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O que é varejo?
Varejo é, entre outras possíveis definições, a comercialização de bens, produtos e serviços
procurados para os consumidores finais, os quais têm empresas varejistas como os principais canais
de venda.
De acordo com Parente (2014, p. 1), varejo pode ser definido como “todas as atividades que
englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender à necessidade de um consumidor
final. O varejista é qualquer instituição cuja atividade principal consista no varejo, isto é, na venda
de produtos para o consumidor final”. Numa visão moderna, o varejo tem dedicado cada vez mais
atenção aos shoppers, e não somente aos consumidores finais. Os shoppers são os indivíduos que
tomam as decisões de compra nos pontos de venda e que podem ser ou não os consumidores finais
dos bens ou serviços comercializados no varejo.
Também podemos definir o varejo como a atividade de um negócio cuja principal função é
suprir mercadorias e serviços demandados pelos seus consumidores. Analisando o conceito de varejo
em uma visão funcionalista, para Churchill e Peter (2013), varejo é o elo responsável por conectar
produtores e consumidores, agregando valor a esse processo comercial, tornando mais eficiente a
troca entre ambos.
Kotler e Armstrong (2015, p. 412), por sua vez, definem a atividade do varejo como
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Essa função deriva da capacidade da empresa varejista de prever demandas, selecionar
mercadorias, prever estoques, alocar espaços e expor mercadorias dentro da loja.
Financiamento – A função de financiamento do varejo se caracteriza pelas ofertas de
condições de pagamento que a loja oferece aos clientes, facilitando, dessa forma, a venda
para aqueles que não têm o dinheiro imediato. A função pode ser realizada por meio de
cartões de crédito (próprios dos varejistas ou gerenciados por uma instituição financeira),
crediários e carnês de pagamento.
Preço – Uma função do varejista é definir os preços praticados no seu negócio de forma
que este seja um fator-chave para o seu posicionamento e se mostre competitivo em relação
ao praticado pela concorrência.
Armazenamento – A função de armazenamento do varejo consiste em proteger o produto
de danos e perdas do momento que este entra na loja ou no centro de distribuição até a
sua saída, após a compra ou devolução para o fabricante. Além disso, faz parte desta
função, manter estoques eficientes para oferecer os melhores serviços ao consumidor e
evitar rupturas na loja, ou seja, a falta de mercadorias com alta demanda.
Serviços – Também é função do varejista decidir qual será o mix de serviços oferecidos ao
cliente. Varejistas que possuem excelência na prestação de serviços maximizam as
experiências e ampliam as vendas e os níveis de satisfação e fidelidade dos consumidores.
São exemplos de serviços no varejo a entrega da mercadoria, a instalação do produto, a
embalagem para presente, etc.
Controle de qualidade – É de responsabilidade do varejo levar ao cliente mercadorias
sem danos, que apresentem qualidade, conformidade e homogeneidade, de forma que
atenda à expectativa e ao desejo do consumidor uniformemente ao longo do tempo.
Transporte – A função de transporte do varejo consiste em fazer com que a mercadoria
chegue até o seu consumidor final, sem danos e de acordo com as condições estabelecidas
no momento da compra do produto pelo cliente.
Informações de marketing – Esta função contempla a troca de informações entre
varejistas e fabricantes, as informações repassadas aos consumidores e a coleta de
informações das relações entre varejistas e os seus clientes.
Promoção – É função do varejo promover as suas ofertas e divulgar a sua marca. O varejo
deve utilizar as ferramentas de comunicação de marketing para aumentar o fluxo de clientes
na loja e aumentar a taxa de conversão de vendas. Entre as possibilidades, pode fazer
propagandas, realizar promoções de vendas e expor os produtos com destaque.
Riscos – Como todo negócio, o empresário do varejo também assume riscos. Entre os
possíveis riscos, destacam-se de obsolescência dos produtos, manutenção do estoque,
problemas trabalhistas, furtos, roubos, vida útil dos produtos (como produtos
perecíveis), etc.
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Formas, propriedades e tipos de organização
O varejo é o principal intermediário entre o fornecedor e o consumidor final de um bem ou
serviço e pode ser classificado de diferentes formas, considerando alguns aspectos como sortimento
de produtos, nível de controle da operação, tipo de loja e conveniência. Com base nesses aspectos,
os varejistas podem distribuir os seus produtos e atender aos consumidores em diferentes tipos de
canais de vendas, de modo a garantir o alcance dos seus objetivos mercadológicos e financeiros.
Segundo Parente e Barki (2014), o varejo pode ser classificado de acordo com a propriedade
e varejo com loja e sem loja, conforme apresentado na figura 1.
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Descrevendo brevemente as classificações de acordo com a propriedade, os varejos
independentes são pequenos negócios, geralmente com apenas uma loja, marcados pela
simplicidade administrativa e atendimento personalizado ao cliente, caracterizado pelo contato
direto entre o dono do varejo e o consumidor final.
Por outro lado, as redes são caracterizadas por uma administração que opera mais de uma
loja própria ou loja franqueada. Geralmente, possuem uma gestão da estratégia, marketing, compras
e recursos humanos de forma centralizada e deixando a cargo das lojas as atividades de venda e
prestação de serviços. Como exemplo, no Brasil, podemos citar a C&A e a Renner. O modelo
possibilita ganhos em termos de economia de escopo e economia de escala.
Outra classificação é a franquia, modelo no qual um varejo independente ou uma rede que
deseja ampliar os seus negócios sem realizar grandes investimentos licencia a sua marca, o seu know-
how e o modelo de negócio para um empreendedor, em troca do pagamento de parte do seu
faturamento – os royalties.
Ainda nas classificações dos negócios de varejo de acordo com a propriedade, é possível citar
os departamentos alugados, que são seções dentro de lojas de varejo operadas e alugadas por outra
empresa. No modelo, o varejo que detém o ponto não possui especialização o suficiente para atender
ao seu público em determinada especialização; então, opta por alugar esse departamento para um
especialista, reduzindo o risco da operação. Podemos citar como exemplo as cafeterias que
funcionam dentro de livrarias.
A segunda forma de se classificar o varejo é se a operação acontece com lojas físicas ou não.
O varejo com loja pode ser organizado de acordo com os bens comercializados, podendo ser varejo
alimentício, varejo não alimentício e varejo de serviços.
No alimentício, que no Brasil é bem desenvolvido, é possível encontrar os seguintes modelos
de loja: bares, mercados, padarias, mercearias, minimercados, lojas de conveniência, supermercados
de vizinhaça (ou de proximidade), supermercados convencionais, superlojas, hipermercados e
clubes atacadistas. No varejo não alimentício com loja, é possível citar: lojas especializadas, lojas de
departamento, magazines, “matadoras” da categoria, lojas de desconto e lojas de fábrica. Por fim, o
varejo de serviços com loja tem locais físicos em que é possível adquirir serviços. Podemos citar
como exemplos: clínicas de estética e salões de beleza.
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Dentro dos formatos de varejo com loja, serão citados e descritos no quadro 1 abaixo os
principais modelos:
tipo definição
lojas “matadoras” São lojas que operam com poucas categorias, mas apresentam grande
de categorias variedade de produtos com preços muito competitivos.
Tipo de varejo que possui uma área de vendas com mais de 3.000 m2 e
funciona como um híbrido de supermercado e loja de departamento.
hipermercados Seu sortimento inclui os produtos que geralmente são
comercializados pelo supermercado tradicional e produtos como,
eletrônicos, roupas, bazar, ferramentas, artigos para jardinagem, etc.
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tipo definição
Além dos modelos de varejo com lojas citados acima, é possível analisar aqueles em que o
cliente não tem contato direto com uma loja física. No quadro 2 abaixo, seguem os tipos de
organização do varejo sem loja:
tipo definição
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Mix de marketing de varejo
Além dos Quatro Ps tradicionais do marketing, no varejo são identificados mais dois,
relacionados às pessoas e aos serviços que devem ser oferecidos na loja e às apresentações interna e
externa da loja.
O P de produto consiste na variedade da linha, na gestão por categoria, na qualidade dos
produtos e serviços oferecidos e na seleção dos itens que estarão disponíveis naquela loja. O P de
preço se apresenta pelos preços praticados, pela formação dos preços e pelas condições de
pagamento. Já no P de promoção, serão utilizadas as ferramentas de comunicação de marketing,
como propaganda, promoção de vendas, merchandising, venda pessoal, etc. O de praça se refere à
localização da loja e aos canais de vendas utilizados pelo varejista, como varejo virtual, quiosque de
vendas, etc. Os dois outros Ps se referem ao P de presentation – ou apresentação, em inglês –, que
trata do ambiente interno e externo da loja; e o P de Pessoal, que incorpora a gestão de pessoas e
serviços aos clientes oferecidos pelo varejista.
Ao longo desta disciplina, você vai aprofundar os seus conhecimentos em cada uma das
variáveis do mix de marketing de varejo, apresentadas no quadro 3, abaixo.
Tendências do varejo
A tecnologia e o surgimento de novos modelos de comunicação transformaram diversas áreas,
entre elas o varejo que se vem reinventando e se adaptando ao novo ambiente social moldado por
essas forças sociais, demográficas, econômicas e principalmente tecnológicas. Para se aprofundar
sobre o tópico, é preciso entender algumas das principais tendências, citadas no evento Big Show
da NRF:
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Consumidor em primeiro lugar
O consumidor com o avanço tecnológico passa a ser o detentor das informações, podendo
comparar preços e produtos em diversas praças em questão de segundos e ainda na palma da mão,
com o uso de smartphones e internet para mobile. Para esse novo shopper, é importante que o varejo
assuma uma nova postura, integrando três aspectos: ser global, ser digital e omnichannel.
O primeiro deles diz respeito às empresas varejistas pensarem nos seus produtos de uma
maneira global, porém adaptados às culturas locais. Dessa forma, entende-se que conseguirão
regionalizar cada vez mais a sua oferta de valor, oferecendo uma solução mais personalizada em cada
mercado em que estiverem presentes. Já no quesito digital, o varejo deve preocupar-se em utilizar
novas tecnologias digitais no PDV e ir muito além do varejo virtual – e-commerce. Por fim, a
tendência omnichannel, em que o varejo deve estar preparado para atender ao consumidor em
qualquer canal e a qualquer momento, de maneira que esses canais funcionem de forma integrada
e consigam melhorar a experiência de compra do consumidor.
Marcas humanas
As marcas, hoje, estão cada vez mais empenhadas em deixar de comunicar apenas benefícios e
vantagens funcionais para falar sobre o seu propósito com os seus consumidores. Para que ocorra essa
virada de chave, é preciso que os gestores varejistas desenvolvam três pilares: autenticidade, pessoalidade
e ressonância. A autenticidade consiste em preservar essência da marca e se comunicar de forma
consistente e coerente com os seus valores. A pessoalidade envolve conhecer profundamente o seu
cliente, como se fosse um amigo próximo, de forma que seja possível antecipar os seus desejos,
comunicar de forma assertiva e personalizar serviços ou produtos. Por fim, ressonância é a capacidade
de uma empresa reunir pessoas que sejam as suas embaixadoras e compartilhem os seus valores, criando,
assim, um fortalecimento do brand equity entorno dela.
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Nova jornada de compra
Hoje em dia, na sua jornada de compra (caminho que um potencial cliente percorre antes de
realizar uma compra), o consumidor dispõe de vários pontos de contato com as empresas varejistas,
os quais podem ser on-line e off-line e devem oferecer ao consumidor uma interação e experiência
de compra prazerosa e estimulante. Os varejistas devem repensar os seus pontos de vendas para
transformá-los em um espaço que traduza a essência da sua marca, materializando o seu propósito,
oferecendo experiências, serviços, relacionamento e soluções, além de vender os seus produtos. Para
que isso ocorra, é preciso maior empoderamento e sinergia dos funcionários que atuam nos pontos
de venda com a cultura e o propósito da marca varejista, além da integração com os demais canais
de vendas, adotando a tendência omnichannel. Devem-se trazer cada vez mais tecnologias para
dentro da loja, visando a aumentar a experiência de compra do usuário, possibilitando que ele
vivencie a marca dentro do PDV.
Experiência em foco
Atualmente, em qualquer modelo de negócio, a experiência deve ser considerada um fator
essencial na oferta de valor de um varejista. Essa experiência deve ser planejada de acordo com os
pontos de contato com o shooper. A experiência deve começar antes mesmo da jornada de compra
do shopper, seja com uma recordação positiva da última compra ou com um relato de um conhecido
sobre uma experiência positiva que vivenciou com a marca varejista. Esses diálogos têm a função de
conduzir o consumidor até o PDV novamente, e a cada nova visita surge uma nova oportunidade
para desenvolver uma nova experiência e o encantamento do shopper.
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Uso de dados no varejo
A democratização e o uso cada vez mais avançado de gestão e de análise de banco dados vêm
trazendo cada vez mais inteligência e precisão para o varejo nas suas promoções, na divulgação de ofertas
e no relacionamento com os seus clientes. Com isso, é preciso que o gestor de varejo utilize ferramentas
de gestão de relacionamento com o cliente – customer relationship management –, de forma a transformar
esses dados em informações relevantes, acionáveis e que gerem decisões capazes de aumentar a
lucratividade para o negócio. O fluxo de informações acontece na forma de mão dupla, pois o uso
dessas ferramentas além de permitir ao varejo conhecer o seu cliente com mais profundidade,
também agrega valor para o cliente ao levar até ele ofertas mais exclusivas, promoções e produtos
dos varejistas que traduzam melhor os seus desejos e as suas necessidades.
Vendedor 360°
O vendedor 360° é aquele que, além de atuar no PDV, demonstrando e oferecendo
produtos da loja, também passa a se envolver no processo de negócio da empresa. É reconhecido
como um vendedor que veste a camisa da empresa e a sua função vai além de atender e vender
protudos aos clientes. Eles são brand lovers, ou seja, amantes da marca, vendedores que amam
as marcas do seu empregador varejista e as divulgam. Além disso, o vendedor 360° assume o
papel de advogado da marca, sendo leal e engajado, oferecendo o máximo de dedicação ao
negócio. A sua função no PDV se estende para participar de forma ativa nas atividades da
comunidade de interesse do negócio varejista.
Entretenimento em loja
As pessoas desejam cada vez mais se entreter, divertir e aprender no momento de compra. O
PDV deve proporcionar emoção, criatividade e entretenimento, além de criar uma experiência
memorável para o cliente. Deve proporcionar educação e senso de beleza estética, bem como ser
capaz de fazer com que o consumidor se sinta em outra realidade. Como ferramentas, podemos
citar displays interativos, uso de inteligência artificial e realidade virtual dentro do PDV. Antes de
se dirigir à loja, é possível citar como exemplo os conteúdos de branded content e as ações de
marketing de guerrilha e marketing de conteúdo que possibilitam o aumento do interesse do
consumidor pela marca do varejista. Todo esse processo deve acontecer por meio de experiências
interativas nos canais de contato da marca, antes, durante e depois da compra.
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é, as pessoas são impactadas e tomam as decisões de compra com base nas redes sociais digitais, e
isso pode ocorrer por meio de influenciadoras digitais, embaixadores da marca e outros meios de
voz ativa. Com esse novo cenário, os varejistas têm mais uma oportunidade de influenciar e
estimular os consumidores. Isso pode ser feito por meio de uma comunicação com respostas mais
rápidas, personalizadas e humanizadas aos seus clientes pelas redes sociais digitais. Os varejistas com
estratégias nas redes sociais digitais, além de interagir nessas mídias, criam conexões mais rápidas e
efetivas entre os clientes e os canais de vendas.
Varejo omnichannel
O surgimento de novas tecnologias que possibilitaram a massificação da internet ocasionou
mudanças em diversos setores da sociedade, seja por tornar as relações de comunicação mais ágeis
e baratas, seja até mesmo por possibilitar novas interpretações de modelos de negócios existentes.
Hoje, graças à popularização da internet, uma compra poder ser realizada com “um clique”,
em qualquer lugar do mundo, tornando o mercado mais competitivo e conectado. Unindo-se o
surgimento do e-commerce à rápida evolução dos aparelhos com acesso à internet, por exemplo,
tablets e smartphones, tem-se tornado cada vez mais fácil estar conectado à internet e realizar
transações de compra em qualquer lugar do mundo. Isso ocorre sem contar com algumas
praticidades das novas tecnologias de aplicativos e programas, que realizam buscas e comparações
rápidas de produtos e preços.
Tendo de se adaptar a essas mudanças tecnológicas e sociais, o varejo ampliou o número de
canais de vendas on-line e off-line para que os seus clientes realizassem compras com mais
conveniência, praticidade e rapidez. Com a introdução desses novos canais, o varejo passou a ter de
administrar todos esses pontos de contato com cliente para que a entrega de valor – produtos,
serviços e preços – fosse equiparável e integrada.
Dentro da estratégia de canais que uma empresa varejista pode adotar, existe estratégia
multichannel – multicanal –, onde a empresa se utiliza de vários canais para efetuar as vendas aos
clientes. Quando existe uma integração dos canais com a partilha de informações entre eles, a
estratégia é denominada omnichannel.
De acordo com Dietrich (2012),
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A estratégia omnichannel está relacionada ao surgimento de novas tecnologias e à
democratização do acesso à internet, que mudaram algumas relações, entre elas a forma de comprar,
adicionando novos canais de compras e ressignificando outros. Antes desse cenário, o comércio era
caracterizado por ter uma relação unidirecional, ou seja, feito exclusivamente por meio de lojas ou
encontros físicos, no caso de vendedores de catálogo.
Com as novas tecnologias, as marcas ampliaram os seus canais de vendas, físicos e on-line,
porém não havia uma conexão entre eles, quer dizer, trabalhavam como unidades de negócios
diferentes e sem integração. Diante desse cenário, foi preciso pensar em uma estratégia capaz de
integrar todos esses canais, evitando perdas de vendas, informações e relacionamentos, que
maximizasse a experiência do shopper. Essa estratégia é denominada omnichannel, ou de forma
generalizada, “único canal”. No omnichannel, os canais de vendas são relacionados e integrados, de
modo a tornar o processo de compra cada vez mais prazeroso, simples e intuitivo.
Hoje em dia, a experiência de compra tem sido considerada cada vez mais relevante na escolha
do consumidor pela marca e pelo canal de vendas. São diversos os aspectos que o shopper costuma
considerar ao classificar a experiência de compra, entre os quais destacamos: qualidade do
atendimento, dinâmica e disposição dos produtos, ambiente de loja e tecnologias disponíveis no
PDV. Na estratégia omnichannel, os principais aspectos da experiência de compra são a usabilidade,
a facilidade de interação e a integração entre os canais do varejista. Esses aspectos que parecem
“pequenos” detalhes na relação marca-cliente podem criar a diferença na fidelização de um
consumidor, resultando em vantagem competitiva perante a concorrência.
Além disso, quando as organizações constroem uma relação de proximidade com os seus clientes,
são capazes de coletar informações importantes sobre o comportamento e as preferências dos
consumidores durante a jornada de compra. Com base nesse conhecimento, o varejo procura oferecer
facilidades e soluções mais customizadas e criar experiências mais positivas para os seus clientes.
O omnichannel procura estabelecer uma integração entre canais de vendas e comunicação
para proporcionar uma melhor experiência ao cliente. Como exemplo, podemos citar situações em
que o cliente compra no site e troca ou devolve na loja, faz pedido em terminal da loja, etc.
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MÓDULO II – DECISÕES DE SORTIMENTO E
SERVIÇOS NO VAREJO
Este módulo apresenta os fundamentos da gestão do mix de produtos. Para tanto, serão
apresentadas as principais decisões estratégicas do sortimento, como amplitude, profundidade,
preço, qualidade e marcas próprias. Estudaremos também o gerenciamento de categoria, ferramenta
importante para maximizar os resultados comerciais do varejo e entregar mais valor ao consumidor
e, fechando o mix de produtos, conheceremos os fatores que influenciam a composição de
mercadorias de uma loja.
Na última parte do módulo, vamos dar uma especial atenção às estratégias de serviços que
os varejistas utilizam para entregar mais valor e encantar os seus clientes. Vamos identificar os
fatores para a definição da estratégia de serviços, bem como compreender os níveis e as
classificações de serviços. Por fim, daremos destaque para a gestão de pessoas e o marketing de
relacionamento no varejo.
Mix de produtos
O mix de produtos de um negócio é, sem dúvida, uma das mais importantes decisões de
marketing de varejo. Muitas lojas têm início com um mix bastante reduzido, e aos poucos vários itens
ou categorias são agregados para satisfazer as necessidades complementares dos clientes e maximizar a
lucratividade e a rentabilidade do negócio. Além disso, o processo de diferenciação e de identidade da
marca tem início e é reforçado pelo mix de produtos que a loja oferece aos seus clientes.
A maior parte dos varejistas procura oferecer produtos que atendam às necessidades do seu
público-alvo e as complementem, de maneira a gerar maiores níveis de conveniência em cada
compra realizada, explorando cada vez mais o conceito de one stop shop, ou única parada para
compra. Cabe destacar a importância que o sortimento de produtos tem na criação ou no reforço
do posicionamento de uma loja. Por exemplo, é comum que algumas lojas de produtos para
animais, ou pet shops, iniciem as suas operações com um sortimento pequeno de produtos e, a partir
da sua maior aceitação e do crescimento em vendas, passem a oferecer um mix mais amplo, incluin-
do produtos como remédios, rações para diversos animais e raças, brinquedos, viveiros, produtos
para higiene animal e também serviços de banho, tosa e atendimento veterinário, de modo a atrair
e satisfazer um público cada vez maior.
Planejar o sortimento de produtos significa definir quais produtos serão comercializados pela loja.
Essa decisão implica necessariamente conhecer as necessidades e expectativas do consumidor que a loja
atende ou pretende atender em face da definição e da vocação do próprio negócio.
O próximo passo desse planejamento é definir a linha de produtos. Segundo Kotler e
Armstrong (2015, p. 255),
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Geralmente, as lojas são organizadas em departamentos – chamadas também de seções – e,
posteriormente, em categorias. Os departamentos – chamados também de seções – são
agrupamentos de categorias de produtos que possuem alguma compatibilidade em termos de
substitutibilidade ou complementaridade. Por exemplo, um supermercado possui departamentos
de bebidas; bazar; frutas, legumes e verduras (FLV); padaria; laticínios e frios, etc. Cada
departamento é organizado em um conjunto de categorias. As categorias são agrupamentos
formados por produtos com um alto grau de substituição ou complementação para atender a
alguma necessidade de consumo do cliente (PARENTE, 2014). Como exemplo, podemos citar as
categorias de refrigerantes, cervejas, sucos prontos e vinhos como pertencentes ao departamento de
bebidas de um supermercado.
Na prática, os departamentos e as categorias devem ser considerados como unidades
estratégicas de negócios no varejo, com metas e estratégias bem definidas para maximizar os
resultados financeiros, comerciais e operacionais. Mais adiante, veremos como isso acontece com a
implementação do gerenciamento de categoria.
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Com base nos conceitos de amplitude e profundidade apresentados, podemos definir quatro
estratégias de variedade.
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Na estratégia D, os varejistas procuram atender a diversas necessidades dos clientes e
apostam no conceito de one stop shop, pois investem em uma ampla oferta de produtos
complementares e substitutos. São lojas que oferecem ao mesmo tempo uma amplitude larga e
uma grande profundidade. Essas lojas precisam de grandes espaços e possuem operações muito
mais complexas em termos de gestão de estoques, compras e marketing. Como exemplo,
podemos citar os hipermercados.
Marcas próprias
Marca própria é o produto fabricado e embalado a ser comercializado exclusivamente por uma
empresa ou rede do segmento atacadista ou varejista, por meio da marca própria da rede ou utilizando
um nome fantasia. Podem-se encontrar diversos nomes para as marcas próprias em livros, artigos
técnicos e artigos na mídia em geral, por exemplo, marca própria, de distribuidor, de intermediário,
de varejista, de revendedor e privada, na língua portuguesa; private-brand, own-brand, store-brand e
own-label, na língua inglesa. Todas essas denominações representam as marcas de produtos que
pertençam e sejam comercializados por organizações comerciais – varejistas ou atacadistas –,
geralmente fabricadas por indústrias que empregam a sua capacidade produtiva e tecnológica na
fabricação de produtos, visando assim a uma sinergia entre ela e o atacadista ou varejista.
Conceitualmente, segundo Kotler e Armstrong (2015), a marca própria é uma marca criada
e pertencente ao revendedor de um produto ou serviço. Esse conceito é reforçado por Buskirk
(1961), o qual relata que as marcas privadas são marcas cujos donos são intermediários, atacadistas
ou varejistas, em contraste com as marcas dos fabricantes, cujos donos são os produtores dos bens.
A Associação Brasileira de Marcs Próprias (ABMAPRO) define marca própria como todo
serviço ou produto, fabricado, beneficiado, processado, embalado para uma organização que detém
o controle e distribuição da marca, a qual pode levar, ou não, o nome desta.
O histórico de marcas próprias no Brasil foi marcado pela política inicialmente adotada por
grandes redes supermercadistas, denominada embalagens brancas, que davam ao produto, chamado
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“genérico”, uma total falta de identidade. Essa total falta de orientação para o marketing e para a
qualidade fez com que os consumidores brasileiros percebessem naquele momento os produtos de
marca própria como inferiores e de baixa qualidade.
No início dos anos 1970, a política de marcas próprias era considerada uma tática de combate
do varejo em face da recessão. Eram ofertados produtos de baixo preço em embalagens despojadas,
de pouca qualidade, sem identidade ou apelo de marketing, mas que poderiam garantir um preço
mais baixo, ainda com abastecimento irregular.
Como os varejistas não estavam muito preocupados em desenvolver uma estratégia
mercadológica orientada para esses produtos – além de tudo, havia trocas constantes de
fornecedores geradas pela economia inflacionária, que impunha prazos cada vez menores para
pagamentos –, o produto posto na prateleira do supermercado era de baixa qualidade.
Os produtos de marca própria foram lançados nos supermercados brasileiros em meados da
década de 1970, pelas redes Eldorado e Pão de Açúcar. Estas foram seguidas por outros
competidores, como o Disco, Bom Preço e Paes Mendonça. No início, os produtos de marca
própria eram essencialmente itens básicos, como arroz, feijão e café, voltados para os consumidores
de baixa renda, que não podiam pagar as marcas líderes, caracterizando-se assim como produtos de
segunda linha, imagem que perdurou até o fim dos anos 1980.
A rede de supermercados francesa Carrefour, uma das maiores da Europa e do mundo,
chegou ao Brasil em 1975. Em 1989, iniciou a sua estratégia de marcas próprias com o lançamento
de 36 produtos diferentes com o logotipo da rede varejista, e não com a marca fantasia. A filial
brasileira seguia uma estratégia maior da matriz francesa e procurava obter maiores vantagens na
negociação de preços com os fornecedores e ofertar no seu mix de produtos itens de boa qualidade
e procedência com preços baixos. A partir desse fato, a história das marcas próprias no Brasil ganhou
uma nova versão: a mudança da abordagem de produto genérico para marcas próprias, com o
objetivo de buscar a fidelização de clientes por meio de uma política de identidade visual, apelo à
marca e qualidade.
Esse movimento, de certa forma, foi impulsionado pelo Carrefour e pelo Makro, que
aceleraram os seus programas de marcas próprias por meio do constante e crescente número de
lançamentos de itens dentro desse novo conceito. Essa política foi seguida por outras redes, como
Pão de Açúcar, Sendas e Bompreço. No fim dos anos 1990, os supermercados de pequeno e médio
porte também adotaram o mesmo posicionamento.
Nos dias atuais, as grandes redes brasileiras de supermercados são as que mais investem e
operam com marcas próprias, pois essas empresas destinam maiores recursos aos programas de
desenvolvimento de produtos. As redes supermercadistas, por possuírem maior escala nas suas
operações, conseguem contratar um volume de fornecimento de mercadorias junto aos
fornecedores, o que viabiliza a rentabilidade e a adoção das marcas próprias em muitas categorias.
Outros segmentos de varejo também têm investido na oferta de produtos de marca própria, como
farmácias, materiais de construção e lojas de produtos de beleza.
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Atualmente, as redes varejistas têm procurado ofertar produtos de qualidade e de alto valor
agregado a preços competitivos e justos, com o objetivo de fidelizar os seus clientes e reforçar a
imagem da sua marca na cabeça e no coração do consumidor. Por mais que as marcas próprias
estejam muito vinculadas aos supermercadistas, outros varejistas como farmácias, lojas de materiais
de construção e lojas de vestuário estão investindo bastante nessa estratégia.
As marcas próprias podem ser vantajosas, para os consumidores, os fornecedores e
principalmente para os varejistas, como veremos no quadro 4 a seguir.
Fonte: Adaptado de Hoch (1996), Dunne e Narasimhan (1999), Parente e Barki (2014), Kedisman e D’Almeida (1997).
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Fatores que influenciam a composição do mix de produtos
Para Parente e Barki (2014), os seguintes fatores devem ser considerados quando o varejista
está compondo o seu mix de produtos: substitutibilidade, complementariedade, indicadores de
desempenho, curva ABC, limitações de espaço, equipamentos e recursos e perfil do público-alvo.
As categorias apresentam itens que são substitutos ou complementares entre si, e o varejo
precisa considerar essas duas dimensões para a satisfação dos seus clientes e para maximizar a
sua eficiência operacional e comercial. O varejista deve ficar atento aos itens que possuem um
alto grau de substitutibilidade, ou seja, produtos que possuem alto grau de substituição em
uma mesma categoria.
Por exemplo: uma loja de eletrônicos pode estar vendendo muitas opções de televisores de
LCD de tamanhos de 40 e 42 polegadas – alto grau de substituição –, enquanto oferece poucas
opções de 55 polegadas. Logicamente, para a montagem do portfólio, o varejista considerou o
seu perfil de público-alvo e a área de influência da loja. Porém, mesmo assim, pode incorrer com
estoques altos por oferecer produtos quase que idênticos – 40 e 42 polegadas – e perdendo vendas,
por não oferecer opções de televisores maiores. Aproveitando o mesmo exemplo, podemos
explicar o conceito de complementariedade. Nesse caso, o lojista poderia comercializar produtos
de uso complementar, como um home theater ou um suporte para fixar a TV na parede, que
podem maximizar experiência de uso dos clientes. Produtos de uso complementar podem
estimular o cross selling – venda de produtos de uso combinado – e, com isso, aumentar as vendas
e o ticket médio da loja.
Os varejistas também podem utilizar indicadores de desempenho para gerenciar as suas
linhas de produtos. A análise de desempenho por meio de indicadores pode ser útil para avaliar
produtos e categorias. Entre os indicadores mais utilizados, destacamos: venda, margem bruta sobre
vendas, lucro bruto, giro de estoque, número de itens, percentual de vendas da loja, percentual de
vendas da categoria, percentual do lucro bruto da categoria, percentual do estoque da categoria, etc.
Outra ferramenta utilizada pelos varejistas é a Curva ABC, que classifica os itens em ordem
decrescente de vendas, onde utilizamos os princípios de Pareto, isto é, poucos itens –
aproximadamente, 20% – são responsáveis pela maior parte – por volta de 80% – dos resultados
de vendas, lucros, estoques, etc. Dessa forma, os gestores devem oferecer mais opções de produtos
e marcas nas categorias que representam o maior percentual de vendas e lucros da loja.
As limitações de espaço, equipamentos e recursos também influenciam bastante a
composição do mix de produtos de uma loja. As dimensões e o formato do espaço físico da loja
podem influenciar decisivamente a definição do mix de produtos, bem como os equipamentos de
exposição – geladeiras, gôndolas e balcões. A disponibilidade de recursos financeiros para
investimentos também é um fator decisivo, pois a falta de capacidade financeira vai impactar a
variedade e a qualidade de produtos e marcas a serem oferecidos.
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Por fim, destacam-se o perfil e as necessidades do público-alvo. É fundamental que o
varejista pesquise o mercado e “ouça” o consumidor, de modo a tentar descobrir os seus anseios
e as suas expectativas. O sucesso de uma empresa varejista depende muito da sua capacidade de
planejar e gerenciar as linhas de produtos de acordo com as necessidades e os perfis dos seus
consumidores. No que diz respeito ao público-alvo, o varejista deve considerar o perfil
demográfico, o poder de compra, os hábitos de consumo, as necessidades e as motivações de
compra dos seus clientes.
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Em uma loja, as categorias vão assumir papéis diferentes em termos de atração de clientes e
volume de vendas, e os varejistas precisam estar atentos para a definição correta do seu mix de
produtos e para o gerenciamento eficiente das suas categorias. Os varejistas devem realizar uma
classificação estratégica dos itens que compõem o seu mix de produtos e, por meio desta, gerenciar
as demais decisões: preço, apresentação da loja, exposição de produtos e promoção.
As categorias podem ser classificadas em:
Categoria de destino – São categorias que possuem como característica uma grande
variedade, igual ou superior à média da loja, e o lojista busca uma notoriedade e um
reconhecimento por parte dos consumidores, no sentido de que a sua oferta de variedade de
produtos é a melhor da região. São categorias de característica ímpar e com grande capacidade
de atrair os consumidores às suas lojas.
Categoria de rotina – São categorias que possuem como característica uma variedade
igual à média do mercado e têm a característica de atrair os consumidores às lojas em razão
da necessidade e periodicidade de compras.
Categoria de conveniência – São categorias que possuem como característica uma variedade
limitada, ou seja, igual à oferta dos demais concorrentes do mesmo segmento. São produtos
de compra não planejada para aquela loja ou compra por impulso.
Categoria sazonal – São categorias vinculadas a uma demanda sazonal, que possuem
como característica uma variedade grande, em razão única e exclusiva de um evento.
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Para iniciar o processo de implementação do GC, é preciso analisar os seus componentes
chaves, aqueles fatores críticos para o processo de implementação do GC. Segundo ECR Brasil
(1998) e Rojo (1998), os fatores são:
Cartão de metas – São as ferramentas para metrificar e acompanhar os principais objetivos
de desempenho da categoria, possibilitando que os capitães da categoria consigam
acompanhar de forma individual e pensar em planos de ações rápido para a sua categoria. Vale
ressaltar que os cartões de meta abrangem medidas de desempenho internas e externas.
Tecnologia – O GC está pautado no uso intensivo de tecnologia da informação de forma
que sirva como apoio à tomada de decisão, planejamento, análise e gestão de controle do
desempenho da categoria.
Capacidade da organização – A capacidade organizacional vai definir as principais
funções dos gestores das categorias e a relação destes no organograma da empresa. É
fundamental que haja o envolvimento da alta diretoria, a definição de responsabilidades,
o conhecimento técnico dos envolvidos no processo, uma estrutura organizacional que use
como apoio para decisões a análises de dados, seja orientada para resultados, seja
trabalhado o desenvolvimento e treinamento intensivo de pessoal.
Parceria – O GC é construído por meio de uma forte e efetiva parceria entre o varejista e
os fornecedores. Alguns varejistas possuem um apoio de um fornecedor para auxiliá-lo a
gerir uma categoria. Como vimos anteriormente, esse fornecedor passa a ser conhecido
como capitão da categoria e constrói uma aliança estratégica com o varejista para ajudá-lo
a ter informações sobre o consumidor e o mercado, o seu principal objetivo é melhorar o
desempenho e o lucro da categoria.
Estratégia – Dentro da sua estratégia como negócio, a empresa deve buscar voltar os seus
esforços para criar “valor” aos consumidores, com o engajamento da alta direção, o
gerenciamento das categorias como unidades estratégicas de negócios e a definição de uma
estratégia de marketing, fornecimento e relacionamento com o fornecedor.
Processo – O GC como negócio é um conjunto estruturado de atividades em etapas, que
contém planos de ação e planejamento estratégico, de forma similar a um Plano de
Negócios de uma categoria.
33
A metodologia definida pela ECR Brasil para a implantação do GC é construída sob oito
etapas, conforme mostra a figura 3. Vale ressaltar que para a implementação não se fazem
obrigatórios todos os oito passos, devido à realidade organizacional de cada negócio ser diferente.
Porém, é fundamental avaliar o nível de profundidade, investimento e tempo, que serão investidos
no processo. Somada a isso, a realização de processos de GC entre parceiros comerciais, como
fornecedores, é uma decisão estratégica para a empresa, tornando-se necessário que ocorram
mudanças nas atitudes de trabalho, começando desde a comunicação entre os parceiros, o
treinamento da equipe e a disponibilidade de informações sobre venda e mercado à aceitação das
sugestões e críticas.
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Para um melhor entendimento, explicaremos no quadro 5 cada uma das etapas do processo
de implementação do GC.
etapa do gerenciamento
descrição
de categoria
pesquisa com informações sobre hábitos e necessidades dos
consumidores (pesquisas)
definição do nome da categoria
definição dos produtos que farão parte da categoria
definição da categoria
segmentação que reflita a decisão de compra dessa categoria
(escolha por marca, preço, embalagem, etc.)
Exemplo: Departamento de bebidas, temos as categorias de
refrigerantes, sucos, água mineral, cervejas, etc.
35
Serviços no varejo
Os serviços ao cliente no varejo contemplam todas as atividades e informações que facilitam
o consumidor a reconhecer a oferta de valor do varejista. Os serviços auxiliam os lojistas no
relacionamento com os clientes, na diferenciação dos seus concorrentes e principalmente no
aumento das vendas e dos lucros. “Serviço é fonte de lucro” (DAUD; RABELLO, 2007, p. 27).
Existem duas definições que representam a essência dos serviços. A primeira definição
considera que “serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra. Embora o
processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é essencialmente intangível e
normalmente não resulta em propriedade de nenhum dos fatores de produção”. A segunda
conceitua “serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes
em tempos e lugares específicos, como decorrência da realização de uma mudança desejada no – ou
em nome do – destinatário do serviço” (LOVELOCK; WRIGHT, 2005, p. 5).
O negócio de varejo é fundamentado na prestação de serviços. O aumento da concorrência
direta, indireta e de formatos substitutos no varejo fez com que a experiência de compra oferecida
ao consumidor passasse a ser um importante elemento de diferenciação dos varejistas. Fazer com
que essa experiência seja efetiva, positiva e, principalmente, memorável é uma oportunidade que as
empresas de varejo não podem desperdiçar no processo de satisfação e relacionamento com os seus
consumidores. É exatamente para isso que atuam os serviços no varejo, para fazer a diferença,
surpreender, encantar e fidelizar clientes.
Alguns fatores contribuem para a crescente demanda por serviços por parte dos clientes: busca
por melhor qualidade de vida; mais tempo de lazer; crescente urbanização; mudanças demográficas,
como o envelhecimento da população; mudanças socioculturais, como o aumento da participação
da mulher no trabalho remunerado e a falta de tempo; aumento no nível de sofisticação dos
consumidores, levando à exigência de mais e melhores serviços; e avanços tecnológicos, como o
avanço dos serviços por aplicativos.
Reconhecer que a empresa varejista deve orientar os seus esforços para a oferta de serviços de
qualidade, visando a conquistar a satisfação e a lealdade dos seus consumidores não é um privilégio,
é uma obrigação para aqueles lojistas que objetivam estabelecer uma relação de longo prazo com os
seus clientes. Por isso, afirma-se que um elevado nível de serviço prestado pelo varejista:
motiva os clientes a difundir bons comentários e fazer o marketing boca a boca com outros
clientes;
é a maneira mais barata de conseguir novos clientes;
amplia a rentabilidade por meio da manutenção da base de clientes no longo prazo;
aumenta a produtividade e os lucros, pois a gerência e os funcionários têm os mesmos
objetivos e
constrói um posicionamento sólido na mente dos consumidores.
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Fatores para a definição da estratégia de serviços no varejo
Serviços são capazes de criar experiências memoráveis, aumentar as vendas, desenvolver a
fidelidade dos consumidores e maximizar lucratividade e rentabilidade, porém a definição dos níveis
e dos tipos de serviços é um grande desafio para os varejistas. Sabemos que maiores níveis de serviços
impactam maiores custos para os lojistas, e nem sempre os clientes estarão dispostos a pagar por
isso. Clientes mais sensíveis a preço podem abrir mão de serviços para comprar mercadorias com
preços mais competitivos, enquanto outros com maior poder compra prefiram níveis mais elevados
de suporte e atenção.
Para definir a sua estratégia de serviços, o varejista deverá considerar: características da loja,
tipo de produto, serviços da concorrência, posicionamento de preço, perfil do consumidor, custos
dos serviços e estratégia (DAUD; RABELLO, 2006).
Na avaliação das características da loja, devemos levar em consideração a sua localização, o
modelo de negócio e o formato varejista. Dependendo da localização da loja, o varejista pode
oferecer vagas de estacionamento, horário de atendimento ampliado e entrega em domicílio.
Quanto ao modelo de negócio, podemos citar exemplos de restaurantes fast food que oferecem os
serviços de drive thru e atendimento de garçons nas mesas, como o Habib’s, e outros que fazem o
atendimento apenas no balcão.
No que se refere ao tipo de produto, existem mercadorias que exigem a vinculação de algum
nível de serviço por parte do lojista. Lojas de móveis que realizam entregas e montagens, lojas de
maquiagens que oferecem serviços e atendimento de maquiadores.
A concorrência também influencia a competição varejista na arena dos serviços. Por
exemplo, nos últimos anos, temos visto os competidores do setor supermercadista oferecerem cada
vez mais serviços, investindo na melhoria contínua do atendimento e da conveniência. Essa
competição aumenta a pressão nos varejistas, que se veem motivados a inovar e se diferenciar.
O posicionamento da marca tem um impacto significativo na estratégia de serviços. Lojas
mais sofisticadas investem na diferenciação e na excelência em serviços que reforçam o
posicionamento de preço premium. O oposto também acontece. Definidos os segmentos de
mercado a que se pretende atender, é preciso estabelecer o posicionamento desejado pela empresa
varejista. Basicamente, o posicionamento vai dizer como a sua empresa pretende ser lembrada pelo
consumidor em termos da oferta de valor.
Da mesma forma que uma loja não deve querer atender a todos os tipos de consumidores,
também não deve querer ser a melhor em todos os atributos esperados pelo público em geral.
É no mínimo improvável que um varejista seja o mais barato e ofereça o melhor atendimento
ao mesmo tempo.
Então, como definir o posicionamento em termos de serviços e preços adequado para um
varejista? O ideal é que se descubram os benefícios mais importantes para o público-alvo para
determinado setor varejista. Por exemplo, uma determinada loja de conveniência tem a grande
37
vantagem de oferecer conveniência, ou seja, estar localizada em pontos seguros, de fácil acesso e
com atendimento 24 horas, além de um sortimento de produtos amplo, em alguns casos. Porém,
não se pode esperar que ela tenha preços baixos, em função inclusive das suas características e dos
seus custos operacionais.
Para auxiliar nessa tomada de decisão, o varejista pode-se valer de uma análise bidimensional
de variáveis e atributos que sejam importantes para o seu público-alvo. Por exemplo, pode-se optar
entre um alto nível de serviços e preços superiores à média de mercado, ou focar a sua estratégia na
redução de preços, porém à custa do nível de serviço, como apresentado na figura 4, a seguir:
Uma loja de conveniência, por exemplo, pode oferecer um conjunto de produtos de alta
qualidade com excelente nível de serviços e preços acima de mercado, conforme o quadrante 2, ou
pode optar por oferecer ao mercado um reduzido mix de produtos básicos, com o mínimo
necessário de serviços, e situar-se no quadrante 3. Estratégias com pouca probabilidade de sucesso
são as localizadas no quadrante 1, com alto nível de serviços e preços baixos, comprometendo a
rentabilidade do negócio, ou aquelas inseridas no quadrante 4, em que mesmo com um baixo nível
de serviços cobra-se um preço elevado.
A chave para o sucesso na análise das duas variáveis do exemplo, preço versus serviços, é
compreender os serviços que o consumidor-alvo efetivamente valorize, para que aceite pagar mais
por eles. De nada adianta oferecer a customização de lanches com pães artesanais e atendimento 24
horas, por exemplo, que encarecem a operação, se o público-alvo da loja não procura por esses
serviços. Esse é um ótimo caso de diferencial com vazio de significado para o consumidor, ou seja,
um diferencial que nada agrega ao negócio e que, portanto, não gera vantagem competitiva.
38
O perfil do consumidor (ou shopper) é um aspecto fundamental na definição do mix de
serviços. Os clientes de maior poder aquisitivo são orientados para benefícios, exigem elevados
níveis de serviços e estão dispostos a pagar preços mais elevados por isso. Já os clientes de classes
socioeconômicas mais baixas são mais sensíveis a preço e menos exigentes em termos de serviços.
Além do poder aquisitivo, outras características dos consumidores podem afetar a oferta de serviços,
como idade, nível de escolaridade, sexo, etc.
Os custos dos serviços também devem ser considerados na definição do mix de serviços, pois
todos os investimentos em serviços devem gerar impacto positivo nas vendas e nos lucros da empresa
varejista. Atenção especial deve ser dada aos serviços essenciais que o varejista precisa oferecer os
clientes, sem os quais a loja nem abriria as suas portas.
O último e não menos importante fator, a estratégia da empresa, deve refletir a capacidade
de superar os concorrentes e encantar os seus clientes. Trata-se de criar uma posição competitiva
diferenciada e de difícil imitação em termos de serviços e benefícios oferecidos aos clientes.
Níveis de serviços
Os diferentes tipos e formatos de negócios de varejo desenvolvem níveis distintos de oferta
de serviços aos clientes. Segundo Kotler e Keller (2012), os níveis de serviços podem ser classificados
da seguinte forma:
Autosserviço – Nessa modalidade, as lojas, geralmente de varejo de desconto, oferecem
serviços básicos, e os clientes geralmente localizam os produtos e efetuam sozinhos as suas
compras, sem a ajuda de um vendedor. Podemos citar como exemplos os atacarejos.
Autoatendimento – Nesse tipo de varejo, os próprios clientes encontram os produtos que
querem comprar e podem pedir ajuda no seu processo de compra.
Serviços limitados – Adotados por varejistas que comercializam produtos de compra
comparada como equipamentos eletrônicos, móveis, carros, etc. Nessas compras, os
consumidores precisam de suporte e informação, pois estão realizando uma compra de
produto de maior valor agregado com um maior nível de risco e envolvimento. Nesses
casos, os varejistas disponibilizam vendedores para tirar as dúvidas dos clientes, entrega
em domicílio, financiamento, etc. Exemplo: lojas de eletroeletrônicos e lojas de
departamento mais populares.
Serviço completo – Esse é o exemplo de um tipo de loja orientada para servir os seus clientes.
A loja disponibiliza o pessoal de vendas para auxiliar o cliente em todas as etapas do processo
de decisão de compra, desde a localização do produto até o suporte para uma melhor escolha.
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Classificação dos serviços no varejo
O critério de classificação que será adotado neste material didático é o de relacionar o serviço
varejista com cada fase do processo de compra do consumidor. Para Parente e Barki (2014), os
varejistas classificam os serviços em três categorias:
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Serviços de pré-transação
Esses serviços são aqueles oferecidos aos clientes antes de iniciar a compra e, em muitos casos,
antes de visitar a loja. São eles:
Estacionamento – Aspectos como número de vagas, facilidade de acesso e proximidade
da entrada da loja são cada vez mais importantes para tipos de varejos e centros comerciais
de grandes centros urbanos.
Horário de funcionamento – Mudanças na rotina, ritmo e estilo de vida dos
consumidores têm levado os varejistas a adotarem horários de funcionamento estendidos.
Esses consumidores modernos, sem tempo, buscam cada vez mais conveniência para fazer
as suas compras. Há crescente oferta de lojas com atendimento 24 horas e lojas que abrem
em fins de semana e feriados. Aspectos como custos trabalhistas e segurança devem ser
considerados nesse tipo de serviço.
Segurança – Sistemas de segurança patrimonial nas entradas e saídas da loja, além da área
de estacionamento. Nesse caso, o cliente deve sentir-se seguro e acolhido.
Informações – Os consumidores, antes de iniciarem o processo de compra, buscam
informações como disponibilidade de produtos, forma de pagamento e garantias que
possibilitem a efetivação da compra. Essas informações podem ser repassadas pelo telefone
ou pela internet.
Serviços de transação
Os serviços de transação são aqueles oferecidos durante a operação comercial, como rapidez
e facilidade com que os clientes podem identificar, selecionar e pagar pelos produtos que desejam
adquirir. São eles:
Atendimento do pessoal da loja – O atendimento dos vendedores é um fator muito
importante para a percepção de qualidade e uma boa experiência na loja. Os clientes querem
um atendimento competente, atencioso e cordial e desejam sentir-se no comando, também à
vontade. Os vendedores devem ser treinados e motivados a entender as necessidades dos
clientes e oferecer-lhes as melhores soluções para as suas demandas de consumo.
Disponibilidade do produto – A ausência de rupturas de estoque, ou seja, perda de venda
por falta do produto, e a facilidade de encontrar o produto desejado são dimensões que
aumentam a percepção de valor oferecido pelos varejistas.
Teste ou interação com o produto – Facilidade para testar ou utilizar o produto no PDV.
Varejistas de eletrônicos e de lojas de departamento têm investido cada vez mais em lojas
que estimulam a interação dos clientes com os produtos expostos. Nessas lojas, os clientes
podem assistir à TV de alta resolução, jogar o videogame ou manusear o smartphone.
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Terminais de consulta na loja – As lojas estão investindo cada vez mais em tecnologia para
proporcionar aos clientes mais informação e facilitar o seu processo de localização e escolha
de produtos. Terminais de consultas sobre disponibilidade de produtos, localização destes
na loja e consulta de preços são exemplos mais usuais.
Serviços de financiamento – A oferta de formas diversificadas de financiamento ao
cliente é fator impulsionador e facilitador das compras. Nesse caso, o financiamento pode
ser realizado pelo próprio varejista ou por instituições de oferta de crédito.
Agilidade nos sistemas de pagamento – A falta de tempo torna-se um fator importante
para que os consumidores apreciem a rapidez e a agilidade nessa parte do processo de
compra. Alguns varejistas brasileiros têm investido em caixas de autoatendimento ou self
checkout, como os existentes na Europa, e também em atendimento nos caixas com hora
marcada no aplicativo da rede varejista.
Serviço de embalagem – A oferta de serviços de embalagem pode ser muito importante
do ponto de vista da rapidez e da praticidade nos supermercados, por exemplo. Em lojas
especializadas, uma bela embalagem para presente pode ser um aspecto importante no
serviço oferecido pelo varejista.
Reserva de produtos – Em alguns casos, os clientes são impedidos de comprar o produto
na hora em que estão na loja. Diante disso, algumas lojas oferecem o serviço de reserva
por tempo determinado, geralmente 48 horas. Há lojas em que é possível fazer reservas
por telefone ou pelo site da empresa.
Produtos sob encomenda – Muitas vezes os consumidores não encontram a mercadoria
que procuram na loja, ou a mercadoria pretendida se encontra em outra loja da rede. Nesse
caso, os lojistas criam formas de realizar a venda pela promessa de entregar o produto em
uma data combinada com o consumidor, nos casos de encomenda.
Além dos serviços supracitados, os varejistas estão implementando serviços para públicos
específicos como, mães com crianças (fraldário), crianças (locais de lazer), serviços de alimentação
(doceria, pizzaria e sushi bar), serviços de guarda-volumes, serviços achados e perdidos, acesso à
internet, projetistas de decoração, lista de casamentos, etc.
42
Serviços de pós-transação
Os serviços de pós-transação – também chamados de pós-venda – são aqueles prestados após
o fechamento da comercialização do bem ou serviço oferecido pelo varejista. Esses serviços são
muito importantes, pois direcionam os esforços dos varejistas em reforçar vínculos e fidelizar
clientes. Comentaremos os principais serviços de pós-transação a seguir:
Serviço de entrega – Muitas compras demandam a entrega dos produtos nos locais definidos
pelos clientes. As entregas podem partir das lojas ou dos centros de distribuição (ou depósito)
do varejista e podem ser motivadas pelas necessidades dos clientes, pelo negócio ou pelo tipo
de produto do varejista. Tradicionalmente, lojas de eletrodomésticos, lojas de móveis e lojas
de materiais de construção e reforma, além de supermercados e farmácias.
Serviço de troca e devolução – Visando à satisfação dos clientes e ao atendimento da
legislação em vigor, os varejistas precisam estabelecer processos simples e ágeis para efetuar
a troca ou a devolução de mercadorias. Deve-se evitar o constrangimento ou a falta de
atenção aos clientes que demandam por esse serviço. Em muitos casos, a realização da
troca pode ser uma nova oportunidade para fidelizar o cliente e também aumentar as
vendas com a oferta de outros produtos.
Ajustes e consertos – São serviços que incluem a personalização de produtos, ajustes em
roupas e serviços de manutenção e assistência técnica de bens duráveis, como carros e
equipamentos eletrônicos.
Montagens e instalações – Incluem serviços de montagem de móveis, instalação de ar-
condicionado e sistema de exaustão. Os serviços podem ser prestados pelo varejista ou por
empresa terceirizada gerenciada pelo varejo.
Sistema de gestão de reclamações – As reclamações dos clientes podem ser importantes
no processo de recuperação dos serviços prestados pelo varejista. A empresa deverá criar
um sistema eficiente de atendimento ao cliente para coletar informações, avaliar processos
e estabelecer comunicações com os seus clientes. As principais reclamações no varejo estão
relacionadas a atendimento, produtos, promoções, preços e instalações.
Garantia – Para algumas categorias de produtos e formatos de varejistas, o serviço de
garantia é um fator essencial. Contemplam consertos, reparos e trocas em prazos definidos
e comunicados na hora da compra. Muitos varejistas de eletroeletrônicos estão investindo
na oferta de serviços de garantia estendida.
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Pessoas e serviços ao cliente no varejo
Os elementos dos serviços são compostos de pessoas, processos e tecnologia. O elemento
“pessoas” não é apenas o mais complexo entre elementos de serviço, mas com certeza é o principal.
É importante que a empresa varejista busque adequar-se às tecnologias e à sua utilização para
melhorar os seus processos de atendimento e serviços ao cliente. Porém, entender de “gente”
continua sendo o grande diferencial daqueles que, pelas características das suas atividades, têm de
interagir diretamente com o consumidor.
Nessa apostila, vamos conceituar as pessoas como os próprios funcionários ou contratados da
empresa, que para prestarem um bom serviço, eles devem estar inseridos em um ambiente saudável, que
estimule o crescimento e a satisfação pessoal. Para que isso ocorra, a empresa deve dar atenção especial
ao seu cliente interno (funcionários), ou seja, antes de pensar em atender bem ao seu cliente externo, o
varejista deve criar um ambiente adequado para o desenvolvimento da sua equipe de trabalho.
As empresas varejistas podem desenvolver políticas de gestão de pessoas para o aumento da
melhoria da qualidade dos serviços e da competitividade do negócio varejista. Entre as ações,
destacamos: treinamento e desenvolvimento contínuo; planejamento de RH e desenvolvimento de
carreiras; programas de marketing de incentivo; comunicação interna; envolvimento dos funcionários e
sistemas de sugestões; endomarketing e sistemas de remuneração e benefícios atraentes.
44
Os relacionamentos duradouros possibilitam a identificação, por parte do varejo, de clientes
“preferenciais”, isto é, aqueles que serão foco de estratégias de fidelização, que envolvem a oferta de
benefícios e vantagens especiais para aqueles clientes que derem preferência aos produtos e serviços
do varejista. Esses benefícios podem apresentar-se das seguintes formas:
Benefícios financeiros – Ganhos financeiros para os clientes considerados especiais, tais
como programas de pontos, caracterizados pelo acúmulo de pontos pela periodicidade ou
valor das suas compras e descontos em futuras compras;
Benefícios sociais – Envio de informações e convites para eventos associados aos produtos
e serviços adquiridos junto à empresa; e
Benefícios qualitativos – Oferecimento de melhores serviços para clientes especiais, a
partir das informações históricas sobre o consumo e da utilização dos serviços por parte
desses clientes.
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MÓDULO III – DECISÕES DE COMUNICAÇÃO
DE MARKETING E DE PREÇO NO VAREJO
Propaganda
A primeira ferramenta do composto promocional é a propaganda. Essa ferramenta é uma das
mais utilizadas pelas empresas varejistas, principalmente as grandes redes de supermercados, lojas de
departamento e magazines. A propaganda é qualquer forma paga de apresentação impessoal e de
promoção de ideias, bens ou serviços por patrocinador identificado (KOTLER; ARMSTRONG,
2015). A propaganda no varejo pode ser entendida como uma forma de comunicação indireta,
impessoal, transmitida por meio de uma mídia externa à loja, com o objetivo de gerar atenção, interesse
e desejo dos consumidores e conduzi-los a uma ação de compra ou relacionamento com o varejista.
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Decisões de propaganda no varejo
Ao desenvolver uma campanha de propaganda, os profissionais de marketing de varejo devem
sempre iniciar pela identificação do público-alvo e procurar entender as motivações de compra dos
consumidores. Em seguida, devem tomar um conjunto de decisões para a implementação de uma
estratégia de propaganda:
Objetivos da propaganda – Para Parente e Barki (2014), os objetivos da propaganda no
varejo são os seguintes: aumentar o volume de vendas; aumentar o tráfego durante
períodos de baixas vendas; movimentar mercadorias no fim de uma estação; manter os
atuais consumidores; aumentar o ticket médio da loja; reconquistar os consumidores
perdidos; apresentar nova seção da loja; apresentar novos serviços aos clientes; reforçar a
imagem da loja como líder; apresentar as mercadorias em oferta; ressaltar e reforçar a
parceria com fornecedores; e reposicionar a imagem da loja.
Conceito criativo – É a diretriz criativa que vai nortear a elaboração das mensagens e o
desenvolvimento das peças. Geralmente, envolvem questões ligadas a estilo de vida,
motivações de compra, calendário promocional e valores dos consumidores. Poderíamos
citar como exemplo a propaganda de um shopping center para divulgar uma promoção de
vendas de sorteio de viagens para o Dia das Mães, que explora questões como afeto,
gratidão e reconhecimento.
Mensagem – É aquilo que a propaganda deseja informar, ou seja, é o que o consumidor
precisa entender ao ter contato com a comunicação. Utilizando o exemplo anterior, a
mensagem poderia ser “Mês das mães no shopping X, presente com destino certo”.
Fonte da mensagem – Estabelecer a fonte da mensagem é definir quem vai transmitir a
mensagem ao público-alvo da propaganda varejista. Nesse caso, podemos citar as
celebridades, como artistas e esportistas, bem como personagens humanos (Sebastian da
varejista C&A) e profissionais contratadas para tal finalidade.
Apelos – Segundo Kotler e Armstrong (2015), as mensagens podem ter apelos racionais,
emocionais ou morais. Apelos racionais estão vinculados às questões de custo-benefício,
enquanto as emocionais dizem respeito aos sentimentos dos consumidores. Os apelos
morais estão vinculados às questões éticas da sociedade.
Orçamento – A determinação do orçamento de propaganda depende dos objetivos da
propaganda. Para Parente e Barki (2014), os seguintes métodos podem ser utilizados
pelos varejistas:
método do que sobrar do fluxo de caixa (excedente de caixa);
método de comparação de investimento com o mesmo período de anos anteriores;
método do percentual da receita de vendas;
método de paridade com a concorrência, isto é, o varejista determina os seus
investimentos de acordo com a previsão de investimentos dos seus concorrentes; e
método do objetivo, em que o varejista aloca os recursos de acordo com os
objetivos e as ações a serem implementadas no período.
49
Mídia – Existem várias opções de mídias que um varejista pode utilizar para melhor
impactar o seu público-alvo. As mídias vão apresentar características diferentes em termos
de cobertura e adequação de acordo com o tamanho e o tipo de negócio varejista. Citamos
como exemplos: imãs de geladeira, folhetos e encartes, jornais, revista, televisão aberta e
por assinatura, rádio, mídia out of home (mobiliário urbano, como pontos de ônibus,
relógios, outdoor, etc.), internet, etc.
Mensuração – Estabelecimento de indicadores como impacto nas vendas, número de
pessoas impactadas pela comunicação, custo por mil exposições, construção de marca,
participação de mercado, etc.
Promoção de vendas
É um conjunto de ferramentas de incentivo, a maioria com ação e efeito de curto prazo,
projetadas para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade de produtos ou serviços
específicos por parte do consumidor (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Muito utilizada por
varejistas de qualquer tamanho ou setor, as promoções de vendas são desenvolvidas para conquistar
novos clientes, aumentar as vendas para os atuais clientes e buscar a sua fidelização.
Além da ideia de aumentar a quantidade de produtos vendidos, durante esse curto espaço de
tempo, as ações promocionais proporcionam a determinado grupo de clientes que possam
experimentar pela primeira vez um produto ou serviço, estimulados pelo efeito promocional. Esse
cenário possibilita à empresa obter, em um determinado intervalo de tempo, um aumento da sua
base de clientes. O gráfico 1 abaixo retrata exatamente essa situação.
50
médio anterior. Isso acontece em função do efeito estoque produzido, ou seja, a promoção incentiva o
consumidor a adquirir mais produtos e armazená-los, sabendo ele que a promoção acontecerá por um
pequeno período de tempo. Deseja-se, e é entendido como o real resultado esperado pela empresa, a
partir da ação promocional, que aconteça um novo patamar de vendas, acima do patamar anterior. Isso
se justifica pelo fato de que novos consumidores passarão a adquirir frequentemente o produto,
estimulados pela promoção realizada.
51
Calendário promocional no varejo
O calendário promocional pode ser entendido como o conjunto de datas comemorativas no
ano, que serve de referência para o desenvolvimento de ações de marketing visando a aproveitar
aspectos festivos e sazonais para ampliar as vendas.
Atualmente, o calendário promocional contempla vários tipos de comemorações e
homenagens, distribuídas ao longo dos meses do ano. Momentos distintos podem gerar estímulos
e oportunidades diferenciadas para que o varejo possa vender mais e atender às necessidades dos
clientes motivados e influenciados por estações do ano (Ex.: liquidações de verão), épocas festivas
(Ex.: Natal e Páscoa) e datas especiais (Ex.: Dias das Mães e Dias dos Namorados).
Como uma empresa varejista pode preparar-se para aproveitar melhor o calendário
promocional?
Utilize o calendário da sua região e explore o regionalismo local – Regiões diferentes
podem ter datas comemorativas e apelos culturais diferentes. Exemplo: a importância das
festas juninas no Nordeste do Brasil e a Semana do Orgulho Farroupilha no Rio Grande
do Sul.
Planeje antecipadamente o seu ano comercial – Verifique as épocas e datas
comemorativas mais importantes para o negócio e gerencie os processos de compra,
estoque, promoções de vendas, treinamento de vendedores, etc.
Faça parcerias com os fornecedores – Verifique a possibilidade de desenvolver ações de
marketing cooperado e negociações especiais com os fabricantes.
Desenvolva a sua campanha de marketing – Procure gerar estímulos nos consumidores de
modo a reforçar os apelos festivos, emocionais e conceituais das datas.
Destaque os produtos e serviços próprios para a data promocional – Selecione os
produtos ou serviços mais adequados às datas comemorativas e faça deles os carros-chefes
da sua campanha de marketing. Dê destaque na loja e divulgue nos encartes e materiais
de comunicação.
52
No quadro 8 abaixo, apresentamos um exemplo de calendário promocional.
Páscoas (Data móvel – Dias das Mães (2º domingo) 12 – Dia dos Namorados
mar./abr.)
21 – Início do inverno
31 – Réveillon
53
apresenta um custo considerável, mas apresenta uma efetividade alta em relação à marca.
Um exemplo de distribuição de amostras acontece nas lojas de perfumes e maquiagens.
Quando uma cliente realiza uma compra, a vendedora lhe oferece uma amostra de um
produto, geralmente um perfume em uma embalagem reduzida, para que a consumidora
possa experimentar e usar a nova fragrância. Muitas ações de distribuições de amostras são
patrocinadas pelos fabricantes e ocorrem nas lojas por meio da cooperação entre indústria
e varejo.
c) Experimentação – Oportunidade que o varejista oferece ao cliente de experimentar um
produto ou serviço antes de ser adquirido. Um exemplo de experimentação é o teste drive de
um veículo ou a maquiagem realizada por uma vendedora em uma loja de produtos de beleza.
d) Degustação – Vinculada ao consumo de alimentos para fins de experimentação dentro
do PDV.
e) Demonstração – Normalmente, é apresentada por vendedores (do varejo) ou promotores
de vendas (da indústria) especializados e treinados para essa finalidade, que dominam a
técnica de abordagem e identificação dos consumidores público-alvo.
f) Brindes – Geralmente, são oferecidos ao consumidor na compra de um produto ou
serviço. Pode ou não estar associado ao produto ou serviço adquirido. Estimulam a
fidelidade e a compra continuada (junte e ganhe). Podem ser colecionáveis, pagos ou
gratuitos e vinculados ou não à compra de um produto ou serviço.
g) Sorteio – É a promoção em que o comprador ganha um prêmio com base em um único
critério: a sorte. A emoção do jogo é incorporada na promoção de vendas. Somente serão
distribuídos os prêmios que consistam em: mercadorias de produção nacional ou
regularmente importadas; unidades residenciais, situadas em zonas urbanas do país; bolsas
de estudo; viagens de turismo (transporte residência/destino/residência, hospedagem e no
mínimo uma refeição); certificado de barras de ouro; ingressos de shows, festas e
espetáculos, oferecidos em conjunto com elemento físico de qualquer valor (prêmio);
títulos da dívida pública ou outros títulos de crédito admitidos pelo Ministro da Fazenda
e Planejamento.
h) Concurso – É a modalidade de promoção comercial mediante avaliação de cálculos, testes
de inteligência, seleção de predicados ou competição de qualquer natureza. Exige-se que
se garanta pluralidade de concorrentes e uniformidade nas condições de competição.
Atenção especial deve ser dada à mecânica da promoção, para que não seja um empecilho
à participação do público-alvo.
i) Programa de recompensas – Vinculado ao nível de repetição de compras e
relacionamento do cliente com o estabelecimento comercial. A ideia é reconhecer e
recompensar os clientes mais importantes. Citamos os programas de acúmulo de pontos
com descontos progressivos.
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j) Cuponagem – O cupom geralmente oferece descontos que podem ser entregues em
diferentes formas, como mídia impressa, mala direta, embalagens de produtos, páginas de
internet e aplicativos para smartphone.
k) Embalagem promocional – No varejo, os casos mais comuns são as embalagens
promocionais de leve três e pague dois ou de desconto na segunda ou terceira peça no
mesmo pack (banded-pack).
Merchandising
A palavra merchandising não possui uma tradução perfeita para a língua portuguesa.
Enquanto ferramenta de CIM, podemos conceituá-la como os esforços de comunicação realizados
no PDV com o objetivo de influenciar os clientes e aumentar as compras por impulso.
Para Blessa (2010), merchandising é qualquer técnica, ação ou material de comunicação, que
ofereça informação e maximize a visibilidade de produtos, serviços e marcas no PDV, com propósito
de estimular e persuadir o consumidor a comprar. De uma forma mais simples, poderíamos dizer
que o merchandising é o conjunto de técnicas usadas para acelerar a decisão de compra do
consumidor no PDV.
Merchandising compreende todas as ações de comunicação e de organização e exposição de
produtos – exibitécnica – que acontecem no PDV. Na figura 5, podemos observar um ponto extra
com utilização de materiais de PDV com o objetivo de ampliar a visibilidade e estimular os desejos
dos clientes.
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Essa ferramenta está relacionada a três palavras-chave, que a distingue das demais ferramentas
de comunicação: PDV, autosserviço e compra por impulso.
Os principais objetivos do merchandising são, criar um cenário para o produto no PDV,
estimular a compra por impulso, ampliar as vendas e lucros, aumentar o giro dos estoques, aumentar
o ticket médio e construir marca no PDV. Na figura 6, temos a exposição diferenciada com
materiais de PDV de uma marca de brinquedos no varejo de autosserviço.
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Na figura 7, observamos a exposição criativa com um display de ponto de gôndola. As pontas
de gôndolas dos supermercados são espaços nobres e devem ser bem exploradas, pois geram grande
visibilidade e reforçam o apelo promocional do produto ou marca. Em muitos setores, esse espaço
é negociado com a indústria para a exposição dos seus produtos em determinado período de tempo.
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privilegiadas, como pontos extras, pontas de gôndolas, áreas centrais de gôndolas. Essas empresas
implementam essas ações por meio da criação de materiais de PDV, do fornecimento de promotores
e repositores treinados e de negociações especiais.
O merchandising se preocupa com as apresentações de mercadorias, que devem ser criativas e
possuir capacidade de chamar a atenção dos consumidores. Para Blessa (2010), uma exposição bem
feita pode gerar benefícios para consumidores, porque facilita a compra, economiza o tempo e
lembra necessidades; varejistas, pois cria fidelidade à loja, atrai novos consumidores, aumenta a sua
lucratividade e valoriza o espaço da loja; e fornecedores, visto que aumenta a rotatividade dos
produtos, cria fidelidade ao produto e à marca e bloqueia as atividades da concorrência.
Venda pessoal
A venda pessoal é uma ferramenta de comunicação oral, realizada pelo contato direto com o
cliente que tem por objetivo efetuar uma venda. Para Kotler e Armstrong (2015), venda pessoal é a
apresentação pessoal feita pela força de vendas da empresa com o propósito de efetuar e de desenvolver
relacionamentos com o cliente. Outra definição que reforça o caráter da comunicação pessoal e bilateral
da venda pessoal é de Angelo e Giangrande (1999, p. 106), que afirmam ser a venda pessoal “um
processo de comunicação interativa que permite a flexibilização das mensagens do vendedor de acordo
com as necessidades, desejos, crenças e valores dos clientes ou consumidores”.
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Nos estabelecimentos varejistas que não atuam no modelo de autosserviço – onde o consumidor
tem liberdade de escolher o(s) produto(s) que deseja sem a necessidade do envolvimento do pessoal da
loja – os vendedores passam a assumir papel primordial para o atingimento dos resultados esperados.
Isso pode ser observado ao analisarmos os tipos de vendas varejistas:
Processo de transação – Quando a participação na venda é mínima. Praticamente, são
os próprios clientes que fazem as suas compras, como no sistema de autosserviço em
supermercados. O vendedor apenas faz parte do processo de transação prestando
informações de localização ou outras superficiais sobre os produtos expostos.
Venda de rotina – É a venda de varejo que envolve produtos mais simples tecnicamente. A
participação do vendedor está nas respostas a algumas perguntas mais simples ou sugestões
sobre qualidade, cor, etc. É a venda típica de artigos de vestuário.
Venda por sugestão – É a técnica utilizada e recomendada na venda varejista, pois o
cliente, ao comprar determinado artigo, recebe a sugestão de comprar produtos
complementares. Se o cliente comprar uma calça, por exemplo, pode receber a sugestão
para comprar cintos ou camisas que combinem com a nova aquisição.
Vendas criativas – Requerem uma especialização por parte do elemento de vendas. Ao
contrário dos tipos anteriores, nas vendas criativas o indivíduo exerce o papel de consultor
do cliente, fazendo sugestões e recomendações, aconselhando diferentes usos do produto,
etc. Geralmente, trabalham com linhas especializadas as quais requerem que o especialista
dê sugestões e assessoria na compra.
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Fases do processo de vendas no varejo
As vendas pessoais no varejo contemplam sete etapas, conforme apresentado na figura 8.
O tempo destinado para cada etapa pode depender do perfil do consumidor, do tipo de
produto e da situação de venda (risco, motivação, etc.):
Preparação – O vendedor precisa conhecer as políticas comerciais da empresa, os seus
produtos e serviços, o perfil de clientes da loja e os concorrentes, bem como receber os
treinamentos necessários.
Prospecção – Etapa que corresponde à identificação de pessoas na loja com pré-disposição
para comprar ou que precisam de algum nível de suporte.
Abordagem – Consiste no encontro do vendedor com o cliente e pode acontecer na
entrada ou dentro da loja. É a primeira oportunidade de reconhecer e analisar a
receptividade e interesse do cliente que entra na loja. Trata-se do início da relação entre
vendedor e cliente.
Sondagem – Nesse momento, o vendedor deve procurar saber as necessidades do cliente.
Sem conhecer as necessidades e os desejos do cliente, o vendedor terá dificuldades de oferecer
as melhores soluções. Por isso, a sondagem deve vir antes da oferta. Nesse momento, o
vendedor deve fazer perguntas certas que façam o cliente falar.
Oferta – Com base nas respostas dos clientes e na análise do portfólio de produtos e
serviços da loja, o vendedor deve apresentar a melhor oferta para o cliente e tentar fechar
a venda.
Argumentação/contra-argumentação – Muitas vezes, os clientes não estão convencidos
sobre escolher ou não a oferta da loja ou simplesmente colocam uma objeção e decidem
que não vão comprar. Nesse momento, o vendedor não deve desesperar-se. Ele deve buscar
argumentar com o cliente e buscar outras possibilidades de discurso para tentar realizar a
conversão de vendas.
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Fechamento – Quando conquista a confiança e consegue reverter o pensamento negativo
do cliente para positivo sobre o nosso produto ou serviço, o vendedor deve manter a calma
e não ter medo de fazer o fechamento da venda. É nessa etapa que o vendedor deve
conduzir o cliente para efetuar a compra e, com isso, finalizar a venda.
Pós-venda – O papel do vendedor não acaba quando a venda está concluída. O vendedor
pode atender aos clientes que retornam para resolver problemas como trocas e devoluções.
O vendedor pode também manter o contato com o cliente após a venda para saber se
gostou da compra e se colocar à disposição em futuras visitas à loja.
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Principais ferramentas de relações públicas utilizadas no varejo
As principais ferramentas de Relações Públicas utilizadas pelo varejo são:
Discursos – Podem gerar publicidade para a empresa e os seus produtos, por meio de
conteúdo a ser divulgado nos veículos de comunicação.
Press release – Comunicação escrita ou gravada dirigida aos meios de comunicação social,
como jornais, revistas, sites e blogs, com a finalidade de anunciar algo interessante.
Press kit – Também chamado de kit de imprensa. É um conjunto de materiais de
divulgação de empresa distribuído a influenciadores e canais de mídia para divulgação.
Geralmente, as empresas encaminham o press release com um produto ou brinde.
Reportagem fotográfica ou envio de fotos – Acontece quando a empresa convida
fotógrafos dos veículos de comunicação para cobrir um evento particular da empresa. Em
alguns casos, a empresa possui o seu próprio fotógrafo, que faz o registro fotográfico e
envia as fotos com um comunicado de imprensa para os veículos de comunicação.
Cobertura de eventos – Realização e cobertura de eventos proprietários e geração de
notícias antes, durante e depois do evento.
Organização ou patrocínio de eventos especiais – Coletivas de imprensa, reportagens,
inaugurações de lojas, etc.
Materiais escritos e audiovisuais – Artigos, histórico da empresa, estudos de caso e
reportagens gravadas em vídeo, além de vídeos institucionais.
Materiais de identidade corporativa – Material gráfico e de identidade visual, como
cartões, placas, carros da empresa, etc.
Comunicação com o público interno da empresa – Jornal interno, mural, informativos,
folhetos, painéis, expositores, banners, e-mail, vídeos internos, etc.
Eventos e patrocínios – Participação ou desenvolvimento de eventos corporativos e de
marketing e patrocínios de ações esportivas, sociais e culturais.
Marketing direto
É um processo de marketing direcionado à comercialização direta do produto, orientado pela
informação sobre os clientes e os seus hábitos de consumo. Normalmente, é baseado na gestão da
informação por meio de uma base de dados de clientes.
Para Kotler e Armstrong (2015, p. 547), o marketing direto consiste em, de maneira direta,
conectar-se a consumidores cuidadosamente escolhidos como alvo, muitas vezes em uma base
individual e interativa. Marketing direto pode ser entendido como um sistema interativo que utiliza
várias formas de comunicação de modo a produzir respostas diretas, imediatas e mensuráveis.
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Durante quase todo o século XX, as empresas utilizavam vendas por catálogos, por mala direta
e por telemarketing e vendiam os seus produtos por telefone e correio. Com o avanço das
tecnologias de internet, banco de dados e telecomunicações, além das mudanças no comportamento
dos consumidores, o marketing direto está passando por grandes mudanças, como a utilização da
internet e do database marketing na comunicação e interatividade com os consumidores.
Marketing digital
Marketing digital é o conjunto de ações de marketing intermediadas por canais digitais, como
a internet, em que o cliente controla a quantidade e o tipo da informação recebida (LIMEIRA,
2007). É uma ferramenta poderosa capaz de otimizar os investimentos de comunicação de uma
empresa varejista na divulgação dos seus produtos e serviços, relacionamento e aquisição de clientes
e estratégias que gerem aumento de vendas e satisfação dos clientes. As estratégias de marketing
digital podem acontecer tanto na internet, bem como em outras mídias eletrônicas, como no mobile
marketing – SMS, Bluetooth – e na televisão digital.
Muitos varejistas têm investido em ações de marketing digital, principalmente as pequenas e
médias empresas, pois quase sempre os custos são menores quando comparados com as mídias
tradicionais como TV, revista e rádio. O marketing digital permite que os varejistas possam
monitorar e mensurar todas as ações implementadas, e isso ajuda os gestores a controlar melhor as
suas verbas de comunicação de cada campanha e destinar maiores investimentos para aquelas que
geram melhores resultados mercadológicos.
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As empresas varejistas com lojas físicas devem promover sempre que possível a integração
das ações de marketing off-line e on-line. Os varejistas podem utilizar a mídia digital para ampliar
os canais de comunicação na divulgação das suas ofertas e promoções. Com a criação do conceito
de varejo omnichannel, surge também um novo consumidor, que faz as suas compras em múltiplos
canais e espera integração e suporte entre eles pelo varejista. A estratégia omnichannel integra as
lojas físicas e virtuais, para que o consumidor possa explorar todas as possibilidades de interação
com os varejistas.
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(Facebook Ads). Imagine uma pessoa que acessa um blog sobre esportes e vê um anúncio
de determinada loja especializada em esportes na própria página. Nesse caso, o indivíduo
tem muito mais chances de clicar naquele anúncio digital do que se a comunicação não
tivesse relação com o conteúdo do blog.
E-mail marketing – Mensagem eletrônica encaminhada diretamente aos clientes, como
newletters, informativos, boletins, etc.
Search Engine Optimization (SEO) – Muitos consumidores que desejam comprar um
produto ou serviço utilizam sistemas de buscas digitais de sites como Google, Bing e Yahoo
para obter informações que facilitem o seu processo de compra. Por meio de relevância de
conteúdo, os “sites de busca” apresentam os sites da internet em ordem de importância,
apresentando-os nas páginas iniciais das suas buscas. Esta pode ser uma maneira alternativa
para atrair mais consumidores para o seu e-commerce de maneira orgânica, sem a
necessidade de investimento em mídias digitais pagas.
Aplicativos mobile – Muitos varejistas têm investidos no desenvolvimento de aplicativos
para smarthphone, com o objetivo de oferecer melhores experiências e conveniências para
os consumidores. Essas empresas estão oferecendo sistemas de compra virtuais pelo app da
própria loja, agendamento de atendimento nos caixas de pagamento, programas de
recompensas aos clientes, como promoções exclusivas ativadas pelo smartphone dentro ou
fora da loja, etc. Os aplicativos podem estimular os consumidores a aumentarem a sua
taxa de compras pela conveniência e facilidade e transformar consumidores ocasionais em
consumidores fiéis e até advogados da marca do varejista.
Preço no varejo
Os varejistas assumem diversas responsabilidades na formulação das estratégias do composto
do varejo, principalmente no que tange às definições de formação de preço. Nas pequenas empresas,
quem fica responsável pela definição do preço, geralmente é o dono do negócio. Já nas grandes
companhias, quem fica encarregado por essa responsabilidade são os executivos das áreas comercial
e de compras.
Para definir o preço de venda de um bem ou serviço é preciso compreender como o consumidor
atribui o valor a determinado produto, determinar as margens de lucro capazes de garantir bons níveis
de lucratividade, avaliar os custos envolvidos na sua comercialização e adotar uma abordagem
sistemática de estabelecimento, mudança e adaptação dos preços. A estratégia de formação de preço
dever estar diretamente associada ao posicionamento estratégico da empresa.
Antes de definir a sua estratégia e as táticas de preço, o varejista precisa definir a sua política
de preços, que pode ser acima, na média ou abaixo dos preços de mercado. Na política de preços
acima de mercado, o varejista compete com base no valor, e não por preços. São lojas que buscam
maximizar o lucro por meio de elevadas margens de lucro, e não por volume de vendas. Os seus
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consumidores são menos sensíveis a preço e exigem elevados níveis de serviços, localização
privilegiada, produtos exclusivos ou de alta qualidade e um ambiente de loja sofisticado. Na política
de preços médios de mercado, a empresa busca competir com preços em patamares intermediários
e semelhantes à maioria dos concorrentes. Nesse caso, o varejista deve procurar diferenciar-se por
meio da oferta de outros benefícios, como localização e serviços. Existem empresas varejistas que
buscam ter uma postura mais agressiva e competitiva no que diz respeito aos preços praticados e
adotam uma política de preços abaixo de mercado. Nessa política, o preço é arma competitiva, e as
empresas buscam alto volume em vendas e rápido giro nos estoques. Esses varejistas geralmente
atendem a consumidores mais sensíveis a preço.
método definição
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método definição
preço líder redução de preço de um produto líder para gerar tráfego na loja
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MÓDULO IV – APRESENTAÇÃO DE LOJA E
LOCALIZAÇÃO VAREJISTA
Atmosfera de loja
A atmosfera pode ser definida como o sentimento psicológico que os consumidores desenvolvem
quando visitam uma loja (PARENTE; BARKI, 2014) e é composta de uma combinação física e
emocional com atributos tangíveis e intangíveis (McGOLDRICK; PIEROS, 1998).
Para Baker (1986) e Bitner (1992), a atmosfera de uma loja é composta de três dimensões
que influenciam as percepções dos consumidores. São elas:
Design – Layout, conforto, arquitetura, cores, estilo, decoração, etc.;
Fatores sociais – Número de funcionários na loja, apresentação pessoal (uniforme,
aparência e higiene) dos funcionários, nível de educação e cortesia dos funcionários; e
Ambiente – Referem-se aos sentidos humanos como música, iluminação, barulho,
odor e tato.
Para Ward, Bitner e Barnes (1998), a atmosfera da loja se restringe apenas às dimensões
encontradas no interior da loja, excluindo-se elementos externos, como fachada, entrada de loja,
etc. Para Parente e Barki (2014), a apresentação externa faz parte da atmosfera, pois são responsáveis
pelas primeiras impressões nos clientes e já sinalizam que tipo de atmosfera encontrarão no
ambiente interno da loja. Neste material didático, adotaremos o conceito de atmosfera como a
personalidade da loja gerada pela sua apresentação externa e interna.
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Apresentação externa de loja
A apresentação externa de uma loja pode causar um forte impacto na percepção dos
consumidores e desenvolver um grande poder de atratividade da clientela. É ela que vai gerar a
primeira impressão sobre a qualidade, a sofisticação e o posicionamento do varejista. Por meio da
arquitetura, da fachada, da comunicação visual externa e das vitrines, o consumidor pode identificar
a essência da proposta de valor do varejista e saber se a loja é sofisticada ou popular, jovem, alegre
ou conservadora, etc.
Os varejistas devem investir na apresentação externa das suas lojas para projetar uma imagem
e criar um conceito na mente dos consumidores antes mesmo de conhecerem a empresa e o que ela
comercializa.
Para Parente e Barki (2014), a apresentação externa da loja pode ser classificada de acordo
com a posição, a arquitetura e a capacidade de comunicação da loja. Para um melhor entendimento,
apresentaremos a seguir cada uma das dimensões:
posição da loja
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Na figura 10, temos a loja da Louis Vuitton, situada na Avenida Champs Elysee em Paris. A loja
da empresa está situada em uma das avenidas mais bonitas e movimentadas do mundo. Com localização
privilegiada e beleza estética em perfeita harmonia com as demais edificações ao redor, a loja gera grande
visibilidade e compatibilidade arquitetônica com as demais lojas da região.
arquitetura da loja
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A maioria das cafeterias da Starbucks é facilmente identificada pelos seus gigantescos guarda-
sóis verdes na área externa, um enorme letreiro verde e branco e um emblema de sereia de cauda
dupla. Para se adaptar aos mercados internacionais em que atua e buscar maior receptividade dos
clientes locais preocupados com a preservação da sua cultura, a empresa desenvolveu lojas que
respeitassem a cultura local. Na figura 11, temos a fachada da loja da Starbucks na importante
cidade cultural de Chengdu, na China, construída e decorada de acordo com a arquitetura
tradicional chinesa e em sintonia com as demais edificações da cidade.
comunicação da loja
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É comum os varejistas também adaptarem as suas fachadas de acordo com a sua localização.
Por exemplo, na figura 12, temos duas lojas da Chanel: a primeira localizada em uma rua, e a outra
situada em um shopping center. Verificamos que a fachada e o letreiro são diferentes, pois se adaptam
à localização e às arquiteturas locais.
Visual merchandising
O design de uma loja envolve todos os aspectos do visual merchandising, como vitrines e interiores,
equipamentos de exposição, móveis, adereços e iluminação (MORGAN, 2011). O design de uma loja
deve contribuir para a construção e o fortalecimento da imagem da marca do varejista e proporcionar
um ambiente agradável e estimulante que possa ser traduzido em maiores vendas.
O visual merchandising pode ser entendido como a arte e a ciência de apresentar produtos da
forma mais atraente (MALHOTRA, 2013). É a forma de como a loja se comunica com os seus
consumidores por meio da apresentação dos produtos.
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Diferentes tipos de varejistas utilizam o visual merchandising para impulsionar as vendas,
fazendo com que os produtos se vendam praticamente por conta própria. Por exemplo, uma padaria
pode apresentar deliciosos doces e cupcakes, enquanto uma loja de vestuário utiliza manequins,
peças coloridas, mesas e araras de roupas, além de objetos de decoração para aumentar a atratividade
e as vendas, como visto na figura 13. O visual merchandising tem como finalidade principal
transformar os produtos em um verdadeiro show (PARENTE, 2008).
O PDV deve ser planejado para oferecer aos consumidores uma excelente experiência de compra,
para isso, deve-se pensar em cada detalhe do ambiente para que ele seja prazeroso e confortável, e
estimule o cliente a passar mais tempo dentro da loja. A preocupação e a devida organização e exposição
dos produtos devem convidar os clientes a olhar, tocar e comprar as mercadorias. Como podemos
observar na figura 14, as decisões macro, ou de visual merchandising (ambientação, design e conceito de
loja), vão orientar as ações de exposição e arrumação de produtos (merchandising), que influenciarão as
percepções e experiências dos consumidores nas lojas.
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Figura 14 – Relação entre visual merchandising, merchandising e experiência de compra
Para Malhotra (2013), os consumidores, quando visitam uma loja, esperam que os produtos:
estejam visíveis, pois aquilo que não é visto não deverá ser comprado; estejam facilmente acessíveis,
pois muitos dos clientes querem tocar o produto; sejam oferecidos com variedade de opções, para
que satisfaçam os seus desejos.
Os elementos do visual merchandising podem ser internos, como produtos, equipamentos de
exposição, decoração da loja, etc.; e externos. Para fins didáticos, vamos seguir os pressupostos de
Morgan (2011) e considerar apenas a vitrine como o elemento externo do visual merchandising.
Vitrines
As vitrines possuem um grande poder de atração, por isso, os varejistas devem dar total
atenção a esse aspecto fundamental do visual merchandising. As vitrines são responsáveis também
por reforçar o posicionamento da loja e apresentar a sua proposta de valor em termos de produtos,
serviços, ambiente de loja e preços. As vitrines precisam ser dinâmicas, ou seja, devem sempre
apresentar novidades e atrativos aos clientes que passam. São fortemente baseadas no calendário
promocional, no lançamento e na inovação de produtos.
O ponto focal mais importante de uma vitrine é o centro, seguido pelo espaço localizado mais
próximo da entrada do estabelecimento comercial. Devem-se colocar os produtos na altura dos
olhos de um adulto, isto é, em uma altura entre 1,10m e 1,60m. Na medida do possível, deve-se
evitar expor os produtos no piso da vitrine sem destacá-los.
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Na figura 15 abaixo, podemos observar a vitrine da loja do clube de futebol, Paris Saint-
Germain em Paris (França). A loja explora nas vitrines as imagens dos seus principais atletas em
fotografias do time em jogos e treinos, além da exposição de peças dos uniformes oficiais do clube.
Uma nova tecnologia tem sido cada vez mais utilizada pelos varejistas: as vitrines interativas.
Essas tecnologias têm proporcionado um maior nível de estímulo na experiência de compra dos
consumidores. Podem funcionar como painéis eletrônicos, semelhantes aos utilizados nos tablets
para interagir e buscar maiores informações dos produtos. Podem também utilizar tecnologias
Kinect e realidade aumentada.
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estimulam o apetite. A utilização em excesso dessas cores, pode gerar desconforto, por conta disso,
são utilizadas em lojas que necessitam gerar uma grande rotatividade de clientes. Já as cores mais
frias, são utilizadas para proporcionar um ambiente mais calmo e que proporcione bem-estar,
fazendo com que o consumidor permaneça por mais tempo na loja. Cabe ressaltar, que as cores
possuem significados diferentes de acordo com as culturas dos países.
Para os autores Farina (1990) e Lewison (1997), as cores possuem os seguintes significados
psicológicos:
Amarelo – iluminação, calor, covardia, amizade, brilho, conforto, alerta, orgulho, esperança,
idealismo, adolescência, espontaneidade, variabilidade, euforia, originalidade, expectativa;
Azul – calma, discrição, fidelidade, viagem, verdade, segurança, sentido, afeto,
intelectualidade, paz, advertência, precaução, serenidade, infinito, meditação, confiança,
amizade, amor, fidelidade, sentimento profundo;
Branco – ordem, simplicidade, limpeza, bem, pensamento, juventude, otimismo,
piedade, paz, pureza, inocência, dignidade, afirmação, modéstia, deleite, despertar,
infância, alma, harmonia, estabilidade, divindade;
Laranja – força, luminosidade, euforia, energia, alegria, advertência, tentação, prazer,
senso de humor;
Preto – luxo, mal, miséria, pessimismo, tristeza, frigidez, desgraça, dor, temor, negação,
melancolia, opressão, angústia, renúncia, intriga;
Roxo – mistério, frieza, profundidade, dignidade, justiça, grandeza, misticismo,
espiritualidade, delicadeza, calma.
Verde – descanso, adolescência, bem-estar, paz, saúde, ideal, abundância, tranquilidade,
segurança, natureza, equilíbrio, esperança, serenidade, juventude, suavidade, crença,
firmeza, coragem, desejo, descanso, liberalidade, tolerância; e
Vermelho – amor, romance, sexo, perigo, dinamismo, força, fogo, energia, pecado,
movimento, coragem, esplendor, intensidade, paixão, vulgaridade, poderio, vigor, glória,
calor, excitação, ira, emoção, ação, agressividade, alegria comunicativa, extroversão.
b) Iluminação
A iluminação é um importante fator para a ambientação da loja, pois ajuda a atrair os olhares
dos consumidores tanto na vitrine, bem como no interior da loja, destacando os produtos expostos.
Uma iluminação adequada oferece aos consumidores mais conforto e facilidade no momento de
realizar uma compra.
Ao planejar a iluminação da loja, o varejista deve preocupar-se com as cores e os materiais
utilizados para compor o ambiente – produtos, piso, paredes, equipamentos de exposição –, além
do perfil do consumidor e das motivações de compra. Supermercados, lojas de conveniência e lojas
de departamento utilizam ambientes extremamente iluminados, enquanto butiques sofisticadas e
joalherias de alto padrão utilizam ambientes à meia luz.
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São vantagens de uma iluminação bem feita: chamam a atenção do cliente para os produtos
expostos; oferecem uma experiência de compra prazerosa na loja; conduzem os clientes pela loja;
influenciam as vendas; e são flexíveis.
A iluminação pode ser branca ou colorida. Para proporcionar uma maior harmonia de
luminosidade, sem a necessidade de destacar nenhum ponto específico, sugere-se a utilização de
iluminação fria, com lâmpadas de cores mais azuladas e brancas. São exemplos de lojas que utilizam
iluminação fria: C&A, Renner, Riachuelo e Zara. Para direcionar a iluminação para um
determinado ponto focal, ou seja, para um determinado espaço de exposição ou produto, as
lâmpadas de cores quentes, são as mais indicadas, por exemplo, as amareladas e avermelhadas.
c) Odores e perfumes
Muitos varejistas descobriram que ambientes perfumados podem gerar um sentimento de
prazer e conforto nos clientes, estimulando-os a comprar mais, devido à percepção de tempo
reduzida que eles desenvolvem, o que proporciona um ato de compra mais demorado e agradável
(DAUD; RABELLO, 2006). A empresa pode utilizar um odor já existente ou desenvolver um odor
exclusivo, com o suporte de uma empresa especializada. Ter uma fragrância exclusiva contribui
efetivamente para a identidade sensorial da marca do varejista, além de gerar um sentimento de
limpeza. São exemplos de lojas com fragrância exclusivas: Abercrombie & Fitch, Nike Store, Luigi
Bertolli, Le Lis Blanc, Osklen e Animale.
d) Paredes
Referem-se a texturas, cores, relevos, decorações e acabamentos das paredes de uma loja.
e) Apelo ao tato
Os consumidores gostam de tocar e sentir muitos produtos. Gostam de sentir a textura, a
maciez ou testar a rigidez ou a flexibilidade por meio do tato. O lojista deve criar mecanismos que
estimulem os clientes a tocar e sentir os produtos. É o caso de uma loja de roupas, em que o cliente
toca, veste e sente o produto.
f) Som
A audição cria um envolvimento sensorial do consumidor com a loja. O repertório musical e
o volume devem estar de acordo com o perfil do público-alvo. Por exemplo, uma loja de surfwear,
orientada para jovens, poderá executar um reggae ou um rock australiano, enquanto uma barbearia
moderna e especializada em cuidados da beleza de homens poderá tocar um rock tradicional ou
indie rock.
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g) Apelo ao paladar
Muitas pessoas vinculam que o apelo ao paladar só pode ser utilizado para varejistas que
vendam produtos alimentícios, pois são eles que exploram mais esse sentido. Por exemplo, com a
degustação de produtos em uma padaria ou supermercado. Algumas lojas, como barbearias,
oferecem café e cerveja aos clientes adultos, lojas de vestuários oferecem balas, e algumas lojas de
vestuário oferecem espumantes.
Comunicação visual
A comunicação visual dever ser planejada para orientar o cliente no interior da loja e criar
uma atmosfera favorável de compra. Sinalizações aéreas, placas e fotografias podem ser utilizadas.
No caso da figura 16, observam-se placas com imagens das bebidas geladas, induzindo o
consumidor a comprar.
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Equipamentos de exposição
Formados por prateleiras, mesas, balcões, displays, gôndolas, etc. As lojas devem utilizar
equipamentos bem elaborados e decorados de acordo com a atmosfera que deseja criar. Na figura
17, observa-se um display e dois cestões suspensos, com decoração de sacos de grãos de café,
remetendo a um conceito de rusticidade e sofisticação ao mesmo tempo.
Mercadorias
As mercadorias devem ser consideradas o elemento principal do visual merchandising de uma
loja. Todo o ambiente deve ser projetado para destacar os produtos. Na figura 18, temos a exposição
de vários copos e garrafas para que os clientes comprem para uso em casa ou no trabalho.
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Funcionários e serviços
O número e a qualidade dos funcionários, aliados ao nível de serviço prestado, podem gerar
estímulos favoráveis nos clientes, que podem sentir-se mais confiantes e confortáveis para realizar
as suas compras. Na figura 19, temos uma funcionária da cafeteria, sorrindo e preparando uma
bebida. Na Starbucks, os funcionários escrevem o nome no copo, para que depois possam chamá-
los pelo nome quando a bebida estiver pronta, criando uma afinidade e simpatia com o cliente.
Tecnologia
A tecnologia pode ajudar os varejistas a melhorar a sua eficiência operacional e as suas vendas,
além de desenvolver uma imagem de vanguarda. O varejo tem avançado bastante nesse sentido com
a adoção de big data, eye tracking, digital signage, self checkout, pagamentos com smartphones, etc.
Na figura 20, temos o exemplo do pagamento mobile da Starbucks que é vinculado ao sistema de
recompensas por fidelidade dos clientes.
Figura 20 – Tecnologia mobile que o cliente pode utilizar dentro e fora da loja Starbucks
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Elementos que proporcionam conforto
a) Largura dos corredores
Corredores mais apertados dificultam a locomoção de clientes na loja e podem gerar
insatisfação nos clientes. O varejista deve planejar o layout da sua loja de modo a garantir melhor
comodidade dentro da loja.
b) Pisos
Os pisos devem proporcionar segurança e conforto, bem como reforçar a imagem do varejista.
Lojas mais sofisticadas utilizam pisos de madeira ou carpete, já as mais populares utilizam mais
cerâmica. Atenção especial deve ser dada para a questão da limpeza e da durabilidade, devido ao
fluxo de pessoas.
c) Temperatura
Como as temperaturas em muitos estados do Brasil são de moderadas a elevadas, o sistema
de refrigeração é um fator essencial para gerar um conforto térmico aos seus clientes. Lojas muito
quentes ou muito frias afugentam os clientes.
d) Provadores
Muito importantes em lojas de vestuário, os provadores devem proporcionar conforto,
iluminação e privacidade e devem dispor de equipamentos de suporte, como ganchos para pendurar
peças, bancos, cabides, espelhos, etc.
83
Facilite o processo de decisão do consumidor – A exposição de produtos de
forma combinada pode ser muito interessante, como exemplo, a localização da
categoria de vinhos, próxima aos queijos.
Coloque os produtos em uma altura adequada – Os produtos devem estar
muito acessíveis para visualização e seleção.
Utilize adereços para atrair a atenção dos consumidores – Adereços são todos
os equipamentos ou objetos que criam um ambiente para o produto. Por
exemplo, uma mesa com uma bonita toalha pode reforçar a apresentação de um
jogo de jantar e copos que estejam sendo utilizados. Manequins são excelentes
adereços para destaque de produtos de vestuário, conforme pode ser observado
na figura 21.
84
Na figura 22, podemos observar a exposição de chuteiras na loja da Nike na Malásia. Em
muitas das suas lojas, a Nike Store organiza os calçados por tipo de esporte ou uso casual.
85
Na figura 23, podemos observar uma exposição de roupas e acessórios masculinos. Os
produtos estão organizados de forma agrupada por uso combinado ou relacionado.
Layout da loja
O layout de uma loja pode ser definido pelo arranjo físico resultante dos padrões de circulação e
pela disposição física de equipamentos e produtos expostos. O “layout é o arranjo interior de
mercadorias, móveis e equipamentos na loja para maximizar a conveniência do cliente a um custo mais
reduzido para o varejista” (SPOHN; ALLEN, 1977 apud LAS CASAS, 1998, p. 137).
O layout de uma loja também pode contemplar as áreas de provadores, no caso de uma loja
de roupas; o local dos caixas; e a área de descanso, se for o caso. Um bom layout deve proporcionar
ao varejista um fluxo uniforme e confortável por toda a loja, facilitar a localização e a exposição de
produtos, aumentar a produtividade, ou seja, maiores vendas e lucros por metro quadrado. Decisões
de layout envolvem também a localização dos departamentos e categorias em uma loja, bem como
as dimensões que cada um deles ocupará em termos de espaço dentro do estabelecimento comercial.
86
A seguir, apresentaremos os principais layouts encontrados no varejo, segundo Parente e
Barki (2014):
Layout do tipo grade – Geralmente, utiliza equipamentos de exposição grandes e
retangulares formando um ângulo reto com a entrada e o fundo da loja. Tipo de layout
que privilegia a máxima exposição de produtos por metro quadrado e utiliza corredores
retos. Muito utilizado por supermercados. Vantagens: usa o espaço de forma eficiente,
facilita a compra rotineira do consumidor, facilita a segurança e proporciona maior
eficiência operacional.
87
Layout do tipo pista – O seu formato faz lembrar uma pista de corrida. Essas lojas
possuem um corredor principal, geralmente, circular, que são tangenciados por
equipamentos de exposição, como araras de roupas. São muitos comuns em grandes lojas
de vestuário como a C&A. Vantagens: flexibiliza a mudança de localização de categorias
e departamentos, encoraja compras por impulso dos clientes e permite a fácil localização
dos departamentos.
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Layout de fluxo livre – Este tipo de layout não segue padrões rígidos, e os equipamentos
de exposição devem permitir um fluxo não direcionado de clientes, isto é, os clientes
podem movimentar-se em qualquer direção na loja de acordo com o seu interesse.
Vantagens: grande flexibilidade e possibilidade de utilização da criatividade, atmosfera
prazerosa que estimula as compras por impulso, estímulo para que o cliente passeie
livremente pela loja.
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Layout do tipo butique – Este tipo de layout busca oferecer um ambiente diferenciado
em cada um dos seus setores, por meio do agrupamento de produtos relacionados. Lojas
de móveis de decoração geralmente utilizam este layout, pois os lojistas organizam os
espaços da loja de acordo com o ambiente de uma casa, cada uma com a sua decoração e
o seu estilo, por exemplo, sala de estar, sala de jantar, quartos, etc. Vantagens: grande
flexibilidade, segmentação da loja por estilo de vida e visual bastante atraente.
90
Frequência de reposição – A necessidade de reposição com grande frequência e a
proximidade do departamento dos equipamentos de fabricação (no caso da padaria) ou de
manuseio e refrigeração (no caso do açougue e da peixaria) geralmente leva ao
posicionamento no fundo da loja, para que evitem maiores transtorno na movimentação
dos produtos e seja cômodo para os consumidores.
Proximidade de outros departamentos – Categorias de produtos de uso complementar
devem ter localização próxima. Por exemplo, o departamento de laticínios deve ficar
próximo à padaria de um supermercado.
Variações sazonais – Os departamentos e as categorias podem mudar de localização por
motivo de demandas sazonais e calendário promocional. No período de retorno às aulas,
muitas papelarias e livrarias apostam na exposição de cadernos, agendas e canetas na
entrada da loja para atrair os consumidores.
Distribuição equilibrada das vendas e dos fluxos de clientes na loja – Departamentos
e categorias geradoras de altos volumes de vendas e tráfego devem ser posicionados de
forma equilibrada, para evitar a concentração de clientes em apenas uma parte da loja. Por
exemplo, em muitos supermercados, as bebidas alcoólicas e as não alcoólicas ficam em
lado oposto aos produtos de mercearia e grãos, como arroz, feijão, farinha, etc.
Gerenciamento de categoria – As categorias de “destino” e “rotina” devem ocupar
maiores espaços na loja e se localizar em áreas estratégicas do meio e do fundo de loja,
enquanto as categorias de “conveniência” ou “sazonais” terão menos espaço e localizações
menos destacadas.
Localização varejista
Uma boa localização é um fator essencial para o sucesso de uma loja (MEYER, 1988). É por
meio da localização de uma loja física que um bem ou serviço estabelece um contato com os
consumidores. A escolha de uma boa localização pode ser decisiva na facilidade de identificação,
acesso e atração dos consumidores. Com o aumento da concorrência e a proliferação de diferentes
formatos varejistas, que comercializam bens e serviços semelhantes, a escolha correta da localização
de uma loja torna-se vital para a ampliação das vendas, o lucro e a conquista de maiores
participações de mercado.
Seja qual for o perfil de público, a localização de uma loja é uma das decisões mais importantes
na estratégia varejista e, em muitos casos, uma das primeiras, após a definição do modelo de negócio.
Diferentemente de outras dimensões do composto de marketing varejista – como produto, preço,
apresentação de loja, serviços e promoção –, a localização é aquela mais difícil e complexa de ser
alterada ao longo do tempo. Um erro na escolha do ponto comercial pode levar uma empresa
varejista ao fracasso muito rapidamente. Em contrapartida, uma escolha bem feita pode gerar uma
91
vantagem competitiva em face dos seus concorrentes e possibilitar uma grande conveniência e
facilidade para os consumidores, além de maiores vendas e lucros.
Para Las Casas (2004), os erros mais comuns e frequentes cometidos pelos varejistas na
escolha de um ponto comercial são:
excesso de entusiasmo por uma loja vazia ou desocupada recentemente;
aluguel baixo, principalmente quando existem limitações de recursos para investimento; e
proximidade com os concorrentes, que, ao invés de atrair mais clientes, pode despertar um
nível maior de agressividade e retaliação entre os competidores.
92
crescimento da renda dos moradores, o surgimento de novas construções residenciais ou a falta da
oferta de bens e serviços em determinada região. Nesse caso, a decisão da escolha da localização
acontecerá pela avaliação e observação de alguns dados.
Outra forma de escolher uma localização diz respeito à utilização de métodos. Os executivos
e empreendedores também podem utilizar métodos mais apurados. O método análogo se assemelha
com o julgamento do executivo detalhado acima; contudo, alguns fatores relevantes são avaliados,
como intensidade da concorrência, fatores do ambiente demográficos, existência de estacionamento
e facilidade de acesso ao ponto.
O método de regressão é uma forma aperfeiçoada do método análogo, mas a diferença é que
esse método utiliza modelagens estatísticas de análise de regressão para identificar os principais
fatores de escolha, dar peso e mensurar o impacto de cada um deles.
Já o modelo gravitacional é um método que procura avaliar o comportamento das pessoas.
Ele é baseado no modo como os indivíduos vão gravitar em torno de uma loja, dependendo da
distância de deslocamento que gastam. Este modelo associa a interação espacial ao comportamento
do indivíduo.
Estratégias geográficas
Um aspecto fundamental na decisão de localização consiste no grau de concentração
geográfica que uma empresa varejista utilizará para promover a expansão do seu número de lojas.
Dessa forma, podemos citar as estratégias de concentração geográfica e de dispersão geográfica.
Concentração geográfica
Ao adotar esta estratégia, a empresa busca concentrar as suas lojas em uma região
geográfica específica, podendo ser um bairro, uma cidade ou um estado. Nesse caso, as empresas
conseguem desenvolver maior sintonia com as preferências e necessidades dos clientes locais,
oferecendo-lhes soluções adaptadas, e maximizar a produtividade e a ressonância na sua
estratégia de comunicação. A adoção desta estratégia pode criar um modelo de saturação em
número de lojas em uma região e inibir a entrada ou a expansão de competidores. São exemplos
de varejistas que adotam esta estratégia: os Supermercados Zona Sul, no Rio de Janeiro; e a
Rede Bom Preço, no Nordeste do Brasil.
93
Dispersão geográfica
Esta estratégia consiste na localização de novas lojas em várias cidades, estados ou regiões.
Busca-se aproveitar oportunidades de diversificação e desenvolvimento de mercado em áreas
diferentes das lojas atuais e minimizar os riscos da concentração. Esses riscos contemplam aspectos
econômicos da região e ampliação da concorrência. Grandes redes adotam esta estratégia, como
C&A, Leroy Merlin, McDonald’s, Carrefour, etc.
decisões estratégicas
escolha do estado, da cidade ou da região da cidade, e dos
de localização
bairros
(macrolocalização)
Identificação de mercados
Nesta etapa de decisão de macrolocalização, a empresa busca identificar países, estados,
municípios ou bairros e a existência de uma demanda capaz de atender às expectativas de vendas e
lucros com a operação comercial.
Para identificar e avaliar a existência de um mercado potencial em determinada região
geográfica, inúmeras informações precisam ser coletadas e analisadas, como: tamanho da
população, densidade populacional, estrutura socioeconômica, poder de compra, renda familiar,
renda per capita, nível de emprego, ocupações profissionais, níveis de escolaridade e distribuição
de sexo e idade.
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Entre as principais fontes de informações de dados secundários que a empresa varejista pode
utilizar, destacamos: publicações (gerais, governo, institucionais), governos (federal, estadual,
municipal e autarquias), instituições (IBGE, BNDES, faculdades, centros de pesquisa, associações,
federações e sindicatos, outras fontes (Nielsen, veículos de comunicação, etc.).
DM = P x G
Onde:
DM = demanda de mercado para certo tipo de varejo ou produto
P = população total ou do segmento de mercado pesquisado, em uma determinada região
G = gastos médios por habitante em certo tipo de varejo ou produto
Fonte: Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE.
95
A análise da tabela 1 revela alguns aspectos úteis para uma rede de supermercados que está
analisando os mercados em busca de novas oportunidades para a sua expansão. Verificamos que a cidade
A é a que possui a maior demanda de mercado, sendo considerada a demanda mais atraente.
Existem duas formas de se calcular o ISV. Na forma não ajustada, desconsidera-se a possível
expansão da oferta com a inclusão da operação da empresa que está analisando o mercado. No
modo ajustado, o ISV é calculado já considerando o aumento da oferta com a entrada da empresa
que realiza a análise.
96
Na tabela 2, abaixo, apresentamos uma evolução da tabela 1 com o cálculo do ISV para a
localização comercial de uma nova loja de uma rede de farmácias.
(DM)
gasto média de (G) gasto oferta
demande
População domiciliar pessoas mensal/ varejis
cidade de ISV($/m2)
(P) mensal por habitante ta
mercado
(R$) domicílio (R$) (m2)
(R$ 1.000)
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Centro comercial não planejado
Os centros comerciais não planejados são também chamados de polos comerciais de rua. São
agrupamentos de lojas que tiveram um crescimento espontâneo devido ao desenvolvimento
econômico e ao crescimento populacional e nos sistemas de transporte. De acordo com o seu
tamanho e a sua localização, podem ser classificados em: zona comercial de centro da cidade, zona
comercial de bairro e zona comercial de vizinhança.
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Os shopping centers são locais para compras, lazer, alimentação e socialização. Esse tipo de
empreendimento comercial vem ganhando cada vez mais espaço e importância no varejo, pois
oferece grandes níveis de conveniência – em um único lugar, o consumidor pode encontrar soluções
para diversas necessidades –, conforto e segurança.
No formato de shopping center, dois conceitos de lojas merecem grande destaque:
Lojas âncora – Grandes lojas, como supermercados, hipermercados, lojas de
departamentos, lojas de construção e decoração (home centers), lojas de eletrodomésticos e
eletroeletrônicos. Normalmente, realizam grandes investimentos em marketing e, com
isso, possuem marcas conhecidas e admiradas pelos consumidores. São lojas que possuem
grande poder de atratividade dos consumidores, assegurando permanente atração e fluxo
de consumidores em todas as áreas do shopping.
Lojas satélites – São lojas menores, sem vultosos investimentos em estrutura e marketing,
localizadas no entorno das lojas âncora e destinadas ao comércio em geral. Normalmente,
comercializam itens do vestuário, acessórios, artigos do lar, telefonia, calçados, artigos
esportivos, artigos diversos (brinquedos, eletrônicos, informática, artigos infantis,
perfumes e cosméticos, etc.) e alimentação (lanchonetes, restaurantes, cafeterias,
sorveterias, etc.).
99
Shopping discount center – O seu tamanho vai de 8 mil m2 a 25 mil m2, possuindo lojas
que comercializam grandes volumes de produtos a baixos preços.
Shopping festival mall – É pequeno, com dimensão entre 8 mil m2 e 25 mil m², com
conceitos de lazer, cultura e restaurantes, e não possui lojas âncoras.
No Brasil, existem outros tipos de centros comerciais planejados, como hipermercados que
possuem um minisshopping; e aeroportos, estações rodoviárias ou postos de combustíveis com oferta
de lojas de conveniência e serviços, como restaurantes, souvenir, etc.
Lojas isoladas
Geralmente, são localizadas em avenidas ou vias expressas e não contam com outras lojas
próximas para alavancar a sua atratividade.
Área de influência
Para Huff (1964), a área de influência é uma determinada região geográfica que contempla
consumidores potenciais com probabilidade maior que zero de efetuar uma compra em um PDV
específico. Para Parente e Kato (2001), a área de influência é um conceito essencial nas decisões de
localização, pois reflete a dimensão geográfica da demanda do mercado do varejo.
A área de influência representa uma superfície de demanda que contém consumidores reais e
potenciais para a comercialização de um produto ou serviço específico. Essa superfície de demanda
é formada por uma série de zonas ou níveis, como pode ser observado na figura 28, que é dividida
em círculos concêntricos de acordo com o potencial de vendas da região. Cabe destacar que a área
de influência não é toda a área em que existe potencial de vendas da loja, mas a área
economicamente viável para comercializar ou entregar um produto ou serviço.
100
Figura 28 – Exemplo de área de influência
Como mencionado no início deste módulo, a localização assume uma vital importância no
desempenho comercial e financeiro de um varejista; por isso, a área de influência tem sido estudada
há bastante tempo (PETERSON, 1974). Estudos iniciais foram desenvolvidos por Reilly (1929),
McGill (1933) e Converse (1949) e aprofundados em pesquisas nos anos 1960, com Huff (1964)
e Applebaum (1966).
Nos seus estudos, Applebaum (1966) identificou a área de influência de supermercados por
meio da técnica de customer spotting, ou seja, pelo mapeamento de clientes. Essa técnica consistiu
em apontar, em um mapa, a localização da procedência – nesse caso, do local da residência – de
uma amostra representativa de clientes de uma loja.
Com a análise da dispersão geográfica dos consumidores em torno de uma loja, foram
definidos três segmentos de uma área de influência (APPLEBAUM, 1966):
Área de influência primária – Região mais próxima da loja, apresentando maior
densidade de clientes, onde estão concentrados cerca de 60% a 75% destes.
Área de influência secundária – Região em torno da área de influência primária, onde
estão de 15% a 25% dos clientes.
Área de influência terciária – Região que contém a parcela restante dos clientes que
moram mais afastados da loja, cerca de 10%.
101
Para Parente e Barki (2014), o contorno das áreas de influência pode ser definido em termo
de distâncias iguais – isocotas – ou tempos de percurso iguais – isócronas. Para o autor, isocotas são
linhas divisórias delineadas por meio de círculos traçados em torno da loja, e as isócronas são linhas
que indicam um mesmo tempo – por exemplo, cinco minutos, 10 minutos – de percurso entre a
loja e a residência do cliente.
Para definir a área de influência de lojas existentes, os varejistas utilizam entrevistas com clientes,
por meio das quais são detectados endereços para posterior marcação no mapa; cadastro de clientes;
e mapas computadorizados, com a utilização de modernas técnicas de geoprocessamento.
102
Fatores para a avaliação da escolha de um ponto comercial
O método da lista de verificação ponderada ou avaliação de pontos consiste em definir um
conjunto de fatores de localização aos quais serão atribuídos pontos pela sua importância. Esse check
list deverá ser preenchido para a análise de cada alternativa de ponto comercial.
____________
fluxo de número de veículos
____________
trânsito (4) tipos de veículos
____________
disponibilidade e facilidade de estacionamento
____________
fluidez do trânsito
____________
oferta de transporte público
____________
barreiras que limitam a área de influência
103
variáveis fatores avaliação
Fonte: adaptado de Parente e Barki (2014), Ghosh e McLafferty (1987), Berman e Evans (2004) e Levy e Weitz (2000).
104
CONCLUSÃO
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PROFESSOR-AUTOR
Vitor Pires dos Santos é bacharel em Ciências Contábeis e Administração pelas Faculdades
Reunidas Nuno Lisboa (FRNL); mestre em Gestão e Estratégia em Negócios pela Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); doutorando em Administração pelo Instituto
COPPEAD/UFRJ. Professor do MBA FGV em Marketing nas áreas de Trade Marketing e Varejo.
Professor do MBA e da Graduação da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro
(ESPM-RJ) e do IBMEC-RJ nas áreas de Marketing e Marketing Internacional. Executivo com
mais de 18 anos em funções de chefia e liderança de equipes nas áreas Marketing e Serviços e
consultor para empresas como GSK, Kraft Foods, TIM, Firjan e Petrobras, entre outras de grande
porte. Autor do livro Lições de Marketing I, da editora UniverCidade, e de artigos em periódicos
científicos e eventos acadêmicos no Brasil.
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