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DIREITO ELEITORAL

Princípios Constitucionais Aplicáveis


aos Direitos Políticos

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
WESLEI MACHADO

Weslei Machado é Promotor de Justiça Substi-


tuto no Ministério Público do Estado do Amazo-
nas e Promotor Eleitoral da 38ª Zona Eleitoral
do Estado do Amazonas, Especialista em Direi-
to Constitucional – IDP, foi Analista Judiciário –
Área Judiciária do TSE (2007/2017); foi Asses-
sor de Desembargador no TJDFT (2016/2017;
professor de diversos cursos preparatórios para
concursos em Brasília; professor e foi Assessor
do curso de Direito da Universidade Católica de
Brasília.

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DIREITO ELEITORAL
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos
Prof. Weslei Machado

Direitos Políticos..........................................................................................5
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políticos..................................5
A) Aspectos Gerais......................................................................................5
B) Direitos Políticos: Classificação..................................................................7
C) Direito ao Sufrágio................................................................................ 10
D) Direito ao Voto...................................................................................... 12
Voto: Características.................................................................................. 13
E) Plebiscito e Referendo............................................................................ 14
F) Alistamento Eleitoral.............................................................................. 16
Requisitos para o Alistamento..................................................................... 16
Espécies de Alistamento............................................................................. 17
G) Elegibilidade......................................................................................... 21
H) Condições de Elegibilidade Infraconstitucionais.......................................... 29
Indicação em Convenção Partidária.............................................................. 29
Elegibilidade do Militar............................................................................... 35
Restrição dos Direitos Políticos.................................................................... 36
Perda dos Direitos Políticos......................................................................... 38
Resumo.................................................................................................... 46
Questões de Concurso................................................................................ 52
Gabarito................................................................................................... 64
Gabarito Comentado.................................................................................. 65
Referências............................................................................................... 89

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Querido(a) aluno(a), tudo bem?

Em nossa aula de hoje, trataremos dos direitos políticos ou, no jargão utilizado

por alguns editais de concursos públicos, dos princípios constitucionais aplicáveis

aos direitos políticos. Em suma, eu e você, a partir de agora, veremos as principais

disposições constitucionais inscritas nos arts. 14 a 16 da Constituição Federal.

Entretanto, você não pode se esquecer de que os direitos políticos são uma

categoria distinta de direitos fundamentais. Aliás, a partir da própria classificação

constitucional, tem-se que são espécies de direitos fundamentais:

• direitos e deveres individuais e coletivos;

• direitos sociais;

• nacionalidade;

• direitos políticos;

• partidos políticos.

A partir dessa distinção constitucional, vê-se que os direitos políticos constituem

uma categoria distinta de direitos fundamentais. Não se confundem, por exemplo,

com o direito de criar, organizar e participar de partidos políticos. Com efeito, os di-

reitos políticos são a forma de exercício da soberania popular.

Assim, em nossa aula de hoje, deteremos os nossos olhares, especificamente,

nas normas constitucionais referentes aos direitos políticos. Entretanto, dadas a

importância e as especificidades do instituto da inelegibilidade, ele será estudado

em uma aula separada.

Por fim, em nossa conversa de hoje, trataremos dos aspectos gerais dos direitos

políticos: direito ao voto, alisamento eleitoral, elegibilidade, elegibilidade do militar

e hipóteses de perda ou suspensão dos direitos políticos.

Está preparado(a)? Vamos lá!!!

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DIREITOS POLÍTICOS
Princípios Constitucionais Aplicáveis aos Direitos Políti-
cos
A) Aspectos Gerais
A Constituição Federal, em seu art. 1º, parágrafo único, prescreve que todo
poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes
eleitos. Esse poder do povo é denominado soberania popular. Na verdade, segundo
o Texto Constitucional, “todo” poder pertence ao povo e, para exercê-lo, existem
duas maneiras: diretamente, por meio dos instrumentos de exercício direto de de-
mocracia (voto, plebiscito, referendo etc.); e indiretamente, por meio dos cidadãos
eleitos para o exercício de mandatos representativos no poder legislativo e no po-
der executivo.
Com efeito, a soberania popular pode ser exercida de forma direta ou indireta.
O povo exerce seu poder diretamente quando, sem intermediação, interfere na
formação da vontade política do Estado. Por sua vez, exercerá seu poder indire-
tamente por meio da escolha de representantes populares. Esses representantes
serão responsáveis pela elaboração das leis e atos normativos em nome do povo.
Mas como se dá o exercício da soberania popular? Em outras palavras: como o
povo exerce o seu poder ou a soberania popular?
Nos termos do art. 14, caput, da CF, a soberania popular será exercida por meio
do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto e, nos termos da lei, mediante:
• plebiscito;
• referendo;
• iniciativa popular de leis;

• ação popular, entre outros instrumentos de exercício direto de poder

pelo povo.

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Esse conjunto de instrumentos de exercício da soberania popular é denominado

direitos políticos. Isso quer dizer que os direitos políticos são os instrumentos de

exercício do poder pelo povo. Alexandre de Moraes conceitua os direitos políticos

da seguinte forma:

É o conjunto de regras que disciplina as formas de atuação da soberania popular, con-


forme preleciona o caput do art. 14 da Constituição Federal. São direitos públicos sub-
jetivos que investem o indivíduo no status activae civitatis, permitindo-lhe o exercício
concreto da liberdade de participação nos negócios políticos do Estado, de maneira a
conferir os atributos da cidadania.

Para José Jairo Gomes, esta é a definição de direitos políticos:

Denominam-se direitos políticos ou cívicos as prerrogativas e os deveres inerentes à


cidadania. Englobam o direito de participar direta ou indiretamente do governo, da
organização e funcionamento do Estado [...]. É pelos direitos políticos que as pessoas
– individual ou coletivamente – intervêm e participam no governo. Tais direitos não são
conferidos indistintamente a todos os habitantes do território estatal – isto é, a toda a
população –, mas só aos nacionais que preencham determinados requisitos expressos
na Constituição – ou seja, ao povo.

De forma expressa, a Constituição Federal consagra os seguintes direitos polí-

ticos:

• Sufrágio universal;

• Voto direto e secreto;

• Referendo;

• Plebiscito;

• Iniciativa popular de leis.

Ressalte-se, entretanto, que o rol de direitos políticos constantes no art. 14 da

Constituição Federal não é taxativo, mas meramente exemplificativo. Isso quer

dizer que existem outros direitos políticos, além daqueles expressamente consig-

nados na Constituição Federal. Assim, toda forma de manifestação que permita ao

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povo a intervenção na formação/modificação das políticas públicas e das leis cons-


tituirá direito político. Exemplificando: as manifestações populares, a favor ou con-
tra um determinado tema político-comunitário, constituem manifestação de direito
político; a atividade do lobista na defesa de direitos de uma determinada classe ou
setor social, por exemplo, constitui exercício de direito político.

B) Direitos Políticos: Classificação


Os direitos políticos podem ser classificados em ativos ou passivos:
• Direitos políticos ativos – constituem o direito de votar. Trata-se da hipótese
em que o povo manifesta diretamente sua vontade. Somente pode exercer o
direito ao voto o cidadão previamente alistado perante a Justiça Eleitoral, já
que, segundo entendimento majoritário, o alistamento eleitoral possui cará-
ter constitutivo. Ou seja: antes do alistamento, não há cidadão; após o alis-
tamento, surgem os direitos políticos e o cidadão poderá exercê-los.

Todo cidadão tem direito político ativo. Isso quer dizer que qualquer cidadão alista-
do perante a Justiça Eleitoral será titular do direito de votar, independentemente de
qualquer outra circunstância, salvo se incidir em uma hipótese restritiva do exercí-
cio da cidadania, como, por exemplo, nos casos de suspensão dos direitos políticos
inscritas no art. 15 da Constituição Federal.

• Direitos políticos passivos – abrangem o direito de ser votado, ou seja,


o direito de concorrer a cargos públicos eletivos. Para o exercício dos direitos

políticos passivos é necessário o preenchimento de um conjunto de requisitos

fixados na Constituição Federal ou em lei, que são denominados condições de

elegibilidade.

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Somente poderá exercer os direitos políticos passivos o cidadão que preencher

todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma situação de inele-

gibilidade. Não são todos os cidadãos que podem exercer o direito de ser votado,

diferentemente do direito de votar.

Essa primeira classificação não é suficiente para encaixar/classificar uma série

de direitos políticos. Por essa razão, com a finalidade de classificar didaticamente

todos os direitos políticos, a doutrina construiu outra classificação que divide os di-

reitos políticos em positivos e negativos.

Direitos políticos positivos constituem o conjunto de normas que conferem

ao povo a possibilidade de exercer a soberania popular. Toda norma que atribuir ao

povo o direito de interferir na formação da vontade política do Estado será denomi-

nada direito político positivo. Segundo Dirley da Cunha Júnior:

São prerrogativas que asseguram ao povo a faculdade de participar democraticamente


do governo, quer por seus representantes, quer por si.
Como núcleo dos direitos políticos, surge o direito de sufrágio, que se caracteriza tanto
pela capacidade eleitoral ativa (direito de votar, capacidade de ser eleitor, alistabilida-
de) como pela capacidade eleitoral passiva (direito de ser votado, elegibilidade). (Pedro
Lenza. Direito Constitucional Esquematizado. Saraiva: São Paulo, p. 1422

A partir dessa classificação, podem ser classificados como direitos políticos po-

sitivos os seguintes instrumentos de exercício da soberania popular:

• 1º — direito de votar;

• 2º — direito de ser votado;

• 3º — direito de participar em referendo;

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• 4º — direito de participar em plebiscito; 5º — iniciativa popular de leis;

• 6º — ação popular.

Direitos políticos negativos constituem um conjunto de normas que res-

tringem o exercício dos direitos políticos. Essas limitações devem ser interpreta-

das restritivamente. Isso porque normas que restringem os direitos políticos, na

verdade, estarão restringindo um direito fundamental, pois, segundo regras de

hermenêutica, restrição a direitos fundamentais devem ser interpretadas de forma

restritiva.

Sobre essa espécie de classificação, Pedro Lenza, em seu livro Direito Constitu-

cional Esquematizado, leciona que:

Ao contrário dos direitos políticos positivos, os direitos políticos negativos individuali-


zam-se ao definirem formulações constitucionais restritivas e impeditivas das atividades
político-partidárias, privando o cidadão do exercício de seus direitos políticos, bem como
impedindo-o de eleger um candidato (capacidade eleitoral ativa) ou de ser eleito (capa-
cidade eleitoral passiva).

Além disso, no que se refere à aplicação das restrições à cidadania, deve-se

levar em consideração o princípio da tipicidade eleitoral. A partir dessa norma, so-

mente será admitida a limitação de direitos políticos nas hipóteses expressamente

previstas na Constituição Federal ou em lei.

Aliás, Thales Tácito Cerqueira e Camila A. Cerqueira (CERQUEIRA, Tales Tácito.

CERQUEIRA, Camila. Direito Eleitoral Esquematizado. Saraiva: São Paulo, p. 35)

ensinam que:

No Direito Eleitoral brasileiro, onde não se estiver restringido direitos políticos, não cabe
ao intérprete fazê-lo. Este princípio é fundamental, é norma de aplicação geral, e cor-
responde exatamente ao in dubio pro reo do Direito Processual Penal. Podemos cha-
má-lo de in dubio pro candidato ou in dubio pro eleitor, ou seja, havendo dúvida, deve
sempre o juiz ou Tribunal priorizar a não restrição de direitos políticos.

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Assim, a restrição de direitos políticos por meio dos institutos da perda ou sus-

pensão somente é admitida nos casos estabelecidos no art. 15 da Constituição

Federal. Não se admite a instituição de novas hipóteses de perda e suspensão de

direitos políticos por meio de legislação infraconstitucional.

Por sua vez, a restrição do direito político passivo por meio das inelegibilidades

somente cabe por meio de previsão contida em norma constitucional (art. 14, §§ 4º

a 7º) ou disposição de lei complementar. Isso porque o art. 14, § 9º, da Constitui-

ção Federal prevê a possibilidade de criação de outras hipóteses de inelegibilidade,

além daquelas estabelecidas no texto constitucional, desde que haja a instituição

de lei complementar.

Após essas considerações, podem ser classificadas como direitos políticos ne-

gativos:

• hipóteses de inelegibilidades;

• hipóteses de perda dos direitos políticos;

• hipóteses de suspensão dos direitos políticos.

C) Direito ao Sufrágio
Segundo Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, “os direitos políticos

abrangem o direito ao sufrágio, que se materializa no direito de votar, de participar

da organização da vontade estatal e no direito de ser votado”.

Da mesma forma, Alexandre de Moraes reconhece que o direito ao sufrágio

abrange o direito de votar e de ser votado, sendo a essência dos direitos políticos.

Desse modo, o direito ao sufrágio abrange:

• a capacidade eleitoral ativa – direito de votar;

• a capacidade eleitoral passiva – direito de ser votado.

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Contudo, não se pode confundir voto e sufrágio. Embora haja uma íntima liga-

ção entre esses dois institutos, eles não se confundem. De acordo com José Afonso

da Silva:

As palavras sufrágio e voto são empregadas comumente como sinônimos. A Constitui-


ção, no entanto, dá-lhes sentidos diferentes, especialmente, no seu artigo 14, por onde
se vê que o sufrágio é universal e o voto é direto e secreto e tem valor igual. A palavra
voto é empregada em outros dispositivos, exprimindo a vontade num processo decisó-
rio. Escrutínio é outro termo com que se confundem as palavras sufrágio e voto. É que
os três se inserem no processo de participação do povo no governo, expressando: um,
o direito (sufrágio), outro, o seu exercício (o voto), e o outro, o modo de exercício (es-
crutínio).

A Constituição Federal dispõe que o sufrágio é universal. Em um primeiro momen-

to, pode-se pensar que todas as pessoas são titulares de direitos políticos, dada a

menção à característica da universalidade. Não obstante, somente são titulares do

direito ao sufrágio as pessoas que preencherem os requisitos constitucionais para a

aquisição dos direitos políticos. Essas pessoas são denominadas cidadãos.

Deve-se distinguir o cidadão da pessoa:

• Cidadão – titular de direitos políticos. Para a Constituição, só poderá ser con-

siderado cidadão a pessoa que for brasileira e maior de dezesseis anos, desde

que alistado perante a Justiça Eleitoral;

• Pessoa – titular de direitos. Para o Código Civil, todos os que nasceram com

vida são pessoas e titulares de direitos e obrigações na ordem civil.

A expressão sufrágio universal é utilizada em contraposição ao sufrágio res-

trito. De forma simples, Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino fazem a seguinte dis-

tinção entre sufrágio universal e restrito:

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O sufrágio é universal quando assegurado o direito de votar a todos os nacionais,


independentemente da exigência de quaisquer requisitos, tais como condições culturais
ou econômicas etc.
O sufrágio será restrito quando o direito de votar for concedido tão somente àqueles
que cumprirem determinadas condições fixadas pelas leis do Estado. O sufrágio restrito,
por sua vez, poderá ser censitário ou capacitário.
O sufrágio censitário é aquele que somente outorga o direito voto àqueles que preen-
cherem certas qualificações econômicas. Seria o caso, por exemplo, de não se permitir
o direito de voto àqueles que auferissem renda mensal inferior a um salário mínimo.
O sufrágio capacitário é aquele que só outorga o direito de voto aos indivíduos do-
tados de certas características especiais, notadamente de natureza intelectual. Seria
o caso, por exemplo, de se exigir para o direito ao voto a apresentação de diploma de
conclusão do curso fundamental, ou médio ou superior.

D) Direito ao Voto
Como visto, o direito ao voto é classificado como direito político ativo. Todo ci-

dadão que possuir a capacidade eleitoral ativa terá direito de exercer o voto.

O direito ao voto pode ser conceituado, segundo José Jairo Gomes, como:

[...] um dos mais importantes instrumentos democráticos, pois enseja o exercício da


soberania popular e do sufrágio. Cuida-se do ato pelo qual os cidadãos escolhem os
ocupantes de cargos político-eletivos. Por ele, concretiza-se o processo de manifestação
da vontade popular. Embora expresse um direito público subjetivo, o voto é também um
dever cívico e, por isso, obrigatório para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos.

Quanto à sua natureza jurídica, Pinto Ferreira ensina que o voto:

[...] é essencialmente um direito público subjetivo, é uma função da soberania popular


na democracia representativa e na democracia mista como um instrumento deste, e tal
função social justifica e legitima a sua imposição como um dever, posto que o cidadão
tem o dever de manifestar sua vontade na democracia.

Assim, vê-se que o voto é um direito público subjetivo de manifestação da von-

tade e decorre da soberania popular. Para os maiores de 18 anos e menores de 70

anos, desde que alfabetizados, o voto também é um dever cívico. Trata-se de um di-

reito/dever em que os cidadãos escolherão os ocupantes de cargos representativos.

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Voto: Características

O direito ao voto possui algumas características: pessoalidade, obrigatoriedade,

liberdade, secreto, direto, periódico e igual. Essas características são corretamente

definidas por Alexandre de Moraes, nos seguintes termos:

• Pessoalidade: o voto só pode ser exercido pessoalmente. O eleitor não pode

outorgar procuração para que outrem exerça o voto em seu lugar. A pessoa-

lidade é essencial para a garantia da sinceridade e da autenticidade do voto;

• Obrigatoriedade de comparecimento: aos maiores de 18 anos e meno-

res de 70 anos, desde que alfabetizados, é obrigatório o comparecimento às

eleições. Aquele que se encaixar nessa prescrição constitucional deverá ne-

cessariamente comparecer às urnas sob pena de estar sujeito a uma série de

restrições legais e multa.

Especificamente sobre essa característica, há uma divergência se há uma obri-

gatoriedade para o voto ou uma obrigatoriedade de comparecimento às urnas.

Alexandre de Moraes defende que:

• Obrigatoriedade formal do comparecimento: em regra, existe a obri-

gatoriedade do voto, salvo aos maiores de 70 anos e aos menores de 18 e

maiores de 16. Consiste em obrigar o cidadão ao comparecimento às elei-

ções, assinando uma folha de presença e depositando seu voto na urna, ha-

vendo inclusive uma sanção (multa) para sua ausência. Em virtude, porém,

de sua característica de secreto, não se pode exigir que o cidadão, efetiva-

mente, vote.

• Liberdade – trata-se da possibilidade de o cidadão escolher com liberdade

seus candidatos e partidos políticos. Além disso, a liberdade de voto inclui o

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direito de se votar em branco ou em anular o voto. Portanto, “embora haja

o dever de votar, todos são livres para escolher ou não um candidato e até

anular o voto” (José Jairo Gomes);

• Secreto – o voto é sigiloso e o seu conteúdo não pode ser revelado pelos

órgãos da Justiça Eleitoral. Essa característica tem a finalidade de garantir a

lisura e a probidade das eleições, evitando que o eleitor tenha sua vontade

corrompida pelo abuso do poder econômico ou político;

• Direto – o eleitor, sem intermediários, escolhe seus governantes e represen-

tantes;

• Periodicidade – os mandatos são temporários e, de forma periódica, o elei-

tor é chamado a escolher seus governantes e representantes por meio do

voto. Aliás, a periodicidade do voto é uma cláusula pétrea;

• Igualdade – o voto de todos os cidadãos tem o mesmo valor, independente-

mente de qualquer circunstância. Nesse tema, aplica-se o princípio da igual-

dade formal: one man, one vote.

E) Plebiscito e Referendo
Entre as formas de exercício da soberania popular, tem-se o referendo e o ple-

biscito. Esses dois instrumentos viabilizam o exercício da soberania popular de for-

ma direta. O povo é chamado por meio de uma consulta popular a se manifestar

sobre um determinado tema político-comunitário.

De acordo com Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, pode-se conceituar plebis-

cito e referendo da seguinte forma:

Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre matéria
de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.
O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, cabendo
ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.

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O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo, cum-


prindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
A distinção entre os institutos é feita levando-se em conta o momento da manifestação
dos cidadãos: se a consulta à população é prévia, temos o plebiscito; se a consulta à
população sobre determinada matéria é posterior à edição de um ato governamental,
temos o referendo.

Sobre o plebiscito e o referendo, veja as seguintes prescrições contidas na Lei

n. 9.709/1998:

Art. 1º A soberania popular é exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e se-
creto, com valor igual para todos, nos termos desta Lei e das normas constitucionais
pertinentes, mediante:
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.
Art. 2º Plebiscito e referendo são consultas formuladas ao povo para que delibere sobre
matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa ou administra-
tiva.
§ 1º O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo, ca-
bendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.
§ 2º O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,
cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Art. 3º Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou
do Poder Executivo, e no caso do § 3º do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito
e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço,
no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de
conformidade com esta Lei.

Art. 8º Aprovado o ato convocatório, o Presidente do Congresso Nacional dará ciência


à Justiça Eleitoral, a quem incumbirá, nos limites de sua circunscrição: I – fixar a data
da consulta popular;
I – tornar pública a cédula respectiva;
II – expedir instruções para a realização do plebiscito ou referendo;
III – assegurar a gratuidade nos meio de comunicação de massa concessionários de
serviço público, aos partidos políticos e às frentes suprapartidárias organizadas pela
sociedade civil em torno da matéria em questão, para a divulgação de seus postulados
referentes ao tema sob consulta.
Art. 9º Convocado o plebiscito, o projeto legislativo ou medida administrativa não efeti-
vada, cujas matérias constituam objeto da consulta popular, terá sustada sua tramitação,
até que o resultado das urnas seja proclamado.

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Art. 10. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da presente Lei, será conside-
rado aprovado ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homologado
pelo Tribunal Superior Eleitoral.

F) Alistamento Eleitoral
O alistamento eleitoral é o ato pelo qual a pessoa se torna um cidadão. Trata-se

de procedimento administrativo desenvolvido perante a Justiça Eleitoral que tem a

finalidade de aferir o preenchimento dos requisitos de alistabilidade. Segundo José

Jairo Gomes:

Entende-se por alistamento o procedimento administrativo-eleitoral pelo qual se qualifi-


cam e se inscrevem os eleitores. Nele se verifica o preenchimento dos requisitos cons-
titucionais e legais indispensáveis à inscrição do eleitor. Uma vez deferido, o indivíduo é
integrado ao corpo de eleitores, podendo exercer direitos políticos, votar e ser votado,
enfim, participar da vida política do país. Em outras palavras, adquire-se cidadania. No-
te-se, porém, que, com o alistamento, adquire-se apenas a capacidade eleitoral ativa,
o jus sufragii; a passiva ou a elegibilidade depende de outros fatores.

Requisitos para o Alistamento

A Constituição Federal, em seu art. 14, § 1º enumera os requisitos necessários

para o alistamento eleitoral. Assim, são requisitos de alistabilidade:

• Nacionalidade brasileira: basta ter a nacionalidade brasileira para que a

pessoa possa alistar-se. No que se refere aos requisitos para a prática desse

ato, não há distinção entre brasileiro nato e naturalizado;

Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em

favor de brasileiros, nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, serão atribu-

ídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição. Isso

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quer dizer que os portugueses podem se alistar no Brasil, desde que haja o preen-

chimento desses dois requisitos: residência permanente no Brasil e reciprocidade.

Assim, preenchidos os requisitos, o português é o único estrangeiro que poderá se

tornar um cidadão brasileiro.

• Idade mínima de 16 anos;

Espécies de Alistamento

De acordo com o art. 14, §§ 1º e 2º, da Constituição Federal, o alistamento

eleitoral pode ser classificado em: obrigatório, facultativo e vedado.

Alistamento Obrigatório

O alistamento e o voto serão obrigatórios desde que preenchidos os seguintes

requisitos cumulativos:

• Ser brasileiro, maior de 18 anos, menor de 70 anos; e

• Alfabetizado.

Por essa razão, aquele (com alistamento e voto obrigatórios) que não cumprir

esse dever constitucional estará sujeito às seguintes sanções:

Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30
(trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por
cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma
prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei n. 4.961, de 1966)
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que
se justificou devidamente, não poderá o eleitor:
I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou em-
possar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego
público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas,
institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo

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ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente


ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos
Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econô-
micas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em
qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração
este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto
de renda.

Alistamento Facultativo

O alistamento será facultativo para pessoas nas seguintes situações:

• Maior de 16 anos e menor de 18 anos;

• Maior de 70 anos;

• Analfabeto.

Qual a razão de o voto e o alistamento serem facultativos aos maiores de 70

anos? Qual a circunstância que singulariza essa classe de pessoas para que rece-

bam um tratamento normativo diferenciado? Para Gilmar Mendes e Paulo Gustavo

Gonet Branco:

[...] o legislador constitucional, ao facultar o voto aos maiores de 70 anos, atentou, cer-
tamente, para as prováveis limitações físicas decorrentes da sua idade, de modo a não
transformar o exercício do voto em transtorno ao seu bem-estar.

Você deve estar pensando que existe outra classe de pessoas que também pos-

sui limitações físicas que podem tornar oneroso o exercício dos direitos políticos:

as pessoas com necessidades especiais (PNEs). O alistamento eleitoral é facultativo

ou obrigatório para as PNEs?

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Os próprios autores Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco respondem

a essa pergunta, baseados em um julgamento do Tribunal Superior Eleitoral, nos

seguintes moldes:

Argumentou-se que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente tor-


nam impossível o exercício de suas obrigações eleitorais, tais como os tetraplégicos e
os deficientes visuais inabilitados para a leitura em braile. Todos eles poderiam, assim,
encontrar-se em situação até mais onerosa do que a dos idosos. Ressalte-se que nem
todas as salas de seções de votação têm acesso adequado para deficientes. Cuidar-se-ia
de ‘lacuna’ suscetível de ser superada com base nos próprios princípios estruturantes
do sistema constitucional, suficientes a legitimar uma cláusula implícita que justificasse
outras exceções ao alistamento obrigatório, desde que compatível com o ‘projeto’ fixado
pelo texto constitucional. No caso, o próprio art. 5º, § 2º, da Constituição Federal auto-
rizaria a interpretação que legitimava a extensão do direito reconhecido aos idosos às
portadoras de deficiência grave.

Por sua vez, ao regulamentar a matéria, o TSE, na edição da Resolução-TSE n.

21.920/2004, dispôs que o alistamento e o voto são obrigatórios para as pessoas

com deficiência. Entretanto, as pessoas com deficiência para quem o exercício das

obrigações eleitorais seja excessivamente oneroso não estarão sujeitas às sanções

decorrentes de não o praticarem. Ou seja, para esta última classe de pessoas,

o alistamento e o voto serão facultativos.

Aliás, a extensão da facultatividade do voto para os maiores de 70 anos foi ex-

pressamente consignada na fundamentação dada pelo TSE para a edição da Reso-

lução TSE n. 21.920/2004. Senão vejamos:

Considerando a necessidade de garantia do princípio da dignidade da pessoa


humana, princípio fundamental do Estado democrático de direito,
Considerando que o texto constitucional faculta aos maiores de 70 anos o
exercício do voto, certamente com a finalidade de não causar transtorno ao
seu bem-estar (CF, art. 14, § 1º, II, b),

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Considerando que algumas pessoas apresentam deficiências que praticamente


tornam impossível ou extremamente oneroso o exercício de suas obrigações
eleitorais, considerando que o art. 5º, § 2º, da Constituição Federal, legitima a
extensão do direito assegurado aos maiores de 70 anos às pessoas portadoras
de deficiência nas condições referidas,
Considerando não haver razão para se aplicarem as sanções legais àqueles
que se encontram na situação acima descrita e que, por isso, deixam de exer-
cer suas obrigações eleitorais.

Veja o teor da disposição normativa dessa referida Resolução TSE n. 21.920/2004:

Art. 1º O alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para todas as pessoas porta-
doras de deficiência.
Parágrafo único. Não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne
impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, rela-
tivas ao alistamento e ao exercício do voto.

Alistamento Vedado

A Constituição Federal proíbe o alistamento eleitoral para as seguintes pessoas:

• Conscrito, durante o período do serviço militar obrigatório – conscrito é o

nome que se dá aos que prestam serviço militar obrigatório. Esse serviço

constitui-se de um conjunto de atividades específicas prestadas às Forças

Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica –, relacionadas à defesa nacional;

• Estrangeiro – a nacionalidade brasileira é pressuposto para a cidadania bra-

sileira. O único estrangeiro que pode se alistar no Brasil é o português, em

razão do estatuto da igualdade.

O conscrito e o estrangeiro são denominados inalistáveis.

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Quanto ao alistamento vedado, o Código Eleitoral, em seu art. 5º, inciso II,

prescreve que o alistamento é vedado àqueles que não saibam exprimir-se em lín-

gua nacional. Esse inciso está revogado. Veja o seguinte julgado do TSE:

Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores


somente é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, aos conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe
em face da incapacidade absoluta nos termos da lei civil.
Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada
a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há
como entender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar
à Carta Magna, que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica
não estabelece.
Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja pre-
visto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que
afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda
sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores.
Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Consti-
tuição Federal de 1988. (TSE, PA n. 19.840/2010).

G) Elegibilidade
O direito à elegibilidade confere ao cidadão a possibilidade de concorrer a cargos

públicos eletivos. Pode ser classificado como direito político passivo e decorre da

capacidade eleitoral passiva.

Somente poderá exercer o direito à elegibilidade o cidadão que preencher as

condições de elegibilidade. Essas condições estão estabelecidas no art. 14, § 3º, da

Constituição Federal, nos seguintes termos:

Art. 14, § 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;

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III – o alistamento eleitoral;


IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária; Regulamento
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

Ressalte-se que essa norma constitucional pode ser classificada como norma de

eficácia contida. Isso quer dizer que, desde a promulgação da Constituição, todo

cidadão que quisesse concorrer a cargos públicos eletivos deveria preencher os

requisitos constitucionais inscritos no art. 14, § 3º. Entretanto, é possível que o le-

gislador ordinário institua novos critérios para o exercício do direito político passivo.

Não se pode confundir as condições de elegibilidade com as inelegibilidades.

São institutos distintos e com finalidades distintas. Para deixar clara essa dife-

renciação, veja o seguinte julgado do TSE:

Não há que confundir, em face de nosso sistema constitucional, pressupostos


(ou condições) de elegibilidade e inelegibilidades, embora a ausência de qual-
quer daqueles ou a incidência de qualquer destas impeça alguém de poder
candidatar-se a eleições municipais, estaduais ou federais.
Pressupostos de elegibilidade são requisitos que se devem preencher para que
se possa concorrer a eleições. Assim, estar no gozo de direitos políticos, ser
alistado como eleitor, estar filiado a partido político, ter sido escolhido como
candidato do Partido a que se acha filiado, haver sido registro, pela Justiça
Eleitoral, como candidato por esse partido. Já as inelegibilidades são impedi-
mentos que, se não afastados por quem preencha os pressupostos de elegibi-
lidade, lhe obstam concorrer a eleições, ou – se supervenientes ao registro ou
se de natureza constitucional – servem de fundamento à impugnação de sua
diplomação, se eleito. (Processo Administrativo 19.899, rel. Min. Ari Pargen-
dler, de 30.9.2008, Res.-TSE n. 22.948).

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Visando à correta compreensão das condições de elegibilidade, faremos um es-

tudo pormenorizado de cada um desses requisitos constitucionais para o exercício

da capacidade eleitoral passiva.

Nacionalidade Brasileira

É a primeira das condições de elegibilidade, enumerada pela CF/1988 (art. 14,

§ 3º, I). A Constituição Federal não permite que todos os residentes no Brasil possam

ser candidatos. Tutela, assim, os interesses nacionais, permitindo que somente os

brasileiros participem do processo eleitoral como candidatos.

Dessa forma, exige-se a nacionalidade brasileira para que a pessoa possa con-

correr a cargos eletivos. Aos brasileiros natos, a elegibilidade é plena para todos

os cargos, de modo que o impedimento para os naturalizados ocorre nas seguintes

hipóteses:

• quando se tratar de eleições para os cargos de presidente e vice-presidente

da República (CF/1988, art. 12, § 3º, I);

• quando houver a perda da nacionalidade adquirida (brasileiro naturalizado),

seja por cancelamento via sentença judicial em que não caiba mais recurso,

seja por ter o cidadão adquirido outra nacionalidade, excetuados os casos

previstos na própria Carta Magna (CF/1988, art. 12, § 4º, I e II).

Questão interessante é saber se o português pode concorrer a cargos públicos

eletivos no Brasil. Sobre o assunto, este é o ensinamento de Dirley da Cunha Jú-

nior:

Em razão de norma permissiva do § 1º do art. 12 da Constituição – que assegura aos


portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos na Constituição –
os portugueses podem exercer a capacidade eleitoral passiva e se candidatar a mandato

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eletivo (exceto para Presidente e Vice-Presidente da República, em face do § 3º do


art. 12), desde que cumpram as demais condições de elegibilidade.

Alistamento Eleitoral

Somente o cidadão previamente inscrito no Cadastro Eleitoral poderá concorrer

a cargos eletivos. O alistamento eleitoral é uma das condições de elegibilidade. Em

outras palavras, só o cidadão, se preencher os demais requisitos, poderá participar

de eleições.

Plenitude do Gozo dos Direitos Políticos

A plenitude de direitos políticos é condição sine qua non para a elegibilidade.


Isso quer dizer que, para o exercício do direito à elegibilidade, o cidadão não pode
incidir em nenhuma das hipóteses de perda ou de suspensão dos direitos políticos.

As inelegibilidades não afetam a plenitude do exercício dos direitos políticos. So-


mente as hipóteses de perda ou suspensão retiram o pleno gozo dos direitos polí-
ticos. As inelegibilidades constituem restrição somente para o exercício do direito à
elegibilidade. O cidadão inelegível poderá exercer os demais direitos políticos.

Pode-se afirmar que “há pleno exercício dos direitos políticos quando o cidadão
pode exercer o conjunto dos direitos a ele conferidos, tais como exercício do voto
(capacidade eleitoral ativa), de concorrer a cargos eletivos (capacidade eleitoral
passiva), de participar de partidos políticos, de utilizar instrumentos constitucionais
e legais, de ter efetiva participação e influência nas atividades de governo”.
Haverá restrições aos direitos políticos nos casos de perda e suspensão desses
direitos. As hipóteses que afastam a plenitude do exercício dos direitos políticos

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estão estabelecidas no art. 15 da Constituição Federal. Esta é a redação do referido

artigo:

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Domicílio Eleitoral

O cidadão somente pode concorrer a cargos eletivos da circunscrição de seu do-

micílio eleitoral. O domicílio eleitoral demarca o local da candidatura e do exercício

dos direitos políticos do cidadão.

Mas, o que é domicílio eleitoral? O conceito legal está descrito no art. 42, pará-

grafo único, do Código Eleitoral. Esta é a redação do referido dispositivo:

Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.


Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência
ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á
domicílio qualquer delas.

Entretanto, em razão da dinamicidade inerente ao direito eleitoral, além desse

conceito legal, o alcance do conceito de domicílio eleitoral foi alargado pela juris-

prudência do TSE. Esse é o conceito de domicílio eleitoral para o TSE:

DOMICÍLIO ELEITORAL. O domicílio eleitoral não se confunde, necessaria-


mente, com o domicílio civil.
A circunstância de o eleitor residir em determinado município não constitui
obstáculo a que se candidate em outra localidade onde é inscrito e com a qual
mantém vínculos (negócios, propriedades, atividades políticas).
(Recurso Especial n. 18.124, rel. Min. Garcia Vieira, de 16.11.2000).

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Pode-se, ainda, compreender o contorno do conceito de domicílio eleitoral no

seguinte julgado:

DIREITO ELEITORAL. CONTRADITÓRIO. DEVIDO PROCESSO LEGAL. INOB-


SERVÂNCIA. DOMICÍLIO ELEITORAL. CONCEITUAÇÃO E ENQUADRAMENTO.
MATÉRIA DE DIREITO. MÁ-FÉ NÃO CARACTERIZADA. RECURSO CONHECIDO
E PROVIDO.
I – O conceito de domicílio eleitoral não se confunde com o de domicílio do
direito comum, regido pelo Direito Civil. Mais flexível e elástico, identifica-se
com a residência e o lugar onde o interessado tem vínculos políticos e sociais.
II – Não se pode negar tais vínculos políticos, sociais e afetivos do candidato
com o município no qual, nas eleições imediatamente anteriores, teve ele mais
da metade dos votos para o posto pelo qual disputava.

Para participar das eleições, o cidadão deverá, de acordo com as modificações

promovidas pela Lei n. 13.488/2017, ter domicílio eleitoral na circunscrição do

cargo pelo prazo de, pelo menos, seis meses antes da data das eleições. Trata-se

de forma de garantir que os cidadãos, minimamente, tenham um vínculo com os

cidadãos daquela localidade, conheçam os valores, anseios e necessidades, tendo,

por essa razão, melhor condição de exercer o direito à elegibilidade.

Filiação Partidária

Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado a um partido político.

Isso porque o exercício do direito à elegibilidade depende dos partidos políticos. Para

José Jairo Gomes:

Por isso, essas entidades tornaram-se peças essenciais no funcionamento da democra-


cia. Tanto assim que se fala, hoje, em democracia partidária. Não é possível a represen-
tação política fora do partido, já que o artigo 14, § 3º, V, da Lei Maior erigiu a filiação
partidária como condição de elegibilidade. Na verdade, os partidos detêm o monopólio
das candidaturas, de sorte que, para ser votado, o cidadão deve filiar-se.

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Em razão dessa disposição constitucional, não existe candidatura avulsa, em

nenhuma circunstância. Em nenhuma circunstância admite-se que um cidadão con-

corra a cargos eletivos sem estar previamente filiado a um partido político.

Em regra, para concorrer a cargos eletivos, o cidadão deve estar filiado ao res-

pectivo partido político pelo prazo mínimo de seis meses antes da data das elei-

ções. Trata-se de importante novidade legislativa trazida pela Lei n. 13.165/2015:

a alteração do prazo de filiação partidária para participar das eleições de 1 ano para

apenas 6 meses antes do pleito eleitoral.

A esse respeito, veja a previsão contida no art. 9º da Lei n. 9.504/1997:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no
caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato
ao partido de origem.

Aliás, ressalte-se que, se o partido ao qual o cidadão é filiado participar de fusão

ou incorporação, o prazo de filiação para fins de exercício do direito à elegibilidade

será contado da data da filiação ao partido originário, e não àquele resultante do

processo de união partidária.

Quanto aos prazos de filiação partidária, veja alguns casos específicos de acordo

com a jurisprudência do TSE:

Consulta. Militar da ativa. Concorrência. Cargo eletivo. Filiação partidária. Ine-


xigibilidade. Res.-TSE n. 21.608/2004, art. 14, § 1º. 1. A filiação partidária
contida no art. 14,
§ 3º, V, Constituição Federal não é exigível ao militar da ativa que pretenda
concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura após
prévia escolha em convenção partidária (Res.-TSE n. 21.608/2004, art. 14,
§ 1º). (Res. n. 21.787, de 1º.6.2004, rel. Min. Humberto Gomes de Barros.).

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Consulta. Prazo. Filiação partidária. Magistrado. Comprovação. Afastamento.


Função. Magistrado que pretenda se aposentar para satisfazer a condição de
elegibilidade de filiação partidária, objetivando lançar-se candidato às eleições,
somente poderá filiar-se a partido político depois de publicado o ato que com-
prove seu afastamento de forma definitiva e até seis meses antes do pleito que
deseja disputar. (Res. n. 22.179, de 30.3.2006, rel. Min. Cesar Asfor Rocha.).

Idade Mínima

Por fim, a última condição de elegibilidade constitucional é a idade mínima.

A idade mínima constitucional está relacionada à “preocupação em se exigir maior

grau de consciência, experiência e maturidade dos candidatos de acordo com a

importância e a complexidade das funções inerentes ao cargo” (José Jairo Gomes).

São essas as idades mínimas estabelecidas pela Constituição:

• trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;

• trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

• vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Pre-

feito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

• dezoito anos para Vereador.

Segundo o Ministro Carlos Velloso:

Partiu o legislador constituinte do princípio de que o passar dos anos assegura a seu
detentor maturidade para enfrentar com maior sapiência os problemas e angústias do
cotidiano.

Essa condição de elegibilidade, nos moldes do § 2º do art. 11 da Lei n. 9.504/1997,

é verificada tendo por base a data da posse e não a data do registro de candidatura.

A esse respeito já decidiu o Tribunal Superior Eleitoral:

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[...] indefere-se pedido de registro de candidato que não possui, na data da


posse, a idade mínima para o cargo que pretende disputar, por ausência da
condição de elegibi- lidade prevista no art. 14, § 3º, VI, da Constituição Fede-
ral (AgRgRO n. 911, Rel. Min. Marcelo Ribeiro).

Entretanto, especificamente sobre a idade mínima de 18 anos exigida para que

o cidadão possa concorrer ao cargo de vereador, dispõe a Lei n. 9.504/1997 (após a

reforma eleitoral de 2015), que o momento de sua comprovação deve ser a data do

pedido de registro de candidatura. A esse respeito, veja a seguinte prescrição legal:

Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de ele-


gibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

H) Condições de Elegibilidade Infraconstitucionais


Além dos requisitos constitucionais para o exercício do direito à elegibilidade,

existem condições que foram impostas pelo legislador infraconstitucional, as quais

podem receber as seguintes denominações:

• condições de elegibilidade infra- constitucionais; ou

• condições de elegibilidade impróprias.

Indicação em Convenção Partidária

O cidadão que deseja candidatar-se precisa ter seu nome escolhido pela con-

venção do partido ao qual esteja filiado para concorrer a determinado cargo eletivo.

Dessa forma dispõe o art. 8º da Lei n. 9.504/1997:

Art. 8º A escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deve-
rão ser feitas no período de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as
eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto, rubricado pela Justiça Eleitoral,
publicada em vinte e quatro horas em qualquer meio de comunicação.

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Desse modo, o candidato, ainda que preencha todas as condições de elegibilida-

de constitucionais, deverá ser indicado pelo partido político ao qual é filiado. Essa

escolha em convenção partidária deve ser feita dentro do período estabelecido pelo

art. 8º da Lei n. 9.504/1997, ou seja, entre os dias 20 de julho e 5 de agosto do

ano das eleições.

Veja que, para concorrer a um cargo eletivo, não basta que o cidadão seja fi-

liado a um partido político. Exige-se que, além da filiação partidária, o filiado seja

escolhido por sua agremiação partidária como candidato e que haja a indicação

para qual cargo irá concorrer.

Quitação Eleitoral

Para o TSE:

[...] o conceito de quitação eleitoral abrange, além da plenitude do gozo dos


direitos políticos, a regularidade do exercício do voto, salvo quando facultativo,
o atendimento a eventuais convocações da Justiça Eleitoral, inexistência da
multas aplicadas por esta Justiça Especializada e a apresentação das contas de
campanha, caso se trate de candidatos (Resolução TSE n. 21.823).

No que concerne às multas aplicadas pela Justiça Eleitoral, serão considerados

quites os candidatos que, até a formalização do pedido de registro de candidatura,

tenham comprovado o parcelamento da dívida regularmente cumprido.

Portanto, o exercício da elegibilidade fica condicionado à quitação junto à Justiça

Eleitoral em razão da determinação do art. 11, inciso VI, da Lei das Eleições.

Quanto ao conceito de quitação eleitoral, atente-se para o novo conceito intro-

duzido pela Lei n. 12.034/2009, que alterou o art. 11, § 7º, da Lei n. 9.504/1997.

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Antes da Lei n. 12.034/2009, somente estaria quite com a Justiça Eleitoral o can-

didato que tivesse as suas contas aprovadas. Após a Lei n. 12.034/2009, basta o

candidato apresentar as contas de campanha. Veja a nova redação do dispositivo:

Art. 11. § 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude do


gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da
Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas
aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a apresentação
de contas de campanha eleitoral. (Incluído pela Lei n. 12.034, de 2009)

Quanto a este último aspecto, cuidado! Para fins de quitação eleitoral, basta

que o cidadão tenha apresentado as contas de campanha relacionadas às eleições

passadas. Não é exigível a aprovação dessas contas.

Desse modo, ainda que o candidato tenha tido as suas contas rejeitadas, es-

tará quite com a Justiça Eleitoral. De acordo com o TSE, em sessão realizada no

dia 28/6/2012, a não aprovação de contas de campanha não impede a emissão da

certidão de quitação eleitoral e o registro de candidaturas às eleições.

Aliás, a esse respeito, o Tribunal Superior Eleitoral editou uma súmula sobre a

quitação eleitoral daquele que não prestou contas, com o seguinte teor:

Súmula n. 57
A apresentação das contas de campanha é suficiente para a obtenção da qui-
tação eleitoral, nos termos da nova redação conferida ao art. 11, § 7º, da Lei
n. 9.504/1997, pela Lei n. 12.034/2009.

A seu turno, imagine a situação em que um cidadão participe das eleições, mas

não apresente suas contas de campanha, motivo pelo qual a Justiça Eleitoral de-

claração a não prestação de contas. Nesse caso, esse cidadão ficará sem quitação

eleitoral pelo período do mandato para o qual concorreu.

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A título exemplificativo, se um candidato a deputado federal participou das elei-

ções de 2018 e não prestou contas, tendo essa situação sido declarada pela Justiça

Eleitoral, ficará sem quitação eleitoral até o fim do ano de 2022. Não obstante, se

até o fim do ano de 2022, o candidato persistir em sua omissão no dever de prestar

contar, a ausência de quitação eleitoral perdurará até que cumpra o seu dever de

prestar contas.

Esse é o entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral ao editar a se-

guinte súmula:

Súmula n. 42
A decisão que julga não prestadas as contas de campanha impede o candidato
de obter a certidão de quitação eleitoral durante o curso do mandato ao qual
concorreu, persistindo esses efeitos, após esse período, até a efetiva apresen-
tação das contas.

Momento de Comprovação das Condições de Elegibilidade

As condições de elegibilidade deverão ser demonstradas no momento do pedi-

do de registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral. Entretanto, são exceções a

essa regra: necessidade de seis meses de filiação partidária, período de seis meses

de domicílio eleitoral na circunscrição na qual pretenda concorrer e idade mínima.

Para o domicílio eleitoral e a filiação partidária, a contagem do prazo tem como

base a data das eleições. Por sua vez, a idade mínima tem como parâmetro a data

da posse, salvo, como visto, para aqueles cargos cuja idade mínima seja de 18 anos.

No mesmo sentido:

As inelegibilidades e as condições de elegibilidade são aferidas ao tempo do


registro da candidatura. Precedentes do TSE. Diversa é a situação da condição

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de idade mínima, que se verifica na data prevista da posse, por expressa pre-
visão legal (§ 2º do art. 11 da Lei n. 9.504/1997) (Ac. de 20/9/2004 no REspe
n. 22.900, Rel. Min. Luiz Carlos Madeira).

Sobre o momento de aferição das condições de elegibilidade, esta é a prescrição

legal quanto aos requisitos filiação partidária e domicílio eleitoral:

Art. 9º Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na


respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar com a filiação deferida pelo
partido no mesmo prazo. (Redação dada pela Lei n. 13.488, de 2017)

Por sua vez, quanto à idade mínima, esta é a disposição normativa:

Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de ele-


gibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

Portanto, podemos concluir que a aferição quanto ao preenchimento das condi-

ções de elegibilidade é feita no dia da formalização do pedido de registro de can-

didatura. Contudo, a idade mínima constitucional deve ser comprovada tendo por

parâmetro a data da posse do cargo eletivo pretendido; o domicílio eleitoral e a

filiação partidária são verificadas baseando-se na data da eleição.

Entretanto, se na data da formalização do pedido de registro de candidatura,

o cidadão for inelegível e, após esse período, ocorrer alguma circunstância fática e

jurídica apta a afastar a inelegibilidade, será cabível o deferimento de seu pedido

de registro de candidatura, nos termos do art. 11, § 10 da Lei n. 9504/1997:

Art. 11, § 10 As condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser


aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas
as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibili-
dade. (Incluído pela Lei n. 12.034, de 2009)

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Aliás, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, a ocorrência de uma situa-

ção fática e jurídica que faça com que um candidato que, ao tempo da eleição, não

preenchia uma das condições de elegibilidade, mas passe a preencher, fará com

que seja deferido o pedido de esse cidadão participar das eleições. Esse é o enten-

dimento fixado no seguinte enunciado sumular:

Súmula n. 43
As alterações fáticas ou jurídicas supervenientes ao registro que beneficiem o
candidato, nos termos da parte final do art. 11, § 10, da Lei n. 9.504/1997,
também devem ser admitidas para as condições de elegibilidade.

Ademais, desde as eleições de 2014, o Tribunal Superior Eleitoral passou a

entender que alterações fáticas e supervenientes que atraíssem a incidência de

circunstâncias de inelegibilidade também devem ser avaliadas (nas instâncias ordi-

nárias) e poderá gerar o indeferimento do registro de candidatura. Ou seja, se ao

tempo do pedido de registro de candidatura o candidato era elegível, mas surgiu

uma hipótese geradora de sua inelegibilidade (como, por exemplo, uma condena-

ção por corrupção eleitoral proferida por órgão colegiado), o requerimento de re-

gistro de candidatura deverá ser indeferido.

A esse respeito, veja o seguinte julgado proferido pelo Tribunal Superior Eleito-

ral:

FIXAÇÃO DE TESE A SER OBSERVADA NOS REGISTROS DE CANDIDATURA DO


PLEITO DE 2014:
As inelegibilidades supervenientes ao requerimento de registro de candidatura
poderão ser objeto de análise pelas instâncias ordinárias no próprio processo
de registro de candidatura, desde que garantidos o contraditório e a ampla
defesa. Votação por maioria. (RO no 154-29/DF, Rel. Mm. Henrique Neves,
PSESS de 27.08.2014).

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No mesmo sentido:

ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL.


REGISTRO DE CANDIDATURA. PREFEITO ELEITO. DEFERIDO. INELEGIBILI-
DADE SUPERVENIENTE. ART. 1º, I, L, DA LC N. 64/1990. CONHECIMENTO
PELAS INSTANCIAS ORDINÁRIAS. POSSIBILIDADE. CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA. NECESSIDADE.
2. Ante a possibilidade de conhecimento da inelegibilidade superveniente
enquanto os autos do registro ainda tramitam nas instâncias ordinárias, pro-
vido o recurso especial, com comando de retorno dos autos a origem para que,
oportunizado o contraditório ao candidato, o Tribunal a quo decida acerca do
disposto no art. 1º, I, I, da LC n. 64/1990.
Da inviabilidade do agravo regimental
1. As inelegibilidades supervenientes ao requerimento de registro de candida-
tura podem ser objeto de análise pelas instâncias ordinárias no próprio pro-
cesso de registro de candidatura. Precedentes.
2. Noticiada nova condenação por improbidade antes do julgamento do agravo
regimental pelo TRE/MG, é dizer, antes de exauridas as instâncias ordinárias,
ausente óbice ao exame do jus honorum a luz do fato superveniente, respei-
tadas as garantias do devido processo legal.
Agravo regimental conhecido e não provido. (AgR-REspe no 135-68/MG, Rel.
Mm. Rosa Weber, DJe de 18.5.2017).

Elegibilidade do Militar
O militar alistável é elegível. Isso quer dizer que a única espécie de militar que

não pode candidatar-se a cargos eletivos é o conscrito. Todos os demais militares,

não importa a força ou a patente, são elegíveis.

Entretanto, a elegibilidade dos militares depende do atendimento dos seguintes

requisitos, inscritos no art. 14, § 8º:

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Art. 14, § 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:


I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Há uma restrição constitucional para que o militar possa filiar-se a partidos po-

líticos, estatuída no art. 142, § 3º, inciso V, e no art. 42.

Surge uma dúvida: a filiação partidária é uma das condições de elegibilidade e

não existe candidatura avulsa. Como o militar poderá concorrer a cargos eletivos se

não pode filiar-se a partidos políticos? Essa pergunta foi respondida pelo TSE nos

seguintes termos:

Militar da ativa (subtenente), com mais de dez anos de serviço. Sendo alistá-
vel e elegível, mas não filiável, basta-lhe, nessa condição excepcional, como
suprimento da prévia filiação partidária, o pedido do registro da candidatura,
apresentado pelo partido e autorizado pelo candidato. Só a partir do registro
da candidatura e até a diplomação ou o regresso à Força Armada, manter-se-á
o candidato na condição de agregado (CF, art. 14, parágrafos 3º, V, e 8, II e
art. 42, parag. 6º; CE, art. 5º, parágrafo único e Lei n. 6.880/80, art. 82, XIV
e parag. 4º). (Acórdão n. 11.314).

Restrição dos Direitos Políticos


Os direitos políticos são uma espécie de direitos fundamentais. Essa afirmação

pode ser constatada a partir da análise de sua topografia na Constituição. O Título

II da CF trata de Direitos e Garantias Fundamentais e é subdividido em 5 capítulos.

São eles:

• Capítulo I – Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos;

• Capítulo II – Dos Direitos Sociais;

• Capítulo III – Da Nacionalidade;

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• Capítulo IV – Dos Direitos Políticos;

• Capítulo V – Dos Partidos Políticos.

Os direitos políticos possuem natureza jurídica de direitos fundamentais. Isso

quer dizer que somente se admite restrição de direitos políticos nas hipóteses

previstas na própria Constituição ou nas espécies normativas permitidas no texto

constitucional, vedada a aplicação de analogia ou de interpretação extensiva nessa

matéria.

Os direitos políticos podem ser restringidos por meio de 4 tipos de institutos.

São eles:

• Cassação de direitos políticos;

• Perda dos direitos políticos;

• Suspensão de direitos políticos;

• Inelegibilidades.

As inelegibilidades serão estudadas por nós em nossa próxima aula. Remete-

mos você para lá e sugerimos que faça um estudo pormenorizado desse importante

instituto restritivo do exercício dos direitos políticos passivos.

Quanto à cassação, essa forma de restrição foi proibida em nosso ordena-

mento jurídico. Sobre a cassação de direitos políticos, veja o que escreve Roberto

Moreira Almeida:

Direto da doutrina
É expressamente vedada a cassação de direitos políticos no Brasil (CF, art. 15, caput).
Ocorreu, por exemplo, quando da vigência da Constituição Federal de 1967, com a edi-
ção do Ato Institucional n. 5 (AI-5, art. 5º) pelo Governo Militar, que cassou, por ato
administrativo, os direitos políticos de inúmeros brasileiros.

Sobre o tema perda e suspensão dos direitos políticos trata o art. 15 da

Constituição Federal, nos seguintes termos:

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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

Vamos, a partir de agora, estudar os institutos perda e suspensão dos direitos

políticos.

Perda dos Direitos Políticos

A perda dos direitos políticos é uma hipótese de restrição definitiva dos direitos

políticos. Segundo José Jairo Gomes, “perder é deixar de ter, possuir, deter ou go-

zar algo; é ficar privado. Como é óbvio, só se perde o que se tem. A ideia de perda

liga-se à definitividade; a perda é sempre permanente, embora se possa recuperar

o que se perdeu”.

São hipóteses de perda de direitos políticos, segundo a doutrina:

• Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julga-

do: essa é uma hipótese lógica de perda dos direitos políticos. Isso porque

a nacionalidade é pressuposto da cidadania brasileira. Em razão da perda da

nacionalidade brasileira, perde-se a condição necessária para a manutenção

da cidadania brasileira. Esse fato acarreta a perda dos direitos políticos;

• Perda da nacionalidade brasileira por aquisição de outra nacionalida-

de: essa hipótese é descrita por Alexandre de Moraes, nos seguintes termos:

Tanto a perda quanto a suspensão dos direitos políticos, como já ressaltado,


somente poderão ocorrer nos casos taxativamente previstos na Constituição.
Logicamente, não necessariamente nas previsões do art. 15, como é o caso

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da hipótese prevista no art. 12, § 4º, II. Assim, determina essa norma legal
que será declarada a perda da nacionalidade brasileira administrativamente,
quando a pessoa adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
Como consequência desta alteração em sua condição jurídica, tornando-se
estrangeiro, por óbvio não mais terá direitos políticos no Brasil.

• Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alterna-

tiva, nos termos do art. 5º, VIII: a Constituição Federal, em seu art. 5º,

inciso VII confere o direito de escusa de consciência, nos seguintes termos:

Art. 5º, VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

Esse direito permite que a pessoa se recuse a cumprir a obrigação legal a todos

imposta. Entretanto, caso decida exercê-lo, estará obrigada a efetuar a prestação

alternativa.

A partir de uma interpretação meramente gramatical do art. 15, inciso IV, CF,

poder-se-ia concluir que a mera recusa do cumprimento da obrigação legal a todos

imposta geraria a perda dos direitos políticos. Isso porque, de acordo com essa

regra constitucional, gera restrição dos direitos políticos a “recusa de cumprir obri-

gação a todos imposta ou prestação alternativa”. A norma constitucional usa uma

conjunção alternativa, ou seja, ou um fato ou o outro atrairia a incidência da norma

constitucional.

Não obstante, não se pode interpretar a CF de forma simplesmente literal. De-

ve-se fazer uma interpretação sistemática para se chegar às consequências jurídi-

cas desejadas pelo legislador constituinte.

Desse modo, o exercício de um direito (escusa de consciência) não pode gerar

a restrição de direitos políticos. Para a ocorrência dessa hipótese de restrição de

direitos políticos, é necessário o preenchimento de dois requisitos:

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• Recusa do cumprimento da obrigação legal a todos imposta; e


• Recusa à prestação alternativa fixada em lei.

Há um dissenso doutrinário sobre a classificação dessa hipótese de restrição dos


direitos políticos. Parte da doutrina a classifica como hipótese de perda dos direi-
tos políticos. Essa é a posição dominante. Parte minoritária classifica essa hipótese
como sendo de suspensão dos direitos políticos. A respeito dessa controvérsia, veja:

Existe um dissenso doutrinário sobre se a escusa de consciência seria caso de suspen-


são ou perda dos direitos políticos. Alexandre de Moraes, José Afonso da Silva, Manoel
Gonçalves Ferreira Filho e Celso Ribeiro Bastos entendem que é caso de privação de-
finitiva (perda) dos direitos políticos. Já Sylvio Motta, William Douglas, Joel José Cân-
dido, Marcos Ramayana, Francisco Dirceu de Barros, Thales Tácito Cerqueira e Camila
Albuquerque Cerqueira classificam a hipótese como de suspensão dos direitos políticos.
(Roberto Moreira de Almeida).

Em concursos públicos, há também um dissenso sobre a classificação dessa


hipótese como de suspensão ou perda dos direitos políticos. Segundo o Cespe,
a recusa do cumprimento de obrigação legal a todos imposta constitui hipótese de
perda dos direitos políticos. A esse respeito, veja a seguinte questão,

(CESPE/TRF-5ª/JUIZ FEDERAL/2011) Apesar de a prestação de serviço militar ser

obrigatória, a recusa em cumpri-la é admitida sob a alegação do direito de escusa

de consciência, cabendo, nesse caso, às forças armadas atribuir àquele que exercer

esse direito serviço alternativo em tempo de paz, cuja recusa enseja como sanção

a declaração da perda dos direitos políticos.1

Por sua vez, a Fundação Carlos Chagas considera que a recusa do cumprimento

da obrigação legal a todos imposta como situação geradora de suspensão de direi-

tos políticos. Veja a seguinte questão.


1
Certo.

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Questão 1    (FCC/TJ-RR/JUIZ SUBSTITUTO/2008) A recusa de cumprimento de

obrigação a todos imposta ou prestação alternativa acarreta

a) somente a imposição de pena pecuniária.

b) a cassação dos direitos políticos.

c) a perda dos direitos políticos.

d) a suspensão dos direitos políticos.

e) somente a aplicação de pena privativa de liberdade.2

Por fim, para o TSE, essa situação configura hipótese de suspensão de direitos

políticos. Dessa forma, sugiro que você, em questões de Direito Eleitoral, marque a

alternativa que esteja de acordo com essa posição do TSE. A esse respeito, veja a

prescrição contida no art. 53, II da Resolução do TSE n. 21.538/2003:

Art. 53. São considerados documentos comprobatórios de reaquisição ou restabeleci-


mento de direitos políticos: [...]
II – Nos casos de suspensão: [...]
b) para conscritos ou pessoas que se recusaram à prestação do serviço militar
obrigatório: Certificado de Reservista, Certificado de Isenção, Certificado de Dispensa
de Incorporação, Certificado do Cumprimento de Prestação Alternativa ao Serviço Militar
Obrigatório, Certificado de Conclusão do Curso de Formação de Sargentos, Certificado
de Conclusão de Curso em Órgão de Formação da Reserva ou similares;

Suspensão dos Direitos Políticos

A suspensão dos direitos políticos é uma restrição temporária do exercício dos

direitos políticos. Dirley da Cunha Júnior faz uma importante distinção entre cassa-

ção, perda e suspensão dos direitos políticos:


2
Letra d.

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Distinguem-se a perda e a suspensão dos direitos políticos. A perda é privação definitiva


e permanente, enquanto a suspensão é privação temporária. Não se confundem perda e
suspensão dos direitos políticos com cassação dos direitos políticos. Perda e suspensão
dos direitos políticos são privações da cidadania autorizadas pela Constituição, que só
podem ocorrer diante das hipóteses excepcionalmente indicadas por ela. Cassação dos
direitos políticos é privação abusiva, ao desamparo abusiva, ao desamparo da Constitui-
ção, muito utilizada durante o regime da ditadura militar que assolou o país, sobretudo
no período de 1960 e 1970. Por isso mesmo, é expressamente vedada pela Constituição.

A doutrina aponta que ocorre a suspensão dos direitos políticos nas seguintes

hipóteses:

• Incapacidade civil absoluta;

• Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus

efeitos – todos os cidadãos que forem condenados pela prática de um crime,

a partir do trânsito em julgado da sentença, estarão com os direitos políti-

cos suspensos, de forma automática. Essa suspensão durará pelo prazo de

cumprimento da pena até a extinção da punibilidade. Sobre essa hipótese

constitucional de restrição dos direitos políticos ensina Alexandre de Moraes:

O art. 15, inciso II, da Constituição é autoaplicável, sendo consequência direta e ime-
diata da decisão condenatória transitada em julgado, não havendo necessidade de ma-
nifestação expressa a respeito de sua incidência na decisão condenatória e prescindin-
do-se de quaisquer formalidades. Assim, a condenação criminal transitada em julgado
acarreta a suspensão dos direitos políticos pelo tempo, independentemente de estar em
curso ação de revisão criminal.

Não importa a classificação do crime ensejador da sentença condenatória, se

culposo ou doloso, pois qualquer deles, em caso de condenação, acarreta a sus-

pensão dos direitos políticos. Não importa a pena: se detenção, reclusão ou multa.

A incidência dessa hipótese de restrição de direitos políticos independe do tipo de

crime ou do tipo de pena. Basta a condenação criminal transitada em julgado para a

restrição temporária dos direitos políticos. Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo

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Gonet Branco apresentam uma controvérsia sobre a aplicabilidade dessa disposição

constitucional:

Lavrou-se controvérsia sobre a subsistência ou não dos direitos políticos durante a


vigência da suspensão condicional da pena (sursis). Diante da regra clara do próprio
Código Penal, que não estende os efeitos do sursis às penas restritivas de direito, como
é o caso da suspensão dos direitos políticos (CP, arts. 43, II, 47, I e 80), afigura-se ine-
quívoco que a suspensão condicional da pena não interfere na suspensão dos direitos
políticos enquanto efeito da condenação.

Outra controvérsia interpretativa surgiu sobre a possibilidade de aplicação dessa

restrição dos direitos políticos quando houver aplicação de medida de segurança.

Nesse caso, a dúvida é saber se a sentença absolutória imprópria atrai a incidên-

cia dessa hipótese de suspensão dos direitos políticos. Sobre esse assunto, veja o

seguinte julgado do TSE:

MEDIDA DE SEGURANÇA. SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS. NATUREZA


CONDENATÓRIA. POSSIBILIDADE.
Não obstante tratar-se de sentença absolutória imprópria, a decisão que impõe
medida de segurança ostenta natureza condenatória, atribuindo sanção penal,
razão por que enseja suspensão de direitos políticos nos termos do art. 15, III,
da Constituição Federal. (PA n. 19.297, DJ de 11.4.2006).

Também se instaurou controvérsia sobre a incidência dessa hipótese em caso

de condenação pela prática de contravenção penal. Veja o seguinte julgado do TSE:

Recurso Especial. Candidato Condenado pela prática de contravenção penal.


Constituição Federal, Art. 15, inciso III.
A disposição constitucional, prevendo a suspensão dos direitos políticos,
ao referir-se a condenação criminal transitada em julgado, abrange não só
aquela decorrente da prática de crime, mas também a de contravenção penal.
(Recurso Especial n. 13.293, rel. Min. Eduardo Ribeiro, de 7.11.1996).

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Ou seja, a condenação pela prática de crime ou de contravenção, após o trân-

sito em julgado, acarretará a suspensão dos direitos políticos até o cumprimento

da pena.

Por fim, é importante destacar que, segundo o Supremo Tribunal Federal, a dis-

posição constitucional que prescreve que a condenação criminal transitada em jul-

gado se afigura como situação geradora de suspensão dos direitos políticos é uma

norma de eficácia plena. A esse respeito, veja o seguinte julgado do STF:

A norma inscrita no art. 15, III, da Constituição reveste-se de autoaplicabili-


dade, independendo, para efeito de sua imediata incidência, de qualquer ato
de intermediação legislativa. Essa circunstância legitima as decisões da Justiça
Eleitoral que declaram aplicável, nos casos de condenação penal irrecorrível,
e enquanto durarem os seus efeitos, como ocorre na vigência do período de
prova do sursis, a sanção constitucional concernente à privação de direitos
políticos do sentenciado. Precedente: RE 179.502-SP (Pleno).
(RMS 22.470 AgR, rel. min. Celso de Mello, j. 11-6-1996, 1ª T, DJ de 27-9-
1996).

Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º: de acordo com

o art. 37, § 4º, da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa

implicarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indispo-

nibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em

lei, sem prejuízo da sanção penal cabível.

Veja que, entre outras consequências jurídicas, a condenação pela prática de

improbidade administrativa poderá acarretar a suspensão dos direitos políticos pelo

prazo estabelecido em lei e fixado em sentença.

Diferentemente da suspensão dos direitos políticos decorrente da condenação

criminal transitada em julgado, nessa hipótese, a restrição dos direitos políticos

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não é automática e depende de expresso estabelecimento em sentença com a devi-

da fundamentação. A esse respeito, veja a lição de Carlos Eduardo de Oliveira Lula:

Na forma do art. 20 da Lei n. 8.429/92, a suspensão dos direitos políticos só se dará


após o trânsito em julgado da decisão e, contrariamente ao que ocorre com a sentença
criminal transitada em julgado, não é efeito automático da condenação por improbidade
administrativa, devendo expressamente constar na decisão para que ocorra.

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RESUMO
Todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de represen-

tantes eleitos.

A soberania popular pode ser exercida de forma direta ou indireta.

A soberania popular será exercida por meio do sufrágio universal e pelo voto di-

reto e secreto e, nos termos da lei, mediante:

• plebiscito;

• referendo;

• iniciativa popular de leis;

• ação popular, entre outros instrumentos de exercício direto de poder pelo

• povo.

O rol de direitos políticos constantes no art. 14 da Constituição Federal não é

taxativo, mas meramente exemplificativo.

Os direitos políticos ativos constituem o direito de votar.

Todo cidadão tem direito político ativo.

Os direitos políticos passivos abrangem o direito de ser votado, ou seja, o di-

reito de concorrer a cargos públicos eletivos.

Somente poderá exercer os direitos políticos passivos o cidadão que preencher

todas as condições de elegibilidade e não incidir em nenhuma situação de inelegi-

bilidade.

Os direitos políticos positivos constituem o conjunto de normas que conferem ao

povo a possibilidade de exercer a soberania popular.

Os direitos políticos negativos constituem um conjunto de normas que restrin-

gem o exercício dos direitos políticos.

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Somente será admitida a limitação de direitos políticos nas hipóteses expressa-

mente previstas na Constituição Federal ou em lei.

A restrição de direitos políticos por meio dos institutos de perda e suspensão

somente é admitida nos casos estabelecidos no art. 15 da Constituição Federal.

A restrição do direito político passivo por meio das inelegibilidades somente cabe

por meio de previsão contida em norma constitucional (art. 14, §§ 4º a 7º) ou dis-

posição de lei complementar.

Os direitos políticos abrangem o direito ao sufrágio, que se materializa no direito

de votar, de participar da organização da vontade estatal e de ser votado.

A Constituição Federal dispõe que o sufrágio é universal.

O sufrágio é universal quando assegurado o direito de votar a todos os nacionais,

independentemente da exigência de quaisquer requisitos, tais como condições cul-

turais ou econômicas.

O sufrágio será restrito quando o direito de votar for concedido tão somente

àqueles que cumprirem determinadas condições fixadas pelas leis do Estado.

O sufrágio censitário é aquele que somente outorga o direito de voto àqueles que

preencherem certas qualificações econômicas.

O sufrágio capacitário é aquele que só outorga o direito de voto aos indivíduos

dotados de certas características especiais, notadamente de natureza intelectual.

O voto é um direito público subjetivo de manifestação da vontade e decorre da

soberania popular.

Para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos, desde que alfabetizados,

o voto também é um dever cívico.

O voto só pode ser exercido pessoalmente.

Aos maiores de 18 anos e menores de 70 anos, desde que alfabetizados, é obri-

gatório o comparecimento às eleições.

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A liberdade de voto inclui o direito de se votar em branco ou de anular o voto.

O voto é sigiloso e o seu conteúdo não pode ser revelado pelos órgãos da Justiça

Eleitoral.

O eleitor, sem intermediários, escolhe seus governantes e representantes.

Os mandatos são temporários e, de forma periódica, o eleitor é chamado a es-

colher seus governantes e representantes por meio do voto.

O voto de todos os cidadãos tem o mesmo valor, independentemente de qual-

quer circunstância.

O plebiscito é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,

cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.

O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,

cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

O alistamento eleitoral é o ato pelo qual a pessoa se torna um cidadão.

Trata-se de procedimento administrativo desenvolvido perante a Justiça Eleitoral e

tem a finalidade de aferir o preenchimento dos requisitos de alistabilidade.

São requisitos de alistabilidade:

• nacionalidade brasileira; e

• idade mínima de 16 anos.

O português é o único estrangeiro que pode se tornar um cidadão brasileiro.

O alistamento e o voto serão obrigatórios, desde que preenchidos os seguintes

requisitos cumulativos:

• ser brasileiro, maior de 18 anos, menor de 70 anos; e

• alfabetizado.

O alistamento será facultativo nas seguintes situações:

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• maior de 16 anos e menor de 18 anos;


• maiores de 70 anos; e
• analfabetos.

O alistamento e o voto são obrigatórios para as pessoas com deficiência.


A pessoas com deficiência cujo exercício das obrigações eleitorais seja excessi-
vamente oneroso não se imporá sanção em razão do não exercício das obrigações
eleitorais.
A Constituição Federal proíbe o alistamento eleitoral para as seguintes pes-
soas:
• conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório; e
• estrangeiros.

O direito à elegibilidade confere ao cidadão a possibilidade de concorrer a car-


gos públicos eletivos.
São condições de elegibilidade, na forma da lei:

I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

Além dos requisitos constitucionais para o exercício do direito à elegibilidade,


existem condições que foram impostas pelo legislador infraconstitucional.

O cidadão que deseja candidatar-se precisa ter seu nome escolhido pela con-

venção do partido ao qual esteja filiado para concorrer a determinado cargo eletivo.

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O exercício da elegibilidade fica condicionado a quitação junto à Justiça Eleitoral

em razão da determinação do art. 11, inciso VI, da Lei das Eleições.

As condições de elegibilidade deverão ser demonstradas no momento do pedido

de registro de candidatura junto à Justiça Eleitoral.

Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na res-

pectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, seis meses antes do pleito, e estar

com a filiação deferida pelo partido pelo mesmo prazo.

A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de elegibili-

dade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em

dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:

I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;


II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se
eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

A filiação partidária é uma das condições de elegibilidade e não existe candida-

tura avulsa.

Os direitos políticos podem ser restringidos por meio de 4 tipos de institutos.

São eles:

• cassação de direitos políticos;

• perda dos direitos políticos;

• suspensão de direitos políticos;

• inelegibilidades.

A cassação de direitos políticos foi proibida em nosso ordenamento jurídico.

É vedada a cassação de direitos políticos; perda ou suspensão desses direitos

só se darão nos casos de:

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I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Com relação à obrigato-

riedade do voto no Brasil,

a) os maiores de 18 anos são obrigados a votar, podendo ser impedidos de ob-

ter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo caso não

apresentem a prova de votação na última eleição.

b) a ausência de comprovação do cumprimento da obrigação de votar implica a

suspensão imediata de aluno de instituição de ensino oficial.

c) o eleitor que deixar de votar deverá justificar sua ausência perante o Juiz Eleitoral no

prazo de 60 dias e ainda efetuar o pagamento de multa, em qualquer hipótese.

d) a ausência de votação, por pelo menos 3 eleições consecutivas ou a falta de

alistamento eleitoral dos maiores de 18 anos, implicarão o cancelamento do alista-

mento ou a proibição de sua realização.

e) os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, que não comprovarem a votação

na última eleição, não poderão obter passaporte ou carteira de identidade.

Questão 2    (FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO/2016) Jair

pretende candidatar-se ao cargo de vereador e completará 18 anos um dia após a

data-limite para o pedido de registro da candidatura. Nesse caso, Jair

a) poderá candidatar-se, pois completa dezoito anos antes do dia do pleito que

ocorrerá no primeiro domingo de outubro do ano eleitoral.

b) poderá candidatar-se, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida

como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

c) apenas poderá candidatar-se se for emancipado, pois os menores de dezoito

anos são inelegíveis.

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d) não poderá se candidatar, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida

como condição de elegibilidade será aferida na data-limite para o pedido de registro.

e) não poderá se candidatar pois a idade mínima constitucionalmente prevista para

uma pessoa eleger-se ao cargo de vereador é vinte e um anos de idade.

Questão 3    (VUNESP/ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Quanto ao

plebiscito,

assinale a alternativa correta.

a) É posterior à criação do ato legislativo que trate do assunto em pauta.

b) É convocado mediante decreto legislativo.

c) Considera-se inviável para discussão de matéria administrativa.

d) Caberá ao Congresso Nacional fixar a data dessa consulta popular.

e) Será considerado aprovado ou rejeitado por maioria absoluta.

Questão 4    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Considere as seguintes

hipóteses: Sofia está temporariamente privada dos direitos políticos, Carlos não

sabe exprimir-se na língua nacional e Gabriela está definitivamente privada dos

direitos políticos. Nesses casos, de acordo com o Código Eleitoral brasileiro, NÃO

podem alistar-se os eleitores

a) Carlos e Gabriela, apenas.

b) Gabriela, apenas.

c) Carlos, apenas.

d) Sofia, Carlos e Gabriela.

e) Gabriela e Sofia, apenas.

Questão 5    (VUNESP/MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Assinale a al-

ternativa correta no que se refere aos direitos políticos.

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a) O analfabeto não pode alistar-se eleitor e, por via de consequência, não pode votar.

b) O eleitor que não provar ter votado na última eleição, ou mesmo deixar de pro-

var a justificativa pela ausência do voto ou o respectivo pagamento da multa terá

cancelado o passaporte emitido em seu favor, ainda que dentro do prazo de sua

validade.

c) Uma das condições de elegibilidade para candidato a vereador é ter idade mínima

de 21 anos.

d) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e

secreto e, nos termos da lei, pelo plebiscito, iniciativa popular e referendo.

e) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,

mas só será aplicada à eleição que ocorra até seis meses da data de sua vigência.

Questão 6    (VUNESP/REGISTRO-SP/ADVOGADO/2016) Assinale a alternativa

correta.

a) O plebiscito constitui consulta popular prévia sobre matéria política ou institu-

cional após sua formulação legislativa, configurando instrumento de exercício da

soberania popular.

b) O referendo constitui consulta posterior à aprovação de projeto de lei ou de

emenda constitucional, para ratificação ou rejeição, configurando instrumento de

exercício da soberania.

c) A autorização de referendo, diversamente da convocação do plebiscito, é da

competência exclusiva do Congresso Nacional.

d) Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do

Poder Executivo, o referendo é convocado por decreto legislativo da Câmara ou do

Senado, com proposta que deve ser assinada por no mínimo dois terços dos depu-

tados e senadores.

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e) O plebiscito e o referendo devem ser aprovados na Câmara, por maioria simples e

no Senado por maioria absoluta e o resultado é homologado pelo Tribunal Superior

Eleitoral.

Questão 7    (CESPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Assinale a opção cor-

reta no que se refere ao direito de sufrágio.

a) No direito brasileiro, os conceitos de voto e de sufrágio são equivalentes.

b) O sufrágio é um direito público subjetivo democrático, que cabe ao povo, res-

peitados o princípio da universalidade e o princípio da igualdade de voto e de ele-

gibilidade.

c) O direito de sufrágio ativo não é pressuposto do direito de sufrágio passivo.

d) Da obrigatoriedade do voto, determinada pela CF, decorre, para o eleitor, o dever

jurídico de emitir o seu voto.

e) A liberdade do voto manifesta-se pela preferência a um candidato, mas não pela

anulação do voto ou pela opção de depositar cédula em branco na urna.

Questão 8    (CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) O direito eleitoral,

precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e

disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a

precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor

ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988

(CF), que é a fonte suprema de onde promana a ordem jurídica estatal.

Idem, ibidem (com adaptações).

Com relação a esse tema, assinale a opção correta.

a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.

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b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determi-

nadas circunstâncias, o registro de candidatos estrangeiros.

c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto

e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito,

referendo e iniciativa popular.

d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema pro-

porcional, a eventual mudança do sistema pode ser realizada mediante apresenta-

ção de projeto de lei.

e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filia-

ção partidária.

Questão 9    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015)

I – Participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados,

do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias.

II – Obter passaporte.

III – Obter carteira de identidade.

IV – Renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo

governo.

Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se

justificou devidamente, Não poderá o eleitor, dentre outras condutas as indicadas em

a) I, II, III e IV.

b) II, III e IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II e IV, apenas.

e) I, III e IV, apenas.

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Questão 10    (IESES/TRE-MA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) João Silva, brasileiro

nato, com domicilio eleitoral na cidade do Rio de Janeiro, filiado a partido político

há 6 anos, tem 29 anos de idade no dia limite para o registro de candidatura, de-

seja candidatar-se ao cargo de Governo do Estado do rio de Janeiro. Com base na

legislação vigente em relação as idades mínimas para concorrer a cargos eletivos

é correto afirmar:

a) João Silva só poderá concorrer ao cargo de governador na presente situação se

houver manifestação favorável ao seu registro por parte do Ministério Público e dos

demais candidatos que concorrem na eleição.

b) João Silva só poderá se candidatar caso consiga um deferimento de medida

cautelar com base na eficácia horizontal dos direitos fundamentais e solicite que

seja feita uma interpretação extensiva do direito fundamental a participação no

processo eleitoral.

c) João Silva só poderá se candidatar caso venha a completar 30 anos até a data

da posse, pois as idades mínimas para concorrer a cargo eletivo são consideradas

na data da posse e não na data do registro de candidatura.

d) João Silva poderá se candidatar ao cargo de governador pelo fundamento que a

jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral tem entendimento que o não cumpri-

mento da idade mínima não é motivo para impedir a posse do candidato que esteja

nesta situação e venha a ser eleito.

Questão 11    (CONSUPLAN/TRE-MG/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) O princípio de-

mocrático encontra-se inscrito no Art. 1º parágrafo único da Constituição Brasileira

que dispõe: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Assinale a alternativa que

contempla direito político que representa desdobramento direto deste princípio.

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a) Filiação partidária.

b) Sufrágio capacitário.

c) Iniciativa popular das leis.

d) Referendo para aprovação de projeto de lei.

Questão 12    (FCC/TJ-PE/JUIZ/2015) Sem a prova de que votou na última eleição,

pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, poderá o eleitor

a) renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

b) praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto

de renda

c) receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego

público.

d) optar pelo pagamento parcelado do IPTU.

e) obter passaporte ou carteira de identidade.

Questão 13    (FCC/TRE-RR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) Joselma, 43 anos de

idade, é servidora pública estatutária de órgão da administração indireta da União.

Deverá se afastar, até 3 meses antes do pleito, garantido o direito à percepção de

seus vencimentos integrais, para candidatar-se a

a) Governadora de Estado e Deputada Estadual, somente.

b) Presidente da República e Governadora de Estado, somente.

c) Presidente da República, Governadora de Estado, Senadora, Deputada Federal

e Deputada Estadual.

d) Presidente da República, Senadora e Deputada Federal, somente.

e) Senadora, Deputada Federal e Deputada Estadual, somente.

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Questão 14    (VUNESP/SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO LEGISLATI-

VO/2014) Com relação aos Direitos Políticos, é correto afirmar que

a) o indivíduo que nasce no Brasil adquire desde o momento do nascimento a ci-

dadania brasileira.

b) a perda ou suspensão dos direitos políticos ocorrem exclusivamente pelo can-

celamento da naturalização por sentença transitada em julgado, pela condenação

criminal transitada em julgado e, enquanto perdurarem seus efeitos, pela recusa

ao cumprimento de obrigação a todos imposta ou prestação alternativa e pela im-

probidade administrativa.

c) o Brasil adota o sistema de sufrágio censitário como meio de exteriorizar o su-

frágio universal.

d) são institutos da democracia participativa o plebiscito, o referendo e a iniciativa

popular.

e) a perda dos direitos políticos do parlamentar, por condenação criminal transita-

da em julgado, por pena superior a do mandato, implica automaticamente na perda

deste, bastando a comunicação da condenação feita pelo Judiciário ao Legislativo.

Questão 15    (VUNESP/POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2014/ADAPTADA) Com

relação aos Direitos Políticos, é correto dizer que

a) o sufrágio é um direito público subjetivo, de natureza política, que tem o cidadão

de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal.

b) não podem alistar-se como eleitores os analfabetos, os estrangeiros e os cons-

critos durante o período do serviço militar.

c) a idade mínima para que um brasileiro nato possa concorrer à vereança é de

vinte e um anos.

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d) um dos requisitos necessários para o cumprimento das condições de elegibilidade

é a obrigatoriedade de comprovação do domicílio eleitoral com no mínimo um ano

antes do pleito eleitoral.

e) o mandato eletivo pode ser impugnado perante a Justiça Eleitoral, no prazo de

trinta dias contados da diplomação, instruindo-se a ação com no mínimo indícios de

prova do abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

Questão 16    (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014)

Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.

O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é causa jus-

tificadora da perda ou suspensão de direitos políticos.

Questão 17    (CONSUPLAN/TRE-MG/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) João, 28 anos

de idade, brasileiro nato, em dia com suas obrigações eleitorais e preenchendo

todos os requisitos de elegibilidade; decide se candidatar a cargo político. Nesse

caso, João pode se candidatar aos seguintes cargos:

a) Presidente e Vice-Presidente da República, Senador, Deputado Federal, Estadual

ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

b) Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

c) Governador e Vice-Governador de Estado, Deputado Federal, Estadual ou Distri-

tal, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

d) Senador, Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Questão 18    (CONSUPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Nos termos

da Constituição de 1988, a perda ou suspensão dos direitos políticos pode ocorrer

devido à(ao):

a) condenação criminal, mesmo que sem trânsito em julgado da sentença.

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b) incapacidade civil, em qualquer de suas manifestações.

c) improbidade administrativa, na forma e gradação previstas em lei.

d) cancelamento da naturalização, por decisão irrecorrível do TRE.

Questão 19    (CONSUPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Representam

formas de exercício da soberania popular, conforme a Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988,

I – o referendo e a iniciativa popular.

II – o referendo e o voto aberto.

III – o plebiscito e o referendo.

IV – o sufrágio e o voto indireto.

Estão corretas apenas as alternativas:

a) I, III

b) II, III

c) I, IV

d) III, IV

Questão 20    (CONSUPLAN/TSE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Para se eleger pre-

feito de qualquer município brasileiro, deve o cidadão possuir idade mínima de:

a) 21 anos.

b) 18 anos.

c) 30 anos.

d) 35 anos.

Questão 21    (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA/2018) Pedro, de 18 anos, preten-

de ser candidato a vereador. É brasileiro naturalizado, está no pleno exercício dos

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direitos políticos, está filiado a partido político e tem domicílio eleitoral no Município

limítrofe àquele em que pretende candidatar-se, tendo, portanto, pleno conheci-

mento da realidade social.

À luz da sistemática constitucional, Pedro:

a) preenche todas as condições de elegibilidade exigidas;

b) não preenche a condição de elegibilidade baseada no critério etário;

c) não preenche a condição de elegibilidade consistente no domicílio eleitoral;

d) não preenche a condição de elegibilidade consistente na nacionalidade brasilei-

ra nata;

e) não preenche as condições de elegibilidade consistentes no critério etário e no

domicílio eleitoral.

Questão 22    (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2018) A Constituição Federal de 1988 esta-

belece, como regra geral, que são inalistáveis e inelegíveis como eleitores

a) analfabetos.

b) estrangeiros.

c) maiores de 70 anos.

d) maiores de 16 anos e menores de 18 anos.

e) que alegarem motivos de crença religiosa.

Questão 23    (CESPE/DPU/DEFENSOR/2017) Acerca dos princípios do direito elei-

toral e dos direitos políticos, julgue o item a seguir.

Uma vez que o direito de ser votado integra o rol dos direitos e garantias individu-

ais e que estes, por força constitucional, não podem ser abolidos, as condições de

elegibilidade não podem ser objeto de proposta de emenda à CF.

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Questão 24    (CESPE/DPU/2017) Acerca dos princípios do direito eleitoral e dos

direitos políticos, julgue o item a seguir.

No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao exercício da sobe-

rania popular, restritos, portanto, aos direitos de votar e de ser votado.

Questão 25    (VUNESP/SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR/2016) Assinale a alter-

nativa correta.

a) A Constituição Federal admite a cassação, perda ou suspensão dos direitos políticos.

b) A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos e

a improbidade administrativa, essa nos termos do artigo 37, § 4º, da Constituição

Federal, são causas de suspensão de direitos políticos.

c) A recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos

termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, não acarreta perda ou suspensão

dos direitos políticos.

d) Verificada a hipótese de incapacidade civil absoluta dentre as previstas na lei ci-

vil, haverá a perda dos direitos políticos, como efeito natural do trânsito em julgado

da sentença que decretar a interdição.

e) A suspensão dos direitos políticos por condenação criminal transitada em juga-

do, enquanto durarem seus efeitos, deve ser expressamente referida na sentença,

uma vez que se trata de pena acessória.

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GABARITO
1. a 25. b

2. d

3. b

4. d

5. d

6. b

7. b

8. c

9. a

10. c

11. c

12. d

13. c

14. d

15. a

16. E

17. b

18. c

19. a

20. a

21. c

22. b

23. E

24. E

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Com relação à obrigato-

riedade do voto no Brasil,

a) os maiores de 18 anos são obrigados a votar, podendo ser impedidos de ob-

ter empréstimos em estabelecimentos de crédito mantidos pelo governo caso não

apresentem a prova de votação na última eleição.

b) a ausência de comprovação do cumprimento da obrigação de votar implica a

suspensão imediata de aluno de instituição de ensino oficial.

c) o eleitor que deixar de votar deverá justificar sua ausência perante o Juiz Elei-

toral no prazo de 60 dias e ainda efetuar o pagamento de multa, em qualquer hi-

pótese.

d) a ausência de votação, por pelo menos 3 eleições consecutivas ou a falta de

alistamento eleitoral dos maiores de 18 anos, implicarão o cancelamento do alista-

mento ou a proibição de sua realização.

e) os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, que não comprovarem a votação

na última eleição, não poderão obter passaporte ou carteira de identidade.

Letra a.

a) Certa. O alistamento e o voto são obrigatórios aos maiores de 18 anos. Entre-

tanto, apesar de ser exatamente essa a prescrição legal, você precisa lembrar que,

para que o voto seja obrigatório, exige-se, ainda, que a pessoa tenha menos de 70

anos e seja alfabetizada. Caso contrário, o alistamento e voto serão facultativos.

Aquele (cujo voto seja obrigatório) que não cumprir essa obrigação legal sofrerá,

entre outras consequências, o impedimento de obtenção de empréstimos em esta-

belecimentos de créditos mantidos pelo governo.

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b) Errada. O não cumprimento da obrigação eleitoral implica o impedimento de

matrícula em estabelecimento oficial de ensino, não a suspensão da matrícula.

c) Errada. Nas hipóteses em que o voto seja obrigatório, se o eleitor justificar sua

ausência, não haverá a necessidade de pagamento da multa eleitoral. Na verdade,

a multa eleitoral somente é imposta ao eleitor que não votou nem justificou sua

ausência.

d) Errada. A ausência de comparecimento às eleições sem a apresentação de jus-

tificativa ou o pagamento da multa eleitoral acarretará o cancelamento da inscrição

eleitoral. Por sua vez, a ausência de alistamento eleitoral do maior de 18 anos não o

impedirá de, a qualquer tempo, alistar-se.

e) Errada. Para os maiores de 16 anos e menores de 18 anos, a ausência de vota-

ção não tem nenhuma consequência jurídica, pois, para eles, ainda que alistados,

o voto será facultativo.

Questão 2    (FCC/AL-MS/CONSULTOR DE PROCESSO LEGISLATIVO/2016) Jair

pretende candidatar-se ao cargo de vereador e completará 18 anos um dia após a

data-limite para o pedido de registro da candidatura. Nesse caso, Jair

a) poderá candidatar-se, pois completa dezoito anos antes do dia do pleito que

ocorrerá no primeiro domingo de outubro do ano eleitoral.

b) poderá candidatar-se, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida

como condição de elegibilidade é verificada tendo por referência a data da posse.

c) apenas poderá candidatar-se se for emancipado, pois os menores de dezoito

anos são inelegíveis.

d) não poderá se candidatar, pois a idade mínima constitucionalmente estabelecida

como condição de elegibilidade será aferida na data-limite para o pedido de registro.

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e) não poderá se candidatar pois a idade mínima constitucionalmente prevista para

uma pessoa eleger-se ao cargo de vereador é vinte e um anos de idade.

Letra d.

A idade mínima constitucional para o exercício do direito à elegibilidade é aferida

tendo por parâmetro a data da posse. Entretanto, em razão da alteração legislati-

va promovida pela Lei n. 13.165/2015, para os cargos cuja idade mínima seja 18

anos, a referência não será a data da posse, mas a data-limite para o pedido de

registro de candidatura. A esse respeito, veja a seguinte prescrição legal:

Art. 11, § 2º A idade mínima constitucionalmente estabelecida como condição de ele-


gibilidade é verificada tendo por referência a data da posse, salvo quando fixada em
dezoito anos, hipótese em que será aferida na data-limite para o pedido de registro.

Questão 3    (VUNESP/ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Quanto ao

plebiscito,

assinale a alternativa correta.

a) É posterior à criação do ato legislativo que trate do assunto em pauta.

b) É convocado mediante decreto legislativo.

c) Considera-se inviável para discussão de matéria administrativa.

d) Caberá ao Congresso Nacional fixar a data dessa consulta popular.

e) Será considerado aprovado ou rejeitado por maioria absoluta.

Letra b.

a) Errada. O plebiscito é uma consulta popular feita antes da edição do ato legis-

lativo. A consulta posterior ao ato legislativo é denominada referendo.

b) Certa. A forma de convocação do plebiscito é por meio de decreto legislativo.

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c) Errada. Nos termos do art. 2º da Lei n. 9.709/1998, o plebiscito e referendo são

consultas formuladas ao povo, para que delibere sobre matéria de acentuada rele-

vância, de natureza constitucional, legislativa ou administrativa.

d) Errada. Após a aprovação do decreto legislativo pelo Congresso Nacional, cabe-

rá à Justiça Eleitoral fixar a data da consulta popular.

e) Errada. O plebiscito ou referendo, convocado nos termos da lei, será conside-

rado aprovado ou rejeitado por maioria simples, de acordo com o resultado homo-

logado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Questão 4    (FCC/TRE-SP/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017) Considere as seguintes

hipóteses: Sofia está temporariamente privada dos direitos políticos, Carlos não

sabe exprimir-se na língua nacional e Gabriela está definitivamente privada dos

direitos políticos. Nesses casos, de acordo com o Código Eleitoral brasileiro, NÃO

podem alistar-se os eleitores

a) Carlos e Gabriela, apenas.

b) Gabriela, apenas.

c) Carlos, apenas.

d) Sofia, Carlos e Gabriela.

e) Gabriela e Sofia, apenas.

Letra d.

Para resolver essa questão, devemos analisar a situação jurídica de cada uma das

pessoas citadas:

• Sofia está com os seus direitos políticos suspensos, logo, não pode exercer a

cidadania. Por consequência, não pode alistar-se como eleitora;

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• Carlos – segundo o entendimento da FCC, aqueles que não saibam exprimir-se

em língua nacional estão proibidos de se alistarem como eleitores. Na verda-

de, trata-se da previsão legal inscrita no art. 5º, II do Código Eleitoral. Essa é

a posição da FCC.

Contudo, de acordo com o TSE, essa hipótese de impedimento de alistamento elei-

toral está revogada. Segundo a Corte Eleitoral, as hipóteses de não alistabilidade

estão previstas na Constituição Federal e são elas:

• estrangeiros;

• conscritos, durante o período do serviço militar obrigatório. A esse respeito,

veja o seguinte julgado:

CONSULTA. RECEBIDA COMO PROCESSO ADMINISTRATIVO. JUIZ ELEITORAL.


TRE/AM. RECEPÇÃO. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARTIGO 5º, INCISO II, DO
CÓDIGO ELEITORAL.
Consoante o § 2º do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores
somente é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, aos conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe
em face da incapacidade absoluta nos termos da lei civil.
Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada
a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo 14 da CF, não há
como entender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar
à Carta Magna, que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica
não estabelece.
Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja pre-
visto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que
afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda
sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores.
Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela Consti-
tuição Federal de 1988. Resolução 23274/2010, TSE.

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Assim, apesar do entendimento do TSE, saiba que, nas provas elaboradas pela FCC,

você deve marcar que o alistamento daquele que, saiba exprimir-se em língua nacio-

nal é proibido...

Gabriela perdeu seus direitos políticos e, por consequência, não pode alistar-se.

Assim, considerando especificamente a posição da FCC, a alternativa correta é a

letra d.

Questão 5    (VUNESP/MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Assinale a al-

ternativa correta no que se refere aos direitos políticos.

a) O analfabeto não pode alistar-se eleitor e, por via de consequência, não pode

votar.

b) O eleitor que não provar ter votado na última eleição, ou mesmo deixar de pro-

var a justificativa pela ausência do voto ou o respectivo pagamento da multa terá

cancelado o passaporte emitido em seu favor, ainda que dentro do prazo de sua

validade.

c) Uma das condições de elegibilidade para candidato a vereador é ter idade mínima

de 21 anos.

d) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e

secreto e, nos termos da lei, pelo plebiscito, iniciativa popular e referendo.

e) A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação,

mas só será aplicada à eleição que ocorra até seis meses da data de sua vigência.

Letra d.

a) Errada. O analfabeto não tem proibição para o alistamento eleitoral. Na verda-

de, para ele, o alistamento é facultativo. Logo, pode votar.

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b) Errada. O eleitor que não votar, não justificar a ausência nem pagar multa ficará

impedido de obter seu passaporte, mas não haverá cancelamento do passaporte já

emitido e dentro do prazo de validade.

c) Errada. Para concorrer ao cargo de vereador, o candidato deve ter idade mínima de

18 anos.

d) Certa. Essa alternativa reproduz exatamente a prescrição contida no art. 14 da

CF, sobre os meios de exercício da soberania popular.

e) Errada. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua

publicação, mas só será aplicada à eleição que ocorra até um ano da data de sua

vigência.

Questão 6    (VUNESP/REGISTRO-SP/ADVOGADO/2016) Assinale a alternativa

correta.

a) O plebiscito constitui consulta popular prévia sobre matéria política ou institu-

cional após sua formulação legislativa, configurando instrumento de exercício da

soberania popular.

b) O referendo constitui consulta posterior à aprovação de projeto de lei ou de

emenda constitucional, para ratificação ou rejeição, configurando instrumento de

exercício da soberania.

c) A autorização de referendo, diversamente da convocação do plebiscito, é da

competência exclusiva do Congresso Nacional.

d) Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do

Poder Executivo, o referendo é convocado por decreto legislativo da Câmara ou do

Senado, com proposta que deve ser assinada por no mínimo dois terços dos depu-

tados e senadores.

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e) O plebiscito e o referendo devem ser aprovados na Câmara, por maioria simples e

no Senado por maioria absoluta e o resultado é homologado pelo Tribunal Superior

Eleitoral.

Letra b.

Segundo o art. 2º da Lei n. 9.709/1998, plebiscito e referendo são consultas for-

muladas ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de na-

tureza constitucional, legislativa ou administrativa.

O referendo constitui uma consulta popular feita após a aprovação do projeto de

lei, cumprindo ao povo, no exercício de seus direitos políticos (soberania popular)

ratificar ou rejeitar a matéria aprovada.

Por essa razão, a alternativa correta é a letra “b”.

Questão 7    (CESPE/TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016) Assinale a opção cor-

reta no que se refere ao direito de sufrágio.

a) No direito brasileiro, os conceitos de voto e de sufrágio são equivalentes.

b) O sufrágio é um direito público subjetivo democrático, que cabe ao povo, res-

peitados o princípio da universalidade e o princípio da igualdade de voto e de ele-

gibilidade.

c) O direito de sufrágio ativo não é pressuposto do direito de sufrágio passivo.

d) Da obrigatoriedade do voto, determinada pela CF, decorre, para o eleitor, o dever

jurídico de emitir o seu voto.

e) A liberdade do voto manifesta-se pela preferência a um candidato, mas não pela

anulação do voto ou pela opção de depositar cédula em branco na urna.

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Letra b.

a) Errada. O sufrágio constitui o instrumento para o exercício da soberania popular

e tem, como uma de suas manifestações, o direito ao voto. Pode-se, assim, afirmar

que o sufrágio é o gênero e o voto, a espécie, não sendo, portanto, expressões,

sinônimas.

b) Certa. Em razão da adoção do princípio democrático, o sufrágio viabiliza ao

povo, de forma universal e igualitária, o exercício do direito ao voto e do direito de

participar das eleições e concorrer a cargos públicos eletivos.

c) Errada. O exercício do direito à elegibilidade não prescinde do direito ao voto.

d) Errada. De acordo com Alexandre de Moraes (e com o posicionamento adotado

pela Banca nessa questão), a obrigatoriedade do voto contida na CF abrange tão

apenas a obrigação de comparecer às urnas e não necessariamente a obrigatorie-

dade de votar.

e) Errada. Ao comparecer às urnas, o eleitor poderá escolher um candidato, anu-

lar o seu voto ou votar em branco, pois tem liberdade para exercer o seu direito

ao voto.

Questão 8    (CESPE/TRE-RS/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) O direito eleitoral,

precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e

disciplinam o exercício do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a

precisa equação entre a vontade do povo e a atividade governamental. Para melhor

ordenação lógica (das fontes), há que se partir da Constituição Federal de 1988

(CF), que é a fonte suprema de onde promana a ordem jurídica estatal.

Idem, ibidem (com adaptações).

Com relação a esse tema, assinale a opção correta.

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a) Incorporou-se no texto da CF a capacidade eleitoral ativa e passiva dos analfabetos.

b) A exemplo de alguns países europeus e americanos, a CF admite, em determi-

nadas circunstâncias, o registro de candidatos estrangeiros.

c) Conforme a CF, a soberania popular é exercida pelo sufrágio e pelo voto direto

e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito,

referendo e iniciativa popular.

d) Não estando prevista na CF a eleição dos deputados por meio do sistema pro-

porcional, a eventual mudança do sistema pode ser realizada mediante apresenta-

ção de projeto de lei.

e) A CF autoriza, em determinadas circunstâncias, a eleição de cidadãos sem filia-

ção partidária.

Letra c.

a) Errada. Os analfabetos estão impedidos de exercer a capacidade eleitoral pas-

siva.

b) Errada. Os estrangeiros não podem se tornar cidadãos e, por consequência,

não podem concorrer a cargos públicos eletivos.

c) Certa. Essa assertiva retrata a redação do art. 14 da Constituição Federal, mo-

tivo pelo qual está correta.

d) Errada. Os deputados federais, estaduais e distritais são eleitos por meio do

sistema eleitoral proporcional.

e) Errada. Não existe candidatura avulsa no Brasil.

Questão 9    (FCC/TRE-AP/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015)

I – Participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados,

do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias.

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II – Obter passaporte.

III – Obter carteira de identidade.

IV – Renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo

governo.

Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se

justificou devidamente, Não poderá o eleitor, dentre outras condutas as indicadas em

a) I, II, III e IV.

b) II, III e IV, apenas.

c) I, II e III, apenas.

d) II e IV, apenas.

e) I, III e IV, apenas.

Letra a.

De acordo com o § 1º do art. 7º do Código Eleitoral, Sem a prova de que votou na

última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não

poderá o eleitor:

I – inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou em-


possar-se neles;
II – receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego
público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas,
institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo
ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequen-
te ao da eleição;
III – participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos
Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
IV – obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econô-
micas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em
qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração
este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
V – obter passaporte ou carteira de identidade;
VI – renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;

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VII – praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto
de renda.

Desse modo, a alternativa certa é a letra “a”, pois, dentre as alternativas, retrata

aquele em que contém hipóteses fáticas de impedimento de exercício de direitos

em razão do não exercício do direito ao voto.

Questão 10    (IESES/TRE-MA/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015) João Silva, brasileiro

nato, com domicilio eleitoral na cidade do Rio de Janeiro, filiado a partido político

há 6 anos, tem 29 anos de idade no dia limite para o registro de candidatura, de-

seja candidatar-se ao cargo de Governo do Estado do rio de Janeiro. Com base na

legislação vigente em relação as idades mínimas para concorrer a cargos eletivos

é correto afirmar:

a) João Silva só poderá concorrer ao cargo de governador na presente situação se

houver manifestação favorável ao seu registro por parte do Ministério Público e dos

demais candidatos que concorrem na eleição.

b) João Silva só poderá se candidatar caso consiga um deferimento de medida

cautelar com base na eficácia horizontal dos direitos fundamentais e solicite que

seja feita uma interpretação extensiva do direito fundamental a participação no

processo eleitoral.

c) João Silva só poderá se candidatar caso venha a completar 30 anos até a data

da posse, pois as idades mínimas para concorrer a cargo eletivo são consideradas

na data da posse e não na data do registro de candidatura.

d) João Silva poderá se candidatar ao cargo de governador pelo fundamento que a

jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral tem entendimento que o não cumpri-

mento da idade mínima não é motivo para impedir a posse do candidato que esteja

nesta situação e venha a ser eleito.

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Letra c.

Para concorrer ao cargo de governador, exige-se a idade mínima de 30 anos, a ser

comprovada tendo por parâmetro a data da posse. Assim, José da Silva, para ter o

deferimento do seu registro de candidatura, precisará comprovar a idade mínima

na data da posse.

Assim, a alternativa certa é a letra “c”.

Questão 11    (CONSUPLAN/TRE-MG/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) O princípio de-

mocrático encontra-se inscrito no Art. 1º parágrafo único da Constituição Brasileira

que dispõe: “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Assinale a alternativa que

contempla direito político que representa desdobramento direto deste princípio.

a) Filiação partidária.

b) Sufrágio capacitário.

c) Iniciativa popular das leis.

d) Referendo para aprovação de projeto de lei.

Letra c.

O exercício da soberania popular, nos termos do art. 14 da Constituição Federal,

dá-se por meio do sufrágio universal, por meio do voto direto, secreto e com valor

igual para todos, do plebiscito, do referendo e da iniciativa popular de leis.

Dessa forma, a alternativa certa é a letra “c”.

Questão 12    (FCC/TJ-PE/JUIZ/2015) Sem a prova de que votou na última eleição,

pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, poderá o eleitor

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a) renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo.

b) praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto

de renda

c) receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego

público.

d) optar pelo pagamento parcelado do IPTU.

e) obter passaporte ou carteira de identidade.

Letra d.

Dentre as proibições ou impedimentos para aqueles que não votarem, não paga-

rem a multa e não justificou a sua ausência, inexiste a proibição de parcelamento

do IPTU, nos termos do art. 7º do Código Eleitoral, motivo pelo qual a alternativa

certa é a letra “d”.

Questão 13    (FCC/TRE-RR/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2015) Joselma, 43 anos de ida-

de, é ser- vidora pública estatutária de órgão da administração indireta da União.

Deverá se afastar, até 3 meses antes do pleito, garantido o direito à percepção de

seus ven- cimentos integrais, para candidatar-se a

a) Governadora de Estado e Deputada Estadual, somente.

b) Presidente da República e Governadora de Estado, somente.

c) Presidente da República, Governadora de Estado, Senadora, Deputada Federal

e Deputada Estadual.

d) Presidente da República, Senadora e Deputada Federal, somente.

e) Senadora, Deputada Federal e Deputada Estadual, somente.

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Letra c.
Aos quarenta e três anos de idade, o eleitor poderá concorrer às eleições para qual-
quer cargo público eletivo, pois, ao alcançar trinta e cinco anos de idade, o eleitor
atinge a capacidade eleitoral plena.
Assim, a alternativa que representa todos os cargos eletivos para os quais Joselma
poderá concorrer é a letra “c”.

Questão 14    (VUNESP/SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR JURÍDICO LEGISLATI-


VO/2014) Com relação aos Direitos Políticos, é correto afirmar que
a) o indivíduo que nasce no Brasil adquire desde o momento do nascimento a ci-
dadania brasileira.
b) a perda ou suspensão dos direitos políticos ocorrem exclusivamente pelo can-
celamento da naturalização por sentença transitada em julgado, pela condenação
criminal transitada em julgado e, enquanto perdurarem seus efeitos, pela recusa
ao cumprimento de obrigação a todos imposta ou prestação alternativa e pela im-
probidade administrativa.
c) o Brasil adota o sistema de sufrágio censitário como meio de exteriorizar o su-
frágio universal.
d) são institutos da democracia participativa o plebiscito, o referendo e a iniciativa
popular.
e) a perda dos direitos políticos do parlamentar, por condenação criminal transita-
da em julgado, por pena superior a do mandato, implica automaticamente na perda
deste, bastando a comunicação da condenação feita pelo Judiciário ao Legislativo.

Letra d.

a) Errada. A cidadania brasileira é titularizada apenas por brasileiros que tenham

a idade mínima de dezesseis anos de idade.

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b) Errada. A incapacidade civil absoluta também constitui hipótese de suspensão

dos direitos políticos.

c) Errada. Segundo a CF, no Brasil, o sufrágio é universal.

d) Certa. Dentre as formas de exercício da soberania popular, tem-se o plebiscito,

o referendo e a iniciativa popular de leis, razão pela qual essa é a alternativa correta.

e) Errada. No caso de condenação criminal transitada em julgado, a perda do

mandato depende de decisão da respectiva casa legislativa.

Questão 15    (VUNESP/POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2014) Com relação aos

Direitos Políticos, é correto dizer que

a) o sufrágio é um direito público subjetivo, de natureza política, que tem o cidadão

de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder estatal.

b) não podem alistar-se como eleitores os analfabetos, os estrangeiros e os cons-

critos durante o período do serviço militar.

c) a idade mínima para que um brasileiro nato possa concorrer à vereança é de

vinte e um anos.

d) um dos requisitos necessários para o cumprimento das condições de elegibilida-

de é a obrigatoriedade de comprovação do domicílio eleitoral com no mínimo seis

meses antes do pleito eleitoral.

e) o mandato eletivo pode ser impugnado perante a Justiça Eleitoral, no prazo de

trinta dias contados da diplomação, instruindo-se a ação com no mínimo indícios de

prova do abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

Letra a.

a) Certa. O instrumento de exercício da soberania popular, o sufrágio universal,

pode ser definido como direito público subjetivo, direito este que lhe garante a

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possibilidade de votar, ser votado, de participar de plebiscito, referendo e iniciativa

popular de leis.

b) Errada. Para os analfabetos, o alistamento eleitoral e o voto são facultativos.

c) Errada. A idade mínima para concorrer ao cargo de vereador é de 18 anos.

d) Errada. Para o exercício do direito à elegibilidade, exige-se o domicílio eleitoral

na circunscrição do cargo pelo prazo de, pelo menos, seis meses antes da data das

eleições.

e) Errada. O prazo para o ajuizamento da AIME é de quinze dias, a contas da data

da diplomação.

Questão 16    (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2014)

Julgue os itens subsequentes, relativos aos direitos políticos.

O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é causa jus-

tificadora da perda ou suspensão de direitos políticos.

Errado.

O cancelamento da naturalização constitui hipótese de perda dos direitos políticos

em razão da perda da nacionalidade brasileira. Não se trata de hipótese de suspen-

são dos direitos políticos.

Questão 17    (CONSUPLAN/TRE-MG/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) João, 28 anos

de idade, brasileiro nato, em dia com suas obrigações eleitorais e preenchendo

todos os requisitos de elegibilidade; decide se candidatar a cargo político. Nesse

caso, João pode se candidatar aos seguintes cargos:

a) Presidente e Vice-Presidente da República, Senador, Deputado Federal, Estadual

ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

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b) Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

c) Governador e Vice-Governador de Estado, Deputado Federal, Estadual ou Distri-

tal, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

d) Senador, Deputado Federal, Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Letra b.

Aos vinte e oito anos, o cidadão estará apto a concorrer aos cargos de: vereador,

prefeito, vice-prefeito, deputado federal, deputado estadual e deputado distrital.

Questão 18    (CONSUPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Nos termos

da Constituição de 1988, a perda ou suspensão dos direitos políticos pode ocorrer

devido à(ao):

a) condenação criminal, mesmo que sem trânsito em julgado da sentença.

b) incapacidade civil, em qualquer de suas manifestações.

c) improbidade administrativa, na forma e gradação previstas em lei.

d) cancelamento da naturalização, por decisão irrecorrível do TRE.

Letra c.

É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos

casos de:

I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;


II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos
do art. 5º, VIII;
V – improbidade administrativa, na forma e gradação previstas em lei.

Assim, a alternativa certa é a letra “c”.

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Questão 19    (CONSUPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Representam

formas de exercício da soberania popular, conforme a Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988,

I – o referendo e a iniciativa popular.

II – o referendo e o voto aberto.

III – o plebiscito e o referendo.

IV – o sufrágio e o voto indireto.

Estão corretas apenas as alternativas:

a) I, III

b) II, III

c) I, IV

d) III, IV

Letra a.

Soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secre-

to, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.

Assim, a alternativa certa é a letra “a”.

Questão 20    (CONSUPLAN/TSE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2012) Para se eleger pre-

feito de qualquer município brasileiro, deve o cidadão possuir idade mínima de:

a) 21 anos.

b) 18 anos.

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c) 30 anos.

d) 35 anos.

Letra a.

São condições de elegibilidade, na forma da lei: a idade mínima de: vinte e um

anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito

e juiz de paz.

Assim, a alternativa certa é a letra “a”.

Questão 21    (FGV/CÂMARA DE SALVADOR-BA/2018) Pedro, de 18 anos, preten-

de ser candidato a vereador. É brasileiro naturalizado, está no pleno exercício dos

direitos políticos, está filiado a partido político e tem domicílio eleitoral no Município

limítrofe àquele em que pretende candidatar-se, tendo, portanto, pleno conheci-

mento da realidade social.

À luz da sistemática constitucional, Pedro:

a) preenche todas as condições de elegibilidade exigidas;

b) não preenche a condição de elegibilidade baseada no critério etário;

c) não preenche a condição de elegibilidade consistente no domicílio eleitoral;

d) não preenche a condição de elegibilidade consistente na nacionalidade brasilei-

ra nata;

e) não preenche as condições de elegibilidade consistentes no critério etário e no

domicílio eleitoral.

Letra c.

Pedro quer concorrer ao cargo de vereador. Logo, deve preencher aos seguintes

requisitos:

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• nacionalidade brasileira, originária ou derivada;

• pleno gozo dos direitos políticos;

• fialiação partidária;

• domicílio eleitoral na circunscrição do cargo, ou seja, no mesmo município;

• idade mínima de 18 anos.

Logo, Pedro, por não morar no município do cargo eletivo pelo qual quer concorrer,

não preenche a condição de elegibilidade domicílio eleitoral.

Questão 22    (FCC/DPE-AM/ANALISTA/2018) A Constituição Federal de 1988 esta-

belece, como regra geral, que são inalistáveis e inelegíveis como eleitores

a) analfabetos.

b) estrangeiros.

c) maiores de 70 anos.

d) maiores de 16 anos e menores de 18 anos.

e) que alegarem motivos de crença religiosa.

Letra b.

De acordo com a Constituição Federal, são inalistáveis e, por consequência, inele-

gíveis, nos termos do art. 14, §§ 2º e 4º, da Constituição Federal: os estrangeiros.

Questão 23    (CESPE/DPU/DEFENSOR/2017) Acerca dos princípios do direito elei-

toral e dos direitos políticos, julgue o item a seguir.

Uma vez que o direito de ser votado integra o rol dos direitos e garantias individu-

ais e que estes, por força constitucional, não podem ser abolidos, as condições de

elegibilidade não podem ser objeto de proposta de emenda à CF.

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Errado.

De acordo com o art. 60, § 4º, IV da Constituição Federal, não será objeto de deli-

beração a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias fundamen-

tais.

Por consequência, os direitos políticos, espécie de direitos fundamentais, não po-

dem ser abolidos.

Entretanto, inexiste proibição para que uma emenda constitucional possa tratar do

tema condições de elegibilidade, criando ou alterando um novo requisito para que

alguém participe das eleições.

Diferentemente, por exemplo, uma emenda que abolisse com o direito à elegibili-

dade seria inconstitucional em razão de afrontar uma cláusula pétrea.

Questão 24    (CESPE/DPU/2017) Acerca dos princípios do direito eleitoral e dos

direitos políticos, julgue o item a seguir.

No texto constitucional, os direitos políticos estão vinculados ao exercício da sobe-

rania popular, restritos, portanto, aos direitos de votar e de ser votado.

Errado.

Na verdade, os direitos políticos abrangem todas as normas que atribuem ao povo

o direito de intervir e participar na formação da vontade política do Estado. Logo,

os direitos políticos abrangem o direito de iniciativa popular de leis, de propor ação

popular, de fazer manifestações populares, de fiscalizar a gestão da coisa públi-

ca etc.

Questão 25    (VUNESP/SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR/2016) Assinale a alter-

nativa correta.

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a) A Constituição Federal admite a cassação, perda ou suspensão dos direitos po-

líticos.

b) A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos e

a improbidade administrativa, essa nos termos do artigo 37, § 4º, da Constituição

Federal, são causas de suspensão de direitos políticos.

c) A recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos

termos do art. 5º, VIII, da Constituição Federal, não acarreta perda ou suspensão

dos direitos políticos.

d) Verificada a hipótese de incapacidade civil absoluta dentre as previstas na lei ci-

vil, haverá a perda dos direitos políticos, como efeito natural do trânsito em julgado

da sentença que decretar a interdição.

e) A suspensão dos direitos políticos por condenação criminal transitada em juga-

do, enquanto durarem seus efeitos, deve ser expressamente referida na sentença,

uma vez que se trata de pena acessória.

Letra b.

a) Errada. A Constituição Federal proíbe a cassação dos direitos políticos, somente

admitindo a perda, a suspensão e as inelegibilidades como hipóteses restritivas da

cidadania brasileira.

b) Certa. Segundo o art. 15, III e V, da Constituição Federal e o entendimento

doutrinário uníssono, as hipóteses listadas na alternativa acarretam a suspensão

dos direitos políticos.

c) Errada. A recusa de cumprir obrigação legal a todos imposta ou a prestação

alternativa acarreta a restrição da cidadania (perda ou suspensão, a depender da

posição doutrinária adotada. Em direito eleitoral, de acordo com o TSE, essa hipó-

tese acarreta a suspensão dos direitos políticos.).

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d) Errada. A incapacidade civil absoluta gera a suspensão dos direitos políticos.

e) Errada. Qualquer condenação criminal, não importa o crime, nem a pena, im-

porta em suspensão dos direitos políticos como hipótese automática da sentença

penal condenatória.

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