Fernando Collor de Mello foi presidente do Brasil de 15 de Março de 1990 a 29

de Dezembro de 1992, sendo eleito através do PRN (Partido da reconstrução

Nacional). Collor foi o primeiro presidente eleito no país por voto direto,após a
ditadura militar.
Nas eleicões de 1989, Collor venceu no segundo turno o candidato Luiz Inácio
Lula da Silva, do PT, representando a FBP (Frente Brasil Popular).
Durante a campanha, principalmente do segundo turno, Collor demonstrou em
seu discurso alinhamento com o empresariado e a proposta de uma política
neoliberal, enxugando a máquina pública, recebendo o apelido de Caçador de
Marajás, prometendo acabar com altos cargos de funcionários públicos.
Do ponto de vista económico, seu governo foi marcado pela hiperinflação,
chegando a mais de 1972% ao ano, herdada da gestão anterior, queda do PIB,
e a posse da ministra da fazenda, Zelia Cardoso de Mello. Assim, logo após a
posse, foi lançado o Plano Brasil Novo,conhecido como Plano Collor.
O Plano Collor foi caracterizado pelo PND (Plano de Desastatização Nacional),
incluindo a privatização de 18 empresas, entre elas a USIMINAS e a VASP
(Viação Aérea Sao Paulo). Também ocorreu o congelamento de preços e
salários, como uma tentativa de reduzir a hiperinflação, a criação do IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras) a extinção de cargos públicos e uma
nova substituição da moeda, retornando o Cruzeiro em detrimento do Cruzado
Novo.
Ainda no Plano Collor, o que mais caracterizou o plano, foi o confisco de 80%
das operações overnight e depósitos em contas correntes e poupanças
superiores a Cr$ 50.000,00, por um prazo de 18 meses, que tinha por objetivo
reduzir a circulação de moedas. Essa medida foi aprovada pelo Congresso e
potencializou a crise econômica em que o Brasil vivia. Empresas tiveram de
fechar as suas portas, a classe média teve os seus ganhos confiscados, e as
taxas de desemprego subiram.
Em 1991, foi lançado o Plano Collor II, com um novo congelamento de preços e
salários e o fim das operações overnight. Porém, a hiperinflação não tinha
queda, e o plano foi um fracasso. Surge em 1991 o Plano Marcilio, sendo
menos radical que os dois anteriores, se caracterizando por descongelar os
preços de forma gradual e um empréstimo de US$2 bilhões com o FMI.
Em Maio de 1992, Pedro Collor, irmão do Spresidente Fernando Collor,
denunciando um esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da
campanha, Paulo César Farias, PC Farias, como ficou conhecido, foi acusado
de receber grandes quantias de dinheiro, de empresários, para facilitar o
recebimento de verbas públicas durante a gestão. Esses valores recebidos,
eram depositados em contas fantasmas na Suiça para as despesas de
Fernando Collor e de sua esposa Roseane Collor.
Após o escándalo de corrupção, foi aberta investigação através da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito), e surgiu o movimento Fora Collor,
também conhecido como Caras Pintadas, com entidades, partidos políticos,
sindicatos, e uma grande presença da população indo as ruas pedir a abertura
do processo de Impeachment.
Após o escândalo de corrupção, foi aberta investigação através da CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito), surgiu o movimento Fora Collor, também
conhecido como Caras Pintadas, com entidades, partidos políticos, sindicatos,
e uma grande presença da população indo as ruas pedir a abertura do
processo de impeachment.
No dia 29 de Setembro de 1992, por 441 a 38 votos, a Câmara dos Deputados
aprova o processo de impeachment, Collor é afastado do cargo até a decisão
final do Senado. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente Itamar Franco. Collor
havia renunciado antes da abertura do processo, mas a sua atitude foi vista
como uma manobra para não perder os seus direitos políticos, e foi recusada.