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5.

APLICAÇÕES DE DERIVADAS

Definição (monotonia da função):


Uma função f , definida em um intervalo I é crescente (resp. estritamente crescente) em I ,
se:
∀ x1 , x 2∈ I , x 1 < x 2 ⇒ f ( x1 )⩽ f ( x 2 ) (resp. ∀ x1 , x 2∈I , x 1 < x 2 ⇒ f ( x1 )< f (x 2 ) )
Analogamente, uma função f , definida em um intervalo I é decrescente (resp. estritamente
decrescente) em I , se:
∀ x1 , x 2∈ I , x 1 < x 2 ⇒ f ( x1 )⩾ f ( x 2 ) (resp. ∀ x1 , x 2∈I , x 1 < x 2 ⇒ f ( x1 )> f (x 2 ) )
Uma função f , definida em um intervalo I é constante em I , se:
∀ x1 , x 2∈ I : f ( x1 )= f (x 2 ) .

Definição (máximo e mínimo absoluto ou global):


Uma função f definida em um intervalo I possui um máximo (resp. mínimo) global em
x 0 ∈ I se:
f ( x )⩽ f ( x 0 ) (resp. f (x 0 )⩽ f (x ) ), ∀ x∈ I .

Teorema (teorema do valor extremo): Se f é uma função contínua em um intervalo fechado


[a , b] , então f atinge ao menos uma vez um mínimo e um máximo global no intervalo
[a , b] .

Definição (máximo e mínimo local ou relativo):


Seja f uma função definida em um domínio D , e seja x o ∈ D .
f possui um máximo local (resp. mínimo local) em x o ∈D , se existe um intervalo aberto
I a∋ x 0 (vizinhança de x 0 ) tal que f (x )⩽ f ( x 0 ) (resp. f ( x )⩾ f ( x 0 ) ) ∀ x∈ I a .

Teorema (teorema de Fermat): Se uma função f possui um máximo (ou mínimo) local em
c ∈ I a , então f ' ( c)=0 ou f ' (c) não existe.

Corolário: Se f ' (c) existe e f ' (c)≠0 , então f (c) não é máximo (nem mínimo) local de
f .

Teorema: Se uma função f é contínua, definida em um intervalo fechado [a , b] , e possui um


máximo (ou mínimo) absoluto em c ∈(a ,b) (ou seja, no intervalo aberto), então f ' ( c)=0 ou
f ' ( c) não existe.

Definição (ponto crítico): Um número c ∈ Dom f , onde f é uma função, é denominado


número (ou ponto) crítico de f se f ' (c)=0 ou f ' (c) não existe.

Receita para achar os máximo e/ou mínimo absolutos de uma função contínua f em um intervalo
fechado [a , b] :
1) Achar todos os pontos críticos c .
2) Calcular f (c) para todos os pontos críticos achados em 1.
3) Calcular f (a ) e f (b) .
4) O máximo absoluto de f em [a , b] é o valor maior dentre todos os valores calculados
em 2) e 3). O mínimo absoluto de f em [a , b] é o valor menor dentre todos os valores
calculados em 2) e 3).

Teorema (teorema de Rolle): Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a , b] ,


derivável em (a ,b) , e tal que f (a )= f (b) . Então f ' ( c)=0 para ao menos um c ∈(a ,b) .
Corolário: Se f é uma função contínua em um intervalo fechado [a , b] e f (a )= f (b) ,
então f possui ao menos um ponto crítico c ∈(a ,b) .

Teorema (teorema do valor médio, TVM): Se f é uma função contínua em um intervalo


fechado [a , b] e é diferenciável no intervalo aberto (a ,b) , então existe um número
c̃ ∈(a ,b) tal que:
f (b)− f (a)= f ' ( c̃ )( b−a) .
Isso significa que existe um ponto da curva de f onde a derivada será igual ao coeficiente
angular da equação da reta secante que passa pelos pontos (a , f ( a)) e (b , f (b)) .

Teorema: Se f ' ( x)=0 , ∀ x ∈ I a , então f é uma função constante no intervalo I a .

Corolário: Se f ' ( x)= g ' ( x) , ∀ x ∈I a , então f −g é constante no intervalo I a .

Teste da primeira derivada

Teorema: Seja f uma função contínua em um intervalo fechado [a , b] e é diferenciável no


intervalo aberto (a ,b) .
i. Se f ' ( x)>0 , ∀ x∈( a , b) , então f é estritamente crescente em [a , b] .
ii. Se f ' ( x)<0 , ∀ x∈( a , b) , então f é estritamente decrescente em [a , b] .

Obs.: O teorema acima é extensível no caso de ter intervalos do tipo (−∞ , a ) ou (b , ∞) .

Teorema (teste da primeira derivada): Sejam c ponto crítico de uma função f e (a ,b)∋c
um intervalo aberto. Seja, ademais, f contínua em [a , b] e diferenciável em (a ,b) , exceto
talvez em c .
i. Se f ' ( x)>0 para algum a < x <c e f ' ( x)<0 para algum c < x <b , então f possui
um máximo local em c e f (c) é o máximo local.
ii. Se f ' ( x)<0 para algum a < x <c e f ' ( x)>0 para algum c < x <b , então f possui
um mínimo local em c e f (c) é o mínimo local.
iii. Se f ' ( x)<0 ou f ' ( x)>0 para qualquer x ∈(a , b) , exceto talvez em x=c , então
f (c) não é extremo local.
Concavidade e o teste da segunda derivada

Definição (concavidade de uma função): Seja f uma função diferenciável em um certo ponto
c ∈ Dom f .
• O gráfico de f é côncavo para cima no ponto (c , f (c )) se existe um intervalo aberto
(a ,b)∋c (uma vizinhança de c ) tal que f ( x )> f ' (c) x+ bl , ou seja, a curva de f
fica “por cima” da reta tangente a curva de f no ponto (c , f (c )) .
• O gráfico de f é côncavo para baixo no ponto (c , f (c )) se existe um intervalo aberto
(a ,b)∋c (uma vizinhança de c ) tal que f (x )< f ' ( c) x+ bl , ou seja, a curva de f
fica “por baixo” da reta tangente a curva de f no ponto (c , f (c )) .

Teorema (teste de concavidade): Seja f uma função diferenciável em um intervalo aberto I a


tal que f ' ' (x ) existe para qualquer x ∈I a .
i. Se f ' ' ( x )>0 , ∀ x ∈ I a , então o gráfico de f é côncavo para cima.
ii. Se f ' ' ( x )<0 , ∀ x ∈ I a , então o gráfico de f é côncavo para baixo.

Definição (ponto de inflexão): O ponto ( p i , f ( pi )) na curva de uma função f é chamado de


ponto de inflexão se existe um intervalo aberto (a ,b)∋ p i tal que uma das afirmações a seguir é
verdadeira:
• f ' ' (x )>0 para algum a < x < pi e f ' ' (x )<0 para algum p i < x <b ; ou
• f ' ' ( x )<0 para algum a < x < pi e f ' ' (x )>0 para algum p i < x <b .

Teorema (teste da segunda derivada): Seja f uma função diferenciável em um intervalo aberto
I a∋ c e tal que f ' (c)=0 .
i. Se f ' ' (c )< 0 , então f possui um máximo local em c .
ii. Se f ' ' (c )> 0 , então f possui um mínimo local em c .

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