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Direito Coletivo do Trabalho

Luís Eduardo Soares Maranhão – 7º Período – Tarde

Resumo
Antes de falar sobre o Direito Coletivo do Trabalho é importante compreender o conceito por trás
das palavras, sendo então esse Direito o que representa e estuda as organizações sindicais, a
representação dos trabalhadores, a negociação coletiva e o direito a greve, em suma direitos
exercidos e exigidos coletivamente por um coletivo de trabalhadores. Três são as categorias
dentro do Direito Coletivo, a Econômica, aonde se tem a solidariedade de interesses econômicos
dos que empreendem atividade idênticas, similares ou conexas, constituindo o vinculo social
básico conhecido como categoria econômica; a Profissional, aonde se tem a similaridade de
condições de vida oriundas da profissão ou do trabalho comum, em situação de emprego na
mesma atividade econômica compondo expressão social compreendida como categoria
profissional; e a Profissional diferenciada, aonde a categoria diferenciada constitui profissões
diferenciadas por força de estatutos como técnicos de segurança, motoristas, professores, entre
outros.
O Direito Coletivo do Trabalho vêm em si regular o direito de diversas pessoas com interesse
comum, que venham a pertencer a um mesmo conjunto de características que na maioria das
vezes possui representatividade por um sindicado que pode ser tanto de trabalhadores quanto de
empregadores. Os Sindicatos principalmente se destinam a disciplinar os interesses coletivos e
tem uma função criadora das normas que regem os próprios grupos, além de constituir normas
que vão determinar direitos e obrigações para contratos individuais de trabalho ou seja, a
elaboração de normas jurídicas não-estatais surgidas no seio dos próprios grupos de empregados
e empregadores. Teoricamente os interesses nas relações coletivas são grupais ou comuns a todos
os membros, não se buscando beneficiar um ou outro, mas sim o grupo, sendo de suma
importância para a formação dessas relações a constituição de um grupo de pessoa que
desempenham a mesma função em um determinado momento, sendo revestida de continuidade
em um mesmo local ou região. O Brasil da os alicerces para o direito coletivo com base em
natureza constitucional ao garantir a liberdade de associação para fins lícitos, mas manchou essa
liberdade com obrigatoriedades que foram apenas recentemente quebradas, além de pressões
verdadeiramente coletivistas para a associação, tendo a recente reforma trabalhista buscado a
evolução de um sistema sindical centralizador, arcaico e paternalista para um modelo mais
moderno, baseado na liberdade aonde a contribuição compulsória que gerava verdadeiros sovietes
no Brasil foi removido, criando um ambiente mais competitivo aonde os sindicalistas precisam
prestar um serviço verdadeiramente eficiente ao trabalhador ou esse pode escolher não contribuir.
O Modelo antigo era uma distorção tão grande e um incentivo tão abusivo pela obrigatoriedade
de contribuição que enquanto em outros países grandes existem centenas de sindicatos, no Brasil
antes da reforma trabalhista existiam 17 Mil. Apesar da guinada para uma descentralização, o
interesse coletivo ainda é reconhecido como indivisível uma vez que vincula pessoas que são
integradas pela legislação como um todo, aonde teoricamente a vontade de todos se comunica,
neste cenário o Direito Coletivo do Trabalho vem estabelecer de maneira global a sintonia entre
os empregados e empregadores, evitando conflitos e injustiças com base no suposto direito
comum das categorias.
As intervenções estatais nas relações de trabalho têm como fundamento basilar proteger e tutelar
a sua parte mais fraca, o trabalhador, mostrando-se quase sempre, porém em descompasso com a
realidade, com grandes dificuldades para tratar das necessidades sociais dos trabalhadores pela
dificuldade pratica e grande burocracia ao redor de diversos direitos e dos interesses políticos que
corroem a prestação com Identitarismo e mero arbítrio político. Esta limitação impediu o Direito
do Trabalho de conseguir atingir de modo apropriado os problemas coletivos dos trabalhadores.
Além desses aspectos existe outra dificuldade que surgiu Direito Individual do Trabalho e deu
base para o foco no coletivo que é a dificuldade de estabelecer relação de igualdade entre
empregado e empregador, base que fez com que o contrato individual de trabalho deixar de ser
visto como instrumento adequado para a garantia dos interesses dos trabalhadores, dando a
iniciativa as organizações das categorias negociarem diretamente com empregadores em nome de
seu coletivo, constituindo assim o Direito Coletivo do Trabalho com a autonomia normativa
dessas negociações. O Direito Coletivo do Trabalho teoricamente se divorcia parcialmente das
autoridades políticas, sendo feito para se adequar as categorias e locais, mas na prática resolve
um problema, mas cria um novo, que é a subordinação do trabalhador individual aos supostos
representantes de suas categorias nas organizações, uma subordinação muito perigosa pois,
silencia o indivíduo visto que a sua voz não é significativa diante da do coletivo e seus supostos
representantes que invariavelmente se tornam elite política com base na mesma autonomia
normativa que deveria facilitar a resolução de conflitos com os empregadores ... Possuindo o
mesmo problema do Direito Sindical que é a aproximação perigosa com uma visão e organização
coletivista, que gera vantagens para aqueles que a coordenam e subordinação aqueles coordenados
sem a chance real de mudança vir do pequeno e médio trabalhador que assim como contra o
empregador, não conhece seus direitos nem têm voz diante do grupo. O Direito Coletivo do
Trabalho, porém justifica a corrente favorável ao uso da expressão que quase a totalidade das
relações coletivas de Direito do Trabalho constituem um espalho no qual representam as partes,
as entidades sindicais e outras associações de trabalhadores, sendo ele um campo de estudo e ação
que engloba todas as relações coletivas do trabalho e não se limita a um âmbito como o Direito
Sindical. Quanto a seu lado internacional, os direitos humanos de natureza trabalhista compõem
o Direito Internacional do Trabalho, o qual se iniciou com a OIT, a qual foi criada em 1919,
pelo Tratado de Versalhes (mesmo tratado que pôs fim à 1ª Guerra Mundial – entendia-se que
a paz mundial só poderia ser mantida e duradoura se as pessoas tivessem sua dignidade
reconhecida no ambiente de trabalho – direitos trabalhistas). A OIT recomenda aos países que
reconheçam a pluralidade sindical e a liberdade sindical, indicações que o Brasil não adere
integralmente, tendo em 1953, o país ratificado que os trabalhadores devem gozar de proteção
contra atos atentatórios a liberdade sindical em matéria de emprego; que o desempenhar de um
emprego não pode ser subordinado a não filiação sindical; E como prejudicar ou dispensar um
trabalhador pela filiação a um sindicado, entre outras ações que poderiam vir das instituições e
dos empregadores para prejudicar organizações sindicais e seus filiados, se aproximando das
recomendações internacionais do Direito do Trabalho e desde então a cada reunião da OIT, o
Brasil foi se adequando cada vez mais, especialmente depois da queda do Regime Militar.
Se compreende então como o Direito do Trabalho e seu aspecto Coletivo estão por trás de
grande parte das vantagens e direitos que o trabalhador possui nos tempos atuais, facilitando a
relação de trabalho e fortalecendo o empregado diante de seu patrão quando se trata de relações
jurídicas, mas também é impossível e desonesto negar como a solução de alguns problemas
geraram muitos outros como a escatológica insegurança jurídica Brasileira que desincentiva a
geração de empregos no País com altas custas em impostos e riscos jurídicos além de
verdadeiras arbitrariedade como o In Dubio Pro Operario ou da Condição mais Benéfica que
engessam qualquer negócio que decida contratar e em períodos de crise invariavelmente
aumentam riscos de falência. Além disso é impossível não destacar a similaridade da CLT com
a Carta Del Lavoro fundada antes da Segunda Guerra Mundial pelo Partido Nacional Fascista
Italiano de Benito Mussolini que estabeleceu o modelo político-econômico corporativista que
ironicamente foram as bases para a organização sindical Brasileira, tento apenas a liberdade
diante do estado dos sindicatos como diferença considerável, mas igualmente segregando o
trabalhador individual como incapaz ou incompetente e subordinando sua vontade a de um
coletivo, suprimindo suas possíveis vontades individuais, sendo muito difícil para um
trabalhador comum expressar seus diversos interesses, bem como consta na Carta “A sociedade
foi autorizada a se organizar em corporações, ou seja, entidades como associações de
empregadores e sindicatos de trabalhadores que representavam não a diversidade de interesses,
mas a coletividade”. Tendo a visão coletivista da subordinação da vontade individual a vontade
coletiva universalmente gerado problemas para todos salvo as elites políticas e sindicais que
comandam tais organizações, tendo a corrupção e arbitrariedade reinado dos Sovietes aos
Sindicatos Fascistas e obviamente também nos Sindicatos Brasileiros em pleno Sistema
Democrático. Além do problema da subordinação, existe também o problema de normas e
direitos em si incompatíveis com a realidade, mas invariavelmente extremamente populares
pela sua aparência e apelação para identidade e solidariedade, apesar de na pratica gerar
desemprego, dificuldades de contratação e em geral dificultando a geração de riqueza e
empregos no Brasil, sendo o Salário Mínimo um exemplo primo desta que no Brasil condena
grande parte daqueles que não possuem formação a informalidade ou desemprego e que em
outros países e momentos já foi usado como o que é, uma verdadeira arma política que foi
utilizada nos Estados Unidos após a Abolição da Escravidão para condenar os escravos recém
libertos a informalidade pela falta de experiência e formação no mercado de trabalho, medida
racista que foi apagada pelo identitarismo e interesse político em divisão de classes e miséria,
tudo disfarçado na máxima de auxiliar o trabalhador, destruindo degraus entre o emprego e o
desemprego, além de em conjunto com outras leis gerar o fim de planos de carreira e evolução
dentro do trabalho diante do encarecimento do trabalhador e insegurança jurídica mesmo fora
do Brasil. Normas e Direitos que normalmente não geram mais riqueza para o trabalhador e sim
mais arrecadação para Estados e Municípios na forma de fundos, multas e impostos, tendo o
empregador mesmo quando efetivamente buscando seu direito raramente conseguindo diante
da morosidade e complexidade da justiça.

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