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ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ISALTINO DE MELLO

3ª SÉRIE

- ANDRÉ PEREIRA DA SILVA


- DIOGO DE OLIVEIRA MARTINS
- GUSTAVO HENRIQUE SANTOS SALLES
- ISABELA VIEIRA COLIGE
- JOÃO VITOR DE LIMA GONÇALVES
- LUIZ GUSTAVO GONÇALVES BRITTO
- MURILO CARLOS DE OLIVEIRA

Biopirataria:
Decorrências no território brasileiro.

São Paulo
2022
1

- ANDRÉ PEREIRA DA SILVA


- DIOGO DE OLIVEIRA MARTINS
- GUSTAVO HENRIQUE SANTOS SALLES
- ISABELA VIEIRA COLIGE
- JOÃO VITOR DE LIMA GONÇALVES
- LUIZ GUSTAVO GONÇALVES BRITTO
- MURILO CARLOS DE OLIVEIRA

Biopirataria:
Decorrências no território brasileiro.

Trabalho desenvolvido para a Feira


Cultural da 3ª série Ensino Médio da
Escola Estadual Professor Isaltino de
Mello.

São Paulo
2022
2

- ANDRÉ PEREIRA DA SILVA


- DIOGO DE OLIVEIRA MARTINS
- GUSTAVO HENRIQUE SANTOS SALLES
- ISABELA VIEIRA COLIGE
- JOÃO VITOR DE LIMA GONÇALVES
- LUIZ GUSTAVO GONÇALVES BRITTO
- MURILO CARLOS DE OLIVEIRA

Biopirataria:
Decorrências no território brasileiro.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na


Feira Cultural da 3ª série do Ensino Médio da
Escola Estadual Professor Isaltino de Mello.

Aprovado em: _____


Conceito:_____

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________

Professor José Maria


Escola Estadual Isaltino de Mello
___________________________________________________________________

Professora Lucimar
Escola Estadual Isaltino de Mello
3

AGRADECIMENTO
O desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso
contou com a ajuda de diversas pessoas, dentre as quais
agradeço: Aos professores orientadores, que durante 4 meses
acompanharam o grupo pontualmente, dando todo o auxílio
necessário para a elaboração do projeto. Aos professores
Lucas, Matheus, André, Glauber, Lucimar e Renata que através
dos seus ensinamentos permitiram que nós pudéssemos hoje
estar concluindo este trabalho. A todos que participaram das
pesquisas, pela colaboração e disposição no processo de
obtenção de dados
4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………….. 06
1.1 O que é a biopirataria? ……………………………………………………………...06

2. DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………………..07
2.1 Flora……………………………………………………………………………………..07
2.2 Fauna…………………………………………………………………………………...09
2.3 Indústria farmacêutica e suas ações na biopirataria……………………………....11
2.4 Caso da copaíba……………………………………………………………………....12
2.5 Consequências da Biopirataria………………………………………………………13
2.6 Legislação ……………………………………………………………………………...14

3.CONCLUSÃO……………………………………………………………………………17
3.1Resolução do problema………………………………………………………………..17
3.2 A Biodiversidade em riqueza…………………………………………………………18

4.REFERÊNCIAS………………………………………………….…………………..…20
5

RESUMO

Este trabalho tem o intuito de mostrar a Biopirataria, que é a exploração de


recursos naturais com a principal intenção de lucrar grandes fundos por meio desse
ato, visamos esse tema por ele ser pouco debatido, queremos não só apresentá-lo
como trazer também a nossa visão de como devemos solucionar tal problema, hoje
no Brasil o sistema jurídico acaba tendo brechas em seu sistema penal assim,
dando a liberdade e facilidade de traficantes executam seus contrabandos, nosso
país tendo seu território preservado, com leis mais severas, um sistema carcerário
mais rígido, um sistema de fiscalização funcional, e principalmente a colaboração do
povo e dos nossos representantes ele iria crescer muito, tanto economicamente
quanto socialmente.

ABSTRACT

This work aims to show Biopiracy, which is an exploitation of natural resources


with the main intention of profiting large funds through this act, we aim at this topic
because it is little debated, we also do not want to just present it as bringing our
vision of how we should solve this problem, today in Brazil the legal system ending
with loopholes in its penal system, thus giving freedom and ease for traffickers to
execute their contraband, our country having its territory preserved, with stricter laws,
a more would grow a lot, both economically and socially.
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1.1 O que é a biopirataria?

A Biopirataria é a exploração, monopolização e exportação com fins


lucrativos, retirando de seu habitat natural recursos naturais sem consentimento das
autoridades locais. Por conta do Brasil ter um território muito abrangente de matéria
prima e minerais acaba sendo muito visado por infratores e por ter uma legislação
com lacunas biopiratas acabam tendo facilidade e transparência para a prática
desses atos ilegais.

Escolhemos dissertar sobre a biopirataria em função do baixo nível de


disseminação midiática. Realizando um trabalho conciso buscamos apresentar o
tema em frentes sociais, culturais, econômicas e legislativas, visando sempre
combater um problema eminente e de grande importância para o território brasileiro,
assim como, para os povos oriundos da floresta Amazônica.
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2.1 Flora

O Brasil é o país com a maior biodiversidade no mundo,e foi aqui que


começou a biopirataria (InfoEscola). Ela teve início no século XVI, quando houve a
exploração do pau-brasil, planta leguminosa de porte médio original da Mata
Atlântica. Essa planta era utilizada pelos indígenas para a fabricação de corantes.
Ela foi exportada para a Europa pelos portugueses.

Houve outros eventos extrativistas como:

- A exportação do cacau que foi levado da Bahia para Ásia e África, foi um
grande sucesso nos países fazendo assim com que se tornassem uma das
principais atividades econômicas no país, isso ocorreu por volta de 1740.

- Várias sementes seringueiras foram levadas para a Inglaterra e distribuídas


para as colônias asiáticas. Após 40 anos, quando as plantações começaram a
crescer, eles se tornaram os maiores produtores de látex. Fato que ocorreu em
1876.

- O cupuaçu é uma fruta originária da Amazônia e é através dela que se


produz o açaí. A fruta foi patenteada por uma empresa japonesa, impedindo que o
Brasil a exportasse sob o nome cupuaçu, porém essa patente foi quebrada em 2004
já que o produto já havia sido registrado pela Embrapa (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária).

A exploração teve um aumento com os avanços na área de biotecnologia,


uma vez que transportar material genético é mais simples do que uma planta ou um
animal.

Os países perdem muito dinheiro quando os recursos tradicionais e naturais


são roubados ilegalmente. Isso ocorre porque o marketing de produtos desses
recursos não gera dinheiro suficiente para todas as partes envolvidas. Uma razão
8

para isso é que as comunidades tradicionais não são compensadas pelo uso de
seus conhecimentos tradicionais, o que também prejudica o meio ambiente.

A biopirataria põe em risco o meio ambiente ao diminuir a biodiversidade de


uma área. Explorar uma espécie degrada sua população, o que aumenta as chances
de extinção.

Para combater a biopirataria, foi proposta a Convenção sobre Diversidade


Biológica, estabelecida em 1992 após ser implementada na Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92). Seus objetivos são
conservar a diversidade biológica, usar seus componentes de forma sustentável e
compartilhar os benefícios do uso de recursos genéticos considerando todos os
direitos a tais recursos e tecnologias (Ministério do Meio Ambiente, 2020). Países
específicos que devem cumprir esta convenção são obrigados a “respeitar, preservar
e manter o conhecimento tradicional, inovações e estilos de vida das populações
locais que promovam a conservação da diversidade biológica – bem como o uso
sustentável de seus componentes”(Ministério do Meio Ambiente, 2020).

Além disso, espera-se que os signatários incentivem a partilha justa e


equitativa dos benefícios decorrentes do conhecimento tradicional, inovações e
práticas utilizadas para a conservação e uso sustentável da diversidade biológica
(Ministério do Meio Ambiente, 2020).Por causa dessas diretrizes, os países podem
reivindicar legalmente a propriedade de seus recursos naturais, eles também
afirmaram que nenhum indivíduo não autorizado deve usar os recursos naturais de
um país sem a devida autorização. Essa declaração condena a prática da
biopirataria.
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2.2 Fauna

Além da biodiversidade na flora, temos uma grande gama de animais vivendo


no Brasil onde várias espécies são procuradas por suas características medicinais,
influenciando na biopirataria.

Com isso, o Instituto Chico Mendes (ICMBIO) e o Ministério do Meio Ambiente


(MMA) resolveram fazer uma divulgação em 2016 do livro vermelho onde nele tinha
a relação dos animais ameaçados em extinção no Brasil.

Entre esses animais está a jararaca brasileira (conhecida também como


Bothrops Jararaca) é uma espécie de víbora que se encontra em toda América do
Sul, essa cobra é umas das mais venenosas que ficam em áreas povoadas do
sudeste brasileiro. O veneno dessa cobra é essencial para a fabricação de um dos
remédios mais utilizados do planeta (Captopril) que tem eficácia nos problemas de
pressão. Com esses atributos, a jararaca é um animal que serve para uma base de
pesquisas e na produção de medicamentos. Isso faz com que uma enorme
demanda de pesquisadores ilegais vá atrás dessa espécie, resultando num aumento
da procura do tráfico.

Além da jararaca, temos também a jararacuçu que depois de quase um ano e


meio após a COVID-19 ter se caracterizado como uma pandemia, cientistas do
mundo todo ainda não conseguiram achar uma solução pa ler era que essa praga se
elimine por completo, mas com a descoberta dos cientistas do instituto de química
da universidade estadual de são Paulo (Unesp) o tão esperado medicamento pode
estar mais perto do que imaginávamos. Isso porque pesquisadores brasileiros
revelaram que no veneno da cobra brasileira Jararacuçu, contém uma molécula
capaz de acabar em até 75% a covid-19. Essa cobra é só mais um exemplo dos
diversos animais procurados pelos traficantes com o propósito de ter algum lucro
com essa busca de medicamentos ao redor do Brasil.
10

Os traficantes têm como objetivo retirar os animais dos seus habitats e vender
legalmente para laboratórios testadores de medicamentos, pequenos pet shops e
até para colecionadores de espécies raras.

Os animais assim que são retirados de suas terras são transportados de


forma que tenham fomes e sedes causando assim várias mortes dos animais
durante esse processo (9 a cada 10 animais são mortos antes mesmo de chegar
aos seus destinos) isso porque eles ficam em locais com más condições que são
colocados ocorrendo também várias lesões e mutilações feitas pelos traficantes com
o propósito dos animais não produzirem sons.

O tráfico além de prejudicar o meio ambiente com a ausência dos animais,


podem trazer vários tipos de doenças aos humanos, pois vários animais são
portadores de febre amarela, leishmaniose e toxoplasmose.

Essas cobras são muito procuradas por seus venenos, isso faz com que os
traficantes tenham como objetivo retirar os animais dos seus habitats e vender
legalmente para laboratórios testadores de medicamentos, pequenos pet shops e
até para colecionadores de espécies raras.

Os animais assim que são retirados de suas terras são transportados de


forma que tenham fomes e sedes causando assim várias mortes dos animais
durante esse processo (9 a cada 10 animais são mortos antes mesmo de chegar
aos seus destinos) isso porque eles ficam em locais com más condições que são
colocados ocorrendo também várias lesões e mutilações feitas pelos traficantes com
o propósito dos animais não produzirem sons.

O ato ilícito além de prejudicar o meio ambiente com a ausência dos animais,
podem trazer vários tipos de doenças aos humanos, pois vários animais são
portadores de febre amarela, leishmaniose e toxoplasmose.
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2.3 Indústria farmacêutica e suas ações na biopirataria:

A partir de uma análise do contexto da biodiversidade brasileira, a Amazônia


tem grande importância em escala global compondo um quinto da biodiversidade
mundial. Eventualmente, biopiratas vêm agindo há décadas no território brasileiro se
apropriando ilegalmente de elementos fitoterápicos das comunidades residentes na
selva equatorial. Ademais, o prejuízo econômico causado pela biopirataria fica em
torno dos 5 bilhões de dólares e a situação se apresenta mais caótica no âmbito
ecológico estimulando um desequilíbrio nos ecossistemas e até a extinção de
espécies.

De acordo com Flávio Montiel, diretor de proteção ambiental do IBAMA, “o


imenso patrimônio genético da Amazônia, Mata Atlântica e Pantanal, com potencial
de uso farmacêutico, cosmético e alimentar, necessita do permanente
aperfeiçoamento legal para sua proteção contra o contrabando e apropriação para
patenteamento no exterior” (Correio Braziliense, 2005). A fragilidade jurídica facilita a
ação de grandes polos industriais muito em função da falta de fiscalização
originando inúmeras consequências sendo uma das principais o desacerto na
repartição dos lucros entre as comunidades locais e os biopiratas.

A vasta capacidade natural amazônica e seu enorme potencial genético têm


uma posição econômica estratégica no âmbito do desenvolvimento de
medicamentos. Identifica-se que 40% dos medicamentos disponíveis na terapêutica
atual foram desenvolvidos de fontes naturais: 25% de plantas, 13% de
microrganismos e 3% de animais. Por conseguinte, a Amazônia se torna um enorme
arsenal medicinal, porém a utilização de tal matéria prima vem sendo realizada
através de ações ilegais, em um primeiro momento com o tráfico de fauna e flora, e
legalizado em um segundo instante através da patenteação do produto natural
(CALIXTO, 2000).
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2.4 Caso da copaíba

A copaíba é uma árvore muito comum na América do Sul, e de seu tronco é


extraído um óleo com propriedades medicinais. O óleo ou seiva de copaíba é
comumente utilizado como um anti-inflamatório e anticancerígeno. Segundo Lucas
Fustinoni, médico formado na Pontifícia Universidade Católica do Paraná com várias
especializações na Europa, estudos científicos mostram a eficácia do óleo de
copaíba na cicatrização de feridas e melhora em inflamações na pele. Nos Andes do
Peru, o óleo de copaíba é utilizado para estrangúria, sífilis e catarros. Considerado
um medicamento originalmente da mata, povos localizados no interior da mata
amazônica usufruem de seus benefícios.

Todavia, em dezembro de 1993 a empresa Technico-flor S/A obteve na


França o registro da patente sobre novas composições cosméticas ou alimentares
incluindo a Copaíba. Em junho de 1994 granjeou o mesmo registro na Organização
Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), o que lhe dá domínio mundial sobre a
patente. Por consequência a comercialização de produtos relacionados com a
copaíba não pode ser realizada por nenhuma outra empresa, incluindo os povos
locais, e a problemática fica mais extrema quando não existe a devida porcentagem
dos lucros para a economia brasileira e/ou para os povos pioneiros na descoberta
das propriedades medicinais do óleo de copaíba.

Mais uma vez é fundamental frisar a importância do combate à biopirataria na


região da Amazônia e potencializar a ação de órgãos como a Convenção sobre
Diversidade Biológica (CDB) e Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio), dessa forma podemos conseguir combater as ilegalidades
realizadas por grandes polos industriais e também conseguir mais credibilidade no
mercado internacional científico com descobertas brasileiras patenteadas por seus
reais pioneiros.
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2.5 Consequências da Biopirataria

A prática da biopirataria pode trazer inúmeras consequências ambientais e


econômicas para o país, dentre elas:

- Perda da biodiversidade:

A biodiversidade é responsável pela estabilidade dos processos naturais. Ela


é constituída pela fauna e flora de nosso país. No Brasil ,principalmente, na
Amazônia a biodiversidade vem se degradando com o passar dos anos e o processo
de exportação dos recursos naturais da região aumenta a velocidade de degradação
do ambiente. Exemplo disso foi o caso sobre o veneno de sapo verde, que gerou 10
patentes para indústrias farmacêuticas do exterior e nenhum ganho para os índios
localizados na Amazônia além do aumento de degradação da biodiversidade. Outro
fator que tem uma contribuição considerável é o tráfico de animais.

-Extinção de espécies:

A prática mais comum e preocupante na biopirataria é, sem dúvidas, o tráfico


de animais que assola grande parte de nosso país. Segundo a organização Rede
Nacional de Combate Ao Tráfico De Animais Silvestres, cerca de 38 milhões de
animais da Amazônia e Mata Atlântica são capturados e vendidos ilegalmente, o que
gera uma receita em torno de 1 bilhão ao ano e um prejuízo inestimável para a fauna
e flora de nosso país.

- Desequilíbrio ecológico:

Em circunstância da posse ilegal de animais e plantas dos biomas, isso acaba


gerando um desequilíbrio e por consequência pode gerar fenômenos naturais como
incêndios, aumento na taxa de poluição etc.

- Prejuízos Socioeconômicos:
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Está mais do que claro que os prejuízos ambientais podem se tornar


catastróficos. Contudo, também temos infelizmente um grande prejuízo econômico
no país, estima-se que cerca 1,5 bilhões de bens naturais saem do Brasil com
destino a outros continentes e países, assim não gerando nenhum ganho econômico
para o país, mas sim um prejuízo ambiental.

2.6 Legislação

O Brasil é considerado um país extremamente diverso, com 22% das


espécies nativas mundiais. Aliás, é o país com maior diversidade biológica
(biodiversidade) do planeta. Pela vasta riqueza vegetal e animal, o Brasil é alvo
constante de biopiratas. Ao contrário de outras formas de contrabando ou
reprodução de conhecimentos sem autorização de seus proprietários ou detentores,
a Biopirataria não é tipificada como ilícito criminal, mas apenas administrativo, com
aplicação de multas que, excepcionalmente, são recolhidas pelo infrator. Como se
verá adiante, poucas figuras da Lei no 9.605/98 (Lei de crimes ambientais) podem
ser invocadas para repressão e combate a biopiratas e, ainda assim, são
consideradas como de menor potencial ofensivo (Lei 9.099/95 c/c Lei 10.259/01),
que se resolvem com a lavratura de um termo circunstanciado e liberação do autor
do fato poucas horas depois.

Segundo o relatório final da CPI do Tráfico de Animais Silvestres, divulgado


no mês de fevereiro de 2003, a ilicitude desse comércio movimenta cerca de US$ 10
bilhões por ano no mundo, dos quais US$ 500 milhões giram em torno do mercado
de hipertensivos, cujo princípio ativo é obtido do veneno de serpentes brasileiras
como a jararaca (um grama do veneno vale US$ 433,70). Daí o interesse dessa
nova modalidade de criminalidade organizada que se encontra no ranking das três
atividades criminosas com maior movimento financeiro no mundo, ao lado do tráfico
de drogas e comércio ilegal de armamento. A extensão territorial do Brasil, que
dificulta a fiscalização dos órgãos e agências governamentais, a facilidade de
transporte (tubos de PVC, maletas, caixas térmicas, meias, cinturões) de insetos
(aranhas, borboletas), ovos e pequenos animais (sapos, pássaros, cobras), o vasto
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número de pesquisadores na região amazônica, sem um efetivo controle ou


cadastro de atividades, são fatores que ampliam a ofensividade da biopirataria.

Associado a esse universo de comodidades que o infrator encontra em solo


brasileiro, a legislação pátria não desestimula a atividade irregular, pois suas
sanções são brandas e tratam de idêntica forma o infrator que exerce o comércio
ilegal interno de animais silvestres e aquele que exporta pequenos animais para
pesquisas internacionais por laboratórios estrangeiros e patenteiam novas fórmulas
medicinais, com exclusividade, prejuízo das comunidades locais e lucros
exorbitantes.

Para melhor entender o processo que leva à ocorrência da biopirataria,


devemos saber que as patentes industriais dos inventos tecnológicos se baseiam,
hoje em dia, na obrigatoriedade de se observar três premissas: a novidade, o passo
inventivo e a aplicação industrial. Consequentemente, o Tratado Sobre Direitos de
Propriedade Intelectual Relacionado ao Comércio Internacional - TRIPS, acordo da
Organização Mundial do Comércio - OMC, de 1995, permite praticamente a difusão
e a proteção de patentes em todos os 146 países membros da OMC. A OMC se
reuniu no dia 15 de Dezembro de 1994 em Cancún, no México, onde se discutiu,
dentre outros assuntos, a necessidade de se exigir de seus membros que
mencionem a origem dos recursos genéticos utilizados em seus países, bem como o
consentimento prévio do detentor primário do insumo genético, com vistas a uma
repartição justa de benefícios, que possam atingir os Estados e as comunidades
originadoras dos saberes tradicionais e da própria matéria-prima natural.

O biopirata é aquele que, negando-se a cumprir formalidades e


desconhecendo e desrespeitando as fronteiras e a soberania das nações (as quais
garantem o acesso legal à biodiversidade e também uma repartição justa de
benefícios - conforme estabelecido na Convenção sobre Diversidade Biológica de
1992), resolve agir por conta própria, invadindo santuários ecológicos em busca do
novo ouro, quase sempre utilizando uma fachada para encobrir seu real intento.
Com a atividade organizada e bem planejada dos biopiratas, o Brasil estaria
perdendo riquezas incomensuráveis que poderiam, inclusive, num futuro muito
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próximo, frente às novas perspectivas industriais, garantir independência econômica


ao nosso país. O Departamento de Polícia Federal lançou no dia 2 de setembro de
2003 uma série de ações de combate aos crimes contra a natureza e o patrimônio
histórico. Entre elas, foi criada uma campanha contra o tráfico de animais e um
cartaz bem-humorado, desenhado pelo cartunista Ziraldo. Tudo como parte do
projeto Drake com o objetivo de combater o tráfico internacional de espécies
silvestres da fauna e da flora e a biopirataria.

Foram criadas 27 novas delegacias especializadas, com policiais preparados


na repressão da bioprospecção ilegal de nossa biodiversidade e materiais genéticos.
Pela implementação do projeto Drake, surge a previsão do trabalho de inteligência
policial ambiental e a preparação técnica dos policiais sobre os meandros da
biopirataria. No âmbito do Ibama, segundo Bruno Barbosa, da Coordenação da
Divisão de Fiscalização do Acesso ao Patrimônio Genético, surge a Diretoria de
Proteção Ambiental/DIPRO, com a criação daquela divisão, no segundo semestre de
2004 e funções de estruturar uma rede de planejamento e controle, em caráter
nacional, para o exercício da ação fiscal dentro das normas ambientais. Esse novo
órgão já conta com quarenta analistas ambientais e acompanha a revisão das
normas atinentes à matéria, a fim de torná-las mais fortes na repressão à
biopirataria. No âmbito da fiscalização administrativa, conta-se com a recente edição
do Decreto no 5.459, de 07.06.2005, que regulamentou o art. 30 da Medida
Provisória no 2.186-16, de 23.08.2001 e disciplina as sanções aplicáveis às
condutas e atividades lesivas ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional
associado. Podemos citar o art. 18, que prevê multa mínima de R$ 50.000,00
(cinqüenta mil reais) e máxima de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais)
para a pessoa jurídica que deixar de repartir os benefícios resultantes da exploração
econômica de produto ou processo desenvolvido a partir do acesso a amostra do
patrimônio genético ou do conhecimento tradicional associado.
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3.1 Resolução do problema

Uma das formas mais adequadas de combater a Biopirataria na Amazônia seria


conseguir modificar os produtos da biodiversidade em programas econômicos para
ganhar uma renda e emprego para a sua população. Portanto precisaria mostrar os
produtos e recursos genéticos, junto com a averiguação de recursos da
Biodiversidade da Amazônia, dificilmente a Amazônia teria condições de gerar a sua
matéria prima em riqueza econômica.

Com tudo, sempre tem a exigência de entender as fraquezas da economia


extrativa, com a necessidade de averiguar os recursos naturais, sempre posicionada
em sentido vasto. Os recursos vegetais com maior relevância econômico, seriam as
plantas medicinais, aromáticos, inseticidas e corantes naturais.

Em ocorrência de plantas medicinais, aquelas que têm uma relação com as


doenças de um alto custo de tratamento, tais como câncer, colesterol, hipertensão,
geriátricos. Teriam uma maior possibilidade de regresso econômicos, de maneira
oposta de doenças com o custo baixo de tratamento, como malária, leishmaniose,
doença de Chagas.

Sendo assim, a ligação à biopirataria na Amazônia envolve dois graves


problemas, uma, a de cobrir a gravidade da atualidade do problema e a outra é a
verdadeira busca do problema. Uma das explicações que temos para lutar contra a
biopirataria na Amazônia é mudar a biodiversidade em riqueza, expandir
investimentos, a preservação do uso de produtos naturais e um supervisionamento
mais rigoroso nessas áreas, com suporte em leis penais mais rígidas para esse tipo
de apuros.

Com a preservação de produtos naturais, é uma das formas mais fundamentais


que precisa ser feita para diminuir os problemas, com tudo faz com que diminua a
extração de produtos da Amazônia. Uma das opções de preservar, é a economia de
bens naturais, evitar o uso de recursos descartáveis, diminuir o uso de automóveis e
veículos que deixam gases tóxicos para o sistema, evitar o uso de sacolas plásticas,
aproveitar o uso de objetos que podem ser empregados para outros fins.
18

O supervisionamento mais rígido é uma das outras formas de afrontar os


principais problemas da Amazônia, como objetivo ter agentes, investigadores,
vigilantes, guardas, detetives, para combater esses tipos de crimes, desta forma iria
reduzir drasticamente esses tipos de crimes e automaticamente diminuir a
biopirataria na Amazônia.

As leis penais também iriam ajudar muito nessa parte com uma das soluções do
problema, no entanto não ajudaria 100% havendo um policiamento fraco nos locais.

3.2 A Biodiversidade em riqueza.

A biodiversidade transporta algumas ameaças como, o uso extremamente


excessivo de produtos naturais, o crescimento das fronteiras agrícolas, a
amplificação urbana e industrial e a poluição, por esse motivo está levando diversas
espécies vegetais e animais à extinção.

A cada ano que se passa, em torno de 17 milhões de florestas tropicais são


desmatadas. As suposições sugerem que, se isso prosseguir, entre 5% e 10% das
espécies que convivem nas florestas tropicais poderão ser extintas dentro dos
demais 30 anos. (WWF)

Com tudo isso, não se sabe quantas espécies vegetais e animais encontram-se
no mundo. Segundo estudos, variam entre 10 a 50 milhões.

A investigação superabundante de algumas espécies também podem causar a


sua extinção. Por conta do uso medicinal de chifres de rinocerontes em Sumatra e
em Java, por exemplo, o animal foi caçado até a sua extinção. (WWF)

No entanto, nenhum empenho será o bastante se não houver mudança na


mente da população. Será primordial que todos entendam a relevância de cada ser
vivo para o planeta e aprendam que a destruição de qualquer espécie abala de
modo direto nossas vidas.
19

Todo desvio da biodiversidade traz em sua companhia infinitas decorrências que


não comovem apenas o meio ambiente, visto que também acerta o ser humano,
quando no âmbito econômico ou na saúde.

Com a finalidade de que a biodiversidade seja absolutamente protegida, será


primordial que seja feito o uso suportável dos produtos que a natureza oferece. Com
isso, são indispensáveis os investimentos e pesquisas para encontrar fontes
alternativas de recursos, controle no que diz respeito à investigação da natureza e
poluição, assim como a formação de maiores regiões de abrigo ambiental.
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4. Referências

SANTOS, Vanessa Sardinha. Biopirataria. In: Biopirataria. Mundo Educação:


Vanessa Sardinha dos Santos, 2017. Convenção sobre Diversidade Biológica.
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/biopirataria.htm. Acesso
em: 4 nov. 2022.

FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. "Biopirataria no Brasil"; Brasil Escola.


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/biopirataria-no-brasil.htm.
Acesso em 03 de julho de 2022.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (Brasil). República Federativa do Brasil.


Biodiversidade. In: Biodiversidade. Disponível em:
https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade. Acesso em: 4 nov. 2022.

SOUZA, Joice Silva. Biopirataria: A exploração de recursos naturais e a apropriação


ilegal do conhecimento tradicional. In: Biopirataria. Infoescola, 2013. Disponível em:
https://www.infoescola.com/biologia/biopirataria/. Acesso em: 4 nov. 2022.

DUARTE, Marcos Duarte. Embrapa: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.


In: Embrapa: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Infoescola, 2013.
Disponível em: https://www.infoescola.com/agricultura/embrapa/. Acesso em: 4 nov.
2022.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (Brasil). República Federativa do Brasil.


Convenção sobre Diversidade Biológica. In: Convenção Sobre Diversidade
Biológica. GOV.BR, 17 nov. 2020. Disponível
em:https://www.gov.br/mma/pt-br/assuntos/biodiversidade/convencao-sobre-diversid
ade-biologica. Acesso em: 1 nov. 2022.
21

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (Brasil). Sabia que o


medicamento captopril é feito do veneno de cobra?. Brasil, 3 mar. 2016.
Disponível em:
https://farmaco.ufsc.br/2016/03/03/veneno-ou-remedio/#:~:text=A%20jararaca%20br
asileira%20(Bothrops%20jararaca,povoadas%20do%20Sudeste%20do%20Brasil.
Acesso em: 19 out. 2022.

REDAÇÃO PENSAMENTO VERDE (Brasil). Consequências da Biopirataria no


Brasil: Suas soluções e como evitar. Brasil, 17 nov. 2017. Disponível em:
https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/conheca-consequencias-da-bi
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0conhecido%20é,à%20proteção%20de%20sua%20biodiversidade. Acesso em: 25
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NEVES , Ana Isabela. A biodiversidade brasileira: e os prejuízos da biopirataria.


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