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U NIVERSIDADE F EDERAL DE M ATO G ROSSO - UFMT

FACULDADE DE E NGENHARIA - CUVG


C ALCULO I

Profa. Gláucia A S Miranda


C OMO AS DERIVADAS AFETAM OS GR ÁFICOS DE FUNÇ ÕES

F UNÇ ÕES CRESCENTES E DECRESCENTES

Uma função é dita crescente em um intervalo se, e somente se, f (x1 ) < f (x2 ) sempre que
x1 < x2 , onde x1 e x2 são quaisquer números nesse intervalo.
Uma função é dita decrescente em um intervalo se, e somente se, f (x1 ) > f (x2 ) sempre que
x1 < x2 , onde x1 e x2 são quaisquer números nesse intervalo.

Proposição 1 Seja f uma função contı́nua em [a, b] e derivável em (a, b).

(a) f ′ (x) > 0, ∀x ∈ (a, b) ⇒ f será crescente em [a, b].

(b) f ′ (x) < 0, ∀x ∈ (a, b) ⇒ f será decrescente em [a, b].

(c) f ′ (x) = 0, ∀x ∈ (a, b) ⇒ f será constante [a, b].

Demonstração: (a) Sejam x1 , x2 ∈ [a, b] com x1 < x2 . Aplicando o Teorema o Valor Médio a f no
intervalo [x1 , x2 ] , obtemos que existe um c ∈ (x1 , x2 ) tal que

f (x2 ) − f (x1 )
= f ′ (c) > 0.
x2 − x1
Assim, f (x2 ) − f (x1 ) > 0, isto é, f (x2 ) > f (x1 ). Logo, f é crescente em [a, b].
Os outros itens ficam como exercı́cio.

VALORES EXTREMOS DE UMA FUNÇ ÃO

Definição 1 Sejam f uma função e c ∈ D(f ). Então:

(i) f terá um máximo global (ou máximo absoluto) em c se f (c) ≥ f (x), para todo x em D(f ).
O número f (c) é chamado valor máximo global (ou valor máximo absoluto) de f em D(f ).

(ii) f terá um mı́nimo global (ou mı́nimo absoluto) em c se f (c) ≤ f (x), para todo x em D(f ).
O número f (c) é chamado valor mı́nimo global (ou valor mı́nimo absoluto) de f em D(f ).

Os valores máximo e mı́nimo globais de f são chamados de valores extremos globais de f .

Definição 2 Sejam f uma função e c ∈ D(f ). Então:

(i) f terá um máximo local (ou máximo relativo) em c, se existir um intervalo (a, b), a < c < b
tal que f (c) ≥ f (x), para todo x em (a, b);

(ii) f terá um mı́nimo local (ou mı́nimo relativo) em c, se existir um intervalo (a, b), a < c < b tal
que f (c) ≤ f (x), para todo x em (a, b).

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Se a função f possui um máximo ou mı́nimo local em c, então dizemos que f tem um extremo
local (ou extremo relativo) em c.

Teorema 1 (Teorema de Fermat) Suponha que f (x) está definida para todos os valores de x em
(a, b) e que f tem um extremo local em c, onde a < c < b . Se f ′ (c) existe, então f ′ (c) = 0 .

Definição 3 Sejam f uma função e c ∈ D(f ). O ponto (c, f (c)) é chamado de ponto crı́tico do
gráfico de f se f ′ (c) = 0 ou f ′ (c) não existir.

Exemplo 2 Ache os números crı́ticos das seguintes funções:


1
(a) f (x) = senx; (b) g(x) = x3/5 (4 − x); (c) h(x) = |x|; (d) s(x) = .
x

C RIT ÉRIOS PARA ENCONTRAR OS EXTREMOS LOCAIS DE UMA FUNÇ ÃO

Teste da derivada primeira: Seja f uma função contı́nua em [a, b] e derivável em (a, b) exceto,
possivelmente, em um ponto c.
(a) Se f ′ (x) > 0 para todo x < c e f ′ (x) < 0 para todo x > c, então f tem um máximo local em
x = c.

(b) Se f ′ (x) < 0 para todo x < c e f ′ (x) > 0 para todo x > c, então f tem um mı́nimo local em
x = c.

Exemplo 3 Encontre os extremos locais e os intervalos de crescimento e decrescimento da função


f (x) = x4 − 4x3 + 10.

C ONCAVIDADE E PONTOS DE INFLEX ÃO

Definição 4 Seja f uma função derivável no intervalo I. Se o gráfico de f estiver acima de todas
as suas tangentes no intervalo I, então ele é chamado côncavo para cima em I. Se o gráfico de f
estiver abaixo de todas as suas tangentes em I, é dito côncavo para baixo em I.

Proposição 2 Seja f uma função contı́nua em [a, b] e derivável até segunda ordem no intervalo
(a, b):
(i) Se f ′′ (x) > 0 para todo x ∈ (a, b), então f é côncava para cima em (a, b);

(ii) Se f ′′ (x) < 0 para todo x ∈ (a, b), então f é côncava para baixo em (a, b).

Definição 5 O ponto (c, f (c)) será um ponto de inflexão do gráfico da função f se existir um
intervalo aberto I contendo c, tal que se x estiver em I, então:
(i) f ′′ (x) < 0 se x < c e f ′′ (x) > 0 se x > c, ou
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(ii) f ′′ (x) > 0 se x < c e f ′′ (x) < 0 se x > c.

Exemplo 4 Para a função f (x) = x4 − 4x3 + 10 do exemplo 4, determine os pontos de inflexão e os


intervalos onde o gráfico de f é côncavo para cima e para baixo. Esboce o gráfico de f .

Exemplo 5 Ache o ponto de inflexão do gráfico de f (x) = x1/3 e estude sua concavidade.

Teste da derivada segunda: Seja c um ponto crı́tico de f no qual f ′ (c) = 0 e suponha que
existe f ′ (x), para todo x em (a, b), com a < c < b. Se f ′′ (c) existe e,

(a) se f ′′ (c) > 0, então f tem um mı́nimo local em x = c;

(b) se f ′′ (c) < 0, então f tem um máximo local em x = c.

A SS ÍNTOTAS V ERTICAIS E H ORIZONTAIS

Definição 6 A reta y = L é denominada uma assı́ntota horizontal do gráfico da função f se


lim f (x) = L ou lim f (x) = L.
x→∞ x→−∞

Definição 7 A reta x = a será uma assı́ntota vertical do gráfico da função f se uma das seguintes
afirmativas for verdadeira:

(i) lim+ f (x) = ∞;


x→a

(ii) lim− f (x) = ∞;


x→a

(iii) lim+ f (x) = −∞;


x→a

(iv) lim− f (x) = −∞.


x→a

Exemplo 6 Esboce o gráfico das funções:

(a) f (x) = x4 − 4x3 + 10;


x2
(b) f (x) = 2 .
x −4

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