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DIREITO CONSTITUCIONAL

Prof. Mateus Silveira

DIREITO
CONSTITUCIONAL

MATEUS SILVEIRA

CAROLINE RITT

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof. Mateus Silveira

Direito Constitucional
Prof. Mateus Silveira

1. Direitos políticos .............................................................................................................. 4

1.1. Institutos de democracia no Brasil ................................................................................ 6

1.2. Direito Político Positivo (Direito de Sufrágio) ................................................................ 8

1.3. Do Alistamento Eleitoral – Capacidade Eleitoral Ativa.................................................. 9

1.4. Capacidade eleitoral passiva – Condições de elegibilidade ......................................... 9

1.5. Direitos Políticos Negativos ........................................................................................ 10

1.5.1 Direitos políticos e os militares ................................................................................. 12

1.5.2 Das Inelegibilidades estabelecidas por lei complementar ........................................ 13

1.5.3 Da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo ........................................................... 14

1.6. Da possibilidade de privação dos direitos políticos (perda e suspensão) ................... 14

1.7. Do princípio da anterioridade eleitoral ........................................................................ 16

2. Partidos políticos ........................................................................................................... 18

2.1. Conceito ..................................................................................................................... 18

2.2. Regras Constitucionais ............................................................................................... 18

2.3. Inconstitucionalidade da Cláusula de Barreira ............................................................ 22

2.4 Fidelidade Partidária .................................................................................................... 22

2.4.1 Sistema Proporcional................................................................................................ 22

2.4.2. Sistema Majoritário .................................................................................................. 23

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Questões – Direitos políticos ............................................................................................. 27

Questões – Partidos políticos ............................................................................................ 30

Gabarito ............................................................................................................................. 33

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
Concursos Públicos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.

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1. Direitos políticos

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@professormateussilvei ra

Os direitos políticos são os direitos fundamentais reconhecidos aos cidadãos de participar


da vida política e na formação das decisões públicas.

Assim, os direitos políticos são instrumentos por meio dos quais a CF garante o exercício
da Soberania Popular.

Os direitos políticos formam a estrutura base do regime democrático e o direito de votar e


ser votado é um direito fundamental porque nela se assenta a garantia de preservação de todos
os demais direitos fundamentais.

Quanto à democracia estabelecida no Brasil pelo Art. 1º, parágrafo único da CF, temos o
seguinte:

Para todos verem: esquema sobre a democracia estabelecida no Brasil.

Democracia direta Sem representantes

Democracia
Democracia no O povo elege representantes
representativa
Brasil

Sistema híbrido com democracia


representativa e com alguns dispositivos de
Democracia
democracia direta (art. 1º, parágrafo único e
semidireta ou
art. 14, I, II e III c/c art. 5º, LXXIII, ambos da
participativa
CF/88) é o sistema estabelecido no Brasil
pela CF/88.

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Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.

A Soberania Popular é a qualidade máxima do poder extraída da soma de atributos de


cada membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo
por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário (Bulos, 2000).

Os direitos políticos podem ser classificados basicamente em “positivos” e “negativos”.

Para todos verem: esquema sobre os direitos políticos.

São as normas que falam sobre a


Direitos Políticos ação política do cidadão no país, ou
Positivos seja, voto, condições de
elegibilidade etc.

Direitos políticos

São aquelas disposições


normativas que inviabilizam a
Direitos Políticos participação da pessoa na vida
Negativos política, são os casos de perda e
suspensão de direitos políticos e os
casos de inelegibilidades.

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1.1. Institutos de democracia no Brasil

Plebiscito X Referendo
Conceito Congresso Instrumento Principal diferença
Nacional utilizado (momento da
(Competência consulta)
Exclusiva)
Plebiscito Consulta formulada ao Art. 49, XV – Decreto Prévia (é convocado
povo (aqueles que Convocação de legislativo com anterioridade
tenham capacidade Plebiscito ao ato legislativo ou
eleitoral ativa) para que administrativo,
delibere sobre matéria cabendo ao povo
de acentuada relevância, aprovar ou denegar
de natureza este)
constitucional, legislativa
ou administrativa
Referendo Consulta formulada ao Art. 49, XV – Decreto Posterior (é
povo (aqueles que Autorização de legislativo convocado
tenham capacidade Referendo posteriormente ao
eleitoral ativa) para que ato legislativo ou
delibere sobre matéria administrativo,
de acentuada relevância, cabendo ao povo
de natureza ratificar ou rejeitar)
constitucional, legislativa
ou administrativa

PRI – Plebiscito Referendo Iniciativa popular

Plebiscito – Consulta prévia ao Povo;

Referendo – Consulta Posterior ao Povo;

Iniciativa Popular – Projeto de lei (LC e LO) de


iniciativa popular.

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Voto: Meio pelo qual se exerce o sufrágio ativo, tem as seguintes características que se
configuram em cláusula pétrea: Direto, Secreto, Universal e Periódico (art. 60, § 4º, da CF). Com
valor igual para todos, que trata-se de uma cláusula pétrea implícita na CF, assim como o povo
sendo o titular do poder constituinte e o próprio art. 60, da CF.

Quanto ao plebiscito, referendo e a iniciática popular temos a regulação prevista na Lei nº


9.709/98 que apresenta os seguintes conceitos:

Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere
sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou
administrativa.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

Iniciativa Popular: para propor projetos de Lei Ordinária e Lei Complementar, art. 61, §
2º, da CF c/c Art. 13, “caput” da Lei nº 9.709/98:

Mnemônico: 150,3

Projeto Federal de iniciativa popular: será proposta junto a Câmara dos deputados e
subscrito por no mínimo 1% do eleitorado nacional; de pelo menos 5 estados; e ao menos 0,3%
dos eleitores de cada um dos estados;

Projeto Estadual de iniciativa popular: deverá ser regulada por uma Lei Ordinária (art. 27,
§ 4º da CF/88);

Projeto Municipal de iniciativa popular: será subscrita por no mínimo 5% do eleitorado (art.
29, XIII da CF/88);

Informação jurídica importante:

Recall: é uma instituição norte-americana, que tem aplicação em duas hipóteses


diferentes; ou para revogar a eleição de um legislador ou funcionário eletivo, ou para reformar
decisão judicial sobre constitucionalidade de lei (DALLARI, 2016). É o instituto jurídico de direito
político, com característicad constitucionais, possibilitando que parte do corpo eleitoral de um

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ente político (País, Estados ou Municípios) convoque uma consulta popular para revogar o
mandato popular antes conferido.

1.2. Direito Político Positivo (Direito de Sufrágio)

Sufrágio é o direito de votar e ser votado. Capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade
de ser eleitor, alistabilidade) e capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade).

O exercício do sufrágio ativo ocorre pelo voto que tem como pressupostos: alistamento eleitoral
(título de eleitor); nacionalidade brasileira ou português equiparado (art. 12, § 1º, CF/88); idade
mínima de 16 anos; não ser conscrito.

O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 e menores de 70 anos


(art. 14, § 1º, I) e facultativos aos maiores de 16 e menores de 18 anos, analfabetos e maiores
de 70 anos (art. 14, § 1º, II, Alíneas a, b e c.).

Não podem se alistar como eleitores os conscritos e os estrangeiros (art. 14, § 2º).

O Voto é Direto (o cidadão vota diretamente no candidato, sem intermediário, exceção art. 81, §
1º), Secreto (não se dá publicidade a opção do eleitor), Universal (não é restrito ou
discriminatório), Periódico (mandatos comprazo determinado), Livre (a obrigatoriedade é de
comparecer), Personalíssimo (sem procurador) e Igualitário (um homem, um voto).

ATENÇÃO – posição do STF quanto a impressão do voto da urna eletrônica:

O Plenário, por maioria, deferiu medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade


para suspender, com eficácia ex tunc, o art. 59-A da Lei 9.504/1997, incluído pela Lei
13.165/2015 (Lei da Minirreforma Eleitoral), o qual determina que, na votação eletrônica,
o registro de cada voto deverá ser impresso e depositado, de forma automática e sem
contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. (...) O ministro Alexandre
considerou que o art. 59-A e o seu parágrafo único permitem a identificação de quem
votou, ou seja, a quebra do sigilo, e, consequentemente, a diminuição da liberdade do
voto. Cabe ao legislador fazer a opção pelo voto impresso, eletrônico ou híbrido, visto que
a CF nada dispõe a esse respeito, observadas, entretanto, as características do voto nela
previstas. [ADI 5.889, rel. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j. 6-6-2018, P, Informativo
905.]

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1.3. Do Alistamento Eleitoral – Capacidade Eleitoral Ativa

Art. 14, § 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:


I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.

Atenção posição do STF – É possível cancelar título eleitoral de eleitor que não
comparece ao procedimento de revisão eleitoral determinado pela justiça eleitoral.

Tese de julgamento: ‘É válido o cancelamento do título do eleitor que, convocado por


edital, não comparecer ao processo de revisão eleitoral, em virtude do que dispõe o art.
14, caput e §1º, da Constituição de 1988’. [ADPF 541, rel. min. Roberto Barroso, j. 26-9-
2018, P, DJE de 16-5-2019.]

1.4. Capacidade eleitoral passiva – Condições de elegibilidade

Art. 14, § 3º da CF – São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

Mnemônico idade mínima para ser eleito:

Telefone da Pizzaria – 3530-2118

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Atenção: Art. 11, § 2º da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições)

Art. 11, §2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de


elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

1.5. Direitos Políticos Negativos

Ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos individualizam-


se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das atividades político-
partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como impedindo-o de
eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capacidade eleitoral passiva).

Inelegibilidades são circunstâncias (constitucionais ou previstas em LC) que impedem o


cidadão do exercício total ou parcial da capacidade eleitoral passiva, ou seja, capacidade para
se eleger.

As inelegibilidades podem ser absolutas (impedimento eleitoral para qualquer cargo


eletivo, taxativamente previstas na CF/88) ou relativas (impedimento eleitoral para algum cargo
eletivo ou mandato, em função de situações em que se encontre o cidadão candidato, previstas
na CF/88 — art. 14, §§ 5.º a 8.º — ou em lei complementar — art. 14, § 9.º).

Art. 14, § 4º da CF – São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

Os inalistáveis são os estrangeiros e os conscritos (aqueles que forem alistados ou


recrutados) enquanto estiverem no serviço.

§ 5º - O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os


Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser
reeleitos para um único período subsequente. (Parágrafo com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de 1997)

STF – Proibiu a figura do Prefeito Itinerante, ou seja, um prefeito reeleito não poderá
buscar um 3º mandato consecutivo como prefeito, mesmo que em município diverso.
“O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade
administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a perpetuação de uma

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mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano condiciona a interpretação e a


aplicação do próprio comando da norma constitucional, de modo que a reeleição é
permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede a terceira eleição não apenas
no mesmo Município, mas em relação a qualquer outro Município da Federação.
Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado “prefeito itinerante” ou
do “prefeito profissional”, o que claramente é incompatível com esse princípio, que também
traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto,
ambos os princípios – continuidade administrativa e republicanismo – condicionam a
interpretação e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da Constituição. O cidadão que
exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado Município fica inelegível
para o cargo da mesma natureza em qualquer outro Município da Federação.” [RE
637.485, rel. min. Gilmar Mendes, j. 1º-8-2012, P, DJE de 21-5-2013, Tema 564.]

STF – decidiu a situação dos vice-governadores eleitos e reeleitos, se podem ou não


disputarem a eleição para governador?
“Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de vice-governador. No segundo
mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria
substituído o governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de governador, porque o
exercício da titularidade do cargo dá-se mediante eleição ou por sucessão. Somente
quando sucedeu o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do
cargo. Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da CF.” [RE 366.488, rel. min. Carlos
Velloso, j. 4-10-2005, 2ª T, DJ de 28-10-2005.] – AI 782.434 AgR, rel. min. Cármen
Lúcia, j. 8-2-2011, 1ª T, DJE de 24-3-2011

Inelegibilidade relativa em razão da função para obter um 3º mandato – art. 14, § 5º, da
CF/88.

Art. 14, § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os


Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.

Inelegibilidade em razão da função para concorrer a outro cargo – art. 14, § 6º, da CF/88.
Candidatura a outro cargo – art. 14, § 6º da CF.

Trata-se da desincompatibilização, ou seja, o futuro candidato desvencilha-se do cargo


para não incorrer em inelegibilidade.

Atenção ao STF:

Presidente da câmara municipal que substitui ou sucede o prefeito nos seis meses
anteriores ao pleito é inelegível para o cargo de vereador. CF, art. 14, § 6º. Inaplicabilidade
das regras dos § 5º e § 7º do art. 14, CF. [RE 345.822, rel. min. Carlos Velloso, j. 18-11-
2003, 2ª T, DJ de 12-12-2003.]

Art. 14, § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes


consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja

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substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.

Inelegibilidade Reflexa – art. 14, § 7º da CF.

São parentes do chefe do executivo que ficam inelegíveis.


Inelegibilidade relativa em relação ao parentesco – art. 14, § 7º, da CF/88.

Súmula Vinculante nº 18 do STF: A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE OU DO VÍNCULO


CONJUGAL, NO CURSO DO MANDATO, NÃO AFASTA A INELEGIBILIDADE PREVISTA
NO § 7º DO ARTIGO 14 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Atenção ao STF:

Tema 781: As hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 14, § 7º, da Constituição


Federal, inclusive quanto ao prazo de seis meses, são aplicáveis às eleições
suplementares. [RE 843.455, voto do rel. min. Teori Zavascki, j. 7-10-2015, P, DJE de 1º-
2-2016, Tema 781.]

Tema 678: A Súmula Vinculante 18 do STF (“A dissolução da sociedade ou do vínculo


conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14
da Constituição Federal”) não se aplica aos casos de extinção do vínculo conjugal pela
morte de um dos cônjuges. [RE 758.461, rel. min. Teori Zavascki, j. 22-5-2014, P, DJE de
30-10-2014, Tema 678.]

1.5.1 Direitos políticos e os militares

O art. 14, § 8º da CF estabelece de modo expresso que o militar que seja alistável é
elegível, ou seja, pode ser eleito. Contudo, estabelece regras:

Para todos verem: esquema sobre regras para o alistamento de militares.

Com – de 10 anos de serviço o militar deve se


afastar de modo definitivo da atividade militar;

Regras
Com + de 10 anos de serviço o militar será
agregado (afastamento temporário) pela
autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.

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Art 14, § 8º da CF - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Atenção o STF que decidiu sobre a controvérsia envolvendo os efeitos do Art. 14, § 8º da
CF no seguinte julgado:

EMENTA: SERVIDOR PÚBLICO. Militar alistável. Elegibilidade. Policial da Brigada Militar


do Rio Grande do Sul, com menos de 10 (dez) anos de serviço. Candidatura a mandato
eletivo. Demissão oficial por conveniência do serviço. Necessidade de afastamento
definitivo, ou exclusão do serviço ativo. Pretensão de reintegração no posto de que foi
exonerado. Inadmissibilidade. Situação diversa daquela ostentada por militar com mais de
10 (dez) anos de efetivo exercício. Mandado de segurança indeferido. Recurso
extraordinário provido para esse fim. Interpretação das disposições do art. 14, § 8º, incs. I
e II, da CF. Voto vencido. Diversamente do que sucede ao militar com mais de dez
anos de serviço, deve afastar-se definitivamente da atividade, o servidor militar que,
contando menos de dez anos de serviço, pretenda candidatar-se a cargo eletivo. [RE
279.469, rel. p/ o ac. min. Cezar Peluso, j. 16-3-2011, P, DJE de 20-6-2011.]

1.5.2 Das Inelegibilidades estabelecidas por lei complementar

Art. 14, § 9º da CF - Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade


e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para
o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do candidato, e a normalidade e
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de
função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.

Deste modo, a constituição federal determinou que para estabelecer novas situações de
inelegibilidades só é possível mediante a edição de lei complementar, sob pena de
inconstitucionalidade formal.

Na medida em que se trata de restrições a direitos fundamentais, somente novas


inelegibilidades relativas poderão ser definidas, já que as absolutas só se justificam quando
previstas pela CF e, em nosso entender, pelo poder constituinte originário, sob pena de se ferirem
direitos e garantias individuais (art. 60, § 4.º, IV).

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Atenção ao STF – A perda da elegibilidade é algo excepcional:

A perda da elegibilidade constitui situação impregnada de caráter excepcional, pois inibe


o exercício da cidadania passiva, comprometendo a prática da liberdade em sua dimensão
política, eis que impede o cidadão de ter efetiva participação na regência e na condução
do aparelho governamental. [AC 2.763 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 16-12-2010, dec.
monocrática, DJE de 1º-2-2011.]

Atenção ao STF – diferencia requisitos de elegibilidade x hipóteses de


inelegibilidade:

O domicílio eleitoral na circunscrição e a filiação partidária, constituindo condições de


elegibilidade (CF, art. 14, § 3º), revelam-se passíveis de válida disciplinação mediante
simples lei ordinária. Os requisitos de elegibilidade não se confundem, no plano
jurídico-conceitual, com as hipóteses de inelegibilidade, cuja definição – além das
situações já previstas diretamente pelo próprio texto constitucional (CF, art. 14, § 5º
a § 8º) – só pode derivar de norma inscrita em lei complementar (CF, art. 14, § 9º).
[ADI 1.063 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 18-5-1994, P, DJ de 27-4-2001.]

1.5.3 Da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo

Art. 14, § 10 da CF - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do
poder econômico, corrupção ou fraude.

Art. 14, § 11 da CF - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça,


respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

Os parágrafos 10 e 11 se referem a Ação de impugnação de mandato eletivo (AIME).

1.6. Da possibilidade de privação dos direitos políticos (perda e suspensão)

O cidadão poderá de forma excepcional ser privado, definitivamente ou temporariamente,


dos seus direitos políticos (SILVA, 2012).

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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; (Perda)
II - incapacidade civil absoluta; (Suspensão)
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
(Suspensão)
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do
art. 5º, VIII; (Perda)
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. (Suspensão)

Para todos verem: esquema sobre perdas e suspensão dos direitos políticos.

Perdas dos Direitos Políticos Suspensão dos Direitos Políticos

• Cancelamento da naturalização por sentença • Incapacidade civil absoluta (art. 15, II),
transitada em julgado (art. 15, I), Recusa de condenação criminal transitada em julgado (art.
cumprir obrigação a todos imposta ou prestação 15, III), improbidade administrativa nos termos
alternativa (art. 15, IV) – a maioria da doutrina do art. 37, § 4º (art. 15, V).
de direito eleitoral entende que é caso de
suspensão - e perda da nacionalidade brasileira
em virtude de aquisição de outra (art. 12, § 4º,
II).

Como readquirir os direitos políticos suspensos ou perdidos?

A perda dos direitos políticos pelo motivo do Art. 15, I da CF se dá por sentença e por este
motivo a reaquisição de dos direitos se for possível só poderá ocorrer por meio de ação
rescisória. Já na hipótese de perda por recusa a cumprir obrigação a todos imposta ou prestação
alternativa, a reaquisição dos direitos políticos só ocorrerá quando a pessoa, a qualquer tempo,
realizar a obrigação que estava em débito.

No caso da perda dos direitos políticos pela aquisição de outra nacionalidade, só poderá
voltar a exercer os direitos políticos no BR se readquirir a nacionalidade brasileira nos termos do
Art. 76 da Lei nº 13.445/17 (Lei de Migração).

Nas hipóteses de suspensão dos direitos políticos a reaquisição dos direitos ocorrerá
quando os motivos que determinaram a suspensão forem extintos.

A CF estabeleceu no Art. 38 regras específicas para o servidor público de cargo efetivo


que queira exercer mandato eletivo:

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Art. 38 da CF. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional,


no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu
cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-
lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá
as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.

1.7. Do princípio da anterioridade eleitoral

Art. 16 da CF. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.

Posição importante do STF:

A norma consubstanciada no art. 16 da Constituição da República, que consagra o


postulado da anterioridade eleitoral (cujo precípuo destinatário é o Poder Legislativo),
vincula-se, em seu sentido teleológico, à finalidade ético-jurídica de obstar a deformação
do processo eleitoral mediante modificações que, casuisticamente introduzidas pelo
Parlamento, culminem por romper a necessária igualdade de participação dos que nele
atuam como protagonistas relevantes (partidos políticos e candidatos), vulnerando-lhes,
com inovações abruptamente estabelecidas, a garantia básica de igual competitividade
que deve sempre prevalecer nas disputas eleitorais. Precedentes. O processo eleitoral,
que constitui sucessão ordenada de atos e estágios causalmente vinculados entre si,
supõe, em função dos objetivos que lhe são inerentes, a sua integral submissão a uma
disciplina jurídica que, ao discriminar os momentos que o compõem, indica as fases em
que ele se desenvolve: (a) fase pré-eleitoral, que, iniciando-se com a realização das
convenções partidárias e a escolha de candidaturas, estende-se até a propaganda
eleitoral respectiva; (b) fase eleitoral propriamente dita, que compreende o início, a
realização e o encerramento da votação e (c) fase pós-eleitoral, que principia com a
apuração e contagem de votos e termina com a diplomação dos candidatos eleitos,
bem assim dos seus respectivos suplentes. Magistério da doutrina (José Afonso da
Silva e Antonio Tito Costa). A Resolução TSE 21.702/2004, que meramente explicitou
interpretação constitucional anteriormente dada pelo STF, não ofendeu a cláusula
constitucional da anterioridade eleitoral, seja porque não rompeu a essencial igualdade de
participação, no processo eleitoral, das agremiações partidárias e respectivos candidatos,
seja porque não transgrediu a igual competitividade que deve prevalecer entre esses
protagonistas da disputa eleitoral, seja porque não produziu qualquer deformação
descaracterizadora da normalidade das eleições municipais, seja porque não introduziu
qualquer fator de perturbação nesse pleito eleitoral, seja, ainda, porque não foi editada
nem motivada por qualquer propósito casuístico ou discriminatório. [ADI 3.345, rel. min.
Celso de Mello, j. 25-8-2005, P, DJE de 20-8-2010.]

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2. Partidos políticos

2.1. Conceito

Partido político pode ser conceituado como uma “... organização de pessoas reunidas em
torno de um mesmo programa político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao
menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e oposição”.

Para José Afonso da Silva, partido político “... é uma agremiação de um grupo social que
se propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder
para realizar seu programa de governo. No dizer de Pietro Virga: ‘são associações de pessoas
com uma ideologia ou interesses comuns, que, mediante uma organização estável (Partei-
Apparati), miram exercer influência sobre a determinação da orientação política do país’”.

2.2. Regras Constitucionais

A primeira regra se refere à liberdade de organização partidária, sendo livre a criação,


fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.

Mas atenção ao posicionamento do STF:

A Constituição da República assegura a livre criação, fusão e incorporação de partidos


políticos. Liberdade não é absoluta, condicionando-se aos princípios do sistema
democrático-representativo e do pluripartidarismo. São constitucionais as normas que
fortalecem o controle quantitativo e qualitativo dos partidos, sem afronta ao princípio da
igualdade ou qualquer ingerência em seu funcionamento interno. O requisito constitucional
do caráter nacional dos partidos políticos objetiva impedir a proliferação de agremiações
sem expressão política, que podem atuar como "legendas de aluguel", fraudando a
representação, base do regime democrático. [ADI 5.311 MC, rel. min. Cármen Lúcia, j.
30-9-2015, P, DJE de 4-2-2016.]

Ou seja, não se trata de liberdade partidária absoluta, devendo-se ainda resguardar a


soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana, sendo observados os seguintes preceitos:

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• caráter nacional;
• proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo
estrangeiros ou de subordinação a estes;
• prestação de contas à Justiça Eleitoral;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei;
• vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

Atenção aos posicionamentos do STF:

Art. 28, §12, da Lei Federal 9.504/1997 (Lei das Eleições). Prestação de Contas das
doações de partidos para candidatos. Necessidade de identificação dos particulares
responsáveis pela doação ao partido. Exigência republicana de transparência. O grande
desafio da democracia representativa é fortalecer os mecanismos de controle em relação
aos diversos grupos de pressão, não autorizando o fortalecimento dos ‘atores invisíveis
de poder’, que tenham condições econômicas de desequilibrar o resultado das eleições e
da gestão governamental. Os princípios democrático e republicano repelem a manutenção
de expedientes ocultos no que concerne ao funcionamento da máquina estatal em suas
mais diversas facetas. É essencial ao fortalecimento da democracia que o seu
financiamento seja feito em bases essencialmente republicanas e absolutamente
transparentes. Prejudica-se o aprimoramento da democracia brasileira quando um dos
aspectos do princípio democrático — a democracia representativa — se desenvolve em
bases materiais encobertas por métodos obscuros de doação eleitoral. Sem as
informações necessárias, entre elas a identificação dos particulares que contribuíram
originariamente para legendas e para candidatos, com a explicitação também destes, o
processo de prestação de contas perde em efetividade, obstruindo o cumprimento, pela
justiça eleitoral, da relevantíssima competência estabelecida no art. 17, III, da CF.[ADI
5.394, rel. min. Alexandre de Moraes, j. 22-3-2018, P, DJE de 18-2-2019.]

Inaplicabilidade da regra de perda do mandato por infidelidade partidária ao sistema


eleitoral majoritário. (...) As decisões no MS 26.602, no MS 26.603 e no MS 26.604
tiveram como pano de fundo o sistema proporcional, que é adotado para a eleição de
deputados federais, estaduais e vereadores. As características do sistema proporcional,
com sua ênfase nos votos obtidos pelos partidos, tornam a fidelidade partidária importante
para garantir que as opções políticas feitas pelo eleitor no momento da eleição sejam
minimamente preservadas. Daí a legitimidade de se decretar a perda do mandato do
candidato que abandona a legenda pela qual se elegeu. O sistema majoritário, adotado
para a eleição de presidente, governador, prefeito e senador, tem lógica e dinâmica
diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com
sua ênfase na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de
mudança de partido, frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF,
art. 1º, parágrafo único; e art. 14, caput). [ADI 5.081, rel. min. Roberto Barroso, j. 27-
5-2015, P, DJE de 19-8-2015.] Vide MS 26.604, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-10-2007, P,
DJE de 3-10-2008
O reconhecimento da justa causa para transferência de partido político afasta a
perda do mandato eletivo por infidelidade partidária. Contudo, ela não transfere ao
novo partido o direito de sucessão à vaga. [MS 27.938, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 11-
3-2010, P, DJE de 30-4-2010.] Vide MS 26.604, rel. min. Cármen Lúcia, j. 4-10-2007, P,
DJE de 3-10-2008

As emissoras de tv e rádio têm a faculdade de realizar debates eleitorais. Optando, no


entanto, por promovê-los, têm de obedecer a diretrizes mínimas fixadas em lei, com a
finalidade de assegurar (i) o pluralismo político (democracia), (ii) a paridade de armas entre

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os candidatos na disputa eleitoral (isonomia), e (iii) o direito à informação dos eleitores


(liberdade de expressão). (...) Em relação à definição dos participantes dos debates, é
válida a fixação, por lei, de um critério objetivo que conceda a parcela dos candidatos (os
"candidatos aptos") direito subjetivo à participação nos debates, não podendo a emissora
de tv ou de rádio a ele se opor, ainda que com a concordância de outros candidatos. O
critério adotado pela legislação brasileira, tal como interpretado pelo TSE, assegura a
participação nos debates dos candidatos de partidos ou coligações que tenham
representatividade mínima de dez deputados federais. Trata-se de critério razoável,
coerente com as normas relativas à propaganda eleitoral vigentes no país e que cumpre
as finalidades constitucionais acima citadas. (...) Todavia, o legislador não fechou as
portas do debate político a candidatos de partidos ou coligações que tenham menos de
dez deputados federais, tampouco tolheu por completo a liberdade de programação das
emissoras de tv e rádio. Unindo essas duas preocupações, a Lei 9.504/1997 facultou que
as emissoras convidem para os debates candidatos com representatividade inferior à
exigida na lei. No caso de competidores bem colocados nas pesquisas de intenção de
voto, é razoável concluir que as emissoras terão estímulos para promover a sua inclusão,
tanto como forma de aumentar a audiência, quanto de garantir a credibilidade do
programa. Esta é a interpretação que já se extraía da legislação eleitoral antes da
minirreforma de 2015 e que deve permanecer possível diante do atual cenário normativo,
bastando que se confira interpretação conforme a Constituição à nova redação do art. 46,
§ 5º, da Lei 9.504/1997 dada pela Lei 13.165/2015. (...) A possibilidade de deliberação dos
"candidatos aptos" sobre o número de participantes do debate, prevista no art. 46, § 5º,
deve ser compreendida restritivamente. Eles não podem, sob pena de ofensa à
democracia, à isonomia e à liberdade de expressão, excluir candidatos convidados pela
emissora de tv ou rádio. Haveria, nessa hipótese, um evidente conflito de interesses: o
poder de decidir sobre a participação de um competidor ficaria nas mãos de seus próprios
adversários, que, por óbvio, não têm nenhum estímulo para conceder espaço nos meios
de comunicação de massa a quem possa subtrair seus votos e visibilidade. A alteração
promovida pela minirreforma deve ser interpretada, portanto, no sentido de somente
possibilitar que 2/3 dos "candidatos aptos" acrescentem novos participantes ao
debate – candidatos que não tenham esse direito assegurado por lei nem tenham
sido previamente convidados pela emissora. [ADI 5.487, rel. p/ o ac. min. Roberto
Barroso, j. 25-8-2016, P, DJE de 19-12-2017.] = ADI 5.488, rel. min. Dias Toffoli, j. 31-
8-2016, P, DJE de 19-12-2017

Assegura-se aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento, devendo constar dos estatutos partidários normas a respeito da
fidelidade e disciplina partidárias, podendo prever sanções em caso da infidelidade partidária,
não podendo nunca, porém, ensejar a perda do mandato, cujas hipóteses estão taxativamente
previstas no art. 15 da CF, que repudia, de forma expressa, a cassação de direitos políticos.

Em relação a esse assunto, o STF:

“... por maioria, deferiu medida liminar em ação direta ajuizadapelo Procurador-Geral da
República para suspender, até decisão final da ação, o § 1.º do art. 8.º da Lei n. 9.504/97,
que assegura aos detentores de mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, ou
de Vereador, e aos que tenham exercido esses cargos em qualquer período da legislatura
que estiver em curso, o registro de candidatura para o mesmo cargo pelo partido a que
estejam filiados. Considerou-se que a norma atacada ofende, à primeira vista, o princípio
da autonomia dos partidos políticos, previsto no art. 17, § 1.º, da CF (...). Os Ministros

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Ellen Gracie e Maurício Corrêa deferiram a cautelar com fundamento mais extenso, qual
seja, a aparente ofensa ao princípio da igualdade entre os detentores de mandato eletivo
e os integrantes do partido. Vencido o Min. Ilmar Galvão, que indeferia a medida liminar,
por entender que o referido dispositivo estabelece a conciliação entre a autonomia dos
partidos e o direito do filiado que, abandonando sua vida profissional, se dedica ao
exercício de mandatos” (Inf. 265/STF, ADI 2.530). Portanto, com esse entendimento, fica
suspensa a denominada “candidatura nata” (matéria pendente de julgamento pelo STF).

A constituição dos partidos políticos consolida-se na forma da lei civil, perante o Serviço
de Registro Civil de Pessoas Jurídicas competente (art. 8.º da Lei n. 9.096/95) e, posteriormente,
já tendo adquirido a personalidade jurídica, formaliza-se com o registro de seus estatutos perante
o TSE.

Definitivamente, os partidos políticos são verdadeiras instituições, pessoas jurídicas de


direito privado, na medida em que a sua constituição se dá de acordo com a lei civil, no caso a
Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73).

Essa regra é corroborada pelos arts. 45 e 985 do Código Civil de 2002, que, trazendo
disposições gerais, fixa o início da existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com
a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por
que passar o ato constitutivo. O art. 120 da Lei de Registros Públicos, lei especial, estabelece os
requisitos específicos.

Vale lembrar que o ato do TSE que analisa o pedido de registro partidário não tem caráter
jurisdicional, mas, conforme asseverou o STF, tem natureza meramente administrativa. Por esse
motivo, o STF entendeu que, em razão da inexistência do caráter jurisdicional contra a decisão
do TSE, não caberia a interposição de recurso extraordinário (RE 164.458-AgR, Rel. Min. Celso
de Mello, j. 27.04.1995, DJ de 02.06.1995).

Além disso, observa-se que os partidos políticos, uma vez constituídos e com registro
perante o TSE, têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão,
na forma da lei (art. 17, § 3.º), sendo beneficiados pela imunidade tributária prevista no art. 150,
VI, “c”, da CF, nos seguintes termos: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir
imposto sobre o patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações”.

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2.3. Inconstitucionalidade da Cláusula de Barreira

O STF, ao julgar as ADIs 1.351 e 1.354, entendeu inconstitucionais os dispositivos da Lei


n. 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos) que instituíram a chamada “cláusula de barreira”, a qual
“restringia o direito ao funcionamento parlamentar, o acesso ao horário gratuito de rádio e
televisão e a distribuição dos recursos do Fundo Partidário” (Notícias STF, 07.12.2006 — 20h29).

Assim, o STF declarou inconstitucionais diversos dispositivos que procuravam condicionar


o funcionamento parlamentar a determinado desempenho eleitoral, conferindo, aos partidos,
diferentes proporções de participação no Fundo Partidário e de tempo disponível para a
propaganda partidária (‘direito de antena’), conforme alcançados, ou não, os patamares de
desempenho impostos para o funcionamento parlamentar.

“Entendeu-se que os dispositivos impugnados violam o art. 1.º, V, que prevê como um dos
fundamentos da República o pluralismo político; o art. 17, que estabelece ser livre a
criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana; e o art. 58, § 1.º, que assegura, na constituição das Mesas e das comissões
permanentes ou temporárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, a
representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa, todos da CF”. Ainda não se poderia deixar de preservar as minorias
parlamentares: “no Estado Democrático de Direito, a nenhuma maioria é dado tirar ou
restringir os direitos e liberdades fundamentais da minoria, tais como a liberdade de se
expressar, de se organizar, de denunciar, de discordar e de se fazer representar nas
decisões que influem nos destinos da sociedade como um todo, enfim, de participar
plenamente da vida pública” (ADI 1.351/DF e ADI 1.354/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
07.12.2006 — Inf. 451/STF).

2.4 Fidelidade Partidária

2.4.1 Sistema Proporcional

Em relação ao sistema proporcional (eleição de deputados federais, estaduais, distritais e


vereadores), o STF, ao julgar os MS 26.602, 26.603 e 26.604, estabeleceu, teoricamente, que
aquele que mudar de partido (transferência de legenda) sem motivo justificado, perderá o cargo
eletivo. Isso porque reconheceu o caráter eminentemente partidário do sistema proporcional e
as interrelações entre o eleitor, o partido político e o representante eleito.

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Para todos verem: esquema sobre mudança de partido.

Em regra implica em desvio ético-político


e gera desequilíbrio no Parlamento, ou
Mudança de partido
seja, é uma fraude contra a vontade do
povo

Em complemento ao tema, cabe observar decisão bastante complexa proferida pelo STF
em relação à transferência ou não do direito de sucessão ao novo partido em razão de mudança
por justa causa, na hipótese de superveniente vacância, no caso concreto, em razão de morte
do parlamentar eleito.

A situação concreta envolvia a mudança de partido pelo então Deputado Federal Clodovil
Hernandez, famoso estilista, tendo sido reconhecida a justa causa pelo TSE.

Com a morte de Clodovil, surgiu a questão de saber se o suplente deveria ser do partido
pelo qual ele foi eleito ou do novo partido que o recebeu em virtude da mudança por justa causa.

A questão foi resolvida pelo Pleno no julgamento do MS 27.938, nos seguintes termos:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. ELEITORAL. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. TROCA DE


PARTIDO. JUSTA CAUSA RECONHECIDA. POSTERIOR VACÂNCIA DO CARGO.
MORTE DO PARLAMENTAR. SUCESSÃO. LEGITIMIDADE. O reconhecimento da justa
causa para transferência de partido político afasta a perda do mandato eletivo por
infidelidade partidária. Contudo, ela não transfere ao novo partido o direito de sucessão à
vaga. Segurança denegada” (MS 27.938, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 11.03.2010,
Plenário, DJE de 30.04.2010).

Conforme anotou o Min. Joaquim Barbosa, “como a troca de partidos não é submetida ao
crivo do eleitor, o novo vínculo de fidelidade partidária não recebe legitimidade democrática
inequívoca para a sua perpetuação e, assim, não há a transferência da vaga à nova sigla”.

2.4.2. Sistema Majoritário

O TSE, no julgamento da CTA 1.407, entendeu, em um primeiro momento, que incidiria


para o sistema majoritário a regra de perda de cargo para o eleito infiel (salvo justa causa).

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Esse entendimento foi confirmado pela Corte Eleitoral na Res. n. 22.610/2007 que
disciplinou o processo de perda de cargo eletivo, bem como o de justificação de desfiliação
partidária.

O STF definiu como competente a Justiça Eleitoral para dispor sobre o tema da perda de
mandato, tendo em vista o seu poder regulamentar (ADI 3.999 e ADI 4.086, Rel. Min. Joaquim
Barbosa, j. 12.11.2008, DJE de 17.04.2009).

No entanto, a ADI 5.081 trouxe ponto diverso através do PGR, que questionou:

A Justiça Eleitoral teria legitimidade para estender a regra da fidelidade partidária aos
candidatos eleitos pelo sistema majoritário (Chefes do Executivo e Senadores da República)?

A resposta é negativa. Desta forma, em 2015, a Corte, por unanimidade, fixou a seguinte
tese: “a perda do mandato em razão da mudança de partido não se aplica aos candidatos eleitos
pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo
eleitor”.

De acordo com o item 3 da ementa do voto do Min. Barroso, “o sistema majoritário,


adotado para a eleição de Presidente, Governador, Prefeito e Senador, tem lógica e dinâmica
diversas da do sistema proporcional. As características do sistema majoritário, com sua ênfase
na figura do candidato, fazem com que a perda do mandato, no caso de mudança de partido,
frustre a vontade do eleitor e vulnere a soberania popular (CF, art. 1.º, par. ún., e art. 14, caput)”.

Esse entendimento agora está explícito na S. 67/TSE: “a perda do mandato em razão da


desfiliação partidária não se aplica aos candidatos eleitos pelo sistema majoritário” (j.
10.05.2016, DJE de 24, 27 e 28.06.2016).

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Texto Opcional aqui...

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Questões – Direitos políticos

1) (CESPE/CEBRASPE – Banco do Brasil – 2003)


Para ser votado para um cargo eletivo, no Poder Executivo ou no Poder Legislativo, o cidadão
brasileiro precisa preencher determinados requisitos, como o de ser filiado a um partido político.
( ) certo
( ) errado

2) (CESPE/CEBRASPE – Banco do Brasil – 2002)


A partir da Constituição de 1988, os brasileiros analfabetos e os menores entre dezesseis e
dezoito anos de idade ganharam o direito ao voto, ainda que não sejam obrigados a exercê-lo.
( ) certo
( ) errado

3) (CESPE/CEBRASPE – DPE-ES – 2009)


Caso o prefeito de um município e seu filho, deputado estadual, sejam candidatos à reeleição
para os mesmos cargos, não haverá inelegibilidade.
( ) certo
( ) errado

4) (CESPE/CEBRASPE – ANTAQ – 2009)


Considere que Marcos, oficial da Aeronáutica há 8 anos, seja casado com Vânia, cujo irmão é
senador pelo estado da Paraíba. Nesse caso, não há impedimentos para que Marcos se
candidate a cargo eletivo no referido estado, desde que se afaste da carreira militar.
( ) certo
( ) errado

5) (CESPE/CEBRASPE – TRT17 – 2009)


Diante dos requisitos legais, o juiz de direito de determinada comarca decretou a prisão
preventiva do vereador Galego, suspeito de tráfico de drogas, bem como autorizou a realização
de busca e apreensão em sua residência.
A polícia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se até a câmara municipal, não logrando êxito
em encontrar o vereador. Às 20 h, a polícia localizou Galego em sua residência.
Considerando as informações apresentadas na situação hipotética acima, julgue os itens que se
seguem: Caso Galego seja condenado por decisão transitada em julgado, perde,
automaticamente, o mandato de vereador.
( ) certo
( ) errado

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6) (FCC – TRT24 – 2006)


Sobre os direitos políticos consagrados na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar que
(A) a idade mínima de vinte e um anos para Vereador é condição de elegibilidade.
(B) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de sessenta
anos e os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
(C) a idade mínima de quarenta anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador
é condição de elegibilidade.
(D) a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data da publicação e somente terá
aplicação na eleição que ocorra após um ano da data de sua vigência.
(E) o Governador do Estado deverá renunciar ao respectivo mandato até cinco meses antes do
pleito eleitoral para concorrer a outros cargos.

7) (FCC – TRT24 – Analista Judiciário – 2006)


Considere as seguintes assertivas sobre os direitos políticos:
I. O alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, maiores de sessenta anos
e maiores de dezesseis anos e menores de dezoito anos.
II. É condição de elegibilidade, dentre outras, para ocupar o cargo de Prefeito Municipal, a idade
mínima de vinte e um anos.
III. Para concorrer a outro cargo o Governador do Estado deverá renunciar o seu mandato até
seis meses antes do pleito eleitoral.
IV. Os direitos políticos de um indivíduo poderão ser cassados em caso de incapacidade civil
absoluta.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) II, III e IV.

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8) (FCC – TRF4 – Técnico Judiciário – 2007)


Quanto aos direitos políticos, estabelece a Constituição Federal que
(A) a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua sanção, aplicando-se
somente à eleição que ocorrer até um ano da data de sua vigência.
(B) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos, os maiores de sessenta
e cinco anos e para os menores de dezoito anos.
(C) exige-se, para concorrer aos cargos de Deputado Federal e de Vereador, respectivamente,
a idade mínima de trinta e de vinte e um anos.
(D) o Governador do Distrito Federal, para concorrer ao mesmo ou a outros cargos, deve
renunciar ao respectivo mandato até três meses antes do pleito.
(E) são inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.

9) (FCC – TRF4 – Analista Judiciário – 2007)


Analise:
I. O direito de sufrágio é bem mais amplo que o direito de voto, pois contém, em seu bojo, a
capacidade eleitoral ativa e a capacidade eleitoral passiva.
II. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito.
III. São inelegíveis o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o terceiro grau, do
Governador ou do Prefeito, ou de quem os haja substituído dentro dos três meses anteriores ao
pleito, ainda que titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
IV. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias da
eleição e até trinta dias da diplomação, instruída a ação com provas da prática de eventual crime
ou contravenção.
V. Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
É correto o que consta APENAS em
(A) I, II e V.
(B) I e IV.
(C) II e III.
(D) II, III e IV.
(E) III, IV e V.

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10) (FCC – TRF3 – Analista Judiciário – 2007)


Para concorrer em um pleito eleitoral ao cargo de Deputado Estadual o candidato, preenchidas
as demais condições de elegibilidade, deverá possuir, no mínimo,
(A) 21 anos.
(B) 25 anos.
(C) 30 anos.
(D) 35 anos.
(E) 40 anos.

Questões – Partidos políticos

1) (CESPE/CEBRASPE – TCE-PE – 2017) A liberdade de criação de partidos políticos é um


direito constitucional, o que impede que normas estabeleçam controle quantitativo e qualitativo
sobre eles.
( ) certo
( ) errado

2) (CESPE/CEBRASPE – MPE-PI – 2018) Os partidos políticos têm autonomia administrativa


garantida pela Constituição Federal e poderão definir o regime de suas coligações eleitorais, que
vincularão as candidaturas no âmbito federal, estadual, distrital e no municipal.
( ) certo
( ) errado

3) (CESPE/CEBRASPE – PGE-PE – 2019) A adoção do modelo proporcional em eleições de


deputados fere o princípio da eleição direta, pois a eleição de um deputado não deve depender
dos votos recebidos por outros candidatos do partido ou por sua legenda.
( ) certo
( ) errado

4) (CESPE/CEBRASPE – TCE-RJ – 2021) Partidos políticos têm legitimidade para denunciar ao


Tribunal de Contas da União irregularidades na aplicação de recursos públicos.
( ) certo
( ) errado

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5) (CESPE/CEBRASPE – PGE-PE – 2019) Direitos políticos ativos são os direitos políticos que
permitem ao cidadão candidatar-se e receber votos para um cargo eletivo.
( ) certo
( ) errado

6) (FCC – TRE-SP – 2017) Um grupo de cidadãos brasileiros pretende constituir um partido


político de caráter regional, que tenha, entre suas propostas, o desenvolvimento do meio
ambiente e o fim do direito de os partidos políticos receberem recursos do fundo partidário,
devendo ser custeado com recursos financeiros de seus membros e de entidades estrangeiras
ambientalistas. As características desse partido político
(A) estão em conformidade com a Constituição Federal.
(B) não estão integralmente em conformidade com a Constituição Federal, apenas porque o
partido não poderá defender o fim do direito ao recebimento de recursos do fundo partidário.
(C) não estão integralmente em conformidade com a Constituição Federal, uma vez que o partido
não poderá ter caráter regional, nem receber recursos de entidade estrangeira.
(D) não estão integralmente em conformidade com a Constituição Federal, apenas porque o
partido não poderá ter caráter regional.
(E) não estão integralmente em conformidade com a Constituição Federal, apenas porque o
partido não poderá receber recursos de entidade estrangeira.

7) (FCC – TRE-SP – 2017) À luz da Constituição Federal de 1988, os partidos políticos


(A) poderão ser compulsoriamente dissolvidos ou ter suas atividades suspensas, desde que por
decisão judicial transitada em julgado, a exemplo do que ocorre com as associações em geral.
(B) estão proibidos de receberem recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros,
diferentemente do que ocorre em relação às associações em geral.
(C) adquirem personalidade jurídica mediante registro de seus estatutos no Tribunal Superior
Eleitoral, diferentemente das associações em geral, que a adquirem na forma da lei civil.
(D) devem possuir base territorial não inferior à área de um Município, à semelhança do que
ocorre em relação às associações sindicais.
(E) possuem autonomia para definir sua organização interna, estrutura e funcionamento,
diferentemente do que ocorre com os sindicatos, que dependem de autorização estatal e de
registro no órgão competente para que sejam fundados.

8) (FCC – TRT11 – 2017) Considere a seguinte situação hipotética: Hugo, Leonardo e Jaílma
pretendem criar o partido político Y. Hugo propõe que seja contatada determinada entidade
estrangeira com a finalidade de receber dela recursos financeiros para o novo partido; Leonardo
sugere que seja criado o partido em caráter regional; Jaílma sugere a utilização, pelo novo
partido, de organização paramilitar. Com relação a tais sugestões,
(A) todas são admissíveis porque os partidos políticos podem receber recursos financeiros de
entidade estrangeira, além de ser possível o seu caráter regional, sendo permitida a utilização
de organização paramilitar.
(B) são inadmissíveis as de Hugo e de Jaílma, porque os partidos políticos estão proibidos de
receber recursos financeiros de entidade estrangeira, sendo vedada a utilização de
organização paramilitar, mas é admissível a de Leonardo, pois os partidos políticos podem
ter caráter regional.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
Prof. Mateus Silveira

(C) são inadmissíveis as de Hugo e de Leonardo, porque os partidos políticos estão proibidos de
receber recursos financeiros de entidade estrangeira e devem ter caráter nacional, mas é
admissível a de Jaílma, pois é permitida, pelos partidos políticos, a utilização de organização
paramilitar.
(D) são inadmissíveis as de Leonardo e Jaílma, porque os partidos políticos devem ter caráter
nacional, sendo vedada a utilização de organização paramilitar, mas é admissível a de Hugo,
pois é permitido, aos partidos políticos, o recebimento de recursos financeiros de entidade
estrangeira.
(E) todas são inadmissíveis, porque os partidos políticos estão proibidos de receber recursos
financeiros de entidade estrangeira e devem ter caráter nacional, sendo vedada a utilização
de organização paramilitar.

9) (FCC – TRF5 – 2017) Fernando, um dos fundadores do partido político “Força e Fé”, deseja
fundi-lo ao partido político “Força e Crença”, cuja proposta programática é complementar à sua.
Visa, ainda, buscar novas fontes de financiamento da atividade partidária, cogitando, para tanto,
contar com o apoio de entidade ou governo estrangeiros. Em conformidade com a Constituição
Federal, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os
direitos fundamentais da pessoa humana, a
(A) referida fusão é livre, sendo proibido, contudo, o recebimento de recursos financeiros de
entidade ou governo estrangeiros ou a subordinação a estes.
(B) referida fusão é livre, sendo permitido, ainda, o recebimento de recursos financeiros de
governo estrangeiro, bem como a subordinação a este, desde que respeitada a legislação
pátria.
(C) criação, a incorporação e a extinção de partidos políticos são livres, mas é proibida a referida
fusão, sendo permitido o recebimento de recursos financeiros de entidade estrangeira,
embora proibida a subordinação a esta.
(D) criação e a extinção de partidos políticos são livres, mas são proibidas a referida fusão ou a
incorporação, sendo ainda proibido o recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou a subordinação a estes.
(E) referida fusão é livre, sendo permitido o recebimento de recursos financeiros de governo
estrangeiro, mas proibido o de entidades estrangeiras, assim como a subordinação a estas.

10) (FCC – TRT24 – 2017) A Constituição Federal assegura aos Partidos Políticos
(A) recursos do fundo partidário limitado a cinco vezes a participação do partido político no
Congresso Nacional, bem como o acesso oneroso ao rádio e à televisão.
(B) autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, com obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal.
(C) autonomia para criação de partidos políticos, sendo que após adquirirem personalidade
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Supremo Tribunal Federal.
(D) autonomia para criação de partidos políticos, sendo que após adquirirem personalidade
jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Congresso Nacional.
(E) a livre criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana, observados preceitos constitucionais, devendo seus estatutos estabelecer normas
de disciplina e fidelidade partidária.

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Gabarito

Direitos políticos

1) Certo;

2) Certo;

3) Certo;

4) Certo;

5) Certo;

6) D;

7) C;

8) E;

9) A;

10) A.

Partidos políticos

1) Errado;

2) Errado;

3) Errado;

4) Certo;

5) Errado;

6) C;

7) B;

8) E;

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9) A;

10) E;

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