
vezes de pontos de máximos e mínimos dessa função.

Máximo e mínimo e são pontos do domínio dessa função onde ela atinge seus valores máximos e mínimos.

Analizando-se o gráfico, podemos notar que o ponto x3 e o ponto x1 apresentam os pontos de máximos
relativos da função e os valores da imagem, ou seja de f(x) passam a ser também valores de máximos
relativos para esses pontos de x

Os pontos x2 e x4 são chamados de pontos de mínimo relativos dessa função e para esses pontos f(x)
apresenta valores mínimos relativos.

Também, considerando esses pontos conseguimos observar que essa função é crescente para x < x1, para
qualquer x Є ao intervalo (x2,x3) e x >x4, e decrescente para x Є (x1, x2) e x Є (x3, x4).

Definição 1: Uma função f tem um máximo relativo em c, se existir um intervalo aberto I, contendo c, tal que
f(c) ≥ f(x) para todo x Є I ∩ D(f)

Definição 2: Uma função f tem um mínimo relativo em c, se existir um intervalo aberto I, contendo c, tal que
f(c) ≤ f(x) para todo x Є I ∩ D(f)

Para algumas funções, teremos o máximo global ou absoluto que é o valor máximo que a função atinge ou
mínimo global, que por sua vez é o menor valor que ela atinge.

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Exemplo de máximo global em uma função.

TEOREMAS SOBRE DERIVADAS

Teorema 1 – Teorema de Rolle

Sejam f uma função definida e contínua em [a,b] e derivável em (a,b). Se f(a)= f(b)= 0, então existe pelo
menos um ponto c entre a e b tal que f´(c) =0.

TEOREMA DO VALOR MÉDIO

Pelo teorema do valor médio, se temos uma função f contínua em [a,b] e derivável em ]a,b[, então existirá um
ponto c no intervalo ]a,b[ tal que

f(b)-f(a)/b-a = f´(c)

Isto é, se tivermos esse ponto, e tivermos uma reta passando por (a, f(a) e b, f(b)) então existirá pelo menos
um ponto (c, f(c)), com a<c<b, tal que a reta tangente ao gráfico de f, neste ponto é paralela à reta s. Como
f(b)-f(a)/b-a é o coeficiente angular de s e f´(c) o coeficiente angular de T, f(b)-f(a)/b-a = f´(c).

Se f tem um ponto extremo relativo em c e se f´(c) existe, então o gráfico y= f(x) tem uma reta horizontal no
ponto onde x=c.

Há casos como as figuras abaixo, onde não existe derivada f´ no ponto c, uma vez que não se pode traçar a
reta tangente nesses pontos. Nesses casos a função tem um ponto crítico mas não podemos afirmar que é um
ponto de máximo ou mínimo.

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Suponha que f(x) exista para todos os valores de x Є (a, b) e que f tenha um extremo relativo em c, onde a
< c < b. Se f ’(c) existe, então f ’(c) = 0.

Definição 10.4: O ponto c Є D(f) tal que f ’(c) = 0 ou f ’(c), é chamado ponto crítico de f.

ESTUDO DAS FUNÇÕES CRESCENTES E DECRESCENTES

Proposição 1: Seja f uma função contínua no intervalo [a, b] e derivável em (a, b).

i) Se f ’(x) > 0 para todo x Є (a, b), então f e crescente em [a, b];
ii) Se f ’(x) < 0 para todo x Є (a, b), então f e decrescente em [a, b].

Exemplo a: Suponhamos a função f(x)= x3+1


Temos f ’(x) = 3 x2. Então, para 3x2 é maior que zero para todo x≠0, concluímos que a função é sempre
crescente..

Exemplo b: Determinar o intervalo onde as funções são crescentes e decrescentes:

a) f(x) = x2 –x +5

Temos f´(x)= 2x-1 . Então para 2x-1>0 ou x>1/2 a função é crescente.


Para 2x-1<0 ou x>1/2 a função é decrescente.

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Fazer em sala de aula: f(x) = x3 – x2 –x

CRITÉRIOS PARA DETERMINAR A NATUREZA DOS EXTREMOS DE UMA FUNÇÃO

A determinação e análise dos pontos críticos de uma função, bem como das regiões de crescimento ou
decrescimento, permite a construção de seu gráfico de modo confiável.. Para isso, a primeira medida é sempre
encontrar os pontos críticos da função e em seguida, analisar se são de máximo, de mínimo ou nenhum, nem
outro. Existem dois teoremas que são essenciais nesta tarefa:

Teorema 1 - Teste da derivada primeira.

Seja f uma função contínua num intervalo fechado


[a, b], que possui derivada em todo ponto do intervalo aberto (a, b), exceto possivelmente num
ponto c.
i) Se f ’(x) > 0 para todo x < c e f ’(x) < 0 para todo x > c, então f tem um máximo relativo em c.
ii) Se f ’(x) < 0 para todo x < c e f ’ (x)> 0 para todo x > c, então f tem um mínimo relativo em c.

Seja c um número crítico de f , e suponhamos f contínua em c e diferenciável em um intervalo aberto I


contendo c , exceto possivelmente no próprio c .

(i) Se f ' passa de positiva para negativa em c , então f c é máximo local de f .


(ii) Se f ' passa de negativa para positiva em c , então f c é mínimo local de f .
(iii) Se f ' (x)> ou se f ' (x) <x para todo x em I exceto em x= c , então f (c) não é
extremo local de f .

Exemplos:

a) Exemplo: Encontre os intervalos de crescimento, decrescimento, máximos e mínimos relativos da


função f(x) = x3 – 7x + 6.

Solução: f ’(x) = 3x2 – 7. Fazendo f ’(x) = 0, obtemos x = +√7/3 e -+√7/3


.
Portanto , os pontos crítricos de f são x1 = +√7/3 e x2=+√7/3
.
É fácil verificar que se x < -+√7/3 ou x >+√7/3, tem-se f ’(x) > 0, o que implica que f é crescente nos
intervalos (-∞,-√7/3] e [+√7/3, +∞).

Para -√7/3 <x < +√7/3, tem-se f ’(x) < 0, logo f é decrescente

em (-√7/3, +√7/3).

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Assim, pelo critério da derivada primeira, concluímos que f tem um máximo
relativo em x1 = -√7/3, e um mínimo relativo em x2 = +√7/3

Observamos que este teste informa as regiões do domínio onde a função cresce e onde decresce.

TEOREMA 2 – Critérios da derivada 2ª para determinação de extremos de uma função.

Sejam f uma função derivável num intervalo (a,b)e c um ponto crítico de f nesse intervalo, isto é f´(c)=0, com
a<c<b. Se f admite a derivada f´´ em (a,b) temos:

a) Se f´´(c) <0, f tem um valor de máximo relativo em c


b) Se f´´(c) >0, f tem um valor mínimo relativo em c

Exemplo: Encontre os máximos e mínimos relativos de f.

a) F(x) = -4x³ +3x²+ 18x

Para essa função temos:


f´(x) = -12x² +6x+18

Fazendo-se f´(x) = 0 temos os pontos críticos de f que são 3/2 e -1.

Agora encontrando-se a derivada segunda dessa função, temos f´´(x)= -24x+6

Como f´´(3/2) = -30 <0, f tem um valor máximo relativo em 3/2


Como f´´(-1) = -30 >0, f tem um valor mínimo relativo em -1.

EXERCÍCIOS

Nos seguintes exercícios:


a) ache os extremos relativos da função pelo teste da derivada primeira;
b) determine os valores do par ordenado (x, y) nos quais os extremos relativos ocorrem;
c) determine os intervalos nos quais a função é crescente e decrescente;
d) determine os pontos máximos e mínimos da função pela derivada segunda
e) faça um esboço do gráfico indicando os pontos máximos e mínimos.

1) f(x) = x2 - 4x - 1
2) f(x) = x3 – x2 – x
3) f(x) = 2x3 – 9x2 + 2
4) f(x) = ½ x³ - 3x² + 6x
5) f(x) = ¼ x4 – x³+x²
6) f(x) = 1/5 x5 – 5/3 x³+4x+1

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