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Derivada

Cálculo I
Na Figura temos a função f(x) e 3 pontos
que pertencem ao gráfico de f(x). As três
retas em preto são as retas tangentes ao
gráfico de f(x) nos pontos x = x1, x = x2 e

x = x3. Note que cada uma dessas retas


tangentes têm uma inclinação diferente.
Definição 1: A reta tangente à curva em um ponto é a reta passando por com
inclinação

desde que esse limite exista.


Exemplo: Encontre a reta tangente a função no ponto
A inclinação da reta tangente a função no ponto é igual a 2, mas qual é a
equação da reta tangente?

Usando a forma ponto-inclinação da reta

tem-se:
Há outra expressão para a inclinação da reta
tangente que é, às vezes, mais fácil de ser usada.
Se , então , assim, a inclinação da reta secante
PQ é

Observe que quando tende a , tende a 0 (pois );


assim, a expressão para a inclinação da reta
tangente na Definição 1 fica
A inclinação da reta tangente ao gráfico de no ponto (a, f(a)) é a derivada de
calculada em a.

Deixando o número variar, a derivada da função é dada por:


Exemplo: Calcule a derivada de , usando a fórmula (1):
Exemplo: Calcule a derivada de , usando a fórmula (1):
Notações para a derivada da função f(x):

(lê-se ‘f linha de x’)

(lê-se ‘de f, de x’ ou ‘derivada de f em relação a x’).

(lê-se ‘de y, de x’ ou ‘derivada de y em relação a x’).

É importante ressaltar que, para cada valor de x, há uma única derivada f’(x)
correspondente definida.

Usamos a derivada quando queremos saber o quanto os valores de y variam


quando a variação de x for a mínima possível.
Quando uma grandeza y está expressa em função de outra grandeza x, ou seja,
y = f(x), observamos que, para uma dada variação de x, ocorre uma variação de
y em correspondência, desde que y não seja uma função constante. Nesse caso,
estamos falando da taxa média de variação, que nada mais é do que a
derivada de y em relação a x.

Taxa média de variação =


No exemplo anterior, a função é . Vamos calcular a inclinação da reta tangente
em cada um dos três pontos apresentados:

Primeiramente, devemos calcular a derivada da função: .

Agora, basta aplicarmos cada um dos valores de x na derivada da função:

Para x = 1,5: f ’(1,5)= -2 . 1,5 + 4 = 1

Para x = 2: f ’(2)= -2 . 2 + 4 = 0

Para x = 4: f ’(4)= -2 . 4 + 4 = -4
Note, por exemplo, que em x = 1,5, a reta
tangente ao gráfico é crescente e pouco
inclinada. Isso acontece porque em x = 1,5, a
derivada vale 1 (f’(1,5)= 1). Já em x = 2, a reta
tangente ao gráfico é horizontal, ou seja, não
tem inclinação, pois em x = 2, a derivada vale
0 (f’(2)= 0). E, finalmente, em x = 4, a reta
tangente ao gráfico é decrescente e mais
inclinada do que em x = 1,5. Isso acontece
pois, em x = 4, a derivada vale -4 (f ’(4)= -4).
Teorema: Se uma função for diferenciável em , então é contínua em .

OBS: uma função pode deixar de ser diferenciável em um ponto por uma das seguintes
razões:
1. é descontínua em .
2. é contínua em mas o gráfico de tem uma reta tangente vertical no ponto .
3. é contínua em mas o gráfico de não tem uma reta tangente vertical no ponto . É
quando o gráfico tem um “bico” em .
Regras de Derivação
1- Se n for um número diferente de 0 e se , então

Exemplos:
2- Se c for uma constante e se , então

Exemplos:

Derivada de constante é
zero
3- Se f e g forem funções e se h for a função definida por f(x) = g(x) + h(x), então, se g’(x) e
h’(x) existirem:
f’(x) = g’(x) + h’(x)
Exemplos:
4- Se f e g forem funções e se h for a função definida por f(x) = p(x). s(x), então, se
p’(x) e s’(x) existirem,
f ’(x) = p’(x). s(x) + p(x). s’(x)

Exemplos:
5- Se p e s forem funções e se f for a função definida por , então, se p’(x) e s’(x)
existirem,

Exemplos:
Derivada de funções trigonométricas

1.
Derivada de funções compostas e a Regra da Cadeia
Exemplo:

Observe que a função é a função composta , onde e .


Como e , tem-se que

Teorema: Se a função for derivável em e a função for derivável em , então a


função composta será derivável em e
Exemplos:



Se for uma função de , definida por e existir, e se for uma função de , definida
por e existir, então será uma função de () e existirá e será dada por

Recapitulando:
Se for uma função de , então a derivada das funções trigonométricas ficam:

1.
Funções Exponencial e Logarítmica
Uma função exponencial é do tipo , onde é um número diferente de zero e é
chamado de base. Dentre todas as bases possíveis para uma função exponencial,
há uma que é mais conveniente para os propósitos do cálculo. A escolha de uma
base é influenciada pela maneira que o gráfico de cruza o eixo y.
As fórmulas do cálculo ficam muito simplificadas quando escolhemos como base
a aquela para a qual resulta uma reta tangente a em com inclinação de
exatamente 1. De fato, existe um número assim e ele é denotado pelo caractere .
(Esta notação foi escolhida pelo matemático suíço Leonhard Euler em 1727).

Podemos chamar a função de


função exponencial natural.
Se e , e além disso, , então
De todas as possíveis bases a para os logaritmos, a escolha mais conveniente
para uma base é e. O logaritmo na base e é chamado logaritmo natural e tem
uma notação especial:

Se fizermos a = e e substituirmos por “ln”, então as propriedades que definem a


função logaritmo natural ficam
Derivada de funções Logarítmicas e Exponenciais

Exemplo:
Exemplo:

(
Exemplo:
Exemplo:
Funções Hiperbólicas
• Seno hiperbólico:

• Cosseno hiperbólico:

• Tangente hiperbólica
• secante hiperbólica:

• Cossecante hiperbólica:

• Cotangente hiperbólica
Derivada das funções hiperbólicas
Exemplos:
Derivação Implícita
Seja onde , por exemplo. Nesse caso, define a função explicitamente. Mas nem
todas as funções estão definidas dessa forma. Por exemplo,
(1)
não podemos escrever e resolver em termos de .
Além disso, podem existir uma ou mais funções , para as quais, se , a equação (1)
estará satisfeita, isto é, tais que a equação

seja válida para todos os valores de no domínio de . Nesse caso, a função está
definida implicitamente pela equação dada.
Seja a função definida pelo lado direito e seja a função definida pelo lado
esquerdo. Assim,

Onde é uma função de , digamos . Dessa forma, podemos escrever

Então, para todos os valores de para os quais é derivável,

A derivada do primeiro membro é facilmente encontrada:

Para derivar o segundo membro, usamos a regra da Cadeia:


Então, voltando a equação , tem-se:
Exemplo: Encontre a derivada da função em relação a :

Solução:
Sabendo que é uma função derivável de , deriva-se ambos os membros da
equação aplicando-se as regras da derivada do produto e da cadeia:
Exemplo: Encontre a derivada da função em relação a :

Solução:
Exemplo: Encontre a derivada da função em relação a :

Solução:
Taxas Relacionadas
Em um problema de taxas relacionadas, a ideia é calcular a taxa de variação de
uma grandeza em termos da taxa de variação da outra (que pode ser medida mais
facilmente). O procedimento é achar uma equação que relacione as duas
grandezas e então usar a Regra da Cadeia para derivar ambos os lados em relação
ao tempo.
Em problemas com taxas relacionadas, as variáveis têm uma relação específica
para os valores de , onde é a medida do tempo. Os valores das variáveis e as
taxas de variação das variáveis em relação a são frequentemente dados num
determinado instante.
Procedimentos para resolver um problema de taxas relacionadas:
1. Faça uma figura, se for possível.
2. Defina as variáveis. Em geral, defina primeiro , pois as outras variáveis
usualmente dependem de .
3. Escreva todos os fatos numéricos conhecidos sobre as variáveis e suas
derivadas em relação a .
4. Obtenha uma equação envolvendo as variáveis que dependem de .
5. Derive em relação a ambos os membros da equação encontrada na etapa 4.
6. Substitua os valores de quantidades conhecidas na equação da etapa 5 e
resolva em termos da quantidade desejada.
Exemplo: Uma escada com 25 metros de comprimento está apoiada numa parede
vertical. Se o pé da escada for puxado horizontalmente, afastando-se da parede a
3 unidades de comprimento por segundo, qual a velocidade com que a escada
está deslizando, quando seu pé está a 15 unidades de comprimento da parede?
Solução: Como o pé da escada está sendo puxado horizontalmente, afastando-se
da parede a 3 unidades de comprimento por segundo, tem-se Queremos
encontrar quando Pelo teorema de Pitágoras, .
Como e são funções de , derivamos ambos os membros em relação a e
obtemos:
Quando , pelo teorema de Pitágoras . Como , tem-se:

O sinal de menos significa que é decrescente, quando cresce. Então, quando o


pé está a 15 unidades de comprimento da parede, o topo da escada está
deslizando pela parede a uma taxa de 9/4 de comprimento por segundo.
Exemplo: o comprimento de um retângulo está aumentando a uma taxa de 8
cm/min e sua largura está aumentando numa taxa de 3 cm/min. Quando o
comprimento for 20 cm e a largura for 10 cm, quão rápido a área do retângulo
está aumentando?
Solução:

Ou seja, quando o comprimento for 20 cm e a largura for 10 cm, a área está


aumentando 140 por minuto.
Exemplo: O carro A está se movimentando para o oeste a 80 km/h e o carro B
está se movimentando para o norte a 90 km/h. Ambos vão em direção à
interseção de duas estradas. A que taxa os carros se aproximam um do outro
quando o carro A está a 60 m e o carro B está a 80 m da interseção?
Solução:
Derivando ambos os membros em relação a :

Quando o carro A está a 60 m e o carro B está a 80 m da interseção, eles estão a


100 m um do outro, pelo teorema de Pitágoras. Então:
Exemplo: Uma esteira transportadora está descarregando cascalho a uma taxa de
3 m3/min, constituindo uma pilha na forma de cone com o diâmetro da base e
altura sempre igual. Quão rápido a altura da pilha cresce quando está a 3 m de
altura?
Exemplo: A equação de demanda de determinada camisa é onde centenas de
camisas são demandadas por semana quando for o preço unitário. Se a camisa
estiver sendo vendida esta semana a R$30 e o preço estiver crescendo a uma taxa
de R$0,20 por semana, ache a taxa de variação na demanda.
Derivadas de Ordem Superior
Se a função for derivável, então ’ será chamada de derivada primeira de . Se a
derivada de ’existir, ela será chamada de derivada segunda e será denotada por
’’(lemos f duas linhas). Da mesma forma, a derivada de ’’ pode existir, ela será ’’’ e
será chamada de derivada terceira (lemos f 3 linhas).
A derivada enésima da função , onde é um número inteiro positivo maior do que 1,
é a derivada primeira da derivada ésima da função . Denotamos a derivada enésima
de por
Exemplo:
Exemplo: Calcule da função .
Valores máximo e mínimo
Seja um número no domínio D de uma função . Então é o
• valor máximo absoluto de em D se para todo em D.
• valor mínimo absoluto de em D se para todo em D.

Os valores máximos e mínimos de são chamados de valores extremos de .

O número f (c) é um
• valor máximo local de se quando está próximo de .
• valor mínimo local de se quando está próximo de .
é um máximo local, enquanto o máximo
absoluto é . (Este máximo absoluto não é
um máximo local, pois ele ocorre em
extremo do intervalo.)
é um mínimo local e é um mínimo local
tanto quanto absoluto. não tem um
máximo local nem um máximo absoluto
em .
O gráfico de uma função com máximo local em e mínimo local em . Parece que
nos pontos de máximo e de mínimo as retas tangentes são horizontais e, portanto,
cada uma tem inclinação 0. Sabemos que a derivada é a inclinação da reta
tangente; assim, parece que e . O teorema a seguir afirma que isso é sempre
verdadeiro para as funções diferenciáveis.
Teorema de Fermat: Se tiver um máximo ou mínimo local em e se existir,
então .

Definição: Um número crítico de uma função é um número no domínio de tal


que ou ou não existe.
Exemplo: Encontre os pontos críticos da função
Solução:
Teorema de Rolle: Seja uma função que satisfaça as seguintes hipóteses:
1. é contínua no intervalo fechado .
2. é derivável no intervalo aberto
3. .
Então existe um número em tal que .
Teorema do Valor Médio: Seja uma função que satisfaça as seguintes
hipóteses:
1. é contínua no intervalo fechado
2. é derivável no intervalo aberto .
Então existe um número em tal que

(2)
O Teorema do Valor Médio na forma dada pela equação (2) diz que há, no
mínimo, um ponto P(c, f (c)) sobre o gráfico onde a inclinação da reta tangente é
igual à inclinação da reta secante AB. Em outras palavras, há um ponto P onde a
reta tangente é paralela à reta secante AB. (Imagine uma reta paralela a AB,
iniciando distante e se movendo paralelamente a ela mesma até tocar o gráfico
pela primeira vez.)
Funções crescentes/decrescentes
a) Se em um intervalo, então é crescente nele.
b) Se em um intervalo, então é decrescente nele.
Exemplo:

Pontos críticos:

Dividimos a reta real em intervalos cujas extremidades são os números críticos


-1, 0 e 2 e dispomos o que fizemos em uma tabela. Um sinal de mais indica que a
expressão dada é positiva, e um sinal de menos indica que é negativa.
Teste da Primeira Derivada: Suponha que c seja um número crítico de uma
função contínua .

(a) Se o sinal de mudar de positivo para negativo em c, então tem um máximo


local em c.

b) Se o sinal de mudar de negativo para positivo em c, então tem um mínimo


local em c.

(c) Se não mudar de sinal em c (isto é, se em ambos os lados de c for positivo
ou negativo), então não tem máximo ou mínimo locais em c.
Concavidade
Se o gráfico de estiver acima de todas as suas tangentes no intervalo I, então é
chamada côncava para cima em I. Se o gráfico de estiver abaixo de todas as suas
tangentes em I, então é chamada côncava para baixo em I.
Teste de Concavidade:
a) Se para todo em I, então o gráfico de é côncavo para cima em I.
b) Se para todo em I, então o gráfico de é côncavo para baixo em I.

Definição: Um ponto P na curva é chamado ponto de inflexão se é contínua no


ponto e a curva mudar de côncava para cima para côncava para baixo ou vice-
versa em P, logo, o ponto P é de inflexão se .
Exemplo:

é ponto de inflexão
Exemplo:
Teste da Segunda Derivada
Suponha que seja contínua na proximidade de c.
(a) Se , então tem um mínimo local em c.
(b) Se , então tem um máximo local em c.
Exemplo:

Pontos críticos:

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