Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERPOLAÇÃO POLINIMIAL
3.1 Introdução
Neste capítulo estudaremos procedimentos que permitem, a partir de pontos (x, f(x))
obtidos em medições, determinar a função que mais se aproxima desses pontos, bem como
determinar valores desconhecidos entre os experimentados (interpolação) e fora do intervalo
experimentado (extrapolação).
A interpolação também é útil quando se quer derivar ou diferenciar uma função onde
estas operações são difíceis (ou mesmo impossíveis) de serem efetuadas.
Consideremos um conjunto de pontos (x0, f(x0)), (x1, f(x1)), (x2, f(x2)), ...., (xn,
f(xn)).
Interpolar consiste em determinar uma função g(x) tal que: g(xi) = f(xi), i = 0, 1, 2, ... , n.
Graficamente isto significa:
No gráfico, (x0, f(x0)), (x1, f(x1)), (x2, f(x2)), (x3, f(x3)), (x4, f(x4)), (x5, f(x5)), são
valores conhecidos e que pertencem à função f(x) muitas vezes desconhecida. A função g(x)
é a função que será determinada e que tem em comum com f(x) os pontos (x 0, f(x0)), (x1,
f(x1)), (x2, f(x2)), (x3, f(x3)), (x4, f(x4)), (x5, f(x5)), denominados nós de interpolação.
No nosso estudo adotaremos a interpolação polinomial (determinar a função g(x) em
forma de uma função polinomial), apesar de que g(x) pode ser uma função de qualquer tipo
(racional, logarítmica, exponencial, trigonométrica, etc).
Exemplo 3.1: É sabido que no Brasil é realizado censo geral a cada 10 anos. Portanto nos
anos em que é realizado o censo, tem-se dados precisos da população do país. Os valores do
número de habitantes em anos intermediários pode ser estimado através de uma
interpolação.
b) A função tem uma expressão tal que operações como diferenciação e integração são
difíceis ou mesmo impossíveis de serem realizadas.
x
2 −t 2
Exemplo 3.2: f ( x) =
x
e dt
0
g ( x0 ) = f ( x0 )
g ( x1 ) = f ( x1 )
g ( xn ) = f ( xn )
f(x)
p (x )
x0 x1 x2 x3 x
Dada a tabela de pontos:
x x0 x1 x2 ................... xn
f(x) f ( x0 ) f ( x1 ) f ( x2 ) ................... f ( xn )
p n ( x) = a0 + a1 x + a 2 x 2 + ..................... + a n x n
a o + a1 x 0 + a 2 x 02 + ........................a n x 0n = f ( x 0 )
a o + a1 x1 + a 2 x12 + ........................a n x1n = f ( x1 )
a o + a1 x 2 + a 2 x 22 + ........................a n x 2n = f ( x 2 )
a o + a1 x n + a 2 x n2 + ........................a n x nn = f ( x n )
1 x0 x 02 x 0n a 0 f ( x 0 )
1 x1 x12 x1n a1 f ( x1 )
1 x2 x 22 x 2n a 2 = f ( x 2 )
1 x n2 x nn a n f ( x n )
xn
Exemplo 3.3: Encontre p n (x) com grau n que interpole os pontos da tabela abaixo.
x -1 0 2
f(x) 4 1 -1
p 2 ( x) = a0 + a1 x + a 2 x 2
p 2 ( x0 ) = a0 + a1 x0 + a 2 x0 2 = f ( x0 )
p 2 ( x1 ) = a0 + a1 x1 + a 2 x1 2 = f ( x1 )
p 2 ( x2 ) = a0 + a1 x2 + a 2 x2 2 = f ( x2 )
1 − 1 1 a 0 4
1 0 0 a = 1
1
1 2 4 a 2 − 1
a 0 1
a = − 7
1 3
a 2 2
3
Verificação: p 2 (−1) = 4 p 2 (0) = 1 p 2 (2) = −1
Esta verificação é uma forma de conferir os resultados, pois a curva de interpolação deve
passar pelos pontos dados.
a) p1 ( x) = a 0 + a1 x
p1 ( x 0 ) = a 0 + a1 x0 = f ( x0 )
p1 ( x1 ) = a 0 + a1 x1 = f ( x1 )
1 1 a 0 0
1 6 a = 1,7917595
1
p1 ( x) = −0,3583519+ 0,3583519x
b) p1 ( x) = a 0 + a1 x
p1 ( x 0 ) = a 0 + a1 x0 = f ( x0 )
p1 ( x1 ) = a 0 + a1 x1 = f ( x1 )
1 1 a 0 0
1 4 a = 1,3862944
1
p1 ( x) = −0,4620981333+ 0,4620981333x
c) p 2 ( x) = a0 + a1 x + a 2 x 2
p 2 ( x0 ) = a0 + a1 x0 + a 2 x0 2 = f ( x0 )
p 2 ( x1 ) = a0 + a1 x1 + a 2 x1 2 = f ( x1 )
p 2 ( x2 ) = a0 + a1 x2 + a 2 x2 2 = f ( x2 )
1 1 1 a 0 1
1 4 16 a = 1,3862944
1
1 6 36 a 2 1,7917595
a 0 − 0,66596
a = 0,721463716
1
a 2 − 0,051873116
0,69314718− 0,5658443666
O erro cometido é dado por: erro = 100 = 18,4%
0,693114718
Observe que nos três casos o erro foi diminuindo. Do primeiro para o segundo foi em função
da interpolação linear ser com pontos mais próximos. No terceiro caso o erro foi menor pela
interpolação quadrática.
EM OUTRAS PALAVRAS
Erro
Embora não conheçamos a função que contém esses pontos, podemos substituí-la por outra
função que é uma aproximação deduzida a partir dos dados tabelados.
Diante da possibilidade de termos uma função cuja forma analítica é muito complicada,
os métodos de interpolação ainda permitem que procuremos uma outra função que seja uma
aproximação da função dada, cujo manuseio seja bem mais simples. A função mais usual
é a função polinomial por ser de mais fácil operação com derivação e integração.
Observe pelo gráfico que para àqueles pontos da tabela que pertencem à função f, teremos
f(x) = g(x), onde g(x) é a função substituta. Esses pontos são conhecidos como pontos de
amarração.
Se uma função f(x) é contínua num determinado intervalo, então esta função poderá ser
substituída no interior deste intervalo por um polinômio de grau não superior a “n”,
através de um sistema de duas equações a duas incógnitas; que dados três pontos (x1, y1)
(x2, y2) e (x3, y3)]) o polinômio interpolador será a função quadrática )função do segundo grau)
f(x) = ax2 + bx + c.
Nesses dois casos específicos, tanto na interpolação linear, quanto na quadrática, estas
funções podem ser obtidas ao resolvermos, respectivamente, os sistemas de equações:
a) Na interpolação linear
b) Na quadrática
Para se fazer uma previsão do erro, calcula-se as diferenças di = |f(xi) = g(xi)|. O erro
cometido é menor que a maior diferença.
(2) Dada a tabela, determinar o polinômio que interpolador, usando uma aritmética
de ponto flutuante com 4 dígitos. Explicitar uma previsão do erro.
Portanto, o polinômio é g(x) = 0.2700 x 102 - 0.2983 x 102.x + 0.1100 x 102.x2 - 0.1167 x 101x3,
com precisão de 0,008, pois o maior valor dos di é 0,008.
EXERCÍCIO
Considerando os pontos da tabela abaixo e usando uma aritmética de ponto flutuante com 4
dígitos, determine o polinômio interpolador.
O método de Lagrange admite para os n+1 pontos, n polinômios pi(x) que passem, cada um
deles, pelo iponto de abscissa x e possuam para “zeros” os n -1 outros xj onde j ≠ i.
Admitir-se-á que o polinômio interpolador Pn(x) seja a combinação linear destes polinômios.
Observemos que para cada ponto P de coordenadas (x ,y ) tem-se y = Pn(x ) = p (x ) já que p
(x ) = 0 para j ≠ i.
Assim, seja a função polinomial Pn(x) a função substituta de f(x):
Polinômio de Lagrange
xi x0 x1
f(xi) f(x0) f(x1)
1
p( x) = Li ( x). f ( xi ) = L0 ( x). f ( x0 ) + L1 ( x). f ( x1 )
i =0
As funções Li (x) devem satisfazer (3), ou seja:
L0 (x0) =1 L1 (x0) =0
L0 (x1) =0 L1 (x1) =1
x − x1 x − x0
L0 ( x) = L1 ( x) =
x0 − x1 x1 − x0
x − x1 x − x0
p(x ) = f (x0 ) + f (x1 )
x0 − x1 x1 − x0
xi x0 x1 x2
f(xi) f(x0) f(x1) f(x2)
2
p(x ) = Li f (xi ) = L0 f (x0 ) + L1 f (x1 ) + L2 f (x 2 )
i =0
onde:
L0 (x0) =1 L1 (x0) =0 L2 (x0) =0
L0 (x1) =0 L1 (x1) =1 L2 (x1) =0
L0 (x2) =0 L1 (x2) =0 L2 (x2) =1
Por construção:
(x − x1 ) (x − x2 )
L0 =
(x0 − x1 ) (x0 − x2 )
(x − x0 ) (x − x 2 )
L1 =
(x1 − x0 ) (x1 − x2 )
(x − x0 ) (x − x1 )
L2 =
(x2 − x0 ) (x2 − x1 )
Portanto:
(x − x1 ) (x − x2 ) ( ) (x − x0 ) (x − x2 ) ( ) (x − x0 ) (x − x1 ) ( )
p( x) = f x0 + f x1 + f x2
(x0 − x1 ) (x0 − x2 ) (x1 − x0 ) (x1 − x2 ) (x2 − x0 ) (x2 − x1 )
Exemplo:
Ajuste uma reta aos seguintes pontos:
x 2 4
x − x1 x − x0
p(x ) = f (x0 ) + f (x1 )
x0 − x1 x1 − x0
x −4 x −2
p(x ) = 3.1 + 5.6 = −1.55 (x − 4) + 2.8 (x − 2)
2−4 4−2
p(x ) = 1.25 x + 0.6
Forma de Lagrange
X x0 x1 x2 x3
Y y0 y1 y2 y3
Vejamos:
Repare que em L0 , no numerador aparece (x-x1)(x-x2)(x-x3), logo, para
pois:
g(x) = x2 –3x + 4.
f ( xi ) − f ( x j )
f [ xi , x j ] =
xi − x j
f [ xi , x j ] − f [ x j , x k ]
f [ xi , x j , x k ] =
xi − x k
f [ xi , x j , x k ] − f [ x j , x k , xl ]
f [ xi , x j , x k , xl ] =
xi − xl
f [ x n , x n −1 ,..., x 2 , x1 ] − f [ x n −1 , x n − 2 ,..., x1 , x 0 ]
f [ x n , x n −1 ,........, x 2 , x1 , x 0 ] =
xn − x0
Resultando na expressão:
Pn ( x) = f [ x 0 ] + ( x − x 0 ) f [ x1 , x 0 ] + ( x − x 0 )( x − x1 ) f [ x 2 , x1 , x 0 ] + .... +
+ ( x − x 0 )( x − x1 )...(x − x n −1 ) f [ x n , x n −1 ,..., x 2 , x1 , x 0 ]
x -1 0 2
f(x) 4 1 -1
P2 ( x) = f ( x0 ) + f [ x1 , x0 ]( x − x0 ) + f [ x 2 , x1 , x0 ]( x − x0 )( x − x1 )
f [ x1 ] − f [ x 0 ] 1− 4 −3
f [ x1 , x 0 ] = = =
x1 − x 0 0 − (−1) 1
f [ x 2 ] − f [ x1 ] − 1 − 1 − 2
f [ x 2 , x1 ] = = = = −1
x 2 − x1 2−0 2
f [ x 2 , x1 ] − f [ x1 , x 0 ] − 1 − (−3) 2
f [ x 2 , x1 , x 0 ] = = =
x2 − x0 2 − (−1) 3
2 2 2 7 2
P2 ( x) = 4 − 3( x + 1) + ( x + 1)( x) = 4 − 3x − 3 + x 2 + x = 1 − x + x 2
3 3 3 3 3
x 1 4 6 5
f(x) 0 1,3862944 1,7917595 1,6094379
xi f(xi) f[xi , xi+1] f[xi , xi+1, xi+2] f[xi , xi+1 , xi+2 ,xi+3] f[xi , xi+1
, xi+2 , xi+3 , xi+4 ]
0,1 0,813
0,536 − 0,813
= −0,923
0,4 − 0,1
0,487 − (−0,923)
= 2,350
0,4 0,536 0,7 − 0,1
0,014 − (−0,008)
= 0,02
1,2 − 0,1
1,864 − 1,250
= 3,07
1,2 − 1
1,2 1,864
Encontrada a tabela de diferenças divididas é substituir os valores na forma do
polinômio de Newton
Exemplo 4: Dado:
x 0,2 0,5 0,9 1,5 2,0
f(x) 4,88 5,00 5,72 8,00 11,0
p( x) = 2 x 2 − x + 5
EM OUTRAS PALAVRAS
pn(x) = D0 + D1.(x – x0) + D2.(x – x0)(x – x1) + D3.(x – x0)(x – x1)(x – x2) + ...
+ Dn.(x – x0)(x – x1)(x – x2)…(x – xn-1).
D0 = que pode ser simbolizado por f[x0] = f(x0) (ODD de ordem zero).
D1 = simbolizado por f[x0, x1] = (f[x1] – f[x0])/(x1 – x0) = (f(x1) –
f(x0))/(x1 – x0) (ODD de ordem 1).
..............................
Dn = f[x0, x1, x2, x3, …, xn] = (f[x1, x2, x3, …, xn] – f[x0, x1, x2, … xn-
1])/(xn – x0) (ODD de ordem n).
Na prática,
(4) os coeficientes dos produtos do polinômio interpolador são os valores D0, D1,
D2, ..., Dn indicados na tabela.
Exemplo 5:
Determine o polinômio interpolador que passe nos pontos (0,2), (1,11),
(3,71) e (5,227).
Exemplo 6:
determinar a função
a) para grau 1, devemos usar dois nós que limitam o valor desejado. Como
22º < 22,8º < 23º, usaremos os nós 22º e 23º
Assim, g1(x) = 0,9272 – 0,0067.(x – 22) g1(22,8º) = 0,9272 –
0,0067.(22,8º - 22º) =
= 0,9272 – 0,0054 = 0,9218.
b) para grau 2, devemos usar os três nós.
Temos g2(x) = 0,9335 + (x – 21).(-0,0063) + (x – 21).(x – 22).(-0,0002)
0,9335 + (22,8 – 21).(-0,0063) + (22,8 – 21).(22,8 – 22).(-0,0002) =
0,9219.
c) para grau 3, devemos usar os quatro nós.
g3(x) = 0,973 + (x – 20)(-0,0395) + (x – 20)(x – 21)(0,0166) + (x –20)(x –
21)(x – 22)(-0,0056)
g3(22,8º) = 0,973 + (22,8 – 20)(-0,0395) + (22,8 – 20)(22,8 – 21)(0,0166)
+ (22,8 –20)(22,8 – 21)(22,8 – 22)(-0,0056) = 0,9234
Exercícios propostos
y 12 5
INTERPOLÇÃO QUADRÁTICA
a) y 13 -2 6
b) y 19 -5 139
y 16 6 24
INTERPOLAÇÃO DE LAGRANGE
4. Um objeto foi lançado para cima sabendo que ele estava no chão e que após 2
segundos a sua altura era 6 metros e no instante de 4 segundos a sua altura era de
20 metros. Veja a tabela abaixo. Determine usando o polinômio de Lagrange a
altura do objeto no instante de 3 segundos.
y (altura) 0 6 20
5. Determine P(x) e P(4) na tabela abaixo, usando o polinômio Interpolador de
Lagrange
x 2 3 5 Resp. P(x) = 2 + 3x + 4x2 P(4) = 78
y 24 47 117
x -1 0 2 5
INTERPOLAÇÃO DE NEWTON
7. Determine, usando o polinômio de Newton, o polinômio P(x) que passa pelos pontos
abaixo:
X -2 0 3 5
y -6 -4 3 59
y 0 14 52 114
10. Dada a tabela abaixo, determine P(x) e P(2), usando o polinômio interpolador de
Newton
x 0 1 3 4 5 Resp. P(x) = - 1 + x + x3 P(2) = 9
y -1 1 29 67 129
x 1 2 4 Resp. P(x) = - 10 + x2
y -9 -6 6
12. Calcular P(7) usando polinômio de Newton, na tabela abaixo:
x 0 3 5 10
y (bactérias) 4 6 24 46