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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Curso: Direito

APS - ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

ORGANIZAÇÃO SINDICAL NO BRASIL: ATUAÇÃO E


REPRESENTATIVIDADE DOS TRABALHADORES

6º Semestre

São José do Rio Preto

2021
Nome: Jhonatan William O. Nascimento / RA:B011033

APS - ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

ORGANIZAÇÃO SINDICAL NO BRASIL: ATUAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE


DOS TRABALHADORES

Aprovado em Banca Examinadora:

____ /_____ /____

Profº Eliani Nimer

Universidade Paulista - UNIP

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO


2021
SUMÁRIO

Resumo............................................................................................................4
Introdução........................................................................................................5
Texto Resposta á Proposta Apresentada........................................................6
Bibliografia.......................................................................................................9
Resumo

O presente trabalho tem como objetivo estudar a organização sindical brasileira


à luz do princípio da liberdade sindical, reconhecido como direito humano e
fundamental pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela
Constituição de 1988. observadas a recente Reforma Trabalhista (Lei
13.467/2017) com as modificações implementadas no Direito Coletivo do
Trabalho. Destaca-se ainda a atuação e representatividade, pois por um lado,
retirou-se a obrigatoriedade da contribuição sindical, o que fragilizou
financeiramente os sindicatos, que não deixou de atuar, tão pouco representar
os trabalhadores. Por outro lado, alargou-se a negociação de direitos
trabalhistas. O sistema sindical é sustentado por três pilares: unicidade sindical,
representação obrigatória da categoria e contribuição compulsória. Nesse
sentido, o estudo demonstra a importância da aplicação da liberdade sindical
em sua plenitude, atuação e representatividade, pois, assim, o Brasil terá um
sindicato democrático, autônomo, representativo, atuante e organizado para
tutelar melhores condições de vida e labor.
Introdução

Sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado que têm base territorial de
atuação e são reconhecidas por lei como representantes de categorias de
trabalhadores ou econômicas (empregadores). Os sindicatos defendem os
direitos e interesses, coletivos ou individuais, de uma categoria profissional.
Em questões judiciais ou administrativas os sindicatos representam e
defendem os interesses da categoria. Além disso, os sindicatos mantêm
serviços de orientação sobre direitos trabalhistas e a maioria deles conta
também com um departamento jurídico para defender os interesses de seus
associados. De maneira simples e direta, sindicato é a união de trabalhadores
para defender os seus interesses e conquistar constantes melhorias nas
condições de trabalho e salário. A organização dos trabalhadores em forma de
sindicatos representa consciência de classe, solidariedade, unidade e
coletividade em torno de uma causa comum. O intuito é estimular ações de
cidadania e despertar os trabalhadores para a importância da militância
sindical, enfatizando assim o papel dos sindicatos na construção de
consciência da classe trabalhadora e, em consequência, na organização e
fortalecimento das bases sociais e da democracia.
A organização sindical brasileira é segundo os princípios constitucionais de
1988: "um sistema confederativo, caracterizado pela autonomia relativa perante
o Estado, a representação por categoria e por profissão, a unicidade e a
bilateralidade do agrupamento". A Constituição Federal de 1988 preservou o
Sistema Confederativo, advindo desde 1930, mantendo sua estrutura básica,
com a permissão legal da criação de entidades, cujas formas são fixadas em
lei, e que são três: sindicatos, federações e confederações, hierarquicamente
dispostas. Os sindicatos são associações de base ou de primeiro grau,
cabendo a estes, pela sua proximidade com os trabalhadores, o papel mais
atenuante. As federações e confederações, são as associações de segundo
grau ou de cúpula. Um grupo de sindicatos pode fundar uma federação, assim
como um número de federações pode criar uma confederação. A federação e
a confederação não têm legitimidade para atuar diretamente na negociação
coletiva, competência originária dos sindicatos, que exercem o importante
papel de representação em diversos âmbitos da sociedade, para garantir os
direitos de seus associados. Suas responsabilidades são diversas e existem
diferentes formas. Um sindicato é uma forma de associação permanente entre
pessoas físicas ou jurídicas que exerçam função em um mesmo ramo de
negócio. Essa associação é criada com o papel de defender os interesses em
comum de seus membros.
Entre as principais responsabilidades dos sindicatos estão a negociação de
acordos coletivos, intervenção legal em ações judiciais, orientação sobre
questões trabalhistas, participação na elaboração da legislação do trabalho,
recebimento e encaminhamento de denúncias trabalhistas e preocupação com
a condição social do trabalhador. Sindicato é uma instituição criada para fins de
estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais
de todos os que, empregados, exerçam a mesma atividade, visando tratar de
problemas coletivos e individuais, com o objetivo de alcançar-lhes melhores
condições de trabalho e vida.
Organização Sindical no Brasil: Atuação e Representatividade dos
Trabalhadores

As quatro principais partes constitutivas do Direito Coletivo do Trabalho


(organização sindical, negociação coletiva, greve e representação dos
trabalhadores na empresa) encontram-se intimamente ligadas à figura do
sindicato, que, em maior ou menor grau, participa de todas elas. Por isso, uma
organização sindical consciente e bem estruturada, que permita sólida e efetiva
atuação no cenário social, atenta à tutela de interesses da categoria
representada, é essencial para o equilíbrio das relações coletivas de
trabalho. Os sindicatos surgiram para defender os interesses coletivos e
individuais dos trabalhadores e toda sua atuação ampara-se no instituto da
representação, do qual deriva a noção de representatividade. Esta, quando
presente, confere título de legitimidade à representação sindical. Desse modo,
a representatividade refere-se à efetiva capacidade de o sindicato ser porta-voz
de seus representados, o que depende da legitimidade de sua organização e
de sua força de mobilização. Nesse sentido, a falta de representatividade
reflete a dissintonia entre sindicato e representados. Nos sistemas de
organização sindical em que se adota a unicidade, como é o caso
do Brasil, a diferenciação entre os conceitos de representação e
representatividade é mais facilmente percebida. Nesse regime de
sindicalização forçada, a representatividade não comporta relevância ou
dimensão jurídica, já que a representação é atribuída por lei a um
único sindicato, independentemente de seu grau de legitimidade. Retira-se,
assim, a possibilidade de os componentes de determinada categoria elegerem,
livremente, o sindicato que melhor represente seus interesses.
Em resumo, os sindicatos atuam exercendo as seguintes funções específicas:
a) Representam, defendem e organizam os interesses dos trabalhadores da
categoria;
b) Participam, em nome dos trabalhadores, da negociação coletiva, articulando
greves ou recusando acordos, quando necessário. As negociações coletivas,
por exemplo, servem para manter ou acrescentar novos direitos aos
trabalhadores;
c) Promovem constantes meios de formação aos trabalhadores: cursos,
debates, palestras etc., visando ao desenvolvimento do senso crítico;
d) Buscam justiça social. Isso acontece por meio da participação e influência
nas decisões e processos políticos.
No nosso país, porém, para cumprir essas funções, os sindicatos
desempenham lutas e mobilizações distintas. As greves e mobilizações são
alguns exemplos.
Quando negociações, acordos e pautas de interesse da categoria não
avançam porque os representantes patronais são intransigentes, a greve
funciona como uma espécie de último recurso.
Utilizada pelos sindicatos para pressionar o governo e os patrões a negociarem
suas reivindicações, as paralisações possuem motivos variados.
Mas, geralmente, são convocadas para provocar a reabertura de diálogo ou
para obrigar o cumprimento de acordo ou convenção coletiva em vigor.
Os sindicatos se tornaram o principal instrumento de defesa da classe
trabalhadora conquistando inúmeros benefícios que hoje são garantidos pela
CLT (consolidação das leis do Trabalho) e pela Constituição Federal. Essas
vitórias só foram possíveis porque as entidades sindicais eram formadas por
trabalhadores que unidos lutavam em busca de melhores condições de
trabalho, pois o sucesso da ação sindical só é possível se houver união,
organização e mobilização dos trabalhadores, que filiados as entidades, lutam
juntos em prol de melhorias para a classe. As principais conquistas em relação
a atuação e representatividade dos sindicatos foram o 13°salário, uma
conquista árdua dos sindicatos e dos trabalhadores, o 13° salário é pago a todo
trabalhador que possui a carteira de trabalho assinada, seja ele urbano, rural
ou doméstico, bem como os aposentados e pensionistas do INSS, que tenha
trabalhado pelo menos 15 dias durante o ano. Deve ser pago em duas parcelas
sendo a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro. Outra
conquista do movimento sindical foram as férias que é um período de descanso
remunerado concedido anualmente aos trabalhadores. Este direito está
previsto no artigo 129 da CLT. Para ter direito aos 30 dias de férias é preciso
ter completado 12 meses de trabalho. O direito a férias remuneradas é
considerado o primeiro benefício trabalhista geral do Brasil, ou seja, que
abrangia todos os trabalhadores independente do gênero, da idade e das
condições de saúde. A jornada máxima de trabalho hoje no Brasil é de 8 horas
por dia e até 2 horas extras, no limite de 44 horas semanais. Mas nem sempre
foi assim. O conhecido mundialmente primeiro de maio, utilizado para celebrar
o dia do trabalhador, foi um marco da luta por redução da jornada de trabalho.
Em uma manifestação no ano de 1806, 180 mil trabalhadores saíram as ruas
reivindicando a redução de 16 para 8 horas diárias de trabalho e que foi
fortemente reprimida pelas forças policiais. O seguro desemprego é uma
assistência financeira paga aos trabalhadores demitidos sem justa causa por
um tempo, para que ele tenha mais tranquilidade para tentar se recolocar no
mercado de trabalho. Ele pode receber de três a cinco parcelas do seguro-
desemprego conforme o tempo trabalhado e o número de pedidos do benefício.
Em 1988, com a nova Constituição, o beneficio foi consagrado como um
importante direito à proteção social do trabalhador.
Nos dias de hoje os sindicatos continuam a atuar e representar com maestria
os interesses dos trabalhadores, após a declaração de pandemia global, do
corona vírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 11/03/2020 e sua
efetiva proliferação no território brasileiro, grande parte dos trabalhadores mais
vulneráveis do país têm passado por condições insalubres de trabalho e de
deslocamento para o mesmo, em razão da grande possibilidade de contágio
com a doença. São profissionais que apresentam uma condição de extrema
vulnerabilidade vez que não conseguem cumprir as medidas de precaução de
isolamento social e de não realizar contato direto com as pessoas,
frequentemente recomendadas pela OMS, Ministério da Saúde e Secretarias
da Saúde regionais. Limitando o estudo apenas àqueles que possuem vínculo
empregatício, cita-se a situação de porteiros, zeladores, seguranças,
manobristas, professores, jornalistas, dentre outras diversas categorias que
possuem contato frequente com outras pessoas (colegas de trabalho ou não)
durante a jornada de trabalho. Diante desta situação, como os Sindicatos
podem atuar.?
A exemplo do que recentemente fez o Sindicato dos Professores do Estado de
Minas Gerais (Sinpro/MG), podem ajuizar ações coletivas com pedido liminar
de suspensão da atividade laboral, sem prejuízo da remuneração dos
trabalhadores. No processo em questão, o Sinpro/MG obteve êxito em pedido
liminar proposto ao Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (Minas Gerais),
o qual deferiu a suspensão das atividades desempenhadas pelos professores,
sem prejuízo da remuneração, nas escolas da rede particular do Estado
mineiro pelo período de 18 a 31 de março (decisão proferida nos autos do
dissídio coletivo 0010443-06.2020.5.03.000 no dia 16/03/2020). Todavia, como
a própria medida liminar do Tribunal Regional da 3ª Região previu – de forma
razoável e proporcional – a suspensão remunerada da(o)s professores foi
limitada ao intervalo de 18 a 31 de março de 2020, período de definições e
maior consolidação de informações sobre o corona vírus. O atual regime
sindical adotado pelo Brasil possui algumas amarras inspiradas no
corporativismo italiano que refletem o monopólio da representatividade sindical
calçado na unicidade sindical e na contribuição sindical compulsória.
Uma das principais críticas ao modelo sindical brasileiro é a crise de
representatividade verificada nas instituições sindicais. Ante a não ratificação
da Convenção 87 da OIT, os partícipes da relação laboral não possuem plena
liberdade na escolha dos sindicatos, restando apenas a escolha de não se
filiarem a nenhuma base sindical ou de filiarem-se ao sindicato que detém o
monopólio da representação naquela determinada base territorial. A unicidade
sindical encampada pelo atual modelo brasileiro engessa o associacismo
inerente ao debate sindical, impossibilitando a criação de sindicatos fortes e
legitimados pela vontade da maioria. Desse modo, os anseios coletivos da
categoria são sufragados por uma política sindical anacrônica e ambígua. Um
dos grandes entraves quanto à plena autonomia sindical nas tratativas
negociais é justamente a falta de representatividade da categoria profissional,
lastreada principalmente na unicidade sindical e na não ratificação da
Convenção 87 da OIT, situação que reflete a falta de interesse dos
representados na dinâmica sindical e a contradição das propostas da base
administrativa com os direitos almejados pela categoria. Outro fator de severas
críticas é justamente a manutenção de contribuição sindical compulsória, isto é,
a autorização de autêntico tributo que tem por viés a representação forçada
dos interesses das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento
de atuação nas respectivas áreas (art. 149 da Constituição Federal). Ora, a
instituição de tal carga tributária, além de desestimular o engajamento sindical,
ajuda na proliferação de entidades sindicais inexpressivas e ávidas por
capitação de receita fácil e sem qualquer forma de contrapartida. Enfim, o
direito do trabalho é fruto da coalização sindical da classe trabalhadora, sendo
os sindicatos organizações absolutamente essenciais e indispensáveis no
sistema capitalista. Porém, para que o sistema sindical brasileiro não se torne
obsoleto e ineficaz, é preciso mudanças estruturais, as quais necessariamente
passam pela ratificação da conclamada Convenção 87 da OIT.
Bibliografia:

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. 10ª ed., atual. por
Jessé
Cláudio Franco de Alencar. São Paulo: LTr, 2016.

BOITO JÚNIOR, Armando. O sindicalismo de Estado no Brasil: uma análise


crítica da estrutura sindical. Campinas: Editora da Unicamp. São Paulo:
HUCITEC, 1991.
<http://www.academia.edu/31119530/O_Sindicalismo_de_Estado_no_Brasil_-
_uma_an%C3%A1lise_cr%C3%ADtica_da_estrutura_sindical>.

APÓS reunião, rodoviários do Rio decidem por paralisação de 48 horas. G1 Rio


de
Janeiro, 12 maio 2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/rio-dejaneiro/
noticia/2014/05/apos-reuniao-rodoviarios-do-rio-decidem-por-paralisacao-de-
48-horas.html>.

BRASIL. CLT e Constituição Federal. 39ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012
GASPAR, Danilo. CLT Comparada – com base na Lei n. 13.467 de 13 de Julho
de 2017. p.01-60.

RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. 4ª Ed. São Paulo:


Editora Método, 2014. P. 1261.

BRITO FILHO, José Claudio Monteiro de. Direito Sindical – 7 ed. – São Paulo :
LTr, 2018, p. 72.

DELGADO, Maurício Godinho, Delgado, Gabriela Neves. A reforma trabalhista


no Brasil. São Paulo: LTr, 2017. DELGADO, Maurício Godinho. Curso de direito
do trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2017.

Fontes: Ipea Guia Trabalhista RD News Arrivabene Sindical Portal Educação

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