Sarney assume em março de 1985, com tarefas múltiplas: Conduzir o país na transição democrática. Desmantelar o entulho autoritário. o Conjunto de legislações restritivas aos direitos políticos e civis. Assegurar a viabilidade econômica. Medidas rapidamente assumidas: o Emendão: Estabelecer eleições diretas para a presidência. Estender o direito de votar aos analfabetos. Legalizar o conjunto dos partidos. Facilitar criação partidária. o Manter compromisso, jurado por Tancredo Neves, de preservar os militares de qualquer punição. Carlos Alberto Brilhante Ustra permanece no cargo de adido militar em Montevidéu. Sarney colocou-se contra o revanchismo. o Maria Celina de Araújo e Celso Castro: É exagero dizer que o governo Sarney viveu sob tutela militar, mas militares continuaram a ter preeminência política. Cenário econômico: o Crise cambial, devido à incapacidade de financiar déficit em transações correntes e de pagar serviço da dívida. o Crescimento contínuo da taxa de inflação, pressionado por desequilíbrios fiscais e indexação da economia. o 1986: Plano Cruzado: Introdução de uma nova moeda. Congelamento de preços, salários e taxa de câmbio. Êxito inicial permite a eleições de um Congresso ligado a Sarney. No Rio, Darcy Ribeiro (indicado por Brizola) perde eleições para Moreira Franco. Crise de abastecimento. Plano Cruzado II: Revisão do tabelamento dos preços. Fracasso! Como também fracassam Plano Bresser (1987) e Plano Verão (1989). o Deficiências do presidencialismo de coalizão (Sérgio Abranches): Eleição para Presidente dissociada das eleições parlamentares. Dispersão partidária: Sistema proporcional de lista aberta (vota-se no nome do candidato, não no partido). Ausência de cláusula de barreira. Não se gestam maiorias claras no Congresso. Eleições de 1989: o “Eleição solteira”: apenas para presidente. o Eleição direta, após 29 anos. Mandato de 5 anos, conforme desejava Sarney. o 22 candidaturas! Primeira vez que uma mulher concorre à presidência. Advogada e bancária mineira Lívia Maria Lêdo Pio de Abreu, pelo Partido Nacionalista. Collor vs. Lula 53% vs. 47% Campanha de Collor constituída com base na caça aos marajás, no combate às elites políticas e econômicas, em defesa dos desprotegidos. Três eixos da campanha de Collor (André Singer): o Ligação direta líder e massas, sem canal partidário. PRN foi apenas um trampolim para o Planalto. o Constituição de inimigos do povo, sem identidade de classes (marajás, corruptos, ricos ou imperialistas).
Rota 02 – O Impeachment de Fernando Collor de Melo
Cenário econômico durante as eleições de 1989 o Instabilidade monetária: Inflação ultrapassa os 50% ao mês. Posições de Collor para combater a inflação e a crise fiscal: Contra gigantismo do Estado. Reformismo liberal. Posições de Lula para combater a inflação e a crise fiscal: Desenvolvimentismo-distributivo. o Reforma tributária. Sustar o pagamento da dívida externa. Papel das barreiras alfandegárias na industrialização. Crise da dívida externa. Queda no fluxo de investimentos para o Brasil. o No âmbito internacional: Consenso de Washington, regionalismo aberto e retomada – parcial - do crescimento econômico.
Plano Collor: o Reforma fiscal: Redução do número de ministérios (de 23 para 12!). Privatizações. Suspensão de incentivos fiscais. IOF. Tributação de ganhos de capital. Imposto rural. Quedo do imposto de importação e aumento do imposto de exportação. o Reforma monetária: Abertura ao comércio exterior. Política cambial. Introdução do Cruzeiro. Congelamento de preços. Taxa de correção salarial. Retenção da poupança. Efeitos gerias: o Ataque ao capital financeiro, acusado de gerar excesso de liquidez. o Reformas oneram empresariado (abertura excessiva à entrada de produtos importados) e classe média profissional. Ou seja, onera capital financeiro e capital produtivo. “O Plano Collor deixou a esquerda perplexa e a direita indignada”. o Queda brusca da inflação, pelo menos a curto prazo. Mas fracassa, pois não liquida a inflação.
Relações com o poder legislativo: o Montagem do governo sem negociação partidária. PRN é partido sem base parlamentar ampla! Governo por medidas provisórias. o Fracasso do Plano Collor. Lança-se Plano Collor II: Congelamento de preços. o Fracasso conduz a novo Plano Collor (III), sob comando do novo ministro da Fazenda, embaixador Marcilio Marques Moreira em substituição à Zélia Cardoso de Melo. Segundo semestre de 1991: o Formação da Frente Parlamentar de Oposição Partidos de centro e de esquerda. CUT, CGT, OAB. Início de 1992: PFL, PDS, PTB, PDC e PL aproximam-se da oposição (PT, PSDB, PMDB). o Maio de 1992: Acusações de Pedro Collor quanto ao envolvimento de Fernando Collor no esquema PC Farias. o PT, PSDB e PMDB abrem Comissão Parlamentar de Inquérito. o Mobilização da sociedade civil. Caras-pintadas. Rota 03 – Rotinização da Democracia Governo Itamar Franco: Figura ligada ao antigo PTB. Eleito prefeito de Juiz de Fora pelo MDB, em 1966 e em 1972. Formado no MDB autêntico, defensor do nacional-desenvolvimentismo. Mantido à margem do Plano Collor. Crítico das privatizações. FHC aposta no projeto Itamar: Herdar o sucesso no combate à inflação. FHC no MRE é conduzido à Fazenda. Forma equipe com Edmar Bacha, André Lara Rezende e Pérsio Arida. Inflação oriunda do gasto público: Plano de Ação Imediata (PAI): redução do gasto público. Privatizações. Açominas. Quebra dos monopólios da Petrobrás e da Eletrobrás. Plano de Estabilização Econômica. URV e Plano Real. Rota 04 – A Estabilização de Fernando Henrique Cardoso o Erradicar o legado da Era Vargas: Privatizações. Usiminas em 1991, sob Collor. CSN em 1993, sob Itamar. Vale do Rio Doce em 1997, sob FHC. Agências reguladoras. Regulação dos setores de infraestrutura recém-privatizados. o Anatel, Aneel, ANP. Diminuição do tamanho do Estado. Uma lógica indutora de mercado, com o Estado exercendo muito mais um papel de regulador. Diminuição de tarifas protecionistas. o Ao todo, crescimento econômico (especialmente no primeiro mandato) e inflação controlada: FHC consegue aprovar emenda constitucional, em junho de 1997, para autorizar reeleição dos cargos executivos. Segundo mandato é marcado pela crise financeira de 1996 na Ásia e de 1998 na Rússia. Popularidade em queda.
Rota 05 – A Ascensão do Lulismo
Reabilitadas as tradições nacional-estatistas, temperadas, no entanto, pela Carta ao Povo Brasileiro. “PT Light”, “Lulinha paz e amor”. Reformismo moderado: o Compromisso de combate às desigualdades sociais. o Mas lógica indutiva, e não substitutiva de mercado. Compromisso com os contratos firmados pelo governo anterior (inclusive as privatizações). Manter a luta contra a inflação. Imenso avanço do PT para além de São Paulo: o Em 2001, eram 500 mil filiados, em mais de 4.000 municípios. o Governava 3 Estados e 187 cidades. Lula vence no segundo turno com 60% dos votos, contra José Serra.
Rota 06 – Rumos da Política Externa
As expectativas e as realizações no âmbito da política externa Governo Sarney: o Renovação de credenciais: Democracia. Direitos Humanos. Agenda regional ampla. o Disposições constitucionais sobre as relações internacionais: Independência nacional. Direitos Humanos. Autodeterminação dos povos. Não intervenção. Igualdade entre Estados. Defesa da paz. Solução pacífica de controvérsias. Repúdio ao terrorismo e ao racismo. Cooperação entre os povos. Asilo político. Integração latino-americana. o Criação do Grupo do Rio, em 1986: Mecanismo coletivo de entendimento e concertação regionais. o Reatamento das relações diplomáticos com Cuba, em 1986. E com o Vietnã, em 1989. Continuidade da Diplomacia Presidencial.
Governo Collor: o Expectativas: Política de comércio exterior: Livre flutuação do câmbio. Liberalização do comércio. o Eliminação de barreiras às importações. PICE: Renovar parque industrial. o Eliminar controle estatal sobre a indústria. o Privatizar empresas estatais. o Aumentar a competitividade da indústria. Ruptura da regra da autonomia pela distância. Redução dos conflitos com os poderes centrais (dívida externa, patentes farmacêuticas, energia nuclear). Inclusão de novos temas internacionais (meio ambiente, direitos humanos e regionalismo aberto).
o Mercosul: 1991, Tratado de Assunção. Livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, TEC, adoção de uma política comercial comum, coordenação das políticas macroeconômicas setoriais, harmonização das legislações internas pertinentes. 1994, Protocolo de Ouro Preto. Personalidade jurídica de direito internacional do Mercosul. o Competência para negociar em nome próprio. Frustrações: o Política externa não redunda nos efeitos esperados: Crise inflacionária e persistência recessiva.
Guerrilha: o combate ao neoliberalismo e ao fascismo, em 6 anos de crônicas. Com detalhes das ações coletivas dos empregados da Petrobras (Repouso Remunerado e RMNR) e dos retrocessos no Plano de Cargos da empresa e na Petros