Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução.
1
Segundo Enoque Ribeiro dos Santos, “entende-se por coalização, uma forma efêmera de união, reunião ou agrupamento de
trabalhadores ou empregadores para um determinado objetivo, sem o vínculo da continuidade. Em outras palavras, atingido o
objetivo ou esvaindo-se a determinação dos partícipes, o agrupamento deixa de existir”. O conceito integra o estudo “O Direito
Coletivo do Trabalho sob a Perspectiva Histórica”, constante do Curso de Direito do Trabalho, volume III, Organizadores Jorge
Luís Souto Maior e Marcus Orione Gonçalves Correia, editora Ltr, São Paulo, 2008, p. 13.
Art. 722 - Os empregadores que, individual ou coletivamente, suspenderem os trabalhos dos seus
estabelecimentos, sem prévia autorização do Tribunal competente, ou que violarem, ou se recusarem a
cumprir decisão proferida em dissídio coletivo, incorrerão nas seguintes penalidades:
a) multa de cinco mil cruzeiros a cinquenta mil cruzeiros; (Vide Leis nºs 6.986, de 1982 e 6.205, de 1975)
b) perda do cargo de representação profissional em cujo desempenho estiverem;
c) suspensão, pelo prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, do direito de serem eleitos para cargos de
representação profissional.
§ 1º - Se o empregador for pessoa jurídica, as penas previstas nas alíneas "b" e "c" incidirão sobre os
administradores responsáveis.
§ 2º - Se o empregador for concessionário de serviço público, as penas serão aplicadas em dobro. Nesse
caso, se o concessionário for pessoa jurídica o Presidente do Tribunal que houver proferido a decisão
poderá, sem prejuízo do cumprimento desta e da aplicação das penalidades cabíveis, ordenar o
afastamento dos administradores responsáveis, sob pena de ser cassada a concessão.
§ 3º - Sem prejuízo das sanções cominadas neste artigo, os empregadores ficarão obrigados a pagar os
salários devidos aos seus empregados, durante o tempo de suspensão do trabalho.
Art. 723 - Os empregados que, coletivamente e sem prévia autorização do tribunal competente,
abandonarem o serviço, ou desobedecerem a qualquer decisão proferida em dissídio, incorrerão nas
seguintes penalidades:
a) suspensão do emprego até seis meses, ou dispensa do mesmo:
b) perda do cargo de representação profissional em cujo desempenho estiverem;
c) suspensão, pelo prazo de dois anos a cinco anos, do direito de serem eleitos para cargo de
representação profissional. (Revogado pela Lei nº 9.842, de 7.10.1999)
Art. 724 - Quando a suspensão do serviço ou a desobediência às decisões dos Tribunais do Trabalho for
ordenada por associação profissional, sindical ou não, de empregados ou de empregadores, a pena será:
a) se a ordem for ato de Assembléia, cancelamento do registro da associação, além da multa de Cr$
5.000,00 (cinco mil cruzeiros), aplicada em dobro, em se tratando de serviço público;
b) se a instigação ou ordem for ato exclusivo dos administradores, perda do cargo, sem prejuízo da pena
cominada no artigo seguinte. (Revogado pela Lei nº 9.842, de 7.10.1999)
Art. 725 - Aquele que, empregado ou empregador, ou mesmo estranho às categorias em conflito, instigar a
2
Obra citada, p. 16.
O direito de greve.
3
Direito Individual do Trabalho, editora Síntese, 4ª edição, 2004, Porto Alegre, p. 37.
4
Curso de Direito Constitucional Positivo. Editora Revista dos Tribunais. 5ª edição. São Paulo. 1989, p. 269.
5
Greve de servidores públicos: o direito de greve dos servidores públicos após a decisão do Supremo Tribunal
Federal. Artigo publicado na obra DIREITO COLETIVO DO TRABALHO. Curso de Revisão e Atualização.
Organizadores Candy Florencio Thome e Rodrigo Garcia Schwarz. Editora Campus Elsevier. São Paulo. 2010, p.
272.
6
A Greve no Direito Brasileiro. Editora LTr, 2ª edição. São Paulo, 2009, p. 38.
7
Obra citada, p. 39.
8
O direito de exercer o direito de greve, artigo integrante da obra coletiva DIREITO COLETIVO DO TRABALHO –
Curso de Revisão e Atualização. Organizadores Candy Florencio Thome e Rodrigo Garcia Schwarz. Editora
Campus Elsevier. São Paulo. 2010, p. 256-257.
“1. a greve é um direito fundamental de que devem gozar os trabalhadores e organizações respectivas,
desde que seu exercício se revista de caráter pacífico;
2. a greve é reconhecida em caráter geral como direito dos trabalhadores do setor público e privado,
admitindo-se exceções, como restrições em relação aos funcionários públicos e trabalhadores em serviços
essenciais no sentido estrito e proibições aos membros das Forças Armadas e da polícia, para evitar pôr em
risco a vida, segurança e saúde da população;
3. não se admitem, no âmbito da liberdade sindical, greves puramente políticas, mas sim aquelas que
tenham por finalidade alcançar soluções para as grandes questões de política econômica e social de
interesse dos trabalhadores;
4. é abusiva a proibição de greves de solidariedade, salvo se a greve inicial, com a qual se solidarizam os
trabalhadores, seja, em si, ilegal;
5. é admissível o estabelecimento de serviço mínimo como medida necessária à segurança das pessoas, à
prevenção de acidentes e à segurança das instalações da empresa;
6. é admissível o estabelecimento de serviço mínimo de funcionamento da empresa ou instituição, no caso
de greve em serviços de utilidade pública ou nos serviços públicos de importância transcendental;
7. são aceitáveis como condições para o exercício do direito de greve o aviso prévio, a obrigação de
recorrência à mediação, conciliação ou arbitragem voluntária antes da sua deflagração, a exigência de
quorum mínimo e a celebração de escrutínio secreto para decidir a greve;
8. as restrições aos piquetes de greve devem limitar-se aos casos em que eles não sejam pacíficos;
9. os piquetes não devem impedir o exercício da liberdade de trabalhadores não grevistas;
10. a mobilização compulsória de trabalhadores durante a greve só deve ser admitida em caso de greve em
atividade essencial ou em circunstância de alta gravidade, como as situações de crise nacional aguda;
11. a contratação de trabalhadores em substituição aos grevistas só deve ser admitida nas greves em
serviço essencial ou em situação de crise nacional aguda;
12. são admissíveis disposições legal que prevêem o desconto salarial dos dias parados;
13. deve haver meios de proteção aos dirigentes sindicais e trabalhadores contra atos anti-sindicais pela
participação em greves legítimas;
14. os princípios da liberdade sindical não amparam os excessos no exercício do direito de greve, mas as
9
Obra citada, p. 76.
10
CLT, art. 722: Os empregadores que, individual ou coletivamente, suspenderem os trabalhos dos seus
estabelecimentos, sem prévia autorização do Tribunal competente, ou que violarem, ou se recusarem a cumprir
decisão proferida em dissídio coletivo, incorrerão nas seguintes penalidades: a)multa de 300 (trezentos) a 3.000 (três
mil) valores de referência regionais; b) perda do cargo de representação profissional em cujo desempenho estiverem;
c) suspensão, pelo prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, do direito de serem eleitos para cargos de representação
profissional.
11
Evaristo de Moraes, obra citada, p. 107, traça o perfil prático do boicote, então denominado boycottage: “Consiste
na ação do sindicato quando proíbe aos seus membros trabalharem em determinado estabelecimento industrial, por
esse ou aquele motivo. A fábrica ou oficina, assim lançada no Index sindical, só consegue obter o trabalho dos
poucos operários sem brio profissional e geralmente sem grandes aptidões, que são justamente postos fora da classe,
chamados na Inglaterra blackleg (pernas pretas) e nos Estados Unidos ratos leprosos”.
"Competência jurisdicional. Justiça do Trabalho X Justiça comum. Ação de Interdito Proibitório. Movimento
grevista. Acesso de funcionários e clientes à agencia bancária: ‘piquete’. Art. 114, II, da CF. Jurisprudência
do STF. Competência da Justiça do Trabalho. ‘A determinação da competência da Justiça do Trabalho não
importa que dependa a solução da lide de questões de direito civil’ (Conflito de Jurisdição 6.959), bastando
que a questão submetida à apreciação judicial decorra da relação de emprego. Ação de interdito proibitório
cuja causa de pedir decorre de movimento grevista, ainda que de forma preventiva. O exercício do direito de
greve respeita a relação de emprego, pelo que a EC 45/2003 incluiu, expressamente, na competência da
Justiça do Trabalho conhecer e julgar as ações dele decorrentes (art. 114, II, da CF).” (RE 579.648, Rel. p/ o
ac. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 10-9-2008, Plenário, DJE de 6-3-2009.)
12
Curso de Direito do Trabalho, editora LTr, 4ª edição, 2005, p. 1416.
13
Obra citada, p. 45.
EMENTA: GREVE. NATUREZA POLÍTICA. ABUSIVIDADE. A greve política não é um meio de ação direta
da classe trabalhadora em benefício de seus interesses profissionais, e, portanto, não está compreendida
dentro do conceito de greve trabalhista. Entende-se por greve política, em sentido amplo, a dirigida contra
os poderes públicos para conseguir determinadas reivindicações não suscetíveis de negociação coletiva.
Recurso Ordinário Obreiro parcialmente provido.
Processo: RODC - 454136-20.1998.5.01.5555 Data de Julgamento: 14/06/1999, Relator Ministro: Valdir
Righetto, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DJ 06/08/1999.
14
Artigo citado, p. 257.
(…) 2. GREVE. ABUSIVIDADE. PAGAMENTO DOS DIAS PARADOS. Mantém-se a decisão regional que,
considerando a boa-fé norteadora das negociações e dos termos do acordo parcial apresentado pelas
partes, declarou a não abusividade da greve dos trabalhadores da empresa Prensa Jundiaí S.A. Quanto ao
pagamento dos dias parados, embora o entendimento desta Corte seja no sentido de que,
independentemente de a greve ter sido declarada abusiva, ou não, o empregador não está obrigado ao
pagamento dos salários (art. 7º da Lei nº 7.783/89), in casu, a situação apresentada enquadra-se em uma
das hipóteses de exceção a tal entendimento: o acordo entre as partes. Constatando-se que as partes
definiram, em mesa redonda realizada com a intermediação do Órgão do Ministério do Trabalho e Emprego,
que os dias de paralisação seriam abonados, com o retorno imediato dos trabalhadores grevistas às suas
atividades, mantém-se a decisão regional que declarou a impossibilidade de desconto dos salários,
referente aos dias parados. (…)
Processo: RO - 187-20.2010.5.15.0000 Data de Julgamento: 12/12/2011, Relatora Ministra: Dora Maria da
Costa, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 03/02/2012.
15
O referido dispositivo tinha a seguinte redação: “não será permitida greve nos serviços públicos e atividades
essenciais, definidas em lei”.
16
No caso, o art. 37 da Lei 6.620/78 registrava a seguinte redação: “Cessarem funcionários públicos, coletivamente,
no todo, ou em parte, os serviços a seu cargo. Pena: detenção, de 8 meses a 1 ano”.
17
Obra citada, p. 53.
18
Artigo citado, p. 281.
19
Vê-se, assim, que o STF não admite que a greve provoque a paralisação total do serviço público, devendo ser
exercida sempre de modo parcial.
20
Esta negociação desaguará na solução de pendências envolvendo a categoria e na formulação de protocolo de
intenções, no qual o Executivo comprometer-se-á a enviar projeto de lei para revisão dos salários nos moldes
ajustados. Importante tal ressalva, eis que, em razão do princípio da reserva legal para fixação de patamar
remuneratório para o servidor público, não será possível a formalização de acordo ou convenção coletiva de trabalho
envolvendo tais matérias.
21
Na prática, dificilmente o poder público fará uso da arbitragem para solucionar tais conflitos, em razão dos
interesses públicos envolvidos.
22
Adotou-se o critério pelo qual todo serviço público reveste-se de essencialidade, o que justificaria prazo mais amplo
de comunicação antecedente. No entanto, não se exigiu que os usuários do serviço fossem comunicados da
paralisação, como dita a lei de greve para os serviços essenciais.
23
O julgado reproduz a lei de greve, o que não implica que a competência para julgar o dissídio seja da Justiça do
Trabalho, conforme vimos ocorrido no julgamento do MI 670, no qual o STF distribui a competência para
julgamento do dissídio de greve entre o STJ, TRFs e Tjs.
Locaute.
24
Lock-out. Artigo integrante da obra DIREITO COLETIVO DO TRABALHO. Curso de Revisão e Atualização.
Organização de Candy Florencio Thome e Rodrigo Garcia Schwarz. Editora Campus Elsevier. São Paulo. 2010, p.
296.
26
Artigo citado, p. 257.