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INFLUÊNCIA NA DECISÃO DE COMPRA EM REDES SOCIAIS SOB A

PERSPECTIVA DO NEUROMARKETING: CONCEPÇÃO DE UM MÉTODO


DO DESIGN

ALICE LEITE MOREIRA

Caxias do Sul

2022
ALICE LEITE MOREIRA

INFLUÊNCIA NA DECISÃO DE COMPRA EM REDES SOCIAIS SOB A


PERSPECTIVA DO NEUROMARKETING: CONCEPÇÃO DE UM MÉTODO
DO DESIGN

Pré-projeto de Trabalho de Conclusão


de Curso apresentado como recurso
parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Design pela Uniftec –
Centro Universitário.
Orientador: Prof. Aline Streck Donato

Caxias do Sul

2022
RESUMO

Em decorrência do cenário atual, onde as empresas utilizam as redes sociais


para estimular as vendas, surgem ferramentas que identificam maneiras de
influenciar a decisão de compra. Diante disso, o presente trabalho procurou
analisar as pesquisas do neuromarketing, para aliar ao design e assim
estabelecer um método de influência no segmento das redes sociais. Logo,
procurou-se identificar os resultados advindos das pesquisas do neuromarketing,
para determinar parâmetros fundamentais na arte gráfica de um e-commerce.
Esta pesquisa possui relevância para empresas, pois investiga o comportamento
do consumidor através das redes sociais do E-commerce Lojas Colombo,
utilizando ferramentas disponibilizadas pelas plataformas Meta e Google, onde
é possível analisar as ações do cliente no Facebook e Instagram. Foi restrita aos
stories destas redes, pois possuem menor tempo de veiculação, podendo
divulgar promoções rápidas por até vinte e quatro horas. Na área do design, a
pesquisa possui grande relevância para o âmbito gráfico.
Palavras-Chave: Neuromarketing. Design. Decisão de Compra. Gráfico.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Divisão dos 3 cérebros ................................................................... 04


Figura 2 – Demonstração da Amígdala ........................................................... 04
Figura 3 – Máquina de Imagem por Ressonância Magnética ......................... 07
Figura 4 – Eletroencefalograma ...................................................................... 09
Figura 5 – Máquina de Magnetoencefalografia (MEG) ................................... 10
Figura 6 – Infográfico sobre o meio ambiente ................................................. 16
Figura 7 – Exemplo padrão de leitura Z .......................................................... 17
Figura 8 – Cronograma do Projeto .................................................................. 22
Figura 9 – Dados Feed Facebook ................................................................... 23
Figura 10 – Dados Stories Instagram .............................................................. 23
Figura 11 - Resultado da utilização do método M.I.N.D.C .............................. 26
Figura 12 – Nº1 Stories Saldão (Lojas Colombo) ............................................ 26
Figura 13 – Produto esgotado (Lojas Colombo) .............................................. 27
Figura 14 – Nº2 Stories Cooktop (Lojas Colombo) .......................................... 28
Figura 15 – Nº 3 Stories Cupom Microondas (Lojas Colombo) ....................... 28
Figura 16 – Nº 4 e 5 Stories Xbox e Ofertas (Lojas Colombo) ........................ 29
Figura 17 – Nº 6 Pegue seu Cupom (Lojas Colombo) .................................... 30
Figura 18 – Nº 7 Ofertas por 24h (Lojas Colombo) ......................................... 30
Figura 19 – Nº 8 Oferta Destaque (Lojas Colombo) ........................................ 31
Figura 20 – Nº 9 Ofertas até 99 (Lojas Colombo) ............................................ 31
Figura 21 – Nº 10 Especial Roupeiros (Lojas Colombo) ................................. 32
Figura 22 – Nº 11 Festival de Cupons (Lojas Colombo) ................................. 33
Figura 23 – Semana Uai (Lojas Colombo) ...................................................... 33
Figura 24 – Nº 13 Especial Para o Frio (Lojas Colombo) ................................ 34
Figura 25 – Dados de 18 a 26 de junho (Lojas Colombo) ............................... 35
Figura 26 – Dados mês de maio alcance (Lojas Colombo) ............................. 35
Figura 27 – Tabela Comparativa ..................................................................... 36
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 01
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 03
2.1 CÉREBRO .................................................................................................. 03
2.2 NEUROMARKETING CONCEITO E TÉCNICAS ....................................... 05
2.2.1 FMRi ........................................................................................................ 07
2.2.2 PET-CT .................................................................................................... 07
2.2.3 Eletroencefalograma (EEG) .................................................................... 08
2.2.4 Magnetoencefalografia (MEG) ................................................................ 09
2.2.5 Rastreamento Ocular .............................................................................. 10
2.2.6 Resultados públicos ................................................................................ 10
2.3 DESIGN – CONCEITO .............................................................................. 13
2.3.1 Design Emocional ................................................................................... 13
2.3.2 Arquitetura da Informação e Design da Informação ............................... 15
2.3.3 Psicologia das Cores .............................................................................. 17
3. METODOLOGIA .......................................................................................... 19
3.1 Briefing ..................................................................................................... 19
3.1.1 Sobre a Lojas Colombo .......................................................................... 20
3.2 Justificativa .................. ........................................................................... 21
3.3 Conceito .................................................................................................... 21
3.4 Cronograma .............................................................................................. 21
3.5 Anteprojeto ............................................................................................... 22
3.5.1 Dados analíticos pré método .................................................................. 22
3.5.2 Método de Influência na Decisão de Compra – Em redes sociais
(M.I.N.D.C) ....................................................................................................... 24
3.5.3 Experimento e resultados em 10 dias ..................................................... 25
3.6 Orçamentos .............................................................................................. 36
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 38
2

1 INTRODUÇÃO

Para um aumento significativo nas relações comerciais de um e-commerce,


considerando a relação de consumo e influência, é importante considerar teorias
comportamentais, estas que buscam embasar as ações e influências sobre o
indivíduo. Desta forma, com a utilização do neuromarketing aliado ao design,
pretende-se definir processos que gerem maior ação de influência sobre o
consumidor, para então praticar o método desenvolvido através das redes
sociais.
De acordo com Bridger (2019) sobre o design, o indivíduo pode ter apreço
por uma imagem sem entender o motivo de forma consciente, esta afirmação
ressalta a importância e necessidade do estudo comportamental, na área
consciente e inconsciente. No mais, Bridger (2019) fala sobre o neurodesign,
que consiste no estudo de quais métodos são mais eficazes no design, o que se
pode correlacionar com o neuromarketing.
O presente estudo será aplicado na Lojas Colombo, com o objetivo de
estimular as vendas de forma positiva, sendo que estas não estão ocorrendo no
âmbito digital em relação as redes sociais. Segundo Kotler (2021, p. 79) o
comércio social turbinado pela tecnologia facilita as transações entre
compradores e vendedores em plataformas de e-commerce. Entende-se por
comércio social a utilização de redes sociais na esfera virtual.
De acordo com dados analíticos fornecidos pela Lojas Colombo, entre o dia
10 de março a 10 de abril de 2022, a rede contabilizou uma receita de apenas
R$ 9.584,00 através do Facebook. Portanto, levando em conta a situação que o
e-commerce1 citado se encontra, este estudo tem como objetivo geral analisar o
comportamento de compra do consumidor através das redes sociais, para alterar
o cenário em que se encontra, de forma a ter um aumento significativo nas
vendas.
A escolha das redes sociais para o estudo segue de acordo com o grau de
maior utilização no Brasil, sendo elas Instagram e Facebook, pertencentes ao
grupo Meta2. Busca-se definir um método que contribui para a influência na

1
Local onde as transações são realizadas de forma online; uma loja virtual.
2
Meta é a empresa que controla o Facebook, Instagram e outros aplicativos sociais.
3

decisão de compra e, como adaptar esta pesquisa para inclusão em materiais


gráficos nas redes sociais. A pesquisa visa transparecer os erros e acertos de
acordo com análise dos dados de neuromarketing, além das informações
geradas pelas ferramentas que auxiliam no gerenciamento das redes sociais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O CÉREBRO

É importante considerar informações sobre o cérebro humano, este que


é dividido entre o hemisfério direito e esquerdo, que são partes importantes
para a pesquisa sobre influência do ser humano na decisão de compra.
Conforme a pesquisa citada por Springer (1998, p. 32), o lado esquerdo do
cérebro que sofre uma lesão, possui desempenho ruim em testes envolvendo
a habilidade verbal, enquanto no lado direito, há uma perda no reconhecimento
de padrões, formas, distâncias e debilidade na relação de espaço, esta
pesquisa considerou mais de 200 pacientes. Perante o exposto, pode-se
afirmar que:
O hemisfério esquerdo é o centro do pensamento linear, como
linguagem, lógica e matemática. O hemisfério direito é o centro de
pensamentos conceituais como arte, música, criatividade e inspiração.
(REENVOISÉ, Patrick; MORIN, Christophe, 2005, p. 22).

Não obstante, Morin e Reenvoisé (2005, p. 22) separam o cérebro em três


partes distintas: o novo cérebro, o cérebro médio e o cérebro velho. O novo
cérebro é responsável pelos dados racionais, o médio processa emoções e o
velho é o responsável pelas decisões. Esta parte “velho cérebro” é considerada:
[...] um órgão primitivo. É o nosso cérebro de “luta ou fuga”, nosso
cérebro de sobrevivência – e também é chamado de cérebro reptiliano
porque ainda está presente nos répteis hoje. Ela existe como resultado
direto do processo evolutivo básico. [...]. (REENVOISÉ, Patrick;
MORIN, Christophe, 2005, p. 24).

Conforme figura abaixo, estas são as divisões citadas:


4

Figura 1 – Divisão dos 3 cérebros

Fonte: 3 Cérebros – Site Psicologia

Ainda de acordo com Morin e Reenvoise (2005, p. 23), o cérebro velho é


essencial na tomada de decisões, e é nessa área que se encontra a amígdala
(Figura 2). Esta possui uma influência ainda maior no córtex, disponibilizando
abertura para que a excitação emocional domine e controle o pensamento.
Figura 2 – Demonstração da Amígdala

Fonte: UFSJ – Sistema de Recompensa.

Portanto, pode-se considerar esta como a parte do cérebro que é mais


influenciável, desrespeitando o lado da razão. Assim, quando uma pessoa está
utilizando as partes opostas (razão e emoção), geralmente a emoção é vitoriosa.
Um exemplo disso ocorre na compra de um doce, por mais que a razão diga
para não comprar pois não é algo essencial no momento, a emoção entra com
o apontamento de que você merece comer, e que é só um doce, não seria algo
5

tão ruim. A emoção é algo fortemente ligado as vendas, portanto é necessário


entender o comportamento através do neuromarketing para atingir o lado
emocional do cérebro humano.

2.2 NEUROMARKETING – CONCEITO E TÉCNICAS

De acordo com o Dicionário de Cambridge (2022), neuromarketing tem


como significado o estudo da reação neural dos indivíduos a publicidade, ou
seja, entender o processo de decisão de compra a partir da exposição de uma
pessoa a anúncios. Dessa forma, entende-se que o objetivo do neuromarketing
é compreender quais partes do cérebro são ativadas quando um indivíduo se
depara com um design, indo além das pesquisas quantitativas e qualitativas.
Em concordância com Lindstrom (2008, p. 9), todos somos consumidores,
comprar algo faz parte do nosso cotidiano, por isso somos instigados por
milhões de publicidades diariamente, onde se corrobora a importância do
estudo do neuromarketing como ferramenta de influência para diversos
segmentos comerciais.
Em decorrência deste tema, é necessário entender o que é estudado na
área do marketing, para compreender o limiar de toda a pesquisa antes de
atingir o estudo das reações neurológicas, a fim de classificar os insights
relacionados com as redes sociais e identificar padrões no comportamento dos
consumidores. Diante disso, em relação aos aspectos do marketing, podemos
afirmar que:

Marketing é um campo dedicado a influenciar pessoas a gostar de


coisas, e ultimamente a comprar coisas, incluindo as que elas não
precisam [...]. Marketing, portanto, é e sempre foi dedicado a influenciar
cérebros. (GENCO, Stephen; POHLMANN, Andrew, 2013, pg. 8).

Com base nesta alegação, podemos considerar que o marketing se trata


de um estudo do comportamento e do cérebro de forma não invasiva, sugerindo
pesquisas e levantamentos acerca das decisões de cada indivíduo,
determinando quais características influenciam na finalização da compra de um
produto ou serviço. Desse modo, possuir informações sobre o cliente é um fator
6

determinante para a definição de um método de influência do comportamento e,


diante dessa afirmação, enfatiza-se:

O conhecimento sobre as características do consumidor tem um papel


extremamente importante em várias aplicações do marketing - por
exemplo, definição do mercado para um produto ou decisão quanto as
técnicas apropriadas que devem ser empregadas quando o alvo é um
determinado grupo de consumidores. (SOLOMON, 2016, p. 5).

Esta afirmação corrobora a importância sobre o entendimento do ser


humano de modo geral. Neste caso, aliando a neurociência a processos de
marketing e design, é possível entender o comportamento do indivíduo perante
a publicidade. Solomon (2016, p.6) sustenta que a influência em decisões pode
ocorrer pelo formato ou cor de uma embalagem, ou até na escolha de um
modelo para capa de revista. Enquanto para Bridger (2019, p.63) geralmente
somos atraídos pelo inédito. Ante o exposto, Mlodinow (2013, p.8) aponta que,
para entendermos todo o processo de comportamento humano, é necessária a
compreensão tanto do consciente, quanto do inconsciente e como funciona
esta interação. Considerar os significados e atribuições do cotidiano e as
escolhas do ser humano auxiliará futuramente as empresas que buscam
reconhecimento a serem fixadas na mente do consumidor por adentrarem no
inconsciente, influenciando as emoções de forma positiva e contribuindo com a
influência na decisão de compra. Certo disso, essa influência é investigada no
neuromarketing, a área que busca estudar o comportamento do consumidor de
acordo com seus impulsos, desejos ou motivações que levam este a considerar
a compra de um produto ou serviço.
Conforme Singh e Kumar (2015, p.2) o conceito de neuromarketing foi
desenvolvido em 1990 por psicólogos da Universidade de Harvard e a palavra
foi utilizada por Ale Smidts no ano de 2002. Para entender o comportamento, é
aplicado o fMRI (Imagem por Ressonância Magnética), técnica que torna
possível detectar quais áreas do cérebro são ativadas de acordo com a
variação do fluxo sanguíneo (NETO e ALEXANDRE, 2007, p. 10). No entanto,
para o estudo, conforme Oliveira e Giraldi (2014, p. 211), também utilizam o
PET-CT (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), o
eletroencefalograma (EEG), a magnetoencefalografia (MEG), e o rastreamento
ocular (Eye Tracking). Para pontuar os resultados destas técnicas, é
7

imprescindível entender o funcionamento de cada uma, pois cada resultado


obtido contribui para a máxima influência na decisão de compra do consumidor,
não obstante, entender o funcionamento do próprio cérebro para resistência a
este tipo de publicidade.

2.1.2 FMRI

O fMRI (Imagem por Ressonância Magnética) se trata de uma técnica


não invasiva, que utiliza a máquina de ressonância magnética (Figura 3), para
avaliação das partes moles, como o encéfalo. Portanto, na utilização da
pesquisa comportamental:

[...] ele rastreia a mudança do fluxo sanguíneo oxigenado para


descobrir quais partes do cérebro estão usando mais oxigênio diante
de vários tipos de estímulos específicos. Existem vários pacotes de
software diferentes que podem ajudar os pesquisadores a analisar as
imagens de dados e determinar quão bem e com que frequência o
cérebro envolve as áreas de atenção, emoção, memória e significado
(importância). (RUANGUTTAMANUN, 2014, p.214).

Porém, há a desvantagem do tempo de resposta do aparelho, possuindo


um atraso de 6 a 10 segundos para registro do processamento dos neurônios
(OLIVEIRA e GIRALDI, 2014, p. 211), inabilitando resultados absolutos. Mas,
ainda é uma técnica favorável por não ser invasiva e conceder a possibilidade
de observar qual a resposta do cérebro a diferentes estímulos publicitários.

Figura 3 – Máquina de Imagem por Ressonância Magnética

Fonte: Página UNIFESP.

2.1.3 PET-CT
8

A PET-CT, Pet Scan ou tomografia computadorizada por emissão de


positróns já é considerada uma técnica invasiva, pois:

[...] é baseada na detecção de radioatividade emitida após uma


pequena quantidade de uma substância traçadora ser injetada em
uma veia periférica [...]. (Lai, Yen, Chang, 2007).

Conforme Sado (Hospital Nove de Julho, 2016), a substância que é


inserida no corpo do paciente possui baixas doses de radiação com glicose.
Quando é inserida na veia, é possível visualizar quais partes do corpo
consomem esta glicose, no caso, o cérebro pode ser visto com detalhes.
Cavallari (Dimen Medicina Nuclear) expõe que a visualização deste
procedimento é feita por tomografia computadorizada, semelhante ao fMRI.
Esta é uma técnica considerada segura, apesar de ser altamente invasiva,
consequentemente não sendo uma das melhores opções para estudos
relacionados ao neuromarketing.

2.1.4 Eletroencefalograma (EEG)

É uma técnica eficiente e que não possui um grande custo para utilizar
na pesquisa do neuromarketing, normalmente este procedimento é feito para
identificar doenças complexas e problemas neurológicos. Basicamente, o
eletroencefalograma:

Consiste na colocação de uma série de sensores em torno da cabeça


da pessoa (às vezes com uma camada de gel sobre a pele),
geralmente instalados numa touca ou gorro, para medir os padrões da
atividade elétrica na área superior do cérebro - o córtex cerebral.
(BRIDGER, 2017, p. 488).

Conforme a figura 4, a atividade do cérebro é passada para um monitor,


onde é possível visualizar as alterações elétricas no cérebro, podendo distinguir
os hemisférios que são afetados pela audição ou visão, de acordo com
publicidades.

Figura 4 – Eletroencefalograma
9

Fonte: Centro Médico Dra. Eliane

2.1.5 Magnetoencefalografia (meg)

Diz respeito a outro procedimento utilizado para registrar a atividade


cerebral e significar as reações de acordo com a visualização do paciente
(publicidade, vídeos e afins). O equipamento tem semelhança com a Imagem
por Ressonância Magnética, porém a máquina foi moldada somente para a
região do cérebro, por este motivo possui no nome encéfalo (formado pelo
cérebro, cerebelo e tronco encefálico). O seu funcionamento:

[...] envolve a medição dos campos magnéticos associados à


actividade eléctrica cerebral. Trata-se de uma técnica não invasiva que
permite seguir, à semelhança da electroencefalografia (EEG), a
evolução dos processos electrofisiológicos na escala do milissegundo.
Com o auxílio desta técnica, é possível localizar regiões funcionais do
córtex cerebral, com uma resolução espacial superior à da EEG, e
avaliar a integridade das vias de transmissão de sinais. (TRINDADE,
2004, p. 231).

É uma técnica importante para o estudo pois possui precisão de


milissegundo, o que é extremamente essencial devido a rapidez em que o ser
humano pensa, age ou decide.

Figura 5 – Máquina de Magnetoencefalografia (MEG)


10

Fonte: Blog Psiqueasy

2.1.6 Rastreamento ocular

Consiste em uma técnica para estudar a atenção do olhar do indivíduo,


qual hemisfério sua vista percorreu por primeiro, quanto tempo, qual sua reação
e quais caminhos explora. Ela funciona da seguinte forma:

A tecnologia de rastreamento de olhos foca câmeras nos olhos das


pessoas enquanto elas estão olhando para uma tela ou mostrador,
para monitorar os movimentos dos olhos e, portanto, o que estão
olhando, a cada segundo. (Bridger, 2017, p. 378).

Ainda conforme Bridger (2017, p. 378), há a possibilidade de aplicar esta


técnica online, utilizando a webcam dos candidatos, não sendo essencial possuir
um laboratório para a pesquisa. Se trata de um procedimento não invasivo, que
possui baixo custo para execução e que pode ser uma boa estratégia para testes
na área da web, desde sites, blogs a redes sociais.

2.1.7 Resultados públicos

É considerado resultado público as informações aqui reunidas, assim que,


nem todas as empresas divulgam o retorno de suas pesquisas relacionadas ao
neuromarketing, geralmente para possuírem uma vantagem competitiva no
mercado ou também por questões éticas, pois a utilização destas pesquisas
pode dividir opiniões na sociedade devido a utilização de ferramentas que são
invasivas.
Em Hubert e Kenning (2008, p. 286) vamos encontrar a relevância da
aparência na publicidade, sendo que no estudo a presença de pessoas
consideradas bonitas ou até celebridades envolve a ativação de uma área do
11

cérebro responsável pela sensação de confiança e reconhecimento. Desta


forma, utilizar influenciadores que se identificam com o público da marca, tem
um avanço exponencial no reconhecimento. De igual, são utilizadas mulheres
atraentes em publicidades voltadas ao público masculino pois ocorre a ativação
da área de recompensa e bem-estar, ocorrendo de forma semelhante a utilização
de fotos de crianças ou filhotes para indivíduos de ambos os sexos (Hubert;
Kenning, 2008). Em decorrência deste estudo, pode-se considerar o grande
aumento de influenciadores nos meios digitais como resultado desta prática. Isso
ocorre principalmente via redes sociais como Instagram e Facebook, portanto as
marcas podem utilizar a divulgação destes indivíduos para benefício próprio.

Outro resultado pertinente, em relação ao paladar, ocorre em Plasmann


et al. (2008, p. 1), onde houve a análise do fruto das ações de marketing no
quesito precificação. Com a utilização de vinhos de diferentes preços analisou-
se a resposta do cérebro dos participantes com a técnica do fMRI. Esse foi o
resultado:
Independentemente do custo real do vinho, os sujeitos relataram uma
experiência de degustação mais agradável, o preço indicado dos
vinhos aumentou. Notavelmente, a atividade em regiões relacionadas
a recompensa no cérebro dos sujeitos também aumentou quando eles
acreditavam que estavam bebendo um vinho mais caro, sugerindo um
fator cognitivo não relacionado à sensação de sabor real (aqui, a ação
de marketing de precificação) pode realmente afetar a percepção de
prazer dos sujeitos. (Plasmann, 2008, p.1)

Outro exemplo relacionado com agradabilidade surge em uma pesquisa


feita pela Universidade Baylor, no Texas, publicada na revista Neuron. Essa
pesquisa ocorre devido a Pepsi divulgar um desafio para entender o motivo das
suas vendas não superarem a Coca-Cola. Estes foram os resultados:
Mais de metade dos voluntários afirmara que preferia o sabor da Pepsi
ao da Coca-Cola. Aleluia, certo? Então, de acordo com os dados, a
Pepsi deveria estar dando uma surra na Coca-Cola em todo o mundo.
(Lindstrom, 2009, p. 20)

Porém, isto não ocorre, pois não se pode considerar apenas que o
consumidor irá comprar um produto na linha alimentícia pelo sabor. São várias
questões que o fazem ser desejado, desde a embalagem, publicidade, cores
utilizadas, influenciadores, campanhas, experiência do usuário. Assim, por mais
que a Pepsi tenha preferência para os consumidores pelo sabor, ela não possui
12

uma boa participação no mercado. A empresa concorrente não aposta somente


no paladar dos indivíduos, ocorrendo que:
Todas as associações positivas que os pesquisados tinham em relação
à Coca-Cola – história, logomarca, design e aroma; suas próprias
lembranças de infância que remetiam à Coca-Cola, os anúncios na
televisão e na mídia impressa ao longo dos anos, a indiscutível,
inexorável, inelutável emoção ligada à marca Coca-Cola – derrotaram
sua preferência racional e natural pelo sabor da Pepsi. (Lindstrom,
2009, p. 21).

Então, considera-se que a marca fazendo parte do cotidiano do


consumidor, se torna mais atrativa. Assim como a Coca-Cola remete a infância,
natal, comemorações; isto deve ser incluído nas publicidades de outras
empresas, torná-las parte da vida do consumidor. Relacionado as experiências
do indivíduo, Kotler (1998, p.162) reitera que a cultura é o item que predomina
sobre o comportamento ou desejos do indivíduo. Ou seja, a cultura é enraizada
no inconsciente. Porém, ela pode ser modificada, tendo uma perspectiva
subjetiva de acordo com sua existência. Assim podemos dizer que marcas
fortemente abraçam o inconsciente coletivo. Neste caso, a marca de
refrigerante Coca-Cola se tornou parte da cultura, abraçando momentos
familiares, comemorações, ela se conectou com a emoção do público. Esta
conexão que ocorre com os consumidores da Coca-Cola é também resultante
do design, pois Lupton (2020, p. 59-60) contextualiza que, os designers
mobilizam as emoções das pessoas para desencadear sentimentos de prazer,
desejo, surpresa e confiança. Com a técnica da empatia, o design percorre o
inconsciente, de forma a entender o que o usuário pensa, quer, faz ou quais
são suas dores. Assim, com a utilização do storytelling3, o designer conta uma
história para identificar o produto ou serviço.
Percorrendo os estudos, Hubert e Kenning (2008, p. 286) destacam que
as expressões de medo e perigo ativam uma área do cérebro responsável em
evitar situações, essa área se chamaria amígdala (tratado em 2.1 Cérebro).
Deste modo, pode-se dizer que itens publicitários que possuam um design
afirmativo de medo ou tensão influenciam também o consumidor. Caso ocorra
a correta utilização destas expressões, é possível uma influência positiva no
quesito da curiosidade, sendo relacionado a filmes ou itens que necessitem do

3
Narrativa (tradução: autora)
13

medo ou perigo como coadjuvante publicitário. Por consequinte, itens que


remetam ao luxo são ligados à área do cérebro relacionada a recompensa, a
ativação ocorre quando as marcas trazem a autoidentificação no consumidor.
De acordo com Hubert e Kenning (2008, p. 285), essa área é ativada por objetos
que possuem uma reputação, servem de símbolos de status, identificados por
possuir relação com a riqueza, luxo e dominação social, como exemplos pode-
se citar carros esportivos ou limusines.

2.2 DESIGN - CONCEITO


A palavra Design vem do inglês e quer dizer projetar, compor
visualmente ou colocar em prática um plano intencional (AZEVEDO, 2017, p.2).
Historicamente, a origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo
que abrange ambos os sentidos, o de designar e o de desenhar (CARDOSO,
2016, p. 16). Corresponde a uma área dedicada a projetar ideias, emoções e
principalmente ideologias, pois compreende a criação de serviços, produtos ou
estratégias, visando a resolução de problemas. Por esta razão há diferentes
áreas a se se trabalhar, desde a pesquisa até a criação. Decorrente da
pesquisa, pode-se dizer que o design anda lado a lado com o marketing, pois
é uma área que também analisa dados sobre o consumidor, criação de
personas e processos para a venda, como a análise de mercado e tendências.
Assim, aliado ao neuromarketing, o design atinge seu máximo criativo.
Conforme exposto, o design parte da pesquisa para a criação, desta
forma podemos considerar as vertentes do design denominadas: design
emocional, design de experiência, psicologia das cores e hierarquia da
informação; pois são estas as principais áreas relacionadas com consumo e
influência.

2.2.1 Design emocional

Uma pessoa interpreta uma experiência em muitos níveis, mas o que


agrada a um pode não agradar a outro (Norman, 1998, p. 87). Este
antagonismo que norteia o estudo do design emocional, se presta a esclarecer
a associação emocional humana a um design, fortemente utilizado na área de
produto. Norman descreve em seu livro que, para analisar o desempenho de
um produto é imprescindível que suas funções atuem corretamente, pois caso
confundir ou frustrar o consumidor, este irá relacionar o objeto apenas com
14

emoções negativas. Em vista disso, ocorre também no cenário das Mídias


Sociais, onde advém na utilização de personagens ou campanhas que não
refletem a função do enunciado, segue de exemplo a divulgação de uma
campanha sobre a cultura gaúcha e utilizar imagens de povos que não usem
vestimentas características deste grupo.
De acordo com as 3 divisões citadas no design emocional: design visceral,
comportamental e o reflexivo (Norman, 2008, p. 87); cada um será discutido
separadamente, a fim de especificar se há paralelidades na construção de um
design para cada segmento.
Perante o exposto, inicia-se a descrição pelo design visceral, denominado
design para aparência, conforme Norman (1998, p. 87), quando achamos
alguma coisa “bonitinha”, este julgamento vem diretamente do nível visceral.
Norman explica que o nível visceral é caracterizado por aspectos físicos, pela
aparência e pelo toque e som, de acordo com a primeira reação. Cita-se como
exemplo a aparência de um local em que o indivíduo irá fazer sua refeição, os
pratos organizados, a comida obedecendo a um design pré-estabelecido, o
julgamento inicial figura como algo prazeroso, de uma reação agradável. Pode-
se sintetizar então que, somente a aparência importa na forma visceral, meio
utilizado em muitas empresas para a venda, como exemplo podemos citar a
Apple, pois esta:
[…] descobriu isso quando introduziu o computador iMac colorido. As vendas
dispararam, muito embora aqueles gabinetes lúdicos contivessem o mesmo
hardware e software dos outros modelos da Apple, modelos que não estavam
vendendo muito bem. (NORMAN, 2008, p. 90)

A atuação do design visceral é subconsciente, de forma instintiva e


biológica, Costa e Tonetto (2011, p. 136) agregam que este segmento alavanca
a preferência por produtos redondos, cores saturadas, sons calmos ou
ambientes confortavelmente iluminados. Diante disso, conclui-se que a
influência neste campo é caracterizada por estratégias que não possuem
complexidade na execução, pois é necessária a utilização de táticas que
envolvem a beleza, conforto e agradabilidade. Logo, nas redes sociais é
imprescindível criar artes bonitas que envolvam formas redondas, cenários
confortáveis e considerar a utilização de personagens levando em conta a
beleza. Neste caso, adverte-se que o conceito de beleza é subjetivo. Para testar
15

se a arte criada segue o conceito de design visceral, pode-se colocar pessoas


diante do design e esperar suas reações.
No design comportamental, o uso do produto é a parte que mais importa,
a aparência não possui relevância, pois o produto deve satisfazer as
necessidades do consumidor, pertinente ao seu encargo. Em conformidade,
Costa e Tonetto (2011, pg. 136) descrevem que, o bom design comportamental
considera função, facilidade de compreensão sobre o produto, usabilidade e a
forma como ele é fisicamente sentido. Certo disso, nas mídias sociais do e-
commerce citado, não é necessária a utilização do design comportamental, pois
o projeto trata-se de um produto digital. Porém, é importante considerar que este
site anuncia produtos, os quais devem configurar pleno funcionamento para que
o consumidor considere efetuar a compra, pois como dito anteriormente, não é
somente o sabor da Coca-Cola que implicou na venda, neste caso não seria
somente a ação que o produto faz, mas se efetua corretamente, se possui mais
funcionalidades ou se é útil para o consumidor.
Já o design reflexivo possui relação com significados, considerando
cultura, mensagem, lembranças, auto-imagem, exemplificando pode-se
considerar que é aquilo que ocorre quando um produto induz a nostalgia.
Deveras semelhante com as pesquisas de neuromarketing, quando citado sobre
Coca-Cola e a relação de significados que os consumidores possuem sobre ela.
Portanto, Costa e Tonetto (2011, p. 136) citam que, a criação de um artefato ou
design deve ter como base o entendimento sobre o que o usuário pensa ou
ressignifica sobre os elementos utilizados. Por influência disso, o designer
precisa estar atento as criações, principalmente as que podem associar a
ideologias segregativas, pois qualquer escape pode prejudicar a arte como um
todo. Logo, a utilização destes segmentos considera focar em características
consideradas bonitas, como cores saturadas, elementos visuais que remetem a
nostalgia ou significados culturais.

2.2.2 Arquitetura da informação e design de informação


Resumidamente, a arquitetura da informação estipula a estruturação de
um site, aplicativo ou demais peças de design que possam ser organizadas, de
forma a permitir fácil compreensão pelo usuário. Assim como o design em si,
este campo busca solucionar problemas com relação a vasta informação de um
16

espaço, o que é essencial para a produção de peças gráficas utilizadas em redes


sociais. Conforme Camargo e Vidotti (2011, p. 3) a arquitetura da informação se
assemelha com a arquitetura convencional, pois se trata de uma arte/técnica de
projetar e construir ambientes, tendo como princípios a confiabilidade,
acessibilidade e usabilidade. De forma semelhante, o campo de design da
informação situa seu foco na distribuição dos dados informacionais, de forma a
solucionar o problema de uma interface (Zago, 2015. p. 1218). São áreas
parecidas e que tratam de organizar a informação, no entanto a arquitetura da
informação é considerada como a divisora das informações, com o intuito de
facilitar para que o usuário as encontre, enquanto no design a estruturação da
informação é feita de forma visual, com a inclusão de imagens para melhor
entendimento. Um ótimo exemplo de design da informação são os infográficos
(Figura 6), que sintetizando, são textos e imagens que transformam a informação
em algo compreensível e de fácil entendimento.
Figura 6 – Infográfico sobre meio ambiente

Fonte: Imagem retirada do Pinterest

Desta maneira, em conjunto com o design de informação, é considerável


articular sobre o padrão de leitura ou hierarquia visual, considerando os dois
padrões Z e F.
A hierarquia visual indica-nos determinado caminho para a leitura de
uma composição, de acordo com a importância que o emissor lhe quis
atribuir. (Mesquita, 2016, p. 38)

Os padrões Z e F são considerados essenciais para o entendimento de


uma composição, sendo que a leitura no Brasil é feita da esquerda para a direita
e de cima para baixo, isso segue também em outros materiais. Conforme a
17

imagem abaixo, o receptor começa lendo ou visualizando pela parte 1, depois


segue para a parte 2, 3 e 4, também há o segmento 5 que não aparece na
imagem, que seria o centro.
Figura 7 – Exemplo padrão de leitura Z

Fonte: Retirado do site da Agência Trampo.

Portanto, o design de informação é essencial na criação de materiais


gráficos para redes sociais, pois alinha os dados de forma a facilitar a
compreensão, além de prever onde o usuário focará sua atenção. Diante disso,
essa organização é imprescindível em redes sociais, pois o conteúdo segue de
forma rápida, para que o usuário não se canse de ler ou assistir o mesmo tema,
então pode-se organizar os dados e eliminar informações desnecessárias.

2.2.3 Psicologia das cores


Para os que quiserem trabalhar com as impressões causadas pelas cores,
as impressões psicológicas são essenciais (HELLER, 2014, p.24). Para Heller,
as cores possuem uma essência que causam diferentes sensações, sendo que
no design depende da forma em que forem aplicadas, desde a área alimentícia
a venda de itens eletrônicos. De forma inicial, será considerado as cores
primárias, vermelho, azul e amarelo, pois estas são as cores que a empresa
Lojas Colombo utiliza em suas campanhas, com adição do laranja e preto. As
cores primárias estão no ranking de cores preferidas de forma díspar, enquanto
o azul está em primeiro lugar como a cor preferida por 45% dos candidatos, o
amarelo está em quinto lugar com 6% de preferência, já o vermelho fica em
terceiro na posição com 12% de preferência (HELLER, 2014, p. 8). Todavia, as
que possuem menor preferência pelos candidatos são marrons, rosa e cinza.
18

Logo, o azul é considerado a cor predileta, refletindo simpatia, harmonia


e fidelidade, mas também é uma cor fria e distante:
O significado mais importante do azul está no simbolismo das cores,
nos sentimentos que vinculamos ao azul. O azul é a cor de todas as
características boas que se afirmam no decorrer do tempo, de todos os
sentimentos bons que não estão sob o domínio da paixão pura e
simples, e sim da compreensão mútua. Não existe sentimento negativo
em que o azul predomine. Portanto, não é de se estranhar que o azul
seja uma cor tão querida. (Heller, 2014, p. 46).

Em vista disso, o azul utilizado de forma correta, transmitirá confiança e


seguridade, pois o azul tem associação de situações mais amplas:
O azul é o céu – portanto azul é também a cor do divino, a cor eterna.
A experiência constantemente vivida fez com que o azul fosse a cor
que pertence a todos, a cor que queremos que permaneça sempre
imutável para todos, algo que deve durar para sempre. (Heller, 2014,
p. 47).

Portanto, é uma cor indispensável para materiais gráficos que desejam


transmitir esta confiança, de modo a associar a preços corretos e promoções
seguras, assim não passando uma mensagem errada do que a empresa quer
assegurar.
Já o vermelho é associado com a felicidade e o perigo, é a cor dos reis e
do comunismo; a cor dominante, que possui reflexo psicológico e simbólico com
o sangue (Heller, 2014, p. 99). É uma cor muito utilizada para manifestar
promoções pois:
Vermelho-laranja são também as principais cores da paixão, o “sangue
fervente”, pois, como o fogo, a paixão também pode “queimar” e
“consumir”. Aqui se liga o simbolismo do fogo com o simbolismo do
sangue. (Heller, 2014, p. 107).

Este simbolismo é justificado quando situado em campanhas de queima


de preços ou queima de estoque, comumente utilizados em lojas online. Assim,
o vermelho é considerado uma cor importante para dispor em campanhas com
maior baixa de valor nos produtos divulgados, manifestando uma promoção
imperdível, que irá durar pouco tempo, pois a queima irá cessar e os preços
retornam ao normal.
Enquanto isso, o amarelo é dito como a cor mais contraditória, da
recreação, da jovialidade e otimismo, representa o sol:
Esta experiência é compartilhada por todos como efeito simbólico:
como cor do sol, o amarelo age de modo alegre e revigorante. Os
otimistas têm uma disposição ensolarada, o amarelo é sua cor. O
19

amarelo irradia, ri, é a principal cor da disposição amistosa. (Heller,


2014, p. 153).

Para a utilização em materiais gráficos pode representar um dia


ensolarado, sentimento de calor ou até do verão, comumente utilizado em itens
que ajudam a suportar o abafamento como os ventiladores ou ar-condicionado.
Segundo Heller, o laranja é uma cor exótica e penetrante, é um
complemento do azul; e laranja está em todo lugar, só precisamos parar para
enxergar. Ainda, Heller subscreve que essa cor por ser recreativa, não simboliza
artigos caros ou de prestígio. Portanto, o laranja simbolizaria artificialidade e, na
publicidade significaria algo mais frenético, justificando um tempo limitado, algo
que pode não ocorrer novamente. Exemplo: promoção por vinte e quatro horas
ou corre que está acabando.
Agora o preto simboliza poder, luto e é considerado a cor preferida pelos
jovens (Heller, 2014, p.229). Essa cor está sendo apontada na pesquisa pois é
muito utilizada em campanhas como Black Friday ou que desejam manifestar
preço baixo de uma forma impactante.
O preto transforma todos os significados positivos de todas as cores
cromáticas em seu oposto negativo. O que soa tão teórico é uma
constatação elementar prática: o preto faz a diferença entre o bem e o
mal, porque ele faz também a diferença entre o dia e a noite. (Heller,
2014, p. 238).

Em vista disso, na publicidade o preto remete a uma promoção


significativa, desafiando os preços que geralmente custam os produtos. Se
utilizado da forma correta, pode influenciar a venda por transmitir essa sensação
de estar pagando menos por um produto.
Certo disso, as cores são essenciais para a influência dos consumidores,
não somente passar a informação textual, mas também de uma forma
compreensível e que seja julgada significativamente e simbolicamente como
correta. O uso das cores que remetem as promoções deve ser combinado de
forma a garantir que a mensagem não seja considerada equivocada, pois
conforme o design emocional, se o consumidor se sentir enganado, este terá
somente sentimentos ruins relacionado a empresa, o que não é desejável que
ocorra.

3 METODOLOGIA
20

3.1 BRIEFING
Considerando as métricas de comportamento do consumidor nos estudos de
Neuromarketing, busca-se compreender o cérebro humano como uma das
formas de alinhamento da criação gráfica gerada no Design. Sendo que, no meio
das Redes Sociais, materiais gráficos possuem grande relevância para tornar
pública as campanhas de diversos segmentos de lojas, para que assim tenham
influência na decisão de compra de seus seguidores. Considerando os estudos
do design e o Neuromarketing, será elaborado um método com até 14 instruções
para a criação de materiais gráficos que influenciem na decisão de compra via
redes sociais. Nesse caso, o presente estudo deve alinhar resultados das
pesquisas já executadas no neuromarketing, assim como os estudos do design
que já foram estabelecidos como essenciais, para definir itens que agregam na
influência do consumidor de forma online.
Este projeto material será executado nas redes sociais da Lojas Colombo,
situada em Farroupilha no Rio Grande do Sul. De acordo com os dados
divulgados pela Meta4, a maior parte dos seguidores da loja no Instagram e
Facebook é do sexo feminino, com idade entre 25 e 35 anos e reside em Porto
Alegre no Rio Grande do Sul.
Dados da Meta:
• Facebook: composto por 67,3% do público feminino e 32,7%
masculino. O público feminino possui idade de 25 a 35 anos,
enquanto o masculino tem a idade de 24 a 34 anos.
• Instagram: composto por 79,6% do público feminino e 20,4%
masculino. O público feminino possui a mesma faixa etária que o
Facebook, enquanto o masculino possui idade de 34 a 44 anos.

3.1.1 Sobre a Lojas Colombo


A Lojas Colombo é uma empresa originária da cidade de Farroupilha no
Rio Grande do Sul, atualmente possui grande número de filiais nos três estados:
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Seu fundador foi Adelino
Raymundo Colombo, considerado pioneiro na venda de televisões na região sul
do Brasil, pois este identificou o anseio dos clientes por este produto no ano de

4 Meta é a empresa que controla o Facebook, Instagram e outros aplicativos sociais.


21

1960. Seu método alavancou quando começou a levar os televisores na casa


dos clientes para que estes pudessem utilizar por um determinado tempo, e após
um dia ou dois ele retornaria para levar o televisor, porém o cliente já estava
apreciando o produto e, portanto, a venda era efetuada. Assim, seu método foi
inovador e fundamental para o futuro da empresa Lojas Colombo.

3.2 JUSTIFICATIVA
O estudo acerca do comportamento do consumidor em redes sociais é
importante para definir a trajetória de materiais criativos, com intuito da venda.
Aliando o Neuromarketing ao Design, procura-se definir um método que
justifique a utilização de características pré-estabelecidas, onde uma análise
quantitativa será abordada em um E-commerce. A venda possui uma grande
influência através das redes sociais, portanto uma loja deve adentrar neste meio
para que amplie sua marca de forma a aumentar suas negociações, se tornando
conhecida e confiável.
Com o objetivo da criação de um método para influenciar na decisão de
compra, o trabalho apontará as falhas e acertos na criação de materiais gráficos,
auxiliando colegas e demais interessados que precisam de um passo a passo
para começar seu negócio através das redes sociais.
A escolha do tema neuromarketing ocorre na perspectiva de séries
criminais, pois estas demonstram como a mente atua e como coisas simples
podem influenciar a vida de uma pessoa por inteiro, bem como compreender o
funcionamento do cérebro e de que forma a decisão ocorre no inconsciente para
subjugar o consciente. Portanto, a escolha ocorre pela curiosidade e por
entendimento de si próprio, buscando assimilar o processo na influência diante
do cenário comercial, onde o design se insere de forma primordial. A escolha
pela empresa é pela autora fazer parte do quadro de colaboradores.

3.3 CONCEITO DO PROJETO

Criação de um método orientado a partir dos preceitos do Neuromarketing e


Design para aplicação nas peças gráficas das redes sociais da Lojas Colombo.

3.4 CRONOGRAMA DO PROJETO


22

Figura 8 - Cronograma do Projeto

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

3.5 ANTEPROJETO

3.5.1 Dados Analíticos Pré Método

Dados da receita nas redes sociais da Lojas Colombo de acordo com o


início do ano de 2022, compilado de janeiro a junho. Números retirados do
Google Analytics5. A utilização do método se iniciou em 17 de junho de 2022 e
foi finalizada no dia 26 do mesmo mês.
Os dados abaixo relacionados ao Facebook demonstram que houve uma
queda na receita gerada e nas sessões6, o que significa que houve uma
diminuição na entrada dos clientes no site pelo link7, este link é disponibilizado
nas artes gráficas que são postadas nas redes sociais, onde é possível
contabilizar as vendas e sessões pelo Google Analytics.

5
Reúne ferramentas gratuitas em um só lugar para você analisar os dados da sua empresa e
tomar decisões mais fundamentadas. (Página do Google Analytics)
6
As sessões são contabilizadas pelo tempo em que o cliente fica no site, contando de um a
trinta minutos, contabiliza uma sessão.
7
Uma palavra que ao ser clicada encaminha o usuário para outra página.
23

Figura 9 – Dados Feed Facebook

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

As informações abaixo referem-se ao Instagram. Similar ao Facebook,


houve uma grande queda nas sessões e receitas contabilizadas mês a mês.
Considerando que o Facebook possui maior número de público e assim
consegue maior visibilidade e engajamento, ainda é possível observar que as
duas redes andam em paralelo quanto aos dados de receita e sessões, pois as
duas obtiveram uma queda considerável.

Figura 10 – Dados Stories Instagram

Fonte: Elaborado pela autora (2022).


24

Diante da coleta de dados dos meses anteriores, houve a criação das


peças gráficas. As peças surgiram de acordo com o método criada a partir dos
preceitos do neuromarketing e do design, usufruindo das promoções que a loja
acrescentou em seu site para que assim não ocorresse dessemelhança ou
caminhos distintos.

3.5.2 Método de Influência na Decisão de Compra – Em Redes Sociais


(M.I.N.D.C)
Diante da breve pesquisa, foi elaborado um método de acordo com os
resultados pertinentes do neuromarketing e design para serem utilizados em
peças gráficas nas redes sociais, com o objetivo de contribuir com a receita da
empresa Lojas Colombo através do Instagram e Facebook. Logo, estes são os
resultados adquiridos:
• Utilização de influencers ou criação de uma persona (alguém que possui
as principais características do público da marca), simulando a
identificação com o consumidor.
• Inclusão de personagens e produtos que são considerados bonitos, para
atrair a atenção.
• Considerar o padrão de visualização Z para os materiais, pois é
necessário que a mensagem seja vista de forma clara e concisa. Aliar esta
visualização com o segmento das cores, onde não deve ser utilizado
cores que não se sobressaem, pois a mensagem não ficará legível.
Exemplo: vermelho e verde.
• Relacionar conteúdo ou produtos a lembranças felizes, nostalgia ou
momentos de alegria, adentrando no cotidiano do consumidor.
• Ser mais ativo com o público, imparcial e transparente nas promoções
divulgadas, para incitar confiabilidade e segurança.
• Utilizar preto somente na Black Friday ou em campanhas em que o preço
dos produtos tenha descontos consideráveis, pois a utilização excessiva
pode levar o consumidor a entender que não há descontos ou que está
sendo enganado.
• Campanhas alusivas a sensação de perigo, lembrando uma liquidação ou
queima de estoque, utilizar a cor laranja ou vermelho, pois incitará o receio
25

de perder a promoção, de ser algo muito rápido e que o cliente não pode
perder de nenhuma forma.
• Considerar que a experiência do usuário na compra reflete no sucesso
das vendas, assim é importante ter um ótimo atendimento e de forma
principal nas redes sociais, pois são a porta de entrada para novos
clientes.
• Organização da rede social, para que o cliente encontre de forma fácil o
que deseja, desde lojas físicas a produtos que deseja.
• Contar uma história, mostrando o produto que está vendendo, fazendo o
cliente se imaginar usando.
• Destacar itens que remetam a luxo ou riqueza, símbolo de status e poder,
pois incentiva o desejo de possuir o item divulgado.
• Utilizar sons ou elementos que identifiquem a marca, para que esta fique
enraizada no inconsciente.
• Tornar-se uma marca mais animada, participativa, utilizar as ferramentas
disponíveis na plataforma para se aproximar do cliente.
• Organizar conteúdos alinhados com a atualidade, estar sempre por dentro
dos produtos que estão em alta.
• Utilização de valores conforme o ticket médio8 mais vendido, neste caso
pode-se considerar portáteis.

3.5.3 Experimento e resultados em 10 dias

Em face ao método desenvolvido, iniciou-se a produção de stories nas


redes sociais da Lojas Colombo no dia 17 de junho de 2022, com previsão de
finalizar no dia 26 de junho, somando 10 dias para efetuar a análise dos dados
e assim especificar se o método contribuiu de forma comercial para o site.
Conforme a figura abaixo, houve um retorno significativo na receita e nas
sessões, podendo considerar que muitos materiais podem sim ter influenciado o
cliente a efetuar uma compra, mas este não seguiu pelo link divulgado nas artes,

8
O ticket médio é um indicador de vendas, que aponta o valor médio das vendas de um
empreendimento em um período, considerando o faturamento e o número de vendas
realizadas. (Blog Zendesk)
26

onde reconhece-se que o cliente pode ter entrado diretamente no site para
finalizar a compra, dificultando a computação correta dos dados.

Figura 11 – Resultado da utilização do método M.I.N.D.C

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Em 17 de junho foi elaborado uma peça referente ao saldão pois havia


itens parados a um tempo na loja, com objetivo de esvaziar o estoque. De acordo
com os dados do Google Analytics (G.A), houve 58 sessões, porém não
contribuiu diretamente com a receita.

Figura 12 – Nº 1 Stories Saldão (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)


27

O produto que fica em maior destaque na imagem encontrava-se


esgotado posterior a postagem nas redes sociais, isso ocorreu em 19 de junho.
A concepção do material foi feita utilizando a cor laranja para identificar uma
promoção imperdível.

Figura 13 – Produto esgotado (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No dia 18 de junho foi elaborado uma arte promovendo um cupom que


concedia cem reais de desconto na compra de um cooktop. Para chamar a
atenção do cliente, primeiro foi feita a pergunta em um dos stories pedindo se o
cliente gostaria de um cupom, consecutivamente havia a arte com o nome do
cupom e um link para o cliente ir direto para a página onde estavam os produtos
promocionais. Este item obteve 21 sessões e não houve receita de forma direta.
O azul foi usado para remeter a confiança e segurança, conforme a psicologia
das cores, de Heller. As imagens utilizadas também foram pensadas de forma a
instigar o cliente na auto-identificação, para pensar que seria interessante
comprar um cooktop naquele momento, imaginar como seria ter um produto novo
em sua residência.
28

Figura 14 – Nº 2 Stories Cooktop (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

No dia 19 de junho, seguindo a lógica do cupom de cooktop, foi criado o


material para o item micro-ondas. Não houve receita, e contabilizou 29 sessões.
As duas artes sobre cupom eram de uma promoção com tempo limitado para
oferecer desconto aos clientes.

Figura 15 – Nº 3 Stories Cupom Microondas (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)


29

Em 20 de junho, foi divulgado o material para que os clientes baixassem


o aplicativo da Lojas Colombo e ganhassem um desconto exclusivo no produto
Xbox Series S. Neste caso, o link encaminhava para a página do aplicativo e não
para o produto em si, sem a necessidade da venda. As sessões ficaram em 23
e a página do aplicativo teve 112 sessões ao todo. As cores utilizadas seguem
o material de “Aquece Aniver do Site”. Ademais, devido a postagem não ser
reservada a venda, foi feito um novo material promovendo itens de áudio do site,
este contabilizou uma venda de R$ 179,00 com 19 sessões.

Figura 16 – Nº 4 e 5 Stories Xbox e Ofertas (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Para o dia 21 de junho foi divulgada uma arte de cupons, na página em


que o cliente era redirecionado estavam cadastrados quatro cupons, tendo
inclusive produtos neste local para estimular a compra. No link divulgado não
houve receita, porém houve 52 sessões através das redes sociais e a página do
site obteve 1.646 sessões, contabilizando a venda de R$ 28.272,84 em produtos.
A receita pode não ter ocorrido pois o cliente finalizou a compra em outro
momento, não contabilizando pelo atalho utilizado no Facebook e Instagram.
30

Figura 17 – Nº 6 Pegue seu Cupom (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Já no dia 22 de junho, foi divulgado um produto destaque, pois estava


com desconto de 68% no valor. Foram contabilizadas 18 sessões e nenhuma
receita. Contanto, a loja vem fazendo um trabalho de divulgar alguns produtos
com a campanha Ofertas por 24h, onde o layout foi desenhado pela autora deste
artigo e segue ativo. Este trabalho trouxe resultado na semana, pois ocorreram
26 sessões na oferta de um roupeiro (Figura 18) e a venda finalizada de R$
1.599,98. Esta arte é feita no formato GIFi

Figura 18 – Nº 7 Ofertas por 24h (Lojas Colombo)


31

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Figura 19 – Nº 8 Oferta Destaque (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Posterior a data, no dia 23 de junho, foi divulgada a arte de produtos com


preço de até R$ 99,00. Neste caso, foi apostado em produtos com ticket médio
baixo, pois se considera itens com maior facilidade de compra, não seguindo o
mesmo caminho que uma geladeira, pois é um produto que dura vários anos,
sendo mais difícil do cliente trocar de forma seguida. Esta peça obteve 58
sessões e não houve receita.
Figura 20 – Nº 9 Ofertas até 99 (Lojas Colombo)
32

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

A seguir, no dia 24 de junho, foi a vez de divulgar uma promoção de


roupeiros, esta foi pensada de acordo com a revisão dos dados da semana, onde
houve a venda de um roupeiro. Porém, houve 33 sessões, sem contabilizar
receita para o site através do link. A criação deste stories utilizou a campanha
ativa do site, com itens que simulavam uma festa de aniversário, felicidade, algo
vibrante.
Figura 21 – Nº 10 Especial Roupeiros (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Em 25 de junho foi divulgada a página de cupons do site, onde o cliente


poderia pegar um cupom para efetuar a compra que desejava. A página possui
as artes dos cupons e uma vitrine de produtos para caso o cliente se interesse
por algo, já finalize a compra. Foram computadas 28 sessões, porém sem
receita.
33

Figura 22 – Nº 11 Festival de Cupons (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Nesta mesma data, divulgamos a arte da Semana Uai (Figura 22),


inspirada nas festas juninas, onde contabilizou uma venda de R$ 1.089,00.

Figura 23 – Semana Uai (Lojas Colombo)

Fonte: Time de Criação – Lojas Colombo

No dia 26 foi desenvolvida a última peça para análise dos resultados


pertinentes a pesquisa, devido a temperatura do estado do Rio Grande do Sul
ter diminuído, foi considerado criar uma peça para impulsionar a compra de itens
34

para o frio. Este material contabilizou 22 sessões. Todavia, houve uma venda de
R$ 1.089,00 através do material da figura 17, pois este ficou ativo em dois dias
devido ao prazo do Instagram da arte permanecer por vinte e quatro horas,
resultando em mais uma venda.

Figura 24 – Nº 13 Especial Para o Frio (Lojas Colombo)

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

Diante dos dados apresentados, também foi analisada a evolução das


páginas no Instagram e Facebook na semana que ocorreram os testes, onde se
assimilou que a atualização constante nas redes sociais trouxe resultados
positivos para o alcance das páginas. De acordo com os dados da Meta, a página
do Facebook obteve um aumento de 33,9% no alcance, enquanto o Instagram
elevou-se com 73,9%. O alcance se trata do número de pessoas que
visualizaram as publicações, stories ou anúncios da página.
35

Figura 25 – Dados de 18 a 26 de junho (Lojas Colombo)

Fonte: Meta (2022)

Logo abaixo há a figura 23 que representa o mês de maio, onde é possível


equiparar a diferença nos dados e concluir que houve resultado positivo com o
acompanhamento das redes sociais e que, o método é funcional e pode auxiliar
diversos segmentos. Caso houvesse continuidade nas peças gráficas dia após
dia, o objetivo seria alcançado de forma a aumentar as vendas através das redes
sociais e impulsionar a página sem o uso de recursos monetários.

Figura 26 – Dados mês de maio Alcance (Lojas Colombo)

Fonte: Meta (2022).

Diante dos resultados, expõe-se dados comparativos de 10 dias


anteriores a data da experimentação, para fins de comprovar a eficácia do
método criado. De acordo com a figura, é perceptível que as vendas não
estavam indo bem no mês de junho através das redes sociais, sendo que nos
dez dias em que a experimentação foi idealizada, a venda surgiu neste meio.
36

Figura 27 – Dados comparativos

Fonte: Elaborado pela autora (2022)

3.1.7 Orçamentos

Não houve necessidade de orçamento para este projeto.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em vista da experimentação e aprofundamento sobre os temas


neuromarketing e design, entende-se que a influência na decisão de compra por
meio das redes sociais percorre um longo caminho, para então atingir-se o
objetivo da venda. A utilização dos dados já computados sobre o cérebro possui
grande relevância não só como um método de venda, mas identificação das
necessidades do consumidor para assim possibilitar um alinhamento mais
preciso na criação de materiais gráficos. Neste caso, como o propósito era a
venda através deste meio, não havendo uma meta de valor a seguir, julga-se
que foi concluído com sucesso. Dado o exposto, é imprescindível mencionar que
o design demanda estar em paralelo com as pesquisas do marketing, pois são
áreas que se complementam para a criação de materiais em diversos
segmentos, tendo grande importância no elo com o estudo do cérebro humano.
Perante os resultados obtidos, pondera-se que além da venda, foi possível
aumentar o indicativo de alcance das páginas do Instagram e Facebook, onde
estima-se que, com a continuidade do uso deste método, os números se
ampliariam. Contudo, este artigo mensurou a relevância do acompanhamento
37

dos dados pelo designer, fato que é mencionado em diversas disciplinas do


curso de Design, estabelecendo que a profissão não perpetua apenas na
criação, mas também no acompanhamento de dados, análise do mercado e das
plataformas disponíveis para divulgação de uma empresa ou serviço. Por fim, o
método serve como base para o alinhamento das ações gráficas nas redes
sociais, tornando o utilizador apto a tomada de decisões estratégicas para seu
negócio. Portanto, a utilização do método proposto foi instaurada na empresa e
a receita segue aumentando através das redes sociais.
38

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Wilton. O que é design. São Paulo: Braziliense, 1988.

BRIDGER, Darren. Neuromarketing: Como a neurociência aliada ao design


pode aumentar o engajamento e a influência sobre os consumidores. São
Paulo: Autêntica Business, 2019.

CAMBRIDGE DICTIONARY. Neuromarketing. Disponível em:


<https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/neuromarketing>. Acesso
em 25. Abr. 2022.

CARDOSO, Rafael. Uma introdução a história do Design. São Paulo:


Blucher, 2008.

CARMARGO, L. D.; VIDOTTI, S. A. B. G. Arquitetura da Informação - Uma


Abordagem Prática. Grupo GEN, 2011. 978-85-216-2094-5. Disponível em:
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