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15/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Sem dúvida alguma, ao lado dos instrumentos habituais da cidadania (voto, plebiscito, referendo e iniciativa popular), os
direitos e garantias fundamentais representam, a partir de 1988, verdadeiros e novos instrumentos de exercício da
cidadania.

Os Direitos e Garantias Fundamentais são verdadeiras limitações ao Poder estatal. São normas de competência negativa
para os Poderes Públicos. E normas positivas para os cidadãos. Protegem, pois, a dignidade da pessoa humana e efetivam o
exercício da cidadania.

Os Direitos Fundamentais têm vinculação com as qualidades inerentes ao ser humano. Não importam as riquezas do
homem, mas seus atributos enquanto ser. Seus direitos são respeitados apenas e tão-somente porque é homem. No moderno
conceito de cidadania que a CF/88 trouxe, esta é o direito de ter direitos.

Os Direitos Fundamentais, portanto, nada mais são do que os Direitos Humanos ou Direitos do Homem escritos na
Constituição sob o capítulo de Direitos Fundamentais.

Os Direitos Fundamentais têm um aspecto negativo e um positivo. Em sentido negativo, é uma limitação ao Estado. Em
sentido positivo, espaço de livre desenvolvimento da pessoa. Inclusive no que diz respeito ao controle de sua vida privada,
intimidade e, também, direito ao voto, plebiscito, referendo e todas as formas de cidadania.

Os Direitos Humanos ou Direitos Fundamentais possuem, pois, dupla faceta: uma negativa e outra positiva. A negativa se
dá em relação ao Estado. Para o Estado, os Direitos Fundamentais são como um freio ou breque, um limite ou barreira a
ações autoritárias que visem a interferir na liberdade individual. São normas de competência negativa, para evitar
influências na esfera jurídica individual. A faceta positiva diz respeito a ações do indivíduo: este pode agir e exigir seus
direitos e até mesmo ações positivas e concretas por parte do Estado. É um aspecto positivo, pois o indivíduo pode tomar
uma atitude real e afirmativa, isto é, tem a faculdade de agir, tem direitos e faculdades jurídicas. Tem cidadania!

Outro aspecto muito importante que diz respeito à cidadania na CF/88 são os partidos políticos. Os partidos políticos
afirmam e reafirmam o exercício da cidadania, pois é através deles que escolhemos nossos representantes por meio do
voto.

Vale dizer, a Constituição Federal estabeleceu que o regime político no Brasil é um regime partidário. Ou seja, o exercício
da vida política acontece por meio dos Partidos Políticos.

Os partidos políticos gozam de ampla liberdade no Brasil. São constituídos, da mesma forma que as associações civis sem
lucro, isto é, devem criar um Estatuto e registrá-lo no Cartório de Pessoas Jurídicas tendo, diferentemente das demais
associações, eu levar seu estatuto a registro perante o TSE. Os partidos políticos têm ampla liberdade estatutária e total
independência e autodeterminação de ideias (desde que não contrariem a CF, isto é, não poderia um partido político pregar
e distribuir panfletos patrocinando a pena de morte ...).

Poucas são as limitações normativas aos partidos políticos. Uma delas, estabelecida pela CF impõe que os partidos
políticos devem ter caráter nacional. Este caráter nacional é definido no momento de criação do Partido Político.

Para ter-se o registro da agremiação perante o TSE o partido deverá comprovar que possui o apoiamento de parcela da
população. A lei dos partidos políticos, (lei 9.096/95) traz as regras do apoiamento mínimo. O partido deve apresentar à
Justiça Eleitoral o apoiamento de, no mínimo, 0,5% do número de eleitores na última eleição para a Câmara dos
Deputados. E mais, esses votos devem estar distribuídos em. ao menos, um terço dos estados da federação.

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A norma que obriga o caráter nacional por meio de número mínimo de apoiamentos espalhados pela nação, é importante
para limitar e impor uma restrição quantitativa à existência de partidos. Do contrário, teríamos milhões de pequenos
partidos, em cada comunidade, em cada rua, em cada esquina.

Isto, logicamente, iria de encontro à finalidade política de participação do povo de modo equitativo e organizado no poder.

Também ressaltando o caráter nacional que os partidos devem ter a constituição veda que os partidos políticos recebam
recursos de entidades ou Estados estrangeiros. Desta forma, impede-se a ingerência estrangeira na política nacional.

Os partidos políticos são financiados por dinheiro dos associados/filiados, doadores não filiados e por recursos advindos do
Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos - Fundo Partidário. O Fundo Partidário é um fundo
administrado pela união que é composto pelas multas decorrentes de infrações à lei eleitoral, dotações orçamentárias,
repasses legais da União e doações. As doações diretas de pessoas físicas a partidos devem contabilizadas perante à Justiça
Eleitoral. Os doadores só podem ser pessoas físicas. O exercício da cidadania também se faz pela doação e fiscalização dos
partidos políticos.

O ato de fiscalizar, desde os órgãos públicos até os partidos políticos, é sempre um ato de cidadania.

Outra limitação à ampla liberdade dos partidos políticos resultam no fato de estes terem o dever de prestar contas à Justiça
Eleitoral. Está obrigatoriedade decorre do fato de eles receberem verbas de natureza pública por meio do Fundo Partidário.
Uma outra limitação reside no fato de que os partidos não podem se revelar como uma organização paramilitar.

Conceitualmente, os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado, mas exercem parcela de autoridade pública.
Isto porque nossa participação na política e na vida do Estado, como cidadãos, nos dá o controle das candidaturas, por
meio do partido político ao qual nos filiamos ou no qual votamos.

Importante destacar que o voto do cidadão é atribuído ao partido político. Os sistemas eleitorais vigentes no país, são
sistemas partidários. Disso, decorre a impossibilidade das chamadas candidaturas avulsas (candidato sem filiação
partidária). Consequentemente, os candidatos à eleição são apresentados à população pelos partidos políticos e concorrem
em nome destes.

Não à toa existe a regra da fidelidade partidária que define que os mandatos daqueles eleitos pelo sistema eleitoral
proporcional[1] pertencem ao Partido político e, na eventualidade de ocorrer infidelidade partidária por parte do político, o
partido requisitará o mandato dando posse ao suplente ( sobre a fidelidade partidária, vide-se acórdão do STF anexo em
que se reconheceu a constitucionalidade da perda do mandato[2]).

Ponto importante a ser destacado é o pluralismo partidário assegurado pela Constituição Federal. (temos, no Brasil, a
liberdade para ter vários partidos políticos/liberdade de convicção).

Ocorre que no período prévio à Constituição de 1988, o Brasil viveu um situação de bi-partidarismo. O constituinte, então,
optou por garantir a liberdade de reunião das mais diversas ideologias em partidos políticos.

Dizemos, “reunião de ideologias” para que fique claro que o sistema partidário é, sobretudo, um sistema ideológico. Os
partidos políticos devem ser a congregação de pessoas que pensam de forma similar quais são os rumos que devem ser
dados à gestão da coisa pública. Ou seja, é a congregação de pessoas de mesma ideologia. São essas as bases de nosso
Estado político e da cidadania. A vontade do povo deve prevalecer. As leis são formadas pela vontade popular.

É importante ressaltar que a CF, regulamentou os Par dos polí cos, no segundo Título da Cons tuição que é o Título dos
Direitos Fundamentais, mãos precisamente n capítulo V. Assim, os par dos polí cos são Direitos Fundamentais segundo o
regramento Cons tucional.

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[1] Os eleitos pelo sistema eleitoral proporcional são os vereadorer, os Deputados Estaduais e os Deputados Federais. Os
demais cargos (senador, prefeito, governador e presidente – e seus respec vos vices) são eleitos sobre o sistema eleitoral
majoritário.

[2] EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E ELEITORAL. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO


PELO PARTIDO DOS DEMOCRATAS - DEM CONTRA ATO DO PRESIDENTE DA CÂMARA DOS
DEPUTADOS. NATUREZA JURÍDICA E EFEITOS DA DECISÃO DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL -
TSE NA CONSULTA N. 1.398/2007. NATUREZA E TITULARIDADE DO MANDATO LEGISLATIVO. OS
PARTIDOS POLÍTICOS E OS ELEITOS NO SISTEMA REPRESENTATIVO PROPORCIONAL.
FIDELIDADE PARTIDÁRIA. EFEITOS DA DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA PELO ELEITO: PERDA DO
DIREITO DE CONTINUAR A EXERCER O MANDATO ELETIVO. DISTINÇÃO ENTRE SANÇÃO POR
ILÍCITO E SACRIFÍCIO DO DIREITO POR PRÁTICA LÍCITA E JURIDICAMENTE CONSEQÜENTE.
IMPERTINÊNCIA DA INVOCAÇÃO DO ART. 55 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. DIREITO DO
IMPETRANTE DE MANTER O NÚMERO DE CADEIRAS OBTIDAS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
NAS ELEIÇÕES. DIREITO À AMPLA DEFESA DO PARLAMENTAR QUE SE DESFILIE DO PARTIDO
POLÍTICO. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA E MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA MUDANÇA DE
ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL: MARCO TEMPORAL FIXADO EM 27.3.2007. MANDADO DE
SEGURANÇA CONHECIDO E PARCIALMENTE CONCEDIDO. 1. Mandado de segurança contra ato
do Presidente da Câmara dos Deputados. Vacância dos cargos de Deputado Federal dos
li sconsortes passivos, Deputados Federais eleitos pelo par do Impetrante, e transferidos, por
vontade própria, para outra agremiação no curso do mandato. 2. Preliminares de carência de
interesse de agir, de legi midade a va do Impetrante e de ilegi midade passiva do Par do do
Movimento Democrá co Brasileiro - PMDB: rejeição. 3. Resposta do TSE a consulta eleitoral
não tem natureza jurisdicional nem efeito vinculante. Mandado de segurança impetrado
contra ato concreto pra cado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, sem relação de
dependência necessária com a resposta à Consulta n. 1.398 do TSE. 4. O Código Eleitoral,
recepcionado como lei material complementar na parte que disciplina a organização e a
competência da Jus ça Eleitoral (art. 121 da Cons tuição de 1988), estabelece, no inciso XII do
art. 23, entre as competências priva vas do Tribunal Superior Eleitoral - TSE "responder, sobre
matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição
federal ou órgão nacional de par do polí co". A expressão "matéria eleitoral" garante ao TSE a
tularidade da competência para se manifestar em todas as consultas que tenham como
fundamento matéria eleitoral, independente do instrumento norma vo no qual esteja
incluído. 5. No Brasil, a eleição de deputados faz-se pelo sistema da representação
proporcional, por lista aberta, uninominal. No sistema que acolhe - como se dá no Brasil desde
a Cons tuição de 1934 - a representação proporcional para a eleição de deputados e
vereadores, o eleitor exerce a sua liberdade de escolha apenas entre os candidatos registrados
pelo par do polí co, sendo eles, portanto, seguidores necessários do programa par dário de
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sua opção. O des natário do voto é o par do polí co viabilizador da candidatura por ele
oferecida. O eleito vincula-se, necessariamente, a determinado par do polí co e tem em seu
programa e ideário o norte de sua atuação, a ele se subordinando por força de lei (art. 24, da
Lei n. 9.096/95). Não pode, então, o eleito afastar-se do que suposto pelo mandante - o eleitor
-, com base na legislação vigente que determina ser exclusivamente par dária a escolha por
ele feita. Injurídico é o descompromisso do eleito com o par do - o que se estende ao eleitor -
pela ruptura da equação polí co-jurídica estabelecida. 6. A fidelidade par dária é corolário
lógico-jurídico necessário do sistema cons tucional vigente, sem necessidade de sua
expressão literal. Sem ela não há atenção aos princípios obrigatórios que informam o
ordenamento cons tucional. 7. A desfiliação par dária como causa do afastamento do
parlamentar do cargo no qual se inves ra não configura, expressamente, pela Cons tuição,
hipótese de cassação de mandato. O desligamento do parlamentar do mandato, em razão da
ruptura, imo vada e assumida no exercício de sua liberdade pessoal, do vínculo par dário que
assumira, no sistema de representação polí ca proporcional, provoca o desprovimento
automá co do cargo. A licitude da desfiliação não é juridicamente inconseqüente, importando
em sacri cio do direito pelo eleito, não sanção por ilícito, que não se dá na espécie. 8. É direito
do par do polí co manter o número de cadeiras ob das nas eleições proporcionais. 9. É
garan do o direito à ampla defesa do parlamentar que se desfilie de par do polí co. 10.
Razões de segurança jurídica, e que se impõem também na evolução jurisprudencial,
determinam seja o cuidado novo sobre tema an go pela jurisdição concebido como forma de
certeza e não causa de sobressaltos para os cidadãos. Não tendo havido mudanças na
legislação sobre o tema, tem-se reconhecido o direito de o Impetrante tularizar os mandatos
por ele ob dos nas eleições de 2006, mas com modulação dos efeitos dessa decisão para que
se produzam eles a par r da data da resposta do Tribunal Superior Eleitoral à Consulta n.
1.398/2007. 11. Mandado de segurança conhecido e parcialmente concedido.

(MS 26604, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 04/10/2007, DJe-187
DIVULG 02-10-2008 PUBLIC 03-10-2008 EMENT VOL-02335-02 PP-00135 RTJ VOL-00206-02 PP-
00626)

Exercício 1:

Os Direitos Fundamentais representam:

A)

a centralização do poder

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B)

a volta do Poder Moderador

C)

instrumento de cidadania

D)

apenas o voto direto

E)

o Parlamentarismo

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Exercício 2:

Dentre as limitações do Poder Estatal, como verdadeira competência negativa, temos:

A)

os Direitos Fundamentais

B)

o livre arbítrio

C)

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as leis internacionais

D)

a soberania

E)

a cultura

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Exercício 3:

Os Direitos Humanos:

A)

são apenas nacionais

B)

só podem ser aplicados no Brasil se houver lei

C)

não abrangem os Direitos do Homem

D)

são Direitos Privados

E)

são considerados Direitos Fundamentais quando positivados em um texto


constitucional

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Exercício 4:

O regime político do Brasil é:

A)

Autonomo

B)

Partidário

C)

suprapartidario

D)

Internacional

E)

Independente dos partidos

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Exercício 5:

Os direitos humanos, tal qual estabelecidos no Brasil, podem ser:

A)

bons ou maus

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B)

existentes ou inexistentes

C)

positivos ou negativos

D)

verdadeiros ou falsos

E)

transcedentais

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Exercício 6:

Assinale a alternativa correta quanto à autonomia partidária:

A)

os partidos devem prestar contas de suas finanças à justiça eleitoral

B)

os partidos não devem cumprir nenhum requisito para sua criação

C)

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os partidos podem ter organização paramilitar

D)

o partido pode receber verba de entidade internacional

E)

após o registro no cartório civil o partido poderá participar das eleições

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