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Aula 1

Fontes e Princípios do Direito do Trabalho

Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho para


Bloco 4 do CNU

Prof. Isabella Fernandes Amorim


Prof. Isabella Fernandes Amorim
Eixo Temático 5 - Direito do Trabalho para Bloco 4 do CNU
Aula 1: Fontes e Princípios do Direito do...

Sumário
.......................................................................................................................................................................................

FONTES DO DIREITO DO TRABALHO............................................................................................................. 3

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO........................................................................................................ 11

LISTA DE QUESTÕES..................................................................................................................................... 17

GABARITO.................................................................................................................................................... 32

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS............................................................................................................. 34

RESUMO DIRECIONADO................................................................................................................................ 62

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Fontes do Direito do Trabalho


O que são “fontes”?

As fontes consistem na origem, no início do qual emana o Direito, ou seja, é a expressão utilizada para designar a
origem das normas jurídicas. Além de ser a origem das normas jurídicas, as fontes também são o fundamento de
validade das demais normas e representam a própria exteriorização do Direito.

Classificação das fontes do Direito do Trabalho


No Direito do Trabalho, as fontes se classificam em fontes materiais e fontes formais.

Fontes formais:

As fontes formais, consistem na regra materializada e exteriorizada. É a própria norma positivada e, geralmente,
estão na forma escrita. Além da imperatividade, as fontes formais se caracterizam por serem de caráter geral,
impessoal e abstrato.
“As fontes formais do direito do trabalho apresentam um caráter geral, impessoal e abstrato, já que se aplicam a
todas as relações de trabalho e a todos os trabalhadores, independentemente de suas características individuais.”
As fontes formais autônomas, também chamadas de “extraestatais”, são aquelas cuja formação se caracteriza pela
participação dos destinatários das regras produzidas, sem a interferência de terceiros. Assim, o empregado e o
empregador participam da elaboração da norma.
São exemplos de fontes formais autônomas o acordo coletivo de trabalho e a convenção coletiva de trabalho, que
contam com a participação dos trabalhadores e dos empregadores, normalmente representados pelos seus respectivos
Sindicatos.
As fontes formais heterônomas, também chamadas de “imperativas” ou “estatais”, são aquelas elaboradas e
materializadas por um agente externo, um terceiro, sem a participação direta dos destinatários das regras.
Normalmente, esse agente externo é o Estado.
São exemplos de fontes formais heterônomas: A Constituição Federal, as leis e as sentenças normativas.

A seguir, vamos estudar em detalhes as diversas espécies de fontes formais, bem como a hierarquia a ser observada
quando houver aparente conflito entre elas – ressalto, desde já, que essa hierarquia sofreu uma alteração muito
significativa com a Reforma Trabalhista.
Fontes materiais:

As fontes materiais, por sua vez, representam o momento “pré-jurídico”, pois são os fatores e movimentos sociais,
políticos e econômicos que inspiram, estimulam e até mesmo pressionam os criadores das normas. Sendo assim, a
fonte material não é cogente, ou seja, não é obrigatória, pois apenas atua como fase preliminar das normas
obrigatórias, não é ela que vai ditar a conduta a ser adotada.
A Revolução Industrial, ocorrida no século XVIII, por exemplo, constitui fonte material do Direito do Trabalho, pois em
razão do trabalho extenuante e dos baixos salários, os trabalhadores se mobilizaram em busca de melhores condições,
conquistando a edição de normas trabalhistas para reduzir a exploração que vinha ocorrendo.
Além desse exemplo histórico, podemos citar um exemplo que sempre aparece em provas: a greve! A greve consiste
na pressão exercida pelos trabalhadores em busca de melhores condições de trabalho, de modo que essas
reivindicações podem inspirar, estimular e pressionar o Estado a elaborar normas mais favoráveis aos trabalhadores –
ou, ainda, pressionar as empresas a elaborarem acordos ou convenções coletivas.

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A fonte material não é cogente, ou seja, não é obrigatória, pois apenas atua como fase preliminar das normas
obrigatórias. Não é ela que vai ditar a conduta a ser adotada.
Agora vamos estudar cada uma delas, pegue o seu café e fique atento.

Fontes Formais Heterônomas


Vimos que as fontes formais heterônomas são aquelas materializadas por um agente externo, um terceiro, que
normalmente é o Estado, sem a participação direta dos destinatários das regras. Sendo assim, podemos identificar as
fontes formais heterônomas como: Constituição Federal, tratados e convenções internacionais, leis, medidas
provisórias, decretos, sentenças normativas e súmulas vinculantes.

Constituição Federal

A Constituição Federal é a norma suprema e fundamental que dá validade às demais normas, isto é, as normas não
podem ser contrárias à Constituição Federal, sob pena de serem consideradas inconstitucionais. A Constituição Federal
estabelece o conteúdo normativo mínimo do Direito do Trabalho, pois apresenta um patamar mínimo de direitos
sociais, servindo como parâmetro para elaboração de fontes autônomas e as demais fontes heterônomas.
Com relação ao Direito do Trabalho, destacam-se os artigos 6º a 11 da Constituição Federal, que tratam dos direitos
constitucionais dos trabalhadores, incluindo a associação sindical e o direito de greve.

Tratados e convenções internacionais

Os tratados e convenções internacionais são fontes criadas por organismos internacionais, tais como: as Convenções da
OIT – Organização Internacional do Trabalho – e os Tratados internacionais sobre Direito do Trabalho; eles trazem um
patamar civilizatório mínimo a ser observado pelos países participantes.
Tais normas terão validade no Brasil desde que ratificadas, ou seja, aprovadas pelo Congresso Nacional (artigos 49, I,
e 84, VIII, da Constituição Federal), quando não ratificadas internamente, podem se enquadrar como fontes
materiais do Direito do Trabalho, ou seja, podem inspirar a elaboração de normas internas que estejam em harmonia
com tais instrumentos internacionais. Sendo assim, em regra, os tratados internacionais ingressam na ordem jurídica
interna com status de norma infraconstitucional (status de lei). Os tratados referentes a direitos humanos possuem
patamar superior (supralegal ou constitucional), a depender do quórum de aprovação.
Veja o que o art. 5º, §3º, da Constituição Federal diz sobre o assunto.

Art. 5º, § 3º, CF - Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.

Leis

As leis trabalhistas são elaboradas pelo Congresso Nacional, que representa o Poder Legislativo federal. Sendo assim,
compete privativamente à União legislar sobre Direito do Trabalho (artigo 22, I, da Constituição Federal).
Art. 22, I, CF\ 88- Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

(…)

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Como exemplo de lei trabalhista, temos a Lei Complementar 150/2015, que trata do trabalho dos empregados
domésticos, e a Lei 5.889/1973, que regulamenta o trabalho rural. Além das leis trabalhistas, leis de outros ramos do
Direito (“direito comum”) também podem ser utilizadas como fonte, pois o artigo 8º, § 1º, da CLT.
Art. 8º, § 1º, CLT - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

Decretos

Os decretos são atos do Poder Executivo que regulamentam as leis, explicando como será, na prática, o
funcionamento de determinada lei já publicada (artigo 84, IV, da Constituição Federal). Exemplo: o Decreto 57.155/1965,
que regulamenta a Lei 4.090/1962, sobre a gratificação natalina (13º salário).
Sendo assim, então, o que seria “decreto-lei”? Esse tipo de ato era comum em épocas ditatoriais, quando o
Presidente da República, em razão dos elevados poderes que possuía, acumulava os Poderes Legislativo e Executivo e
podia editar os chamados “decretos-lei”.
Atualmente, os atos normativos do Poder Executivo que podem ser fontes do Direito do Trabalho são, portanto, os
decretos e as medidas provisórias que versem sobre matéria trabalhista.

Sentenças normativas

As sentenças normativas são a exteriorização do poder normativo da Justiça do Trabalho, ou seja, isso ocorre quando
empregados e empregadores não conseguem negociar diretamente, não chegam a um acordo e, então, por meio de
seus sindicatos, instauram um dissídio coletivo perante o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) para que este decida a
questão.
O fruto dessa decisão oriunda da Justiça do Trabalho será justamente uma sentença normativa, que criará normas
gerais e abstratas aplicáveis às categorias envolvidas. A possibilidade de dissídio coletivo está prevista no artigo 114, §
2º, da Constituição Federal.
Art. 114, § 2º, CF - Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de
comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito,
respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
Por fim, é importante lembrar que o prazo máximo de vigência da sentença normativa é de quatro anos, esse prazo
encontra-se no artigo 868, parágrafo único, da CLT, veja a seguir:
Art. 868, parágrafo único, CLT - O Tribunal fixará a data em que a decisão deve entrar em execução, bem como o prazo
de sua vigência, o qual não poderá ser superior a 4 (quatro) anos.

Fontes formais autônomas


Vimos que as fontes formais autônomas são aquelas cuja formação se caracteriza pela participação dos destinatários
das regras produzidas, sem a interferência de terceiros. Deste modo, o empregado e o empregador participam da
elaboração da norma. Sendo assim, as formais autônomas são: acordo coletivo de trabalho, convenção coletiva de
trabalho e usos e costumes.

Acordo coletivo de trabalho

O acordo coletivo de trabalho é o acordo firmado pelo sindicato de uma categoria profissional com uma ou mais
empresas da correspondente categoria econômica. Esse acordo estipulará as condições de trabalho aplicáveis no

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âmbito da empresa ou das empresas participantes (artigo 611, § 1º, da CLT). O acordo coletivo de trabalho é, portanto, o
acordo entre a empresa (ou grupo de empresas) e o sindicato da categoria profissional (trabalhadores).

Convenção coletiva de trabalho

A convenção coletiva de trabalho, por sua vez, é mais abrangente: é o acordo entre os dois sindicatos: de um lado, o
sindicato profissional (trabalhadores) e, do outro, o sindicato da categoria econômica (empregadores). A Convenção
Coletiva de Trabalho estipulará as condições de trabalho aplicáveis às relações individuais de trabalho na base territorial
do sindicato (artigo 611, caput, da CLT).
O Acordo Coletivo de Trabalho e a Convenção Coletiva de Trabalho são, portanto, resultado de negociação coletiva.
A diferença essencial entre eles é que o Acordo Coletivo de Trabalho é um acordo celebrado entre uma ou mais
empresas com o sindicato dos trabalhadores (sem a participação do sindicato patronal), enquanto a Convenção
Coletiva de Trabalho é o acordo celebrado entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal.
Tais instrumentos normativos, que são específicos do Direito do Trabalho, têm previsão constitucional: o artigo 7º,
XXVI, da Constituição Federal assegura o “reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho”.
Outro ponto muito importante é que o acordo coletivo de trabalho e a convenção coletiva de trabalho têm vigência
máxima de 02 anos, sendo vedada a ultratividade (artigo 614, § 3º, da CLT), ou seja, os direitos previstos nessas
normas só são válidos enquanto as normas estiverem vigentes. É preciso fazer outro acordo ou convenção coletiva
quando a vigência acaba. Caso contrário, os direitos ali previstos não valerão mais. Essa vedação à ultratividade foi
inserida pela Reforma Trabalhista e contraria a Súmula 277 do TST, que deve ser cancelada ou alterada.
Artigo 614, § 3º, da CLT - Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho
superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade.
Por fim, é importante lembrar que, com a Reforma Trabalhista, as normas coletivas ganharam mais força, o que se
depreende, por exemplo, do artigo 8º, § 3º, da CLT, que estabelece que, ao examinar uma norma coletiva (ACT ou CCT),
a Justiça do Trabalho limitará sua análise aos elementos essenciais do negócio jurídico (agente capaz, objeto lícito,
possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei), intervindo minimamente na
autonomia da vontade coletiva.
Art. 8º, § 3º, CLT - No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará
exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na
autonomia da vontade coletiva.

Usos e costumes

Os usos e costumes, embora citados conjuntamente no artigo 8º da CLT, e apesar de serem mencionados em alguns
livros como se fossem sinônimos, tecnicamente têm conceitos distintos.
Uso é a “prática habitual adotada no contexto de uma relação jurídica específica”, que produz efeitos apenas no âmbito
desta relação. É como uma cláusula tacitamente ajustada entre empregado e empregador. Não é considerado, pela
doutrina, como fonte, tendo apenas caráter de cláusula contratual.
O costume, por sua vez, é considerado norma jurídica e consiste na “prática habitual adotada no contexto mais amplo
de certa empresa, categoria, região, etc.”, que estabelece um padrão de conduta geral e impessoal que ocorre dentro
de uma determinada região ou da própria empresa, sendo aplicável a outros trabalhadores que se encontrem no
mesmo contexto. Como são práticas adotadas pelas próprias classes envolvidas (empregado e empregador), classifica-
se como fonte formal autônoma.
ATENÇÃO: Tecnicamente, “uso” não é fonte do Direito, mas “costume” é! Porém, as bancas de concursos têm usado
essas expressões como sinônimas. Portanto, para questões de concursos, os usos e costumes são considerados fontes
formais autônomas do Direito do Trabalho.

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Figuras Controvertidas
Além das fontes já mencionadas anteriormente, temos também algumas figuras chamadas pela doutrina de “figuras
especiais”, “figuras polêmicas” ou “controvertidas”, isso porque há certa divergência acerca da classificação delas como
fonte ou não e, ainda, que tipo de fonte seria.

Jurisprudência

A jurisprudência é o modo pelo qual o Poder Judiciário aplica reiteradamente o Direito. São as decisões reiteradas dos
tribunais. Dizemos que a jurisprudência é “consolidada” quando foi sintetizada em um Súmula.
Súmula é um “enunciado de tese fixada por um tribunal, no julgamento de casos assemelhados”. Atualmente, há 463
Súmulas do TST. No Direito do Trabalho, temos também as Orientações Jurisprudenciais, que são orientações
editadas pelos Tribunais com a finalidade de uniformizar o julgamento de matérias semelhantes.
Há divergência doutrinária a respeito da classificação ou não da jurisprudência como fonte do Direito. Para concursos
públicos, porém, predomina a ideia de que a jurisprudência, desde que não seja Súmula Vinculante, não é fonte,
sendo apenas uma forma de interpretação do Direito, neste sentido, a Reforma Trabalhista inseriu o § 2º no artigo 8º da
CLT, que limita a força da jurisprudência consolidada, pois afirma:
Art. 8º, § 2º, CLT - Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos
Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não
estejam previstas em lei.

Princípios

Os princípios consistem em proposições, ideais que fundamentam e inspiram o legislador na elaboração da norma,
além de atuar como fator de integração e interpretação, ao preencher eventuais lacunas na lei. Os princípios são
classificados, pelo posicionamento doutrinário mais moderno, como fonte formal do Direito, em virtude de sua
natureza normativa. São exemplos de princípios do Direito do Trabalho: a continuidade da relação de emprego e a
primazia da realidade.
- Regulamento de empresa

O regulamento da empresa é o conjunto de regras que organizam a o funcionamento e o trabalho em uma empresa,
sendo uma espécie de anexo do contrato de trabalho. Sendo assim, a doutrina majoritária entende que o regulamento
é fonte formal autônoma desde que tenha contado com participação dos empregados em sua elaboração, inclusive
com a participação do sindicato profissional correspondente. Contudo, se a criação do regulamento não teve a
participação dos empregados, ou seja, se foi imposto pelo empregador, a doutrina entende que se trata de fonte
formal heterônoma. Para alguns autores, contudo, o regulamento não é considerado fonte.

Doutrina

A doutrina consiste no entendimento de renomados pesquisadores, estudiosos e autores jurídicos. A doutrina auxilia e
orienta o operador do Direito na aplicação da norma. Embora seja de suma importância para a prática jurídica, a
doutrina não é considerada fonte, pois não vincula, isto é, não é de observância obrigatória pelos Juízes e demais
aplicadores do Direito.

Contrato de trabalho

O contrato de trabalho, também conhecido como “cláusulas contratuais” consiste no contrato pactuado entre
empregador e empregado quando do início de uma relação de trabalho, nesse constam os direitos e deveres das partes.

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Nesse sentido, podemos dizer que as cláusulas não podem ser genéricas e impessoais, ao contrário, elas são bem
específicas, destinando-se apenas às partes envolvidas. Por esse motivo, existe entendimento doutrinário no sentido de
que o contrato de trabalho não é fonte do Direito do Trabalho, mas por outro lado, por ser norma concreta e de
observância obrigatória pelas partes, também há entendimento de que o contrato de trabalho é fonte. Para concursos
públicos, o entendimento das bancas tem sido no sentido de que o contrato de trabalho é fonte formal autônoma.

Analogia e Equidade

A analogia é o método pelo qual o intérprete estende o sentido e o alcance de uma norma a casos por ela não previstos,
ou seja, é a aplicação de outra norma jurídica ao caso concreto, na falta de disposições legais ou contratuais específicas.
O processo analógico é, portanto, um procedimento comparativo, objetivando o efeito normativo sobre caso
concreto.
Exemplo: o artigo 244 da CLT dispõe acerca das horas em “prontidão” e “sobreaviso”. Essa regra é voltada
especificamente aos ferroviários. Porém, leis posteriores estenderam a aplicação destes institutos a outras categorias,
como os eletricitários e os petroleiros. Atualmente, são aplicados, por analogia, a outros trabalhadores. Assim, quando
o § 3º do artigo 244 da CLT fala em “ficar nas dependências da estrada”, deve-se interpretar como “ficar nas
dependências da empresa”.
Já a equidade não é fonte, mas sim um método de interpretação e aplicação da norma jurídica. Consiste na ideia de
equilíbrio, de justiça, que deve nortear o Juiz ao decidir uma questão que não se enquadra com perfeição em nenhuma
previsão legal. O artigo 766 da CLT apresenta um exemplo de aplicação da equidade ao decidir, pois afirma:
Art. 766, CLT - Nos dissídios sobre estipulação de salários, serão estabelecidas condições que, assegurando justos
salários aos trabalhadores, permitam também justa retribuição às empresas interessadas.
Além disso, a equidade pode ser utilizada mesmo quando há lei que trate do assunto sob análise, desde que, no caso
concreto, se faça necessária uma interpretação mais branda, amenizando o rigor da norma jurídica para que se chegue
a uma decisão mais justa e equânime.
ATENÇÃO: Para concurso público, é fundamental memorizar o artigo 8º da CLT, pois há inúmeras questões que
perguntam quais são as fontes ou métodos de integração expressamente previstos na CLT.
Então vamos ler esse artigo.

Artigo 8º, caput, CLT - “As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público”.
§ 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

§ 2º Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais
Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam
previstas em lei.
§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a
conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade
coletiva.
A seguir, estudaremos a hierarquia das fontes e, na sequência, serão apresentados os princípios específicos do Direito
do Trabalho.

Hierarquia das fontes

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Nos demais ramos do Direito, há uma rígida hierarquia entre as fontes formais, representada pela “pirâmide de
Kelsen”, ou seja, no topo da pirâmide, está a Constituição Federal, seguida pelas leis, depois os decretos e, por fim, as
resoluções. Porém, no Direito do Trabalho, não se aplica essa hierarquia rígida, isso ocorre porque, em razão do
princípio da proteção ao trabalhador, do qual decorre o critério de aplicação da norma mais favorável, ficará no
“topo” a norma que for mais favorável ao empregado.
É importante lembrar que aqui no direito do trabalho, os contratos de trabalho não prevalecem sobre normas colevivas,
além disso, não será aplicado o critério cronológico em relação as normas, ou seja, norma B não prevalecerá sobre
norma A apenas por ter sido cridada posteriomente, salvo em caso de revogação da norma A.
Por fim, com o advento da Reforma Trabalhista flexibilizou-se o princípio da aplicação da norma mais favorável,
apresentando duas exceções:

Se houver um ACT e uma CCT aplicáveis ao mesmo tempo sobre uma relação de emprego e houver
divergência, o Acordo Coletivo de Trabalho sempre prevalecerá sobre a Convenção Coletiva de Trabalho,
mesmo que seja menos benéfico, conforme determina o artigo 620 da CLT, com redação dada pela Reforma
trabalhista.
A norma coletiva (ACT/CCT) prevalecerá sobre a lei, mesmo que seja menos benéfica ao trabalhador (é o
famoso “negociado sobre o legislado”). Por isso, o artigo 8º, § 3º, da CLT afirma que a Justiça do Trabalho, ao
examinar uma norma coletiva, balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da
vontade coletiva.

A Reforma Trabalhista inseriu na CLT o artigo 611-A, com 15 incisos que são um rol exemplificativo de direitos que
podem ser negociados, resultando em Acordo Coletivo de Trabalho ou Convenção Coletiva de Trabalho, em detrimento
da lei. Por exemplo: banco de horas anual e teletrabalho.
Por outro lado, o artigo 611-B da CLT, também inserido pela Reforma Trabalhista, elenca os direitos que não podem
ser reduzidos, tampouco suprimidos, por norma coletiva, pois representam um patamar mínimo que deve ser
respeitado. São, praticamente, os direitos constitucionais previstos no artigo 7º da Constituição Federal (exceto a PLR),
como por exemplo: o salário mínimo e as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho.
Artigo 611-A da CLT = apresenta um rol exemplificativo de direitos a respeito dos quais “o negociado prevalece sobre o
legislado”, isto é, o que estiver previsto em acordo ou convenção coletiva prevalecerá sobre a lei, mesmo que esta seja
mais benéfica.
Artigo 611-B da CLT = apresenta um rol de direitos que não podem ser reduzidos, tampouco suprimidos. Representam
um patamar mínimo de direitos.

Teorias atomista e do conglobamento


Então, salvo essas duas exceções, prevalecerá a norma mais favorável ao empregado. Contudo, talvez não seja muito
claro descobrir qual seria a norma mais favorável em um caso concreto. Por exemplo: ao comparar duas leis, uma lei
traz regras mais vantajosas do que outra a respeito de adicional de horas extras, mas menos vantajosas no que se refere
a férias. Como definir qual é a norma mais favorável?
Há duas teorias principais que podem ser utilizadas para definir qual é a norma mais favorável a ser aplicada ao
empregado: a teoria da atomista e a teoria do conglobamento.
Segundo a teoria da atomista (também chamada de “teoria acumulação” ou “da soma”), devem ser aplicados ao
empregado os dispositivos mais favoráveis de cada norma, selecionando e “acumulando” os preceitos favoráveis ao
empregado, isto é, poderiam ser usadas todas as normas ao mesmo tempo, “pinçando” os dispositivos mais favoráveis
e ignorando os prejudiciais, como se criasse uma outra norma, contendo apenas os pontos mais favoráveis ao

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empregado. A aplicação desta teoria não é recomendável, pois fragmenta o sistema jurídico e onera em demasia o
empregador.
Na teoria do conglobamento (também chamada de “teoria do conjunto” ou “em bloco”), deverá ser aplicada a fonte
em sua totalidade, ou seja, deve-se aplicar a norma que, como um todo, seja mais favorável ao trabalhador, sem ficar
escolhendo quais assuntos serão aplicáveis. Se, de modo geral, a norma “A” tem mais vantagens que a norma “B”,
então deve ser aplicada integralmente a norma “A”, ou seja, as normas devem ser comparadas em sua integralidade.
Outra teoria existente é a teoria do conglobamento mitigado (também chamada de teoria “eclética”, “mista”,
“intermédiária” ou “orgânica”), nela as normas devem ser comparadas por assunto, de acordo com o critério da
especialização, retirando-se de cada norma o título mais favorável ao trabalhador.
Exemplo: de modo geral, no assunto “trabalho noturno”, a norma A é mais benéfica que a norma B, então, para este
assunto, vamos sempre usar a norma A, mesmo que, em algum detalhe, a norma B seja melhor, por exemplo: não vou
poder aplicar o valor do adicional noturno previsto na norma “A” e querer usar a redução ficta da hora noturna prevista
na norma B, pois, para o assunto “trabalho noturno”, já foi definido que será utilizada a norma A. Então, de acordo com
a teoria do conglobamento mitigado, a aplicação se dá por matéria, ou seja, por assunto.
A Lei 7.064/1982, que dispõe sobre trabalhadores brasileiros contratados ou transferidos para prestar serviços no
exterior, acolheu a teoria do conglobamento mitigado, pois em seu artigo 3º, II, determina que será assegurada ao
trabalhador “a aplicação da legislação brasileira de proteção ao trabalho, naquilo que não for incompatível com o
disposto nesta Lei, quando mais favorável do que a legislação territorial, no conjunto de normas e em relação a cada
matéria”.
Por fim, é imperativo dizer que essas teorias se relacionam com o princípio da norma mais favorável, que é um dos
princípios protetivos do Direito do Trabalho, que será o tema que estudaremos a seguir é justamente os princípios do
Direito do Trabalho. Vamos lá!

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Princípios do Direito do Trabalho


Os princípios são considerados “verdades fundantes de um sistema de conhecimento” e podem ser definidos como
“enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico,
quer para sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas”. Em outras palavras, os princípios são
como regras gerais abstratas que revelam os preceitos mais importantes de um ordenamento jurídico.
O Direito do Trabalho, por ser um ramo autônomo do Direito, possui princípios específicos, também chamados de
princípios “especiais” ou “peculiares”, que são: proteção (que se desdobra em in dubio pro operário, norma mais
favorável e condição mais benéfica), irrenunciabilidade ou indisponibilidade de direitos, continuidade da relação de
emprego, primazia da realidade, inalterabilidade contratual lesiva e intangibilidade salarial.
A seguir, estudaremos cada um dos princípios específicos do Direito do Trabalho.

Princípio da proteção

O princípio da proteção é um dos mais abrangentes e importantes do Direito do Trabalho, ele consiste em estabelecer o
equilíbrio na relação de trabalho, favorecendo o polo hipossuficiente, ou seja, o polo mais fraco da relação de trabalho,
que é o empregado. Esse desequilíbrio existe em razão do poder econômico do empregador e da subordinação do
empregado. Então é possível dizer que esse princípio, abrange mecanismos para proteger o trabalhador, diminuindo a
desigualdade da relação de trabalho, de modo a impedir a exploração do capital sobre o trabalho humano e viabilizar
melhores condições de vida aos trabalhadores.
O princípio da proteção se desmembra em outros três princípios, de acordo com a clássica divisão do doutrinador
Américo Plá Rodriguez, que são: i) o princípio in dubio pro operário, ii) o princípio da aplicação da norma mais favorável e
iii) o princípio da condição mais benéfica.
Vamos analisar cada um desses desdobramentos.

Condição mais benéfica

Consiste em assegurar ao trabalhador que as condições originalmente previstas no regulamento da empresa ou em seu
contrato de trabalho, se forem mais benéficas, prevalecerão mesmo quando houver uma norma posterior dispondo
sobre o mesmo assunto. Desse modo, a nova regra só afetará quem for admitido após o início de sua vigência.
A Súmula 51, I, do TST é um exemplo de aplicação do princípio da condição mais benéfica com relação ao regulamento
da empresa, pois ela afirma: As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas
anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
Outro exemplo é a Súmula 202 do TST, que diz: Existindo, ao mesmo tempo, gratificação por tempo de serviço
outorgada pelo empregador e outra da mesma natureza prevista em acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença
normativa, o empregado tem direito a receber, exclusivamente, a que lhe seja mais benéfica.
Portanto, de acordo com o princípio da condição mais benéfica, as vantagens conquistadas pelo trabalhador só poderão
ser modificadas para melhor.

Norma mais favorável

O princípio da aplicação da norma mais favorável, como o próprio nome sugere, informa que será aplicada a norma
mais favorável ao trabalhador, independentemente da posição hierárquica da norma, como vimos no capítulo anterior,
a respeito da hierarquia das fontes, sendo assim, uma lei pode prevalecer, até mesmo, sobre a Constituição Federal, se
apresentar uma norma mais favorável.

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Até mesmo na elaboração de uma norma trabalhista, o legislador deve observar este princípio, estabelecendo regras
que sejam mais favoráveis ao trabalhador. É por isso que o artigo 7º da Constituição Federal menciona: “São direitos
dos trabalhadores (..), além de outros que visem à melhoria de sua condição social”. Nota-se, portanto, que objetivo
das normas deve ser sempre a melhoria das condições do trabalhador.
Porém, lembre-se que a Reforma Trabalhista flexibilizou este princípio: se houver divergência entre um Acordo Coletivo
de Trabalho e uma Convenção Coletivo de Trabalho, prevalecerá o Acordo, por ser mais específico, ainda que seja mais
prejudicial ao empregado (artigo 620 da CLT). Ademais, se houver conflito entre uma lei e uma norma coletiva,
prevalecerá a norma coletiva (artigos 611-A e 611-B da CLT).

In dubio pro operario

A expressão in dubio pro operário, equivale a “na dúvida, em prol do trabalhador”. Significa que, se houver duas ou mais
formas possíveis de se interpretar uma norma trabalhista, o Juiz optará pela interpretação mais favorável ao
empregado.
É importante ressaltar que o princípio in dubio pro operário não se aplica no âmbito processual. No processo do
trabalho, as partes terão o mesmo tratamento, tendo, por exemplo, o mesmo prazo para interpor um recurso.
Lembre-se: o princípio in dubio pro operário tem relação com a interpretação das normas, quando houver dúvida. Não é
possível recorrer a esse princípio, por exemplo, se o Juiz ficar em dúvida sobre o julgamento ao analisar as provas de um
processo. O empregado deve comprovar suas alegações, pois, no âmbito processual, o princípio in dubio pro operário
não irá favorecê-lo.

Princípio da primazia da realidade

O princípio da primazia da realidade também chamado de princípio do contrato realidade, consiste na predominância
da realidade sobre a forma, ou seja, a verdade real se sobrepõe a documentos ou disposições contratuais escritas. A
palavra “primazia” significa “prioridade”, então, de acordo com este princípio, será dada prioridade à verdade real, em
detrimento de eventuais documentos ou contratos escritos. Segundo o princípio da primazia da realidade, é preciso
verificar se os documentos correspondem à realidade.
Exemplo: Luiz foi contratado como estagiário e assinou um contrato escrito de estágio. Porém, na prática, o Luiz tinha
jornada de 8 horas diárias, cumpria ordens do empregador e a empresa não tinha qualquer proposta pedagógica. Desse
modo, embora haja um contrato escrito de estágio, está configurada a relação de emprego e Luiz poderá pleitear o
reconhecimento do vínculo empregatício na Justiça do Trabalho.
A Súmula 12 do TST informa que “as anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não
geram presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum". Isso significa que a presunção de veracidade de tais
anotações é apenas relativa e, portanto, admite prova em contrário. No mesmo sentido, a Súmula 225 do STF afirma:
“Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional.”
Exemplo: está anotado na Carteira de Trabalho que o cargo do trabalhador era “auxiliar de serviços gerais” em uma loja,
mas, na prática, ele atuava como vendedor, então, ele poderá produzir provas de que o que consta no documento não
corresponde à realidade.
Nota-se que esse princípio na prática tem o condão de alterar o contrato pactuado, pois não são os documentos que
definem a verdadeira relação jurídica havida entre as partes, mas sim os fatos, isto é, a realidade fática.
Exemplo: o controle de ponto de Luiz demonstra a marcação no horário contratual (aquele pactuado no momento da
contratação). Porém, na realidade, o empregador determinava que Luiz marcasse o ponto e permanecesse
trabalhando, a fim de burlar o pagamento de horas extras. Se Luiz ajuizar uma reclamação trabalhista, ainda que o
empregador apresente os controles de ponto com anotações sem horas extras, Luiz poderá demonstrar, por outros
meios, tais como a prova testemunhal, que aquele documento não corresponde à realidade dos fatos.

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É importante ressaltar uma exceção quanto ao princípio da primazia da realidade: desvio de função de empregado
público (concursado regido pela CLT) não enseja reenquadramento na função. Por exemplo: a pessoa foi aprovada no
concurso de técnico em uma empresa pública, mas, na prática, trabalhava como analista. Neste caso, “a jurisprudência
reconhece o direito às diferenças salariais, mas não ao reenquadramento, nem sempre determinando o retorno ao
cargo anterior”. O reenquadramento (mudança de cargo) não poderia ocorrer pois violaria o requisito da aprovação
prévia em concurso público para exercer o outro cargo (artigo 37, II, da Constituição Federal).
OJ 125, SDI-1, TST - O simples desvio funcional do empregado não gera direito a novo enquadramento, mas apenas às
diferenças salariais respectivas, mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/1988.
Por fim, é imperativo dizer que, princípio da primazia da realidade é muito importante para o Direito do Trabalho, pois
busca revelar a verdade real, contribuindo para a tomada de decisões mais justas.

Princípio da intangibilidade salarial

O princípio da intangibilidade salarial protege o salário do empregado, considerando-se seu caráter alimentar, por ser
o meio de prover os alimentos do trabalhador e de sua família, atendendo, portanto, às necessidades essenciais do ser
humano, é por esse motivo que este princípio tem relação com um importante princípio jurídico geral: a dignidade da
pessoa humana. Essa proteção do salário refere-se a possíveis condutas prejudiciais por parte do empregador, dos
credores do empregado e, ainda, dos credores do empregador.
O artigo 459 da CLT, por exemplo, determina:

Art. 459, CLT - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por
período superior a 1 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações.
A respeito de descontos no salário, o artigo 462 da CLT (muito cobrado em provas!) prevê três possibilidades:

Art. 462, CLT - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este
resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo.
E se o empregado causar algum dano, ele poderá sofrer desconto? Sim, em dois casos.

1) esta possibilidade tenha sido acordada (exemplo: consta uma cláusula no contrato de trabalho prevendo essa
possibilidade de desconto);
2) se houve dolo do empregado, ou seja, se foi de propósito (exemplo: jogou no chão e quebrou, intencionalmente, um
objeto que estava à venda na loja em que trabalha).
Art. 462, § 1º, CLT - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde que esta possibilidade
tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Então, vimos que há quatro situações previstas na CLT em que os descontos no salário são lícitos: adiantamentos,
dispositivos de lei, contrato coletivo e os descontos em razão de dano causado pelo empregado (desde que esta
possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado).
Além destas hipóteses, a Súmula 342 do TST destaca a possibilidade de o empregado autorizar alguns descontos
específicos.
Súmula 342, TST - Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do
empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência
privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de
seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de
outro defeito que vicie o ato jurídico.
Sendo assim, o princípio da irredutibilidade salarial é derivado do princípio da intangibilidade. Segundo este princípio,
a regra é que o salário não deve ser reduzido.

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Um exemplo da aplicação deste princípio foi veiculado no Informativo nº 180 do TST: neste caso, uma empresa, por
mera liberalidade, havia estipulado uma base de cálculo mais benéfica que o salário mínimo para o pagamento do
adicional de insalubridade. Segundo o artigo 192 da CLT, a base de cálculo é o salário mínimo, mas a empresa quis
colocar como base de cálculo o salário básico dos empregados, o que ensejava um adicional maior. Porém, um tempo
depois, a empresa quis voltar a utilizar o salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade. O TST não
permitiu esta alteração, por entender que se trata de direito adquirido dos empregados e que esta nova alteração
ofenderia aos princípios da inalterabilidade contratual lesiva e da irredutibilidade salarial.
Portanto, em regra, o salário não deve ser reduzido. Todavia, a própria Constituição Federal apresenta exceções a esta
regra. O artigo 7º, VI, prevê a “irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo”. Assim, há
permissão para a redução salarial, desde que haja negociação coletiva para tal.
Por fim, é importante ressaltar que os empregados que forem afetados pela redução do salário ou da jornada devem ter
proteção contra dispensa imotivada durante o período de vigência ado acordo ou convenção coletiva, conforme
estabelece o artigo 611-A, § 3º, da CLT.
Art. 611-A, § 3º, CLT - Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência
do instrumento coletivo.

Princípio da Continuidade da Relação de Emprego

O princípio da continuidade da relação de emprego, também chamado de princípio da “subsistência contratual”,


consiste na presunção de que os contratos de emprego são pactuados por prazo indeterminado, ou seja, não há prazo
previamente fixado para o seu fim.
Diversos dispositivos legais e constitucionais demonstram a aplicabilidade do princípio da continuidade da relação de
emprego, tornando a dispensa imotivada mais onerosa ao empregador, justamente para desestimular o término das
relações contratuais, sobretudo por iniciativa do empregador.
Por exemplo:

O artigo 7º, I, da Constituição Federal, afirma que a relação de emprego é “protegida contra despedida arbitrária ou
sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos”. Note
que, se o empregado pede demissão, não há indenização compensatória. Porém, se partir do empregador a vontade de
romper o contrato de trabalho, ele deverá pagar uma indenização, que atualmente é a multa de 40% sobre os depósitos
do FGTS do trabalhador.
O artigo 7º, XXI, da Constituição Federal, determina que o aviso prévio é “proporcional ao tempo de serviço, sendo no
mínimo de trinta dias” e a Lei 12.506/2011 instituiu a proporcionalidade do aviso prévio, de modo a acrescentar 3 dias por
ano de serviço prestado na mesma empresa. Isso faz com que, quanto maior a duração do contrato de trabalho, mais
caro ficará para o empregador dispensar o empregado, o que desestimula as demissões.
O artigo 10 da CLT determina que “qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos
por seus empregados”, reforçando a ideia de que a regra é que o contrato de emprego continue, mesmo que a empresa
sofra alterações societárias.
Outra consequência do princípio da continuidade da relação de emprego é que ela gera presunções favoráveis ao
empregado. Neste sentido, a Súmula 212 do TST informa:
Súmula 212, TST - O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável
ao empregado.
ATENÇÃO- A Súmula 212 do TST cai muito em concursos! Vale a pena memorizar!

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São exceções ao princípio da continuidade os contratos por prazo determinado, e os contratos de trabalho
temporário.
Os contratos por prazo determinado só serão válidos em três hipóteses, previstas no artigo 443, § 2º, da CLT:

§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da
execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.
§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:

a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo;

b) de atividades empresariais de caráter transitório;

c) de contrato de experiência.

Os contratos de trabalho temporário são realizados por intermédio de uma empresa de trabalho temporário para
atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços,
conforme artigo 2º, caput, da Lei 6.019/74:
Art. 2º, Lei 6.019/74 - Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva

Segundo o princípio da inalterabilidade contratual lesiva, via de regra, as cláusulas e condições do contrato de trabalho
só podem ser alteradas se atenderem a duas condições: 1º) mútuo consentimento; 2º) desde que não cause prejuízos
(diretos ou indiretos) ao empregado.
Exemplo de prejuízo direto: a redução do salário do empregado.

Exemplo de prejuízo indireto: uma considerável redução no volume de trabalho repassado a um empregado que recebe
por peça produzida (indiretamente, seu salário será reduzido).
Esses dois requisitos são cumulativos, ou seja, não basta apenas o consentimento do empregado pois, ainda que ele
concorde, é preciso que a alteração não lhe cause prejuízo. Isso porque, ante as peculiaridades da relação trabalhista e
da subordinação do empregado ao empregador, sua manifestação de concordância poderia ser fruto de algum tipo de
coação. Por isso, além da anuência do empregado, é necessário que a alteração não lhe seja prejudicial.
Neste sentido, o artigo 468 da CLT estabelece:

Art. 468, CLT - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo
consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta garantia.
Importante destacar que este princípio repudia alterações contratuais lesivas (alteração “in pejus”, isto é, em prejuízo
do trabalhador). Modificações benéficas são naturalmente válidas e estimuladas.
Embora existam os dois requisitos cumulativos (mútuo consentimento e ausência de prejuízo), há exceções:

1) exceção quanto ao mútuo consentimento: Nem sempre é necessário que haja concordância do empregado. É
possível haver pequenas variações no contrato de trabalho de maneira unilateral pelo empregador, desde que não
cause prejuízos ao empregado. Isso ocorre porque o empregador possui o poder de gestão da empresa – é o chamado
jus variandi, que legitima tais alterações unilaterais. No entanto, se for prejudicial ao empregado, este pode resistir à
mudança e buscar tutela jurisdicional – é o chamado jus resistenciae.

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2) exceção quanto à ausência de prejuízo: Há alguns dispositivos legais que flexibilizam este princípio, como por
exemplo o artigo 468, § 1o, da CLT, que informa: “Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador
para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de
confiança”.

Princípio da indisponibilidade de direitos

O princípio da indisponibilidade de direitos é também chamado de “princípio da irrenunciabilidade de direitos”,


“princípio da inderrogabilidade” ou, ainda, “princípio da imperatividade das normas trabalhistas”, ele não se
admitir, em tese, que o empregado renuncie, ou seja, renuncie aos direitos assegurados pelo sistema jurídico
trabalhista, cujas normas são, em sua grande maioria, de ordem pública”.
Sendo assim, este princípio faz com que os direitos dos trabalhadores sejam irrenunciáveis, indisponíveis e
inderrogáveis, ou seja, o trabalhador, via de regra, não pode abrir mão dos seus direitos, ou seja, é um importante
mecanismo para proteger o trabalhador de pressões e coações eventualmente exercidas pelo empregador. Esse
princípio limita a autonomia de vontade das partes, de modo que não podem pactuar livremente (por isso também é
chamado de “princípio da imperatividade das normas trabalhistas”).
É imperativo dizer que a indisponibilidade pode ser absoluta ou relativa.

A indisponibilidade absoluta refere-se aos direitos que não podem, de forma alguma, ser renunciados ou
transacionados. São aqueles direitos que correspondem a um patamar mínimo, que envolvem o interesse público,
como por exemplo, o salário mínimo. Já a relativa refere-se a direitos de interesse privado, que podem ser renunciados,
tais como a modalidade de pagamento do salário. O despojamento desses direitos pode se dar por renúncia ou
transação.
Um exemplo que aparece muito em prova quanto ao princípio da irrenunciabilidade, é a Súmula 51, II, do TST, pois
demonstra uma hipótese em que é possível o trabalhador renunciar a um direito:
Súmula 51, II, do TST - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles
tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
Lembre-se: Ao escolher um regulamento, o empregado renunciará ao outro.

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LISTA DE QUESTÕES
QUESTÕES BANCA FCC

1. (FCC - 2018 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária). Acerca das fontes do Direito do
Trabalho, considere:
I. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão,
conforme o caso, apenas pela jurisprudência, por analogia, por equidade, pelo direito comparado e outros princípios e
normas gerais de direito, admitindo-se, excepcionalmente, que um interesse de classe ou particular prevaleça sobre o
interesse público.
II. Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais
Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam
previstas em lei.
III. No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho, além de analisar a
conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei), poderá anular cláusulas coletivas com base em juízos de valor
sobre o pactuado, balizando sua atuação pelo princípio da intervenção adequada na autonomia da vontade coletiva.
Está correto o que se afirmar APENAS em:

a) A) I.

B) II.

C) II e III.

D) I e III.

E) I e II.

2. (FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). No Direito do Trabalho, as
sentenças normativas da Justiça do Trabalho, os costumes e a Convenção Coletiva de Trabalho são classificados,
respectivamente, como fontes:
A) formal autônoma, material heterônima e formal autônoma.

B) material autônoma, formal heterônima e formal autônoma.

C) formal autônoma, material heterônima e material heterônima.

D) material heterônima, formal autônoma e material heterônima.

E) formal heterônima, formal autônoma e formal autônoma.

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3. (FCC - 2010 - PGM - TERESINA - PI - Procurador Municipal). São fontes heterônomas do Direito do Trabalho,
dentre outras:
A) as Convenções Internacionais e as Convenções Coletivas de Trabalho.

B) o Contrato Coletivo de Trabalho e os Acordos Coletivos.

C) as Convenções Coletivas de Trabalho e os Acordos Coletivos.

D) os Tratados, as Convenções Internacionais e a Constituição Federal.

E) a Constituição Federal e os Usos e Costumes.

4. (FCC - 2016 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área Judiciária). O termo “fonte do direito” é
empregado metaforicamente no sentido de origem primária do direito ou fundamento de validade da ordem
jurídica. No Direito do Trabalho, o estudo das fontes é de relevada importância, subdividindo-se em algumas
modalidades. Assim sendo, considera-se fonte formal heterônoma do Direito do Trabalho:
A) As convenções coletivas de trabalho firmadas entre sindicatos de categorias profissional e econômica.

B) Os acordos coletivos de trabalho firmados entre uma determinada empresa e o sindicato da categoria profissional.

C) As greves de trabalhadores por reajuste salarial de toda a categoria.

D) Os fenômenos sociais, políticos e econômicos que inspiram a formação das normas juslaborais.

E) A sentença normativa proferida em dissídio coletivo.

5. (FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Administrativa). Com relação às Fontes do Direito do
Trabalho, considere:
I. A Lei Ordinária que prevê disposições a respeito do 13o salário é uma fonte material autônoma.

II. As fontes heterônimas decorrem do exercício da autonomia privada, ou seja, sujeitos distintos do Estado possuem a
faculdade de editar.
III. O contrato individual de emprego é uma fonte autônoma.

IV. A Convenção Coletiva de Trabalho é uma fonte autônoma.

Está correto o que se afirma APENAS em:

A) III e IV.

B) I, II e III.

C) I, II e IV.

D) I e III.

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6. (FCC - 2023 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - Área Judiciária). O princípio norteador do exercício do
jus variandi pelo empregador, conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o:
A) do in dubio pro operario, desde que haja acordo mútuo entre empregado e empregador, sendo irrelevante o
resultado de prejuízo ao trabalhador.
B) da ausência de prejuízo ao empregado, independente de haver ou não mútuo consentimento.

C) da primazia da realidade, não sendo relevante o resultado de prejuízo ao empregado.

D) da condição mais benéfica ao trabalhador, não sendo condição essencial a concordância do empregado.

E) do mútuo consentimento, aliado ao da ausência de prejuízo, quer direto, quer indireto ao empregado.

7. (FCC - 2021 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto). Em relação aos princípios que norteiam o Direito do
Trabalho, considerando-se a doutrina, a legislação e as Súmulas de Jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho:
A) de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, o conteúdo do contrato de emprego pode ser
modificado, caso ocorra efetiva mudança no plano do sujeito empresarial.
B) o princípio da irrenunciabilidade informa que o Direito do Trabalho impede a supressão de direitos trabalhistas em
face do exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa legal.
C) não há nenhum dispositivo expresso que atribui aos princípios uma função integrativa ou que indique a primazia do
interesse público na Consolidação das Leis do Trabalho, porque a mesma regula o contrato individual nas relações de
trabalho.
D) em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma, o Juiz do Trabalho privilegia a situação de fato,
devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material.
E) o princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador, razão pela qual
tanto o ônus da prova quanto seu término é do empregado, nas hipóteses em que são negados a prestação dos serviços
e o despedimento.

8. (FCC - 2017 - TST - Juiz do Trabalho Substituto). Sobre os princípios norteadores do Direito do Trabalho,
considere:
I. O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação
civil de prestação de serviços, instrumentalizada em documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato,
despontem, objetivamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego.
II. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se
verificar a anuência expressa do trabalhador, por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu
emprego.
III. O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão
da segurança jurídica contratual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do
trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento.

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IV. Em consonância com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito
empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações.
Está correto o que se afirmar APENAS em:

A) II, III e IV.

B) I e II.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) I e IV.

9. (FCC - 2016 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa). Considere:

I. A obrigação de comprovar o término do contrato de trabalho quando negado o despedimento é do empregador.

II. A descaracterização de um contrato de prestação de serviços de trabalhador sob sistema de cooperativa, desde que
presentes os requisitos fático-jurídicos da relação empregatícia.
III. As cláusulas regulamentares que alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores
admitidos após a alteração do regulamento.
Os itens I, II e III correspondem, respectivamente, aos princípios do Direito do Trabalho:

A) continuidade da relação de emprego; irrenunciabilidade; razoabilidade.

B) razoabilidade; primazia da realidade; intangibilidade salarial.

C) continuidade da relação de emprego; primazia da realidade; condição mais benéfica.

D) primazia da realidade; condição mais benéfica; instrumentalidade das formas.

E) irrenunciabilidade; continuidade da relação de emprego; prevalência do negociado sobre o legislado.

QUESTÕES BANCA CESPE

1. (CESPE / CEBRASPE - 2022 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). O princípio que
veda o impedimento ou a restrição à livre disposição do salário pelo empregado e tem como noção a natureza
alimentar do salário corresponde ao princípio da:
A) irrenunciabilidade.

B) primazia da realidade.

C) intangibilidade salarial.

D) inalterabilidade contratual lesiva.

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E) continuidade.

2. (CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). Acerca dos princípios e das
fontes do direito do trabalho, assinale a opção correta.
A) A aplicação do in dubio pro operário decorre do princípio da proteção.

B) As fontes formais correspondem aos fatores sociais que levam o legislador a codificar expressamente as normas
jurídicas.
C) Dado o princípio da realidade expressa, deve-se reconhecer apenas o que está demonstrado documentalmente nos
autos processuais.
D) Em decorrência do princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, o empregador não pode interferir nos
direitos dos seus empregados, salvo se expressamente acordado entre as partes.
E) O princípio da razoabilidade não se aplica ao direito do trabalho.

3. (CESPE - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados). Assinale a
opção correta no que concerne a definição e fontes do direito do trabalho.
A) Decretos, portarias e acordos coletivos de trabalho são fontes autônomas do direito do trabalho.

B) Sentenças normativas, convenções coletivas de trabalho e jurisprudência são fontes heterônomas do direito do
trabalho.
C) Portarias, sentenças normativas e convenções internacionais são fontes heterônomas do direito do trabalho.

D) A CF, os acordos coletivos de trabalho e a CLT são fontes autônomas do direito do trabalho.

E) Convenções internacionais, decretos e convenções coletivas de trabalho são fontes heterônomas do direito do
trabalho.

4. (CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa). Em relação aos princípios e
às fontes do direito do trabalho, assinale a opção correta.
A) Em virtude do princípio da boa-fé, via de regra, o trabalhador pode renunciar a seu direito de férias, se assim preferir.

B) Na falta de disposições legais ou contratuais, a justiça do trabalho ou as autoridades administrativas poderão decidir
o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho.
C) Por conter regras específicas acerca da maioria dos institutos trabalhistas, na análise de um caso concreto, a
Consolidação das Leis do Trabalho pode se sobrepor aos dispositivos constantes da Constituição Federal de 1988 (CF).
D) A sentença normativa é fonte do direito do trabalho, mas não o são os atos normativos do Poder Executivo.

E) Os princípios gerais de direito não são aplicados na interpretação das normas do direito do trabalho, ainda que
subsidiariamente.

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QUESTÕES BANCA IBFC

1. (IBFC - 2022 - Prefeitura de Dourados - MS - Procurador Municipal). No que concerne às fontes do Direito do
Trabalho, assinale a alternativa incorreta.
A) Sentenças normativas são as decisões proferidas em dissídios coletivos. Em sua qualidade jurídica de atos-regra,
criam regras gerais, abstratas, impessoais e obrigatórias e constituem fontes formais heterônomas do Direito do
Trabalho
B) Os acordos coletivos de trabalho são fontes formais autônomas do Direito do Trabalho, pois criam normas jurídicas a
partir da intervenção direta dos destinatários das mesmas, no caso o sindicato dos trabalhadores e o polo do
empregador, representado por seu sindicato
C) Os costumes, consubstanciados em práticas reiteradas de condutas, identificadas como adequadas aos deveres
jurídicos impostos à sociedade, representam uma das fontes formais do Direito do Trabalho, também porque, tanto os
costumes quanto os usos, de sua iterativa aplicação social, não raro fazem surgir a própria norma legal
D) A posição majoritária da doutrina aponta para o acolhimento dos Tratados e convenções internacionais com a
qualidade de fontes formais do direito, desde que ratificados pelo Brasil, hipótese em que ingressam no ordenamento
jurídico, no mínimo, com o status de lei ordinária.

2. (IBFC - 2019 - FSA-SP - Assistente Administrativo de Contratos e Convênios). Leia o fragmento abaixo sobre as
Fontes e a Natureza do Direito do Trabalho.
“As fontes______________ são os fatos sociais, políticos e econômicos que fazem nascer a regra jurídica. As
Normas do Direito do Trabalho pertencem ao direito_____________ quando referentes ao contrato de trabalho e
ao direito _______________ quando referentes ao processo trabalhista.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas:

A) Materiais / privado / público

B) Formais / privado / público

C) Formais / público / privado

D) Materiais / público / privado

3. (IBFC - 2022 - Prefeitura de Dourados - MS - Procurador Municipal). Com relação aos princípios do Direito do
Trabalho, assinale a alternativa incorreta.
A) O Princípio da proteção ou tutelar consiste na utilização da norma e da condição mais favoráveis ao trabalhador, de
forma a tentar compensar juridicamente a condição de hipossuficiente do empregado. Ele consiste na aplicação, ao
Direito do Trabalho, do princípio da igualdade em seu aspecto substancial, segundo o qual igualdade é tratar de forma
igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades
B) Segundo o princípio da norma mais favorável, não prevalece necessariamente, no Direito do Trabalho, o critério
hierárquico de aplicação das normas; isto é, existindo duas ou mais normas aplicáveis ao mesmo caso concreto, dever-
se-á aplicar a que for mais favorável ao empregado, independentemente do seu posicionamento na escala hierárquica.

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Tal princípio há de ser reconhecido tanto diante das chamadas normas proibitivas estatais, nas hipóteses de prevalência
do negociado sobre o legislado e na hipótese de sobreposição de normas coletivas
C) O princípio da condição mais benéfica impõe que as condições mais vantajosas previstas no contrato de trabalho ou
no regulamento de empresa devam prevalecer diante da edição de normas que estabeleçam patamar protetivo menos
benéfico ao empregado
D) Para o princípio da primazia da realidade, e segundo a ótica do Direito do Trabalho, deve-se primar pelo que
realmente aconteceu no mundo dos fatos em detrimento daquilo que restou formalizado no mundo do direito, sempre
que não haja coincidência entre estes dois elementos. É o triunfo da verdade real sobre a verdade formal.

4. (IBFC - 2019 - Emdec - Analista de Recursos Humanos Jr - Folha de Pagamento). O Direito do Trabalho é o ramo
da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações
de trabalho subordinado. Acerca desse assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores verdadeiro (V) ou falso
(F).
( ) Segundo o princípio da territorialidade, as leis trabalhistas vigoram em um determinado território ou espaço
geográfico.
( ) O princípio da irrenunciabilidade dos direitos determina que na mesma relação de emprego, uma vantagem já
conquistada não deve ser reduzida.
( ) O contrato de trabalho é contrato de direito privado, consensual, não pode ser verbal, tem de ser escrito. A
relação jurídica pode ser formada pelo ajuste expresso escrito, ou pelo ajuste tácito.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A) V, F, F

B) F, F, V

C) F, V, V

D) V, V, F

QUESTÕES BANCA QUADRIX

1. (Quadrix - 2018 - CRP - 17ª Região (RN) – Advogado). Acerca dos princípios do direito do trabalho, assinale a
alternativa correta.
A) Após a Reforma Trabalhista, trazida pela Lei n.º 13.467/2017, houve a previsão de o empregado negociar livremente
com seu empregador, nas mesmas condições concedidas aos sindicatos, as cláusulas do contrato de trabalho. Dessa
forma, é certo que o princípio da proteção ao trabalhador não esteja mais presente nas relações trabalhistas,
independentemente do nível de instrução do empregado, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
B) O princípio da função integrativa do direito do trabalho permite ao intérprete, quando houver várias interpretações
sobre a mesma norma, utilizar a norma mais favorável ao trabalhador.
C) O princípio da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador é absoluto e poderá ser aplicado mesmo quando
existirem normas de ordem pública.

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D) Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado,
ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é
do empregador.
E) Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato não se sobrepõe às disposições
contratuais escritas.

2. (Quadrix - 2017 - CRF-RS – Advogado). Considere o seguinte: “O contrato individual de trabalho é o acordo tácito
ou expresso, correspondente à relação de emprego” (art. 442, CLT). O texto legal consagra o princípio da:
A) primazia da realidade.

B) condição mais benéfica.

C) intangibilidade contratual.

D) imperatividade das normas trabalhistas.

E) continuidade da relação de emprego.

3. (Quadrix - 2014 - SERPRO - Analista - Perícia em Cálculo Judicial). A terminologia "fonte" vem do latim fons, com
o significado de nascente ou manancial. Ao aplicarmos o referido termo ao Direito, podemos separar essas fontes
em heterônomas ou autônomas. Assim, é correto afirmar que são fontes heterônomas do Direito aquelas que:
A) são elaboradas pelos próprios interessados, como convenção e acordo coletivo, por exemplo.

B) são elaboradas pelos interessados no regulamento bilateral de empresa, com vistas a salvaguardar o patrimônio
empresarial.
C) baseiam-se nos costumes e na cultura organizacional de cada empresa, considerando sua região territorial.

D) são sugeridas por interessados na polaridade do contrato de trabalho celebrado de maneira bilateral.

E) são impostas por agentes externos, como a Constituição e as leis nacionais, por exemplo.

4. (Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico). Considere a proposição I e a razão II a seguir. I. De acordo com
o Tribunal Superior do Trabalho, o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação
de serviço e o despedimento, é do empregador. PORQUE II. O princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado. Assinale a alternativa correta.
A) A proposição é falsa, mas a razão é verdadeira.

B) A proposição é verdadeira, mas a razão é falsa.

C) A proposição e a razão são falsas.

D) A proposição e a razão são verdadeiras, e a razão justifica a proposição.

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E) A proposição e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a proposição.

5. (Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico). No campo do Direito do Trabalho, presume-se que o contrato
de trabalho terá validade por tempo indeterminado, em razão do:
A) Princípio da irrenunciabilidade de direitos.

B) Princípio da continuidade da relação de emprego.

C) Princípio da proteção.

D) Princípio da primazia da realidade.

E) Princípio da boa-fé.

QUESTÕES BANCA VUNESP

1. (VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA - Analista Administrativo – Direito). São fontes autônomas do Direito do
Trabalho:
A) sentença normativa e convenção da OIT.

B) acordo coletivo e contrato de trabalho.

C) convenção coletiva de trabalho e medida provisória.

D) lei complementar e convenção coletiva de trabalho.

E) súmulas de jurisprudência e convenção coletiva de trabalho.

2. (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno – Trabalhista). São fontes formais do direito do trabalho:

A) as leis federais, os costumes, as convenções coletivas de trabalho e a analogia.

B) as leis federais, os costumes, as convenções e acordos coletivos de trabalho.

C) as leis federais, a jurisprudência, a equidade e os princípios de direito do trabalho.

D) as leis federais, as sentenças normativas, a equidade e a analogia.

E) a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho, a equidade e a analogia.

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3. (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno – Trabalhista). São princípios do direito individual do trabalho:

A) irrenunciabilidade, continuidade do contrato de trabalho e autonomia da vontade.

B) primazia da realidade, norma mais favorável e descontinuidade do contrato de trabalho.

C) condição mais benéfica, in dubio pro operario e tangibilidade salarial.

D) irrenunciabilidade, primazia da forma e condição mais benéfica.

E) continuidade do contrato de trabalho, norma mais favorável e irrenunciabilidade.

4. (VUNESP - 2014 - UNICAMP – Procurador). Com relação aos princípios que norteiam o direito do trabalho e
considerando-­se o entendimento doutrinário sobre a matéria, é correto dizer que:
A) o princípio protetivo tem três desdobramentos: o prin­cípio in dúbio pro operário, o princípio da norma mais favorável
e o princípio da hierarquia da norma.
B) o princípio da norma mais favorável tem aplicabilidade em três momentos distintos: na elaboração da regra, no
confronto entre as regras concorrentes e na interpreta­ção das regras jurídicas.
C) o princípio da indisponibilidade se traduz na inviabi­lidade de o empregado poder despojar-­se de direitos e proteções
que lhe são garantidas pela lei ou por contra­to, por sua simples manifestação de vontade, não alcan­çando, porém, a
transação destes, pois esta, como ato bilateral, difere-se da renúncia.
D) o princípio da continuidade dita a impossibilidade de o empregado renunciar à estabilidade da qual é detentor na
vigência do contrato de trabalho.
E) o princípio da condição mais benéfica impõe a nulidade de qualquer alteração contratual menos vantajosa, mesmo
que decorrente de lei.

5. (VUNESP - 2022 - Docas - PB – Advogado). Quanto às fontes do Direito do Trabalho, assinale a alternativa
correta.
A) A lei é uma fonte autônoma do direito do trabalho, visto que as regras nela contidas são produzidas pelo Poder
Legislativo e não pela vontade própria dos entes sociais.
B) A Constituição Federal bem como as convenções coletivas de trabalho são exemplos de fonte estatal no direito do
trabalho.
C) O regulamento de uma empresa não pode ser considerado como fonte de direito do trabalho, ainda que vise a
garantir a observância de regras de compliance, códigos de conduta, proteção de dados pessoais.
D) O Acordo Coletivo é uma fonte formal heterônoma.

E) As fontes formais do direito do trabalho podem ser divididas em dois grupos: heterônomas e autônomas.

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6. (VUNESP - 2021 - Prefeitura de Santos - SP – Procurador). Assinale a alternativa contrária ao princípio do Direito
do Trabalho.
A) Alterabilidade contratual lesiva.

B) In dubio pro operario.

C) Primazia da realidade.

D) Intangibilidade salarial.

E) Proteção.

7. (VUNESP - 2018 - PGE-SP - Procurador do Estado). Em relação aos princípios aplicáveis ao Direito do Trabalho,
assinale a alternativa correta.
A) Havendo a coexistência de dois regulamentos de empresa, a opção do empregado por um deles, com prejuízo às
regras do sistema do outro, não afronta o princípio da irrenunciabilidade.
B) Não fere o princípio da isonomia condicionar o recebimento de participação nos lucros e resultados ao fato de estar o
contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Por conseguinte, é lícito negar o
pagamento proporcional aos meses trabalhados em caso de rescisão contratual ocorrida durante o período de apuração
do benefício.
C) A contribuição confederativa de que trata o art. 8° , inciso IV, da Constituição da República, é exigível de todos os
integrantes da categoria profissional. Por essa razão, seu desconto pode ser feito, independentemente de filiação
sindical, não havendo que se falar, nesse caso, em violação ao princípio da intangibilidade salarial.
D) O princípio da inalterabilidade contratual in pejus (art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho) assegura ao
empregado ocupante de função de confiança o direito à manutenção da gratificação correspondente após a reversão ao
emprego efetivo, independentemente da existência de justo motivo a fundamentar tal reversão.
E) Por força do princípio da primazia da realidade, a contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,
gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, das autarquias, fundações públicas ou
empresas estatais.

8. (VUNESP - 2017 - Prefeitura de Andradina - SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico). Na falta de disposição
legal ou contratual, a Justiça do Trabalho e as autoridades administrativas deverão decidir, conforme o caso.
A) de acordo com a equidade, atuando como se fossem legisladores.

B) se valendo dos diversos meios de integração, iniciando pela jurisprudência e analogia.

C) de acordo com a livre convicção.

D) com aplicação dos princípios que regem o direito civil.

E) com aplicação da presunção favorável ao trabalhador.

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9. (VUNESP - 2016 - Prefeitura de Várzea Paulista - SP - Procurador Jurídico). É princípio do Direito do Trabalho que
impõe o privilégio dos fatos sobre a forma ou a estrutura empregada, a exemplo do empregado que é rotulado de
autônomo pelo empregador, em razão de contrato escrito de representação comercial entre eles celebrado,
quando as condições fáticas observadas demonstram a existência de um contrato de trabalho. Trata-se do
princípio da:
A) irrenunciabilidade de direitos.

B) continuidade da relação de emprego.

C) primazia da realidade.

D) proteção.

E) interpretação mais favorável.

10. (VUNESP - 2014 - IPT-SP – Advogado). O princípio da proteção é considerado o princípio dos princípios no
Direito do Trabalho, constituindo a própria essência desse ramo e, de acordo com a clássica divisão de Américo Plá
Rodriguez, manifesta-se pelas regras:
A) do in dubio pro operario, da norma mais favorável e da condição mais benéfica.

B) do in dubio pro operario, da irrenunciabilidade e da condição mais benéfica.

C) da condição mais benéfica, da irrenunciabilidade e da continuidade.

D) da condição mais benéfica, da norma mais favorável e da continuidade.

E) da irrenunciabilidade, da continuidade e da boa-fé.

QUESTÕES BANCA TRT

1. (TRT 16R - 2011 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Juiz do Trabalho Substituto). Analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa CORRETA:
I - O modelo justrabalhista brasileiro é o estatal-subordinado de gestão trabalhista, que reproduziu as experiências
democráticas europeias do pós-guerra, especialmente o modelo italiano. Sua base principiológica se apoia no tripé da
organização sindical unitária, a absorção de grandes e pequenos conflitos pelo Estado e as distintas e combinadas
formas de controle das organizações e lideranças coletivas obreiras pelo Estado.
II - As fontes jurídicas trabalhistas materiais de inspiração econômica fluem da dinâmica do sistema capitalista,
especialmente a concentração e centralização dos empreendimentos capitalistas, provocando maciça utilização de
força de trabalho nos moldes empregatícios. Já as fontes jurídicas materiais de cunho político-sociológico advêm de
conquistas dos movimentos sociais organizados por trabalhadores, tanto no plano das empresas e no mercado
econômico, quanto nos partidos e movimentos políticos.
III - As fontes jurídicas trabalhistas formais são os mecanismos pelos quais as normas ingressam na ordem jurídica e a
rigor todas derivam de um único centro de positivação, o Estado, segundo a teoria monista. Ainda segundo esta teoria,
as normas coletivas oriundas de negociação coletiva entre Sindicatos e as condições previstas nos contratos de trabalho

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firmados entre as partes somente seriam aplicáveis quando derivadas de regras estatais positivadas e pre­ existentes,
que fixem requisitos para sua validade, vigência e eficácia.
IV - São fontes formais autônomas do direito do trabalho as convenções coletivas de trabalho, os acordos coletivos de
trabalho, o contrato coletivo de trabalho, o acordo homologado por sentença normativa em dissídio coletivo, usos e
costumes, o laudo arbitrai, o regulamento empresarial e as cláusulas contratuais.
A) Apenas estão corretas as afirmativas I, II e IV.

B) Apenas estão corretas as afirmativas I, II e III.

C) Apenas estão corretas as afirmativas II e IV.

D) Apenas estão corretas as afirmativas II e III.

E) Todas estão incorretas.

2. (TRT 23R (MT) - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Juiz do Trabalho). Assinale a proposição correta:

A) Pode-se dizer que a fonte formal tem como características ser geral, concreta, impessoal e facultativa, enquanto a
fonte material é aqueia que deriva dos fatos do cotidiano.
B) Pode-se dizer que a fonte formal autônoma é aquela produzida pelo Estado com autonomia, ou seja, independente
de consulta prévia à população.
C) Pode-se dizer que o artigo 8° da CLT, que autoriza o uso subsidiário da jurisprudência, analogia, equidade, princípios
e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, usos e costumes e o direito comparado, traz
hipóteses apenas de fontes formais, uma vez que o referido rol está previsto na legislação.
D) A equidade e a analogia podem ser consideradas fontes de direito.

E) Pode-se dizer que a Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Coletivo de Trabalho são exemplos de fontes formais
autônomas, uma vez que derivam de negociação coletiva e também podem ser conhecidas como fontes formais diretas
ou primárias.

QUESTÕES BANCA FGV

1. (FGV - 2010 - BADESC – Advogado). Assinale a alternativa que indique o princípio do Direito do Trabalho que
prevê a proteção dos salários contra descontos não previstos em lei.
A) Princípio da unidade salarial.

B) Princípio da primazia da realidade.

C) Princípio da materialidade salarial.

D) Princípio da legalidade.

E) Princípio da intangibilidade.

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2. (FGV - 2010 - BADESC – Advogado). No Direito do Trabalho, o acordo coletivo é classificado como uma fonte:

A) jurisprudencial.

B) material heterônoma.

C) material autônoma.

D) costumeira.

E) formal.

QUESTÕES INSTITUTO AOCP

1. (INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária). No que diz respeito aos
princípios do direito material do trabalho, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O direito comum é fonte subsidiária do direito do trabalho.

B) Em razão da vigência do princípio da proteção no direito do trabalho, é correto afirmar que, em havendo a
coexistência de dois regulamentos em determinada empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico
de renúncia às regras do sistema do outro.
C) Em razão da vigência do princípio da proteção e da norma mais favorável no direito do trabalho, é correto afirmar
que, em havendo a coexistência de dois regulamentos em determinada empresa, o empregado poderá aderir às regras
mais benéficas de um ou de outro, não estando obrigado a fazer opção por apenas um deles.
D) O princípio da aplicação da norma mais favorável é um desdobramento do princípio da proteção.

E) O princípio da proteção pressupõe a proibição de alterações contratuais lesivas ao empregado, razão pela qual as
cláusulas de regulamento de empresa que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente somente atingirão
os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração respectiva.

2. (INSTITUTO AOCP - 2015 - EBSERH - Advogado (HU-UFJF)). Assinale a alternativa correta com relação aos
princípios específicos do direito do trabalho.
A) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia da realidade.

B) Princípio da proteção; da renunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia da realidade.

C) Princípio da proteção do empregador; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia


da realidade.
D) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da norma mais favorável ao empregador e da primazia da realidade.

E) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e do contrato de trabalho.

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3. (INSTITUTO AOCP - 2015 - EBSERH - Analista Administrativo - Administração (HE-UFSCAR)). Qual é o princípio
que, de acordo com o Art. 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garante ao trabalhador que, no
exercício de sua função, realize trabalho idêntico para o mesmo empregador e localidade, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade?
A) Economia salarial.

B) Moralidade.

C) Isonomia salarial.

D) Liberdade.

E) Impessoalidade

4. (INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal). Os
princípios estão situados no ordenamento jurídico cumprindo uma função integrativa de lacunas, partindo das leis
para atingir as regras gerais que delas derivam. Com base nessa premissa, assinale a alternativa correta.
A) O princípio da proteção, que busca conferir ao trabalhador uma equidade processual, subdivide-se em 3 (três) outros
princípios: in dubio pro societa, da aplicação da norma mais favorável e da condição mais benéfica.
B) Segundo o princípio da primazia da realidade no Direito do Trabalho, predomina a verdade real em face da verdade
formal, ou seja, predomina a verdade da forma em face da verdade dos fatos.
C) Em relação ao princípio da aplicação da norma mais favorável, a Teoria do Conglobamento defende que através da
comparação das diversas regras sobre cada instituto ou matéria, respeitando-se o critério da especialização, deve ser
buscada a norma mais favorável ao caso.
D) O princípio da inalterabilidade contratual veda a possibilidade de alterações no contrato de trabalho, lesivas ou
benéficas ao trabalhador.
E) O princípio da vedação à redução Salarial não sofre qualquer tipo de mitigação, não podendo Acordo Coletivo de
Trabalho ou Convenção Coletiva de Trabalho dispor sobre redução salarial.

GABARITO
QUESTÕES BANCA FCC

1. B

2. E

3. D

4. E

5. A

6. E

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7. D

8. E

9. C

QUESTÕES BANCA CESPE

1. C

2. A

3. C

4. B

QUESTÕES BANCA IBFC

1. B

2. A

3. B

4. A

QUESTÕES BANCA QUADRIX

1. D

2. A

3. E

4.D

5. B

QUESTÕES BANCA VUNESP

1. B

2. B

3. E

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4. B

5. E

6. A

7. A

8. B

9. C

10. A

QUESTÕES BANCA TRT

1. D

2. E

QUESTÕES BANCA FGV

1. E

2. E

QUESTÕES INSTITUTO AOCP

1. C

2. A

3. C

4. C

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LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS


QUESTÕES BANCA FCC

1. (FCC - 2018 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário - Área Judiciária). Acerca das fontes do Direito do
Trabalho, considere:
I. As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão,
conforme o caso, apenas pela jurisprudência, por analogia, por equidade, pelo direito comparado e outros princípios e
normas gerais de direito, admitindo-se, excepcionalmente, que um interesse de classe ou particular prevaleça sobre o
interesse público.
II. Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais
Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam
previstas em lei.
III. No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho, além de analisar a
conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico (agente capaz, objeto lícito, possível, determinado ou
determinável e forma prescrita ou não defesa em lei), poderá anular cláusulas coletivas com base em juízos de valor
sobre o pactuado, balizando sua atuação pelo princípio da intervenção adequada na autonomia da vontade coletiva.
Está correto o que se afirmar APENAS em:

a) A) I.

B) II.

C) II e III.

D) I e III.

E) I e II.

RESOLUÇÃO: Item I- ERRADO. CLT, Art. 8º, caput - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros
princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e
costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre
o interesse público.
Item II- CERTO. CLT, Art. 8º, §2º -Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do
Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos nem criar
obrigações que não estejam previstas em lei.
Item III- ERRADO. CLT, Art. 8º, § 3o No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do
Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto
no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção
mínima na autonomia da vontade coletiva.
RESPOSTA: Letra B, conforme Art. 8º, §2º da CLT.

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2. (FCC - 2018 - TRT - 15ª Região (SP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). No Direito do Trabalho, as
sentenças normativas da Justiça do Trabalho, os costumes e a Convenção Coletiva de Trabalho são classificados,
respectivamente, como fontes:
A) formal autônoma, material heterônima e formal autônoma.

B) material autônoma, formal heterônima e formal autônoma.

C) formal autônoma, material heterônima e material heterônima.

D) material heterônima, formal autônoma e material heterônima.

E) formal heterônima, formal autônoma e formal autônoma.

RESOLUÇÃO: Fontes Materiais seriam aquelas geradas por um conjunto de fenômenos sociais (revoluções, greves,
manifestações, etc.) que dariam ensejo à formação da matéria do direito. Leva-se em consideração o conteúdo da
norma.
Fontes Formais são os meios (formas) onde se estabelece uma norma jurídica, nessa vertente, seria quando o direito
toma forma. (, Leis, Sentenças Normativas, Convenções Coletivas,etc.).
Dessa última classificação, alguns doutrinadores subdividem as Fontes Formais em Autônomas e Heterônomas.

Fontes Formais Autônomas seriam aquelas criadas pelo próprio destinatário, tais como o Acordo Coletivo, Convenção
Coletiva, etc.
Fontes Formais Heterônomas são as criadas pelo Estado. (Lei, Decreto Lei, etc.)

RESPOSTA: Letra E

3. (FCC - 2010 - PGM - TERESINA - PI - Procurador Municipal). São fontes heterônomas do Direito do Trabalho,
dentre outras:
A) as Convenções Internacionais e as Convenções Coletivas de Trabalho.

B) o Contrato Coletivo de Trabalho e os Acordos Coletivos.

C) as Convenções Coletivas de Trabalho e os Acordos Coletivos.

D) os Tratados, as Convenções Internacionais e a Constituição Federal.

E) a Constituição Federal e os Usos e Costumes.

RESOLUÇÃO: São fontes formais heterônomas: a CF/88, a emenda à Constituição, a lei complementar e a lei ordinária,
a medida provisória, o decreto, a sentença normativa, as súmulas vinculantes editadas pelo STF. Impende destacar que
os tratados e convenções internacionais, uma vez ratificados pelo Brasil, passam a fazer parte do ordenamento jurídico
pátrio como lei infraconstitucional, sendo considerados, a partir de sua ratificação, como fonte formal heterônoma."
São fontes formais autônomas: a convenção coletiva de trabalho, o acordo coletivo de trabalho e o costume."
LETRA: Letra D

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4. (FCC - 2016 - TRT - 14ª Região (RO e AC) - Analista Judiciário - Área Judiciária). O termo “fonte do direito” é
empregado metaforicamente no sentido de origem primária do direito ou fundamento de validade da ordem
jurídica. No Direito do Trabalho, o estudo das fontes é de relevada importância, subdividindo-se em algumas
modalidades. Assim sendo, considera-se fonte formal heterônoma do Direito do Trabalho:
A) As convenções coletivas de trabalho firmadas entre sindicatos de categorias profissional e econômica.

B) Os acordos coletivos de trabalho firmados entre uma determinada empresa e o sindicato da categoria profissional.

C) As greves de trabalhadores por reajuste salarial de toda a categoria.

D) Os fenômenos sociais, políticos e econômicos que inspiram a formação das normas juslaborais.

E) A sentença normativa proferida em dissídio coletivo.

RESOLUÇÃO: Primeiramente, lembre-se que a expressão fontes “heterônomas” é o contrário de “autônomas”. As


fontes formais autônomas (elaboradas pelos próprios destinatários da norma) são apenas três: ACT, CCT e costumes.
Decorando essas três, fica fácil notar que você já pode excluir as alternativas A e B. Quanto às fontes formais
heterônomas, elas são muitas. Não precisa decorar todas, basta lembrar do conceito: as fontes formais heterônomas
são aquelas elaboradas por um terceiro. Vamos analisar cada uma das alternativas, buscando aquela que apresenta uma
norma elaborada por um terceiro.
Letra A – ERRADA. As convenções coletivas de trabalho são fontes formais autônomas, pois são elaboradas pelos
próprios destinatários da norma, representados por seus respectivos Sindicatos: de um lado, o sindicato do empregado
(categoria profissional); do outro, o sindicato do empregador (categoria econômica).
Letra B – ERRADA. Os acordos coletivos de trabalho são fontes formais autônomas, pois são elaboradas pelos próprios
destinatários da norma: de um lado, a(s) própria(s) empresa(s); do outro, os empregados representados por seu
sindicato.
Letra C – ERRADA. As greves de trabalhadores por reajuste salarial de toda a categoria é fonte MATERIAL. Trata-se de
um Movimento social com o objetivo de inspirar, estimular e pressionar o Estado a elaborar normas mais favoráveis aos
trabalhadores – no caso, reajuste salarial.
Letra D – ERRADA. Os fenômenos sociais, políticos e econômicos que inspiram a formação das normas juslaborais são
fontes MATERIAIS, e não fontes formais. Lembre-se da dica: “M” de “material, “M” de “movimentos sociais”.
Letra E – CORRETA. A sentença normativa proferida em dissídio coletivo consiste em decisão emanada pelo Poder
Judiciário para solucionar um dissídio coletivo. Por ser uma norma imposta por um terceiro (no caso, o Estado), é
classificada como fonte formal heterônoma.
RESPOSTA: Letra E.

5. (FCC - 2012 - TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário - Área Administrativa). Com relação às Fontes do Direito
do Trabalho, considere:
I. A Lei Ordinária que prevê disposições a respeito do 13o salário é uma fonte material autônoma.

II. As fontes heterônimas decorrem do exercício da autonomia privada, ou seja, sujeitos distintos do Estado possuem a
faculdade de editar.
III. O contrato individual de emprego é uma fonte autônoma.

IV. A Convenção Coletiva de Trabalho é uma fonte autônoma.

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Está correto o que se afirma APENAS em:

A) III e IV.

B) I, II e III.

C) I, II e IV.

D) I e III.

RESOLUÇÃO: Com relação às Fontes do Direito do Trabalho, considere:

I. FALSO. A Lei Ordinária que prevê disposições a respeito do 13o salário é uma fonte material autônoma.

Lei Ordinária é fonte formal heterônoma. As fontes no Direito trabalhista se dividem em FORMAIS e MATERIAIS.
FONTES FORMAIS: podem ser heterônomas ou autônomas. As fontes heterônomas são as legislações, as normas
jurídicas, enquanto que as fontes autônomas são os acordos feitos sem a presença do Estado, apenas entre particulares
(sindicatos, empregador, empregados). FONTES MATERIAIS: São exemplos os movimentos sindicais e os movimentos
políticos dos operários, pois constituem fatores que podem influenciar o legislador quando da elaboração das normas
jurídicas. Portanto, esta alternativa está falsa. A lei que dispõem sobre o décimo terceiro é uma fonte formal
heterônoma.
II. FALSO. As fontes heterônimas decorrem do exercício da autonomia privada, ou seja, sujeitos distintos do Estado
possuem a faculdade de editar. (As fontes heterônomas decorrem da participação do Estado e não da autonomia
privada. As fontes autônomas é que são resultados da atuação privada).
III. CERTO. O contrato individual de emprego é uma fonte autônoma. (Acordo feito entre as partes sem a participação
do Estado é uma fonte autônoma. Note que, neste caso, mesmo sem agir diretamente na celebração do contrato entre
as partes, há uma presença do Estado já que o empregador e o empregado não podem negociar livremente as cláusulas
do contrato de trabalho por causa do Princípio da Indisponibilidade dos Direitos Trabalhistas).
IV. CERTO. A Convenção Coletiva de Trabalho é uma fonte autônoma. (A Convenção Coletiva de Trabalho é o resultado
da negociação entre o SINDICATO PATRONAL e o SINDICATO DOS EMPREGADOS – negociação entre particulares,
fonte autônoma).
A Convenção Coletiva de Trabalho é diferente do Acordo Coletivo de Trabalho. A primeira é o acordo feito entre dois
SINDICATOS (patronal e empregatício), já o segundo é o acordo feito entre o SINDICATO DOS EMPREGADOS e uma
ou mais empresas da mesma base de representação deste.
RESPOSTA: Letra A.

6. (FCC - 2023 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário - Área Judiciária). O princípio norteador do exercício do
jus variandi pelo empregador, conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o:
A) do in dubio pro operário, desde que haja acordo mútuo entre empregado e empregador, sendo irrelevante o
resultado de prejuízo ao trabalhador.
B) da ausência de prejuízo ao empregado, independentemente de haver ou não mútuo consentimento.

C) da primazia da realidade, não sendo relevante o resultado de prejuízo ao empregado.

D) da condição mais benéfica ao trabalhador, não sendo condição essencial a concordância do empregado.

E) do mútuo consentimento, aliado ao da ausência de prejuízo, quer direto, quer indireto ao empregado.

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RESOLUÇÃO: Vamos analisar as alternativas da questão!

A. ERRADA. A letra "A" está errada ao afirmar que o princípio norteador do exercício do jus variandi pelo empregador,
conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o do in dubio pro operario, desde que haja acordo mútuo
entre empregado e empregador, sendo irrelevante o resultado de prejuízo ao trabalhador.
O princípio in dubio pro operario é corolário ao princípio da proteção ao trabalhador, caracteriza-se pelo fato de que o
intérprete do direito ao defrontar-se com duas interpretações possíveis deverá optar pela mais favorável ao
empregado, desde que não afronte a nítida manifestação do legislador e nem se trate de matéria probatória (direito
processual). Portanto, quando ocorrerem dúvidas em relação a que dispositivo legal aplicar, e não se tratar de matéria
probatória será aplicado o que for mais favorável ao empregado.
B. ERRADA. A letra "B' está errada ao afirmar que O princípio norteador do exercício do jus variandi pelo empregador,
conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o da ausência de prejuízo ao empregado, independente de
haver ou não mútuo consentimento.
No que se refere à alteração do contrato de trabalho, a regra geral é a alteração bilateral, ou seja, por mútuo consenso,
e ainda assim, desde que não resulte direta ou indiretamente prejuízos ao empregado, como estabelece o art. 468 da
CLT. Trata-se do princípio da inalterabilidade contratual prejudicial ao trabalhador.
O Jus variandi é o direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar unilateralmente as condições de trabalho
de seus empregados, relativas ao salário, função e ao local de prestação de serviços.
C. ERRADA. A letra "C" está errada ao afirmar que O princípio norteador do exercício do jus variandi pelo empregador,
conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o da primazia da realidade, não sendo relevante o resultado
de prejuízo ao empregado.
O princípio da primazia da realidade é um princípio geral do direito do trabalho que prioriza a verdade real diante da
verdade formal. Assim, entre os documentos que disponham sobre a relação de emprego e o modo efetivo como,
concretamente os fatos ocorreram, devem-se reconhecer estes (fatos) em detrimento daqueles (documentos).
O Jus variandi é o direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar unilateralmente as condições de trabalho
de seus empregados, relativas ao salário, função e ao local de prestação de serviços.
D. ERRADA. A letra "D" está errada ao afirmar que o princípio norteador do exercício do jus variandi pelo empregador,
conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o da condição mais benéfica ao trabalhador, não sendo
condição essencial a concordância do empregado.
O princípio da condição mais benéfica segundo o jurista Maurício Godinho Delgado, importa na garantia de
preservação, ao longo do contrato, da cláusula contratual mais vantajosa ao trabalhador, que se reveste de caráter de
direito adquirido.
O Jus variandi é o direito do empregador, em casos excepcionais, de alterar unilateralmente as condições de trabalho
de seus empregados, relativas ao salário, função e ao local de prestação de serviços.
E. CERTA. A letra "E" está certa ao afirmar que o princípio norteador do exercício do jus variandi pelo empregador,
conforme disciplina a Consolidação das Leis do Trabalho é o do mútuo consentimento, aliado ao da ausência de
prejuízo, quer direto, quer indireto ao empregado.
De acordo com o caput do artigo 468 da CLT nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas
condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
As alterações que o empregador poderá fazer em decorrência do jus variandi deverão pautar-se pelo princípio da
razoabilidade, uma vez que, caso extrapolem o limite do razoável e mudem significativamente o contrato de trabalho,
serão tidas como ilícitas e ilegítimas, acarretando a aplicação por parte do empregado do seu direito de resistência (jus
resistentiae), configurando-se inclusive a justa causa do empregador, conforme o art. 483, “d", da CLT.
RESPOSTA: Letra E.

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7. (FCC - 2021 - PGE-GO - Procurador do Estado Substituto). Em relação aos princípios que norteiam o Direito do
Trabalho, considerando-se a doutrina, a legislação e as Súmulas de Jurisprudência do Tribunal Superior do
Trabalho:
A) de acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, o conteúdo do contrato de emprego pode ser
modificado, caso ocorra efetiva mudança no plano do sujeito empresarial.
B) o princípio da irrenunciabilidade informa que o Direito do Trabalho impede a supressão de direitos trabalhistas em
face do exercício, pelo devedor trabalhista, de prerrogativa legal.
C) não há nenhum dispositivo expresso que atribui aos princípios uma função integrativa ou que indique a primazia do
interesse público na Consolidação das Leis do Trabalho, porque a mesma regula o contrato individual nas relações de
trabalho.
D) em razão do princípio da primazia da realidade sobre a forma, o Juiz do Trabalho privilegia a situação de fato,
devidamente comprovada, em detrimento dos documentos ou do rótulo conferido à relação de direito material.
E) o princípio da continuidade do contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador, razão pela qual
tanto o ônus da prova quanto seu término é do empregado, nas hipóteses em que são negados a prestação dos serviços
e o despedimento.
RESOLUÇÃO: A) ERRADA- De acordo com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança do sujeito
empresarial não altera as condições do contrato de trabalho. Nesse sentido são os arts. 10 e 448, da CLT
Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.

Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos
respectivos empregados.
B) ERRADA- O princípio da irrenunciabilidade, também conhecido como indisponibilidade, afirma que, em regra, os
direitos trabalhistas são irrenunciáveis. Contudo, é possível o exercício, pelo devedor, de renúncia de direito disponível
havendo prerrogativa legal. Nesse sentido é a OJ 251, SDI-I.
OJ 251, SDI-I, TST. É lícito o desconto salarial referente à devolução de cheques sem fundos, quando o frentista não
observar as recomendações previstas em instrumento coletivo.
C) ERRADA- O art. 8º, CLT, prevê que os princípios são fonte integrativa e também afirma que nenhum interesse de
classe ou particular pode prevalecer sobre o interesse público.
D) CORRETA- O princípio da primazia da realidade destaca justamente que o que vale é o que acontece realmente e não
o que está escrito. Neste princípio a verdade dos fatos impera sobre qualquer contrato formal, ou seja, caso haja
conflito entre o que está escrito e o que ocorre de fato, prevalece o que ocorre de fato
E) ERRADA- Súmula 212, TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de
serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado.
RESPOSTA: Letra D.

8. (FCC - 2017 - TST - Juiz do Trabalho Substituto). Sobre os princípios norteadores do Direito do Trabalho,
considere:

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I. O princípio da primazia da realidade ou do contrato realidade autoriza a descaracterização de uma pactuada relação
civil de prestação de serviços, instrumentalizada em documento escrito, desde que, no cumprimento do contrato,
despontem, objetivamente, todos os elementos fático-jurídicos da relação de emprego.
II. O princípio da intangibilidade salarial deve ser analisado de forma absoluta, admitindo-se exceção única quando se
verificar a anuência expressa do trabalhador, por escrito, em razão da efetiva possibilidade de manutenção de seu
emprego.
III. O princípio da continuidade do qual o contrato de trabalho constitui presunção favorável ao empregador em razão
da segurança jurídica contratual, razão pela o ônus da prova, quanto ao término do contrato de trabalho, é do
trabalhador, nas hipóteses em que são negadas a prestação dos serviços e o despedimento.
IV. Em consonância com o princípio da intangibilidade contratual objetiva, a mudança subjetiva perpetrada no sujeito
empregador não se configura apta a produzir mudança no corpo do contrato, em seus direitos e obrigações.
Está correto o que se afirmar APENAS em:

A) II, III e IV.

B) I e II.

C) II e III.

D) I, III e IV.

E) I e IV.

RESOLUÇÃO: I - CERTO - Primazia da realidade: prioriza a realidade dos fatos em detrimento da forma. (não se pode
mascarar um fato fazendo um documento formal, o que vai contar para apuração desses fatos será o que está,
realmente, acontecendo).
II - ERRADO - Intangibilidade salarial: NÃO tem caráter absoluto. É direito do trabalhador a irredutibilidade do salário,
salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo.
III - ERRADO - Continuidade da relação de emprego: a regra é que os contratos tenham prazo Indeterminado, valoriza-
se a permanência do empregado no mesmo vínculo empregatício. Portanto, o ônus de provar o término do contrato é
do empregador, esse princípio constitui presunção favorável ao empregado.
IV - CERTO - Intangibilidade contratual objetiva/ Inalterabilidade contratual lesiva: Prevalece o jus variandi do
empregador, ele possui poder diretivo para gerenciar seu negócio, PORÉM não podendo acarretar prejuízos ao
empregado. Esse princípio não impede alterações trabalhistas contanto que não sejam lesivas ao empregado.
RESPOSTA: LETRA E.

9. (FCC - 2016 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Técnico Judiciário – Administrativa). Considere:

I. A obrigação de comprovar o término do contrato de trabalho quando negado o despedimento é do empregador.

II. A descaracterização de um contrato de prestação de serviços de trabalhador sob sistema de cooperativa, desde que
presentes os requisitos fático-jurídicos da relação empregatícia.
III. As cláusulas regulamentares que alterem vantagens deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores
admitidos após a alteração do regulamento.
Os itens I, II e III correspondem, respectivamente, aos princípios do Direito do Trabalho:

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A) continuidade da relação de emprego; irrenunciabilidade; razoabilidade.

B) razoabilidade; primazia da realidade; intangibilidade salarial.

C) continuidade da relação de emprego; primazia da realidade; condição mais benéfica.

D) primazia da realidade; condição mais benéfica; instrumentalidade das formas.

E) irrenunciabilidade; continuidade da relação de emprego; prevalência do negociado sobre o legislado.

RESOLUÇÃO: I) PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO

SÚMULA 212 TST- O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o
despedimento, é do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável
ao empregado.
II)PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE

CLT Art. 9º - Serão NULOS de pleno direito os ATOS PRATICADOS com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a
aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.
III)PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA

SÚMULA 51 TST- As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só
atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento.
RESPOSTA: Letra C.

QUESTÕES BANCA CESPE

1. (CESPE / CEBRASPE - 2022 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). O princípio que
veda o impedimento ou a restrição à livre disposição do salário pelo empregado e tem como noção a natureza
alimentar do salário corresponde ao princípio da:
A) irrenunciabilidade.

B) primazia da realidade.

C) intangibilidade salarial.

D) inalterabilidade contratual lesiva.

E) continuidade.

RESOLUÇÃO: A) ERRADA. Intangibilidade consiste em indisponibilidade de direitos, isto é, dado o caráter de ordem
pública em proteção mínima ao empregado, os direitos trabalhistas são irrenunciáveis e inderrogáveis pelo empregado.
B) ERRADA. Primazia da realidade estabelece que os fatos prevalecerão em relação à forma com que foram pactuadas
as condições de trabalho. Fundamenta-se na verdade real do contrato de trabalho não se limitando as disposições
formais firmadas entre as partes.
C) CERTA. O salário possui natureza alimentar e, por essa razão não é admissível à restrição ou o impedimento à livre
disposição dele pelo empregado.

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D) ERRADA. O art. 444 da CLT traz expressamente o princípio da autonomia da vontade das partes, entretanto
resguardando as normas trabalhistas mínimas. Assim, de modo geral, uma vez concretizada a relação de trabalho, não
poderá haver alteração que cause prejuízos ao empregado, é o que trata esse princípio. Não há direito absoluto, em
algumas hipóteses poderá haver restrições, como ocorre na redutibilidade salarial mediante negociação coletiva ou
ainda aquele referente ao salário condição o qual é devido diante de uma circunstância que deixou de existir, por
exemplo, os adicionais de insalubridade e periculosidade, pois não incorporam o patrimônio do empregado e, por isso,
não ofendem a irredutibilidade salarial.
E) ERRADA. O princípio da continuidade da relação de trabalho tem presunção juris tantum (admite prova em
contrário) de que os contratos de trabalho são firmados por prazo indeterminado.
RESPOSTA: Letra C.

2. (CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Técnico Judiciário - Área Administrativa). Acerca dos princípios e das
fontes do direito do trabalho, assinale a opção correta.
A) A aplicação do in dubio pro operário decorre do princípio da proteção.

B) As fontes formais correspondem aos fatores sociais que levam o legislador a codificar expressamente as normas
jurídicas.
C) Dado o princípio da realidade expressa, deve-se reconhecer apenas o que está demonstrado documentalmente nos
autos processuais.
D) Em decorrência do princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, o empregador não pode interferir nos
direitos dos seus empregados, salvo se expressamente acordado entre as partes.
E) O princípio da razoabilidade não se aplica ao direito do trabalho.

RESOLUÇÃO: A) CERTO: o princípio da proteção subdivide-se em subprincípios, que são Princípio da norma mais
favorável, Princípio da condição mais benéfica e Princípio in dubio pro operário.
B) Errado, o conceito exposto na assertiva remete à fonte material do direito do trabalho.

Fontes formais, por sua vez, ligam-se à forma jurídica utilizada como regulamentação do fato social. São aquelas fontes
que sucedem logicamente as fontes materiais, representando o momento jurídico, através da exteriorização das
normas jurídicas
C) Errado, tal explicação se contradiz o que leciona o princípio da primazia da realidade: os fatos, para o Direito do
Trabalho, serão sempre mais relevantes que os ajustes formais, isto é, prima-se pelo que realmente aconteceu no
mundo dos fatos em detrimento daquilo que restou formalizado no mundo do direito, sempre que não haja
coincidência entre estes dois elementos.
D) Errado, os direitos trabalhistas são, em regra, irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogáveis. Dado o caráter de
imperatividade das normas trabalhistas, estas são, em regra, de ordem pública, ou seja, há uma mitigação da
autonomia da vontade.
E) Pelo contrário, princípio da razoabilidade aplica-se ao direito do trabalho.

RESPOSTA: Letra A

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3. (CESPE - 2008 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados). Assinale a
opção correta no que concerne a definição e fontes do direito do trabalho.
A) Decretos, portarias e acordos coletivos de trabalho são fontes autônomas do direito do trabalho.

B) Sentenças normativas, convenções coletivas de trabalho e jurisprudência são fontes heterônomas do direito do
trabalho.
C) Portarias, sentenças normativas e convenções internacionais são fontes heterônomas do direito do trabalho.

D) A CF, os acordos coletivos de trabalho e a CLT são fontes autônomas do direito do trabalho.

E) Convenções internacionais, decretos e convenções coletivas de trabalho são fontes heterônomas do direito do
trabalho.
RESOLUÇÃO: Heteronomas – são aquelas fontes impostas por um agente externo, temos como exemplo a
constituição, leis, decretos, sentença normativa. Autônomas - são aquelas fontes criadas pelas próprias partes
interessadas, como, por exemplo, contrato de trabalho, o acordo coletivo, a convenção.
RESPOSTA: Letra C

4. (CESPE - 2016 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa). Em relação aos princípios e
às fontes do direito do trabalho, assinale a opção correta.
A) Em virtude do princípio da boa-fé, via de regra, o trabalhador pode renunciar a seu direito de férias, se assim preferir.

B) Na falta de disposições legais ou contratuais, a justiça do trabalho ou as autoridades administrativas poderão decidir
o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho.
C) Por conter regras específicas acerca da maioria dos institutos trabalhistas, na análise de um caso concreto, a
Consolidação das Leis do Trabalho pode se sobrepor aos dispositivos constantes da Constituição Federal de 1988 (CF).
D) A sentença normativa é fonte do direito do trabalho, mas não o são os atos normativos do Poder Executivo.

E) Os princípios gerais de direito não são aplicados na interpretação das normas do direito do trabalho, ainda que
subsidiariamente.
RESOLUÇÃO: Letra A (ERRADA) - Em virtude do princípio da boa-fé, geralmente, o trabalhador pode renunciar a seu
direito de férias, se assim preferir.
Fere o princípio da indisponibilidade está relacionado à impossibilidade, em regra, da renúncia dos direitos do
trabalhador no Direito do Trabalho. Ato pelo qual o empregado, por simples vontade, renunciaria a direitos que lhe são
assegurados pela legislação. Lembrar do Art 7° da CF , no qual elenca vários direitos trabalhistas que não podem ser
renunciados. Ex: Art 7° XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
Letra B (CERTA)- Na falta de disposições legais ou contratuais, a justiça do trabalho ou as autoridades administrativas
poderão decidir o caso de acordo com os usos e costumes, que são fontes do direito do trabalho.
Art 8° As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão,
conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito,
principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre
de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Letra C (ERRADA)- Por conter regras específicas acerca da maioria dos institutos trabalhistas, na análise de um caso
concreto, a Consolidação das Leis do Trabalho pode se sobrepor aos dispositivos constantes da Constituição Federal de

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1988 (CF).
Lembrar da Pirâmide de KELSEN em Direito Constitucional.

Letra D (ERRADA)- A sentença normativa é fonte do direito do trabalho, mas não o são os atos normativos do Poder
Executivo.
Atos normativos são fontes formais HETERÔNOMAS

Letra E (ERRADA)- Os princípios gerais de direito não são aplicados na interpretação das normas do direito do trabalho,
ainda que subsidiariamente.
Art 8° - § 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

RESPOSTA: Letra B

QUESTÕES BANCA IBFC

1. (IBFC - 2022 - Prefeitura de Dourados - MS - Procurador Municipal). No que concerne às fontes do Direito do
Trabalho, assinale a alternativa incorreta.
A) Sentenças normativas são as decisões proferidas em dissídios coletivos. Em sua qualidade jurídica de atos-regra,
criam regras gerais, abstratas, impessoais e obrigatórias e constituem fontes formais heterônomas do Direito do
Trabalho
B) Os acordos coletivos de trabalho são fontes formais autônomas do Direito do Trabalho, pois criam normas jurídicas a
partir da intervenção direta dos destinatários das mesmas, no caso o sindicato dos trabalhadores e o polo do
empregador, representado por seu sindicato
C) Os costumes, consubstanciados em práticas reiteradas de condutas, identificadas como adequadas aos deveres
jurídicos impostos à sociedade, representam uma das fontes formais do Direito do Trabalho, também porque, tanto os
costumes quanto os usos, de sua iterativa aplicação social, não raro fazem surgir a própria norma legal
D) A posição majoritária da doutrina aponta para o acolhimento dos Tratados e convenções internacionais com a
qualidade de fontes formais do direito, desde que ratificados pelo Brasil, hipótese em que ingressam no ordenamento
jurídico, no mínimo, com o status de lei ordinária.
RESOLUÇÃO: A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é um acordo celebrado entre o sindicato de trabalhadores e o
sindicato patronal. Este ato jurídico também pode envolver federações de empregados e de empregadores. Com a CCT,
regras nas relações de trabalho são estabelecidas. Já o Acordo Coletivo de Trabalho é a celebração de um acordo entre o
sindicato e uma empresa específica. As cláusulas diferentes da CCT que valem para toda categoria, no ACT são válidas
somente para os trabalhadores daquela empresa.
RESPOSTA: Letra B.

2. (IBFC - 2019 - FSA-SP - Assistente Administrativo de Contratos e Convênios). Leia o fragmento abaixo sobre as
Fontes e a Natureza do Direito do Trabalho.
“As fontes______________ são os fatos sociais, políticos e econômicos que fazem nascer a regra jurídica. As
Normas do Direito do Trabalho pertencem ao direito_____________ quando referentes ao contrato de trabalho e
ao direito _______________ quando referentes ao processo trabalhista.

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Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas:

A) Materiais / privado / público

B) Formais / privado / público

C) Formais / público / privado

D) Materiais / público / privado

RESOLUÇÃO: Em síntese as fontes traduzem a ideia de origem, de causa, nesse sentido, devemos observar quais são
as origens da ciência do direito do trabalho, quais são as influências, induções e mecanismos que levam a concretização
desse ramo do direito. As fontes formais consistem na forma pela qual o direito se exterioriza, podem ser estatais ou
não estatais. As fontes estatais são as legislativas e jurisprudenciais, como leis, decretos, sentenças, súmulas, além de
convenções internacionais etc. As fontes não estatais são os costumes, doutrina, convenções, negociações. As fontes
materiais consistem no conjunto de fatores reais que levam ao surgimento de normas, o que inclui análise fatos e
valores. Todos os fatores que influenciam a criação da norma em si, como sociais, políticos, psicológicos, econômicos
etc. Já o direito público é o conjunto de normas que regulamentam a atuação do estado, de natureza social e
organizacional. Já o direito de privado é o conjunto de normas que regulamentam as relações entre os indivíduos.
A) São fontes materiais visto que consistem em um conjunto de fatores reais que levam ao surgimento de normas, e
não na norma em si. O contrato de trabalho é direito privado, visto que consiste em relação interindividual, já a norma
que regulamenta o processo é de direito público, por regulamentar o procedimento a ser seguido pelo Estado.
B) Fatos que originam a formação de normas são fontes materiais.

C) Fatos que originam a formação de normas são fontes materiais, o contrato é derivado de relações interindividuais
privadas e o processo relacionado ao Estado, portanto, são respectivamente direito privados e públicos.
D) O contrato é derivado de relações interindividuais privadas e o processo relacionado ao Estado, portanto, são
respectivamente direito privados e públicos.
RESPOSTA: Letra A.

3. (IBFC - 2022 - Prefeitura de Dourados - MS - Procurador Municipal). Com relação aos princípios do Direito do
Trabalho, assinale a alternativa incorreta.
A) O Princípio da proteção ou tutelar consiste na utilização da norma e da condição mais favoráveis ao trabalhador, de
forma a tentar compensar juridicamente a condição de hipossuficiente do empregado. Ele consiste na aplicação, ao
Direito do Trabalho, do princípio da igualdade em seu aspecto substancial, segundo o qual igualdade é tratar de forma
igual os iguais e de forma desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades
B) Segundo o princípio da norma mais favorável, não prevalece necessariamente, no Direito do Trabalho, o critério
hierárquico de aplicação das normas; isto é, existindo duas ou mais normas aplicáveis ao mesmo caso concreto, dever-
se-á aplicar a que for mais favorável ao empregado, independentemente do seu posicionamento na escala hierárquica.
Tal princípio há de ser reconhecido tanto diante das chamadas normas proibitivas estatais, nas hipóteses de prevalência
do negociado sobre o legislado e na hipótese de sobreposição de normas coletivas
C) O princípio da condição mais benéfica impõe que as condições mais vantajosas previstas no contrato de trabalho ou
no regulamento de empresa devam prevalecer diante da edição de normas que estabeleçam patamar protetivo menos
benéfico ao empregado
D) Para o princípio da primazia da realidade, e segundo a ótica do Direito do Trabalho, deve-se primar pelo que
realmente aconteceu no mundo dos fatos em detrimento daquilo que restou formalizado no mundo do direito, sempre

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que não haja coincidência entre estes dois elementos. É o triunfo da verdade real sobre a verdade formal.
RESOLUÇÃO: O erro da letra B está na sua parte final: "Tal princípio há de ser reconhecido tanto diante das chamadas
normas proibitivas estatais, nas hipóteses de prevalência do negociado sobre o legislado e na hipótese de sobreposição
de normas coletivas". Após a reforma trabalhista, o princípio da norma mais favorável sofreu certa mitigação: Art. 620.
As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção
coletiva de trabalho.
RESPOSTA: Letra B.

4. (IBFC - 2019 - Emdec - Analista de Recursos Humanos Jr - Folha de Pagamento). O Direito do Trabalho é o ramo
da ciência do direito que versa sobre as normas, as instituições jurídicas e os princípios que disciplinam as relações
de trabalho subordinado. Acerca desse assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores verdadeiro (V) ou falso
(F).
( ) Segundo o princípio da territorialidade, as leis trabalhistas vigoram em um determinado território ou espaço
geográfico.
( ) O princípio da irrenunciabilidade dos direitos determina que na mesma relação de emprego, uma vantagem já
conquistada não deve ser reduzida.
( ) O contrato de trabalho é contrato de direito privado, consensual, não pode ser verbal, tem de ser escrito. A
relação jurídica pode ser formada pelo ajuste expresso escrito, ou pelo ajuste tácito.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A) V, F, F

B) F, F, V

C) F, V, V

D) V, V, F

RESOLUÇÃO: Para responder a presente questão são necessários conhecimentos sobre princípios e conceitos básicos
no âmbito do direito do trabalho.
(V) O princípio da territorialidade dispõe que as leis trabalhistas valem dentro de determinado território para brasileiros
ou mesmo estrangeiros.
(F) O princípio da irrenunciabilidade dos direitos consiste na impossibilidade jurídica de renunciar, de abrir mão dos
direitos trabalhistas que lhe são garantidos.
(F) De acordo com art. 443 da CLT, o contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado.
Dito isso, é possível verificar que a sequência correta de cima para baixo é V, F, F.

RESPOSTA: Letra A.

QUESTÕES BANCA QUADRIX

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1. (Quadrix - 2018 - CRP - 17ª Região (RN) – Advogado). Acerca dos princípios do direito do trabalho, assinale a
alternativa correta.
A) Após a Reforma Trabalhista, trazida pela Lei n.º 13.467/2017, houve a previsão de o empregado negociar livremente
com seu empregador, nas mesmas condições concedidas aos sindicatos, as cláusulas do contrato de trabalho. Dessa
forma, é certo que o princípio da proteção ao trabalhador não esteja mais presente nas relações trabalhistas,
independentemente do nível de instrução do empregado, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
B) O princípio da função integrativa do direito do trabalho permite ao intérprete, quando houver várias interpretações
sobre a mesma norma, utilizar a norma mais favorável ao trabalhador.
C) O princípio da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador é absoluto e poderá ser aplicado mesmo quando
existirem normas de ordem pública.
D) Pelo princípio da continuidade da relação de emprego, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado,
ou seja, não há prazo previamente fixado para seu fim. Assim, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é
do empregador.
E) Em respeito ao princípio da primazia da realidade, o trabalho exercido de fato não se sobrepõe às disposições
contratuais escritas.
RESOLUÇÃO: Antes de adentrar ao mérito da questão, mostra-se necessário o estudo dos princípios específicos do
direito do trabalho individual. Para tanto, primeiramente, importa destacar o que são princípios jurídicos, sendo esses a
origem, a base de sustentação da norma, consiste em uma ideia genérica que pode dar origem a norma, ou mesmo
auxiliar na sua interpretação, etc.
Para Maurício Godinho Delgado, um dos principais juristas brasileiros no assunto, os “princípios jurídicos são
proposições gerais inferidas da cultura e do ordenamento jurídicos que conformam a criação, revelação, interpretação e
aplicação do Direito. Os princípios tendem a ostentar um grau de generalidade, abstração e impessoalidade mais
acentuado do que as regras jurídicas, considerado, é claro, o âmbito próprio de sua conformação e atuação. Nessa
medida, mesmo os princípios especiais de certo ramo jurídico tendem a ostentar, naquele ramo, esse grau mais
acentuado de generalidade, abstração e impessoalidade, embora sejam, evidentemente, mais específicos do que os
princípios do Direito de caráter e abrangência gerais e, até mesmo, mais específicos do que regras gerais do Direito. Por
razões lógicas, repitase, é necessário, nesse enquadramento, considerar o âmbito próprio de conformação e atuação do
princípio destacado." (2017)
Já os princípios especiais do Direito do Trabalho, consistem nas preposições que norteiam e baseiam o ramo
justrabalhista e com o desenvolvimento do ramo do direito, maior o número de princípios e conjunto sistemático que
determina sua cultura, regra e institutos peculiares.
A) A Lei 13.467/2017, conhecida por ter trazido a Reforma Trabalhista, não permitiu que empregados negociassem
livremente com seu empregador, mas sim, deu maior relevância aos acordos e convenções coletivas. Nesse sentido,
dispõem os Arts. 611-A da CLT e 444, § único da CLT. Não obstante, importa ressaltar que o princípio da proteção
informa o direito do trabalho em toda sua estrutura.
Consoante ao disposto, entende Maurício Godinho Delgado sobre o princípio da proteção: “Informa este princípio que o
Direito do Trabalho estrutura em seu interior, com suas regras, institutos, princípios e presunções próprias, uma teia de
proteção à parte hipossuficiente na relação empregatícia — o obreiro —, visando retificar (ou atenuar), no plano
jurídico, o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho". Sendo assim, errada a alternativa em
questão.
B) A alternativa está errada, porque o princípio na função integrativa tem como condão suprir lacunas jurídicas,
conforme dispõe o art. 4° da Lei de Introdução ao Código Civil: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito". Assim, é o Princípio da Norma Mais Favorável é aquele
que dispõe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorável ao obreiro e podem ocorrer três
situações, sejam elas: no instante de elaboração da regra, no contexto de confronto entre regras concorrentes ou, no
contexto de interpretação das regras jurídicas.

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C) No Princípio da Norma Mais Favorável, na fase jurídica prevê que após construída a regra, dada situação de conflito
de regras, é permitido eleger como prevalecente, aquela que for mais favorável ao trabalhador, observados certos
procedimentos objetivos orientadores, portanto, não poderá o operador jurídico permitir que o uso do princípio da
norma mais favorável comprometa o caráter sistemático da ordem jurídica, consequentemente a hierarquia das
normas. Portanto, errada a presente alternativa quando afirma que o princípio é absoluto e poderá ser aplicado mesmo
quando existirem normas de ordem pública.
D) Consoante o disposto na Súmula 212 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) o ônus de provar o término do contrato
de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da
continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado, tendo em vista que objetiva seu
prolongamento no tempo, logo, a alternativa encontra-se correta.
E) O Princípio da Primazia da Realidade sobre a Forma, está embasado no Art. 112 do Código Civil Brasileiro, que dispõe
que nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da
linguagem, ou seja, no Direito do Trabalho deve-se pesquisar a prática concreta efetivada ao longo da prestação de
serviços e não as previsões contratuais. Assim sendo errada a alternativa, especialmente quando afirma que o trabalho
exercido de fato não se sobrepõe às disposições contratuais escritas.
RESPOSTA: Letra D.

2. (Quadrix - 2017 - CRF-RS – Advogado). Considere o seguinte: “O contrato individual de trabalho é o acordo
tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego” (art. 442, CLT). O texto legal consagra o princípio da:
A) primazia da realidade.

B) condição mais benéfica.

C) intangibilidade contratual.

D) imperatividade das normas trabalhistas.

E) continuidade da relação de emprego.

RESOLUÇÃO: Para Américo Plá Rodriguez: “O princípio da primazia da realidade significa que, em caso de
discordância entre o que ocorre na prática e o que emerge de documentos ou acordos, deve-se dar preferência ao
primeiro, isto é, ao que sucede no terreno dos fatos.” (PLÁ RODRIGUEZ, 2015, p. 339). Esta noção reporta a expressão
cunhada por De La Cueva, que sustenta ser o contrato de trabalho um contrato-realidade. Ao expor a natureza jurídica
do contrato de trabalho, ressalta-se a diferença essencial entre o contrato de trabalho, em que é necessário o
cumprimento da obrigação contraída e os contratos de direito civil, os quais a aplicação do direito depende apenas do
acordo de vontades; conclui-se que no direito civil o contrato não está subordinado a seu cumprimento, enquanto no
direito do trabalho a sua execução é essencial para sua completitude. (PLÁ RODRIGUEZ, 2015, p. 339).
RESPOSTA: Letra A.

3. (Quadrix - 2014 - SERPRO - Analista - Perícia em Cálculo Judicial). A terminologia "fonte" vem do latim fons, com
o significado de nascente ou manancial. Ao aplicarmos o referido termo ao Direito, podemos separar essas fontes
em heterônomas ou autônomas. Assim, é correto afirmar que são fontes heterônomas do Direito aquelas que:
A) são elaboradas pelos próprios interessados, como convenção e acordo coletivo, por exemplo.

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B) são elaboradas pelos interessados no regulamento bilateral de empresa, com vistas a salvaguardar o patrimônio
empresarial.
C) baseiam-se nos costumes e na cultura organizacional de cada empresa, considerando sua região territorial.

D) são sugeridas por interessados na polaridade do contrato de trabalho celebrado de maneira bilateral.

E) são impostas por agentes externos, como a Constituição e as leis nacionais, por exemplo.

RESOLUÇÃO: As fontes formais heterônomas são chamadas de imperativas ou estatais e são aquelas que em que o
Estado participa ou interfere. São elas: a Constituição Federal, leis (em geral), decretos expedidos pelo Poder Executivo,
sentença normativa, súmulas vinculantes.
RESPOSTA: Letra E.

4. (Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico). Considere a proposição I e a razão II a seguir. I. De acordo com
o Tribunal Superior do Trabalho, o ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação
de serviço e o despedimento, é do empregador. PORQUE II. O princípio da continuidade da relação de emprego
constitui presunção favorável ao empregado. Assinale a alternativa correta.
A) A proposição é falsa, mas a razão é verdadeira.

B) A proposição é verdadeira, mas a razão é falsa.

C) A proposição e a razão são falsas.

D) A proposição e a razão são verdadeiras, e a razão justifica a proposição.

E) A proposição e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a proposição.

RESOLUÇÃO: SUM-212 DESPEDIMENTO. ÔNUS DA PROVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do
empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado.
RESPOSTA: Letra D.

5. (Quadrix - 2016 - CRO - PR - Procurador Jurídico). No campo do Direito do Trabalho, presume-se que o contrato
de trabalho terá validade por tempo indeterminado, em razão do:
A) Princípio da irrenunciabilidade de direitos.

B) Princípio da continuidade da relação de emprego.

C) Princípio da proteção.

D) Princípio da primazia da realidade.

E) Princípio da boa-fé.

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RESOLUÇÃO: Em regra, o contrato de trabalho é firmado por tempo indeterminado, ou seja, não há prazo
previamente fixado para seu fim. Aliás, é de interesse público que esses contratos sejam firmados para prazos de longa
duração, pois, enquanto o empregado estiver trabalhando, haverá fonte de sustento, garantindo sua dignidade. Em
razão desse princípio, a obrigação de provar a ruptura do contrato de trabalho é do empregador, isto é, em regra
presume-se que o empregado não deu causa ao término do contrato de trabalho. Nesse sentido: "Súmula no 212 do
TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é
do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao empregado."
RESPOSTA: Letra B.

QUESTÕES BANCA VUNESP

1. (VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA - Analista Administrativo – Direito). São fontes autônomas do Direito do
Trabalho:
A) sentença normativa e convenção da OIT.

B) acordo coletivo e contrato de trabalho.

C) convenção coletiva de trabalho e medida provisória.

D) lei complementar e convenção coletiva de trabalho.

E) súmulas de jurisprudência e convenção coletiva de trabalho.

RESOLUÇÃO: CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO E ACORDOS COLETIVOS DE TRABALHO São fontes


formais autônomas do Direito do trabalho, pois criam normas jurídicas a partir da intervenção direta dos destinatários
delas, no caso o sindicato dos trabalhadores e o polo do empregador, representado ora por seu sindicato (convenção
coletiva de trabalho), ora por uma ou mais empresas (acordo coletivo de trabalho).
RESPOSTA: Letra B.

2. (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno – Trabalhista). São fontes formais do direito do trabalho:

A) as leis federais, os costumes, as convenções coletivas de trabalho e a analogia.

B) as leis federais, os costumes, as convenções e acordos coletivos de trabalho.

C) as leis federais, a jurisprudência, a equidade e os princípios de direito do trabalho.

D) as leis federais, as sentenças normativas, a equidade e a analogia.

E) a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho, a equidade e a analogia.

RESOLUÇÃO: Fontes do direito são a origem de onde se extraem os substratos para a formação das normas jurídicas.
O artigo 8º da CLT informa que "As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público".

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Segundo a doutrina, temos fonte formais (normas emanadas da vontade das partes ou pelo Estado, através de
negociações coletivas, leis, costumes segundo parcela significativa da doutrina e jurisprudência), materiais (o fato social
em si), autônomas (emanadas das vontades das partes, como CCT e ACT), heterônomas (emanadas diretamente do
Estado, como lei, Constituição, jurisprudência segundo alguns). As fontes formais podem ser indiretas (como
jurisprudência, princípios gerais de direito do trabalho, direito comparado) e diretas (CRFB, leis, regulamentes,
negociação coletiva).
RESPOSTA: Letra B.

3. (VUNESP - 2012 - SPTrans - Advogado Pleno – Trabalhista). São princípios do direito individual do trabalho:

A) irrenunciabilidade, continuidade do contrato de trabalho e autonomia da vontade.

B) primazia da realidade, norma mais favorável e descontinuidade do contrato de trabalho.

C) condição mais benéfica, in dubio pro operário e tangibilidade salarial.

D) irrenunciabilidade, primazia da forma e condição mais benéfica.

E) continuidade do contrato de trabalho, norma mais favorável e irrenunciabilidade.

RESOLUÇÃO: Continuidade do trabalho -Uma vez que os contratos são por tempo indeterminado- Salvos os casos de
contrato com prazo determinado.
Norma mais favorável- Na dívida quanto a aplicação da norma, o magistrado deve-se utilizar da norma mais favorável
em benefício da parte hipossuficiente da relação de trabalho, que vem a ser o Empregado. Im dubio pro operatio.
Irrenunciabilidade- É irrenunciável os direitos trabalhistas que versam sobre direitos mínimos com o crivo da dignidade
da pessoa humana. Ex: Não posso renunciar ao meu direito de férias a cada ano completo. Posso sofrer uma limitação
leve, ao passo que posso vender 10 dias dessas férias. Porém o restando deve ser utilizado para o descanso do
trabalhador.
RESPOSTA: Letra E.

4. (VUNESP - 2014 - UNICAMP – Procurador). Com relação aos princípios que norteiam o direito do trabalho e
considerando-­se o entendimento doutrinário sobre a matéria, é correto dizer que:
A) o princípio protetivo tem três desdobramentos: o prin­cípio in dúbio pro operário, o princípio da norma mais favorável
e o princípio da hierarquia da norma.
B) o princípio da norma mais favorável tem aplicabilidade em três momentos distintos: na elaboração da regra, no
confronto entre as regras concorrentes e na interpreta­ção das regras jurídicas.
C) o princípio da indisponibilidade se traduz na inviabi­lidade de o empregado poder despojar-­se de direitos e proteções
que lhe são garantidas pela lei ou por contra­to, por sua simples manifestação de vontade, não alcan­çando, porém, a
transação destes, pois esta, como ato bilateral, difere-se da renúncia.
D) o princípio da continuidade dita a impossibilidade de o empregado renunciar à estabilidade da qual é detentor na
vigência do contrato de trabalho.

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E) o princípio da condição mais benéfica impõe a nulidade de qualquer alteração contratual menos vantajosa, mesmo
que decorrente de lei.
RESOLUÇÃO: Analisemos, pois, cada uma das assertivas:

LETRA A) Segundo Américo Plá Rodriguez, um dos autores mais consagrados no direito trabalhista, notadamente pela
sua obra clássica "Princípios de Direito do Trabalho", na verdade o princípio da proteção se desdobra nos seguintes
princípios: (i) in dubio pro operario; (ii) norma mais favorável; (iii) e princípio da condição mais benéfica (RODRIGUEZ,
Américo Plá, 2010, ps. 42 e 43). Veja-se que não entra na distinção feita pelo doutrinador - largamente seguida pela
doutrina - o princípio da hierarquia da norma, o que torna, por conseguinte, a presente afirmativa errada.
LETRA B) A presente afirmativa está CORRETA, consoante o que preleciona Maurício Godinho Delgado: "O presente
princípio dispõe que o operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorável ao obreiro em três
situações ou dimensões distintas: no instante da elaboração da regra (princípio orientador da ação legislativa, portanto)
ou no contexto de confronto entre regras concorrentes (princípio orientador do processo de hierarquização de normas
trabalhistas) ou, por fim, no contexto de interpretação das regras jurídicas (princípio orientador do processo de
revelação do sentido da regra trabalhista)". (DELGADO, Maurício Godinho, 2009, p. 184).
LETRA C) Esta afirmativa está errada, porque o princípio da indisponibilidade possui uma abrangência maior do que a
chamada irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, de modo que o princípio alcança não apenas atos unilaterais -
como a renúncia - mas também atos bilaterais, como a transação. Arremata Godinho, ao afirmar que "para a ordem jus
trabalhista, não serão válidas quer a renúncia, quer a transação que importe objetivamente em prejuízo ao trabalhador"
(Ibid, p. 187).
LETRA D) A presente afirmativa está equivocada, pois o princípio em tela não representa um óbice a que o empregado
abra mão da estabilidade que lhe é assegurada. Na verdade, o instituto da estabilidade é uma prerrogativa de caráter
protetivo assegurada ao empregado, contra dispensa arbitrária por parte do empregador. Não obstante, nada impede
que o próprio empregado se desvincule dessa prerrogativa, se mais benéfico para ele. Por exemplo, nada impede que o
empregado dirigente sindical, no gozo de sua estabilidade, peça demissão para assumir um novo cargo, um novo
emprego, numa empresa que lhe tenha oferecido condições mais vantajosas de trabalho. Repise-se: a estabilidade é
garantia essencialmente contrária à dispensas imotivadas e arbitrárias por parte do empregador, e o princípio da
continuidade da relação de emprego, igualmente, preconiza que, em situações de normalidade, deve-se compreender
que a expectativa do empregado é permanecer no emprego, de modo que esta situação de continuidade deve ser
preservada e tutelada;
LETRA E) O equívoco na presente assertivo reside na impossibilidade de se alterar condições contratuais trabalhistas,
ainda que de modo menos vantajoso, através de lei. Na verdade, a vedação mantem-se, apenas, no âmbito contratual,
de modo que cláusulas contratuais posteriores não possam impor condições menos favoráveis ao empregado, em
relação àquelas preexistentes. Todavia, advindo lei ou ato normativo nesse sentido, por força da ideia de hierarquia de
normas, tal princípio - da condição mais benéfica - não teria aplicação. Nesse sentido, esclarecedoras as palavras de
Maurício Godinho: "Não se trata aqui, como visto, de contraponto entre normas (ou regras), mas cláusulas contratuais
(sejam tácitas ou expressas, sejam oriundas do próprio pacto ou do regulamento de empresa (...) Incorporado pela
legislação (art. 468, CLT) e jurisprudência trabalhistas (Súmulas 51, I, e 288, TST), o princípio informa que cláusulas
contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso suplantadas por cláusula posterior ainda mais favorável,
mantendo-se intocadas (direito adquirido) em face de qualquer subsequente alteração menos vantajosa do contrato ou
regulamento de empresa (evidentemente que a alteração implementada por norma jurídica submeter-se-ia a critério
analítico distinto)". (Ibid, p. 187)
RESPOSTA: Letra B

5. (VUNESP - 2022 - Docas - PB – Advogado). Quanto às fontes do Direito do Trabalho, assinale a alternativa
correta.

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A) A lei é uma fonte autônoma do direito do trabalho, visto que as regras nela contidas são produzidas pelo Poder
Legislativo e não pela vontade própria dos entes sociais.
B) A Constituição Federal bem como as convenções coletivas de trabalho são exemplos de fonte estatal no direito do
trabalho.
C) O regulamento de uma empresa não pode ser considerado como fonte de direito do trabalho, ainda que vise a
garantir a observância de regras de compliance, códigos de conduta, proteção de dados pessoais.
D) O Acordo Coletivo é uma fonte formal heterônoma.

E) As fontes formais do direito do trabalho podem ser divididas em dois grupos: heterônomas e autônomas.

RESOLUÇÃO: FONTES FORMAIS: Normas jurídicas.

São obrigatórias (imperativas).

Ex.: convenção, acordo coletivo e leis.

FONTES FORMAIS AUTÔNOMAS: Confeccionadas pelas partes diretamente interessadas: Convenção coletiva: acordo
entre sindicato profissional e sindicato da categoria econômica; Acordo coletivo: acordo entre empresa e sindicato
profissional; Costume (v.g., pagamento de gorjetas); Regulamento da empresa será fonte formal se as regras
formuladas forem de caráter geral e impessoal.
FONTES FORMAIS HETERÔNOMAS: Sem participação dos destinatários: Constituição Federal; Tratados e convenções
internacionais; Leis; Medidas provisórias; Decretos; Sentenças normativas (poder normativo da Justiça do Trabalho).
Prazo de vigência da decisão é de, no máx., 4 anos (art. 868, § único, da CLT); Súmula Vinculante.
FONTES MATERIAIS: São os valores morais, éticos, políticos, econômicos, religiosos, existentes na sociedade, que dão
substrato ao Direito, dando conteúdo à matéria da norma jurídica. OBS: São aqueles que ainda não foram positivadas
na legislação, mas geram obrigações às partes envolvidas na relação de trabalho.
RESPOSTA: Letra E.

6. (VUNESP - 2021 - Prefeitura de Santos - SP – Procurador). Assinale a alternativa contrária ao princípio do Direito
do Trabalho.
A) Alterabilidade contratual lesiva.

B) In dubio pro operario.

C) Primazia da realidade.

D) Intangibilidade salarial.

E) Proteção.

RESOLUÇÃO: Percebam que este princípio não impede alterações contratuais trabalhistas, que são comuns na prática.
O que se restringe são as alterações lesivas onde o empregado é prejudicado. Quanto a este aspecto é importante
salientar que pequenas alterações efetuadas pelo empregador, que não frustrem direitos trabalhistas podem ser
implementadas, devendo-se analisar o caso concreto para verificar se houve ou não afronta ao princípio da
inalterabilidade contratual lesiva. Além disso, ressalte-se que algumas cláusulas contratuais podem ser negociadas com
intermediação da representação sindical obreira, através de negociação coletiva. É possível, então, por meio de

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negociação coletiva, que certas cláusulas sejam flexibilizadas com vistas a evitar mal maior. Falaremos sobre isto nos
comentários do artigo 7º da CF/88.
RESPOSTA: Letra A.

7. (VUNESP - 2018 - PGE-SP - Procurador do Estado). Em relação aos princípios aplicáveis ao Direito do Trabalho,
assinale a alternativa correta.
A) Havendo a coexistência de dois regulamentos de empresa, a opção do empregado por um deles, com prejuízo às
regras do sistema do outro, não afronta o princípio da irrenunciabilidade.
B) Não fere o princípio da isonomia condicionar o recebimento de participação nos lucros e resultados ao fato de estar o
contrato de trabalho em vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Por conseguinte, é lícito negar o
pagamento proporcional aos meses trabalhados em caso de rescisão contratual ocorrida durante o período de apuração
do benefício.
C) A contribuição confederativa de que trata o art. 8° , inciso IV, da Constituição da República, é exigível de todos os
integrantes da categoria profissional. Por essa razão, seu desconto pode ser feito, independentemente de filiação
sindical, não havendo que se falar, nesse caso, em violação ao princípio da intangibilidade salarial.
D) O princípio da inalterabilidade contratual in pejus (art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho) assegura ao
empregado ocupante de função de confiança o direito à manutenção da gratificação correspondente após a reversão ao
emprego efetivo, independentemente da existência de justo motivo a fundamentar tal reversão.
E) Por força do princípio da primazia da realidade, a contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta,
gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, das autarquias, fundações públicas ou
empresas estatais.
RESOLUÇÃO: De acordo com a doutrina, trata-se da "renúncia como consequência das opções juridicamente válidas".
Tal ideia é admitida pelo TST, que possui súmula nesse sentido.
- Súmula n. 51, II, TST: Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles
tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.
Um outro exemplo de renúncia juridicamente válida pode ser observado quando uma gestante (que possui estabilidade
provisória) pede demissão.
RESPOSTA: Letra A.

8. (VUNESP - 2017 - Prefeitura de Andradina - SP - Assistente Jurídico e Procurador Jurídico). Na falta de


disposição legal ou contratual, a Justiça do Trabalho e as autoridades administrativas deverão decidir, conforme o
caso.
A) de acordo com a equidade, atuando como se fossem legisladores.

B) se valendo dos diversos meios de integração, iniciando pela jurisprudência e analogia.

C) de acordo com a livre convicção.

D) com aplicação dos princípios que regem o direito civil.

E) com aplicação da presunção favorável ao trabalhador.

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RESOLUÇÃO: De acordo com o artigo 8º da CLT: " As autoridades administrativas e a justiça do trabalho, na falta de
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros
princípios e normas gerias d direito, principalmente do direito do trabalho e, ainda, de acordo com os usos e costumes
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe/particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único: o direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho".

RESPOSTA: Letra B.

9. (VUNESP - 2016 - Prefeitura de Várzea Paulista - SP - Procurador Jurídico). É princípio do Direito do Trabalho que
impõe o privilégio dos fatos sobre a forma ou a estrutura empregada, a exemplo do empregado que é rotulado de
autônomo pelo empregador, em razão de contrato escrito de representação comercial entre eles celebrado,
quando as condições fáticas observadas demonstram a existência de um contrato de trabalho. Trata-se do
princípio da:
A) irrenunciabilidade de direitos.

B) continuidade da relação de emprego.

C) primazia da realidade.

D) proteção.

E) interpretação mais favorável.

RESOLUÇÃO: O princípio da primazia da realidade, derivado da ideia de proteção, tem por objetivo fazer com que a
realidade verificada na relação entre o trabalhador e o empregador prevaleça sobre qualquer documento que disponha
em sentido contrário. Assim, em caso de discordância entre a realidade emanada dos fatos e a formalidade dos
documentos, deve-se dar preferência à primeira, ou seja, a realidade de fato da execução da relação mantida entre as
partes prevalece sobre sua concepção jurídica.
RESPOSTA: Letra C.

10. (VUNESP - 2014 - IPT-SP – Advogado). O princípio da proteção é considerado o princípio dos princípios no
Direito do Trabalho, constituindo a própria essência desse ramo e, de acordo com a clássica divisão de Américo Plá
Rodriguez, manifesta-se pelas regras:
A) do in dubio pro operario, da norma mais favorável e da condição mais benéfica.

B) do in dubio pro operario, da irrenunciabilidade e da condição mais benéfica.

C) da condição mais benéfica, da irrenunciabilidade e da continuidade.

D) da condição mais benéfica, da norma mais favorável e da continuidade.

E) da irrenunciabilidade, da continuidade e da boa-fé.

RESOLUÇÃO: Nesse sentido, veja-se o que afirma o professor Maurício Godinho Delgado: "Parte importante da
doutrina aponta este princípio como o cardeal do Direito do Trabalho, por influir em toda a estrutura e características

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próprias desse ramo jurídico especializado. Esta, a propósito, a compreensão do grande jurista uruguaio Américo Plá
Rodriguez, que considera manifestar-se o princípio protetivo em três dimensões distintas: o princípio in dubio pro
operario, o princípio da norma mais favorável e o princípio da condição mais benéfica". (DELGADO, Maurício Godinho,
2009, pág. 183)
RESPOSTA: Letra A.

QUESTÕES BANCA TRT

1. (TRT 16R - 2011 - TRT - 16ª REGIÃO (MA) - Juiz do Trabalho Substituto). Analise as afirmativas abaixo e assinale a
alternativa CORRETA:
I - O modelo justrabalhista brasileiro é o estatal-subordinado de gestão trabalhista, que reproduziu as experiências
democráticas europeias do pós-guerra, especialmente o modelo italiano. Sua base principiológica se apoia no tripé da
organização sindical unitária, a absorção de grandes e pequenos conflitos pelo Estado e as distintas e combinadas
formas de controle das organizações e lideranças coletivas obreiras pelo Estado.
II - As fontes jurídicas trabalhistas materiais de inspiração econômica fluem da dinâmica do sistema capitalista,
especialmente a concentração e centralização dos empreendimentos capitalistas, provocando maciça utilização de
força de trabalho nos moldes empregatícios. Já as fontes jurídicas materiais de cunho político-sociológico advêm de
conquistas dos movimentos sociais organizados por trabalhadores, tanto no plano das empresas e no mercado
econômico, quanto nos partidos e movimentos políticos.
III - As fontes jurídicas trabalhistas formais são os mecanismos pelos quais as normas ingressam na ordem jurídica e a
rigor todas derivam de um único centro de positivação, o Estado, segundo a teoria monista. Ainda segundo esta teoria,
as normas coletivas oriundas de negociação coletiva entre Sindicatos e as condições previstas nos contratos de trabalho
firmados entre as partes somente seriam aplicáveis quando derivadas de regras estatais positivadas e pre­ existentes,
que fixem requisitos para sua validade, vigência e eficácia.
IV - São fontes formais autônomas do direito do trabalho as convenções coletivas de trabalho, os acordos coletivos de
trabalho, o contrato coletivo de trabalho, o acordo homologado por sentença normativa em dissídio coletivo, usos e
costumes, o laudo arbitrai, o regulamento empresarial e as cláusulas contratuais.
A) Apenas estão corretas as afirmativas I, II e IV.

B) Apenas estão corretas as afirmativas I, II e III.

C) Apenas estão corretas as afirmativas II e IV.

D) Apenas estão corretas as afirmativas II e III.

E) Todas estão incorretas.

RESOLUÇÃO: Analisemos cada uma das assertivas: I - Errada. Maurício Godinho informa que, de fato, o modelo
justrabalhista brasileiro é o estatal-subordinado de gestão, mas tal modelo não encontra inspiração em modelos
democráticos. Pelo contrário, sua inspiração advém das experiências fascistas europeias da primeira metade do Século
XX, que embora expurgado nos países que originariamente o adotaram - Alemanha e Itália - foi encampado por países
que o importaram a partir das décadas de 30 e 40 como o Brasil. Tem por finalidade precípua tal modelo, retirar o
conflito socioeconômico do trabalho do âmbito da sociedade civil, deslocando-o para o interior do aparato estatal
(DELGADO, Maurício Godinho, 2009, pág. 110). Não se pode, no entanto, deixar de salientar que a Constituição de 1988
trouxe alguns avanços democráticos, em relação à este modelo tradicional.

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II - CORRETA. Mais uma vez partindo dos ensinamentos de Godinho, temos que, efetivamente, as fontes materiais
econômicas decorrem da evolução do sistema capitalista, baseada na produção calcada no modelo de grande indústria,
e de concentração dos empreendimentos capitalistas, fatores que provocaram maciça utilização da força de trabalho,
nos moldes empregatícios. Já as fontes de cunho político-ideológico, estão vinculadas aos movimentos sociais
organizados pelos trabalhadores, possuindo nítido caráter reivindicatório, como no caso do movimento sindical, além
da relação que guarda com os partidos e movimento políticos operários.
III - CORRETA. De fato, o Estado é o único centro de positivação das normas jurídicas, para a teoria monista. Para a
teoria pluralista confere-se valor normativo às normas decorrentes de negociação coletiva, admitindo, portanto, que a
hegemonia estatal na positivação normativa não afasta a possibilidade de haver uma convivência harmônica entre as
normas estatais e as demais fontes normativas. Por outro lado, a monista acaba fazendo concessão quanto à
negociação coletiva, justamente se, e apenas se, considerarmos que sua elaboração tem por fundamento normas
estatais preexistentes, pois estas são as únicas dotadas de coerção e imperatividade.
IV - Errada. Nem todas essas fontes podem ser consideradas autônomas, na medida em que nem todas decorrem da
participação direta dos seus destinatários, na sua elaboração. Esse, aliás, é o principal contraponto que as diferenciam
das fontes heterônomas, oriundas, estas, da atuação estatal, sem a participação, portanto, dos destinatários das
normas na sua elaboração. Portanto, normas como a sentença normativa e o laudo arbitral, não podem ser
consideradas fontes autônomas.
RESPOSTA: Letra D

2. (TRT 23R (MT) - 2011 - TRT - 23ª REGIÃO (MT) - Juiz do Trabalho). Assinale a proposição correta:

A) Pode-se dizer que a fonte formal tem como características ser geral, concreta, impessoal e facultativa, enquanto a
fonte material é aqueia que deriva dos fatos do cotidiano.
B) Pode-se dizer que a fonte formal autônoma é aquela produzida pelo Estado com autonomia, ou seja, independente
de consulta prévia à população.
C) Pode-se dizer que o artigo 8° da CLT, que autoriza o uso subsidiário da jurisprudência, analogia, equidade, princípios
e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, usos e costumes e o direito comparado, traz
hipóteses apenas de fontes formais, uma vez que o referido rol está previsto na legislação.
D) A equidade e a analogia podem ser consideradas fontes de direito.

E) Pode-se dizer que a Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Coletivo de Trabalho são exemplos de fontes formais
autônomas, uma vez que derivam de negociação coletiva e também podem ser conhecidas como fontes formais diretas
ou primárias.
RESOLUÇÃO: Fontes do direito são a origem de onde se extraem os substratos para a formação das normas jurídicas.
O artigo 8º da CLT informa que "As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou
contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito
comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público".
Segundo a doutrina, temos fonte formais (normas emanadas da vontade das partes ou pelo Estado, através de
negociações coletivas ou leis), materiais (o fato social em si), autônomas (emanadas das vontades das partes, como CCT
e ACT), heterônomas (emanadas diretamente do Estado, como lei, Constituição, jurisprudência segundo alguns). As
fontes formais podem ser indiretas (como jurisprudência, princípios gerais de direito do trabalho, direito comparado) e
diretas (CRFB, leis, regulamentes, negociação coletiva).
RESPOSTA: Letra E.

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QUESTÕES BANCA FGV

1. (FGV - 2010 - BADESC – Advogado). Assinale a alternativa que indique o princípio do Direito do Trabalho que
prevê a proteção dos salários contra descontos não previstos em lei.
A) Princípio da unidade salarial.

B) Princípio da primazia da realidade.

C) Princípio da materialidade salarial.

D) Princípio da legalidade.

E) Princípio da intangibilidade.

RESOLUÇÃO: Princípio da Intangibilidade salarial - Este princípio assegura a irredutibilidade salarial, revelando-se
como espécie do gênero da inalterabilidade contratual lesiva. O conteúdo em si da proteção oferecida por tal princípio é
garantir ao trabalhador perceber a contraprestação a que faz jus por seu trabalho, de maneira estável, não sujeita as
oscilações da economia e às instabilidades do mercado e, por extensão, assegurar a satisfação de um conjunto, ainda
que eventualmente mínimo, de suas necessidades, entre as quais a alimentação.
RESPOSTA: Letra E.

2. (FGV - 2010 - BADESC – Advogado). No Direito do Trabalho, o acordo coletivo é classificado como uma fonte:

A) jurisprudencial.

B) material heterônoma.

C) material autônoma.

D) costumeira.

E) formal.

RESOLUÇÃO: Cuidado com as pegadinhas! Pode-se ler rapidamente "autônomas", mas esquecemos de verificar que
antes veio outra palavra, "material", e se perde a questão.
Lembre-se que as fontes materiais representam o momento pré-jurídico, a pressão exercida pelos operários em face do
Estado capitalista em busca de melhores e novas condições de trabalho. E ainda, as fontes materiais não se desdobram
em outras.
Já as fontes formais, elas representam o momento eminentemente jurídico, com a regra plenamente materializada e
exteriorizada. É a norma já construída. Elas se dividem em: fontes formas heterônomas: materializada por um agente
externo, em geral o Estado. Ex.: CF/88, Emendas, LC, LO, etc. e fontes formais autônomas: tem a imediata participação
dos destinatários, sem a interferência de um terceiro. Ex.: convenção coletiva, acordo coletivo e o costume.
RESPOSTA: Letra E.

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QUESTÕES INSTITUTO AOCP

1. (INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Área Judiciária). No que diz respeito aos
princípios do direito material do trabalho, assinale a alternativa INCORRETA.
A) O direito comum é fonte subsidiária do direito do trabalho.

B) Em razão da vigência do princípio da proteção no direito do trabalho, é correto afirmar que, em havendo a
coexistência de dois regulamentos em determinada empresa, a opção do empregado por um deles tem efeito jurídico
de renúncia às regras do sistema do outro.
C) Em razão da vigência do princípio da proteção e da norma mais favorável no direito do trabalho, é correto afirmar
que, em havendo a coexistência de dois regulamentos em determinada empresa, o empregado poderá aderir às regras
mais benéficas de um ou de outro, não estando obrigado a fazer opção por apenas um deles.
D) O princípio da aplicação da norma mais favorável é um desdobramento do princípio da proteção.

E) O princípio da proteção pressupõe a proibição de alterações contratuais lesivas ao empregado, razão pela qual as
cláusulas de regulamento de empresa que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente somente atingirão
os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração respectiva.
RESOLUÇÃO: A - Art. 8 § 1º O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho.

B - Sumula 51 → II - Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles
tem efeito jurídico de renúncia às regras do outro.
C - ERRADA. Aplica-se ao direito do trabalho a Teoria do conglobamento na qual as fontes devem ser comparadas e
deve ser aplicada aquela que, em CONJUNTO, seja mais favorável ao empregado. Logo, não pode ficar pegando a regra
mais favorável de cada norma.
D - Princípio da Proteção/Protetor ou TUTELAR→ Subdivide-se em 3: 1-Princípio da NORMA MAIS FAVORÁVEL; 2-
Princípio da Condição mais benéfica; 3- Princípio in dubio pro operário ou Pro Misero.
E - Sumula 51 → I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente, só
atingirão os trabalhadores admitidos APÓS a revogação ou alteração do regulamento.
RESPOSTA: Letra C.

2. (INSTITUTO AOCP - 2015 - EBSERH - Advogado (HU-UFJF)). Assinale a alternativa correta com relação aos
princípios específicos do direito do trabalho.
A) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia da realidade.

B) Princípio da proteção; da renunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia da realidade.

C) Princípio da proteção do empregador; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e da primazia


da realidade.
D) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da norma mais favorável ao empregador e da primazia da realidade.

E) Princípio da proteção; da irrenunciabilidade, da continuidade da relação de emprego e do contrato de trabalho.

RESOLUÇÃO: Princípio da Proteção: Também chamado de princípio protetor ou tutelar, consiste na utilização da
norma e da condição mais favoráveis ao trabalhador, de forma a tentar compensar juridicamente a condição de
hipossuficiente do empregado.

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Princípio da Irrenunciabilidade: Este princípio é também denominado princípio da indisponibilidade de direitos,


princípio da inderrogabilidade ou princípio da imperatividade das normas trabalhistas, e informa que os direitos
trabalhistas são, em regra, irrenunciáveis, indisponíveis e inderrogáveis. Dado o caráter de imperatividade das normas
trabalhistas, estas são, em regra, de ordem pública (também chamadas cogentes), pelo que os direitos por elas
assegurados não se incluem no âmbito da livre disposição pelo empregado.
Princípio da continuidade da relação de emprego: O princípio da continuidade da relação de emprego autoriza a
presunção de que os contratos são celebrados por prazo indeterminado, pois há interesse do trabalhador na
permanência do contrato, fonte de sua subsistência.
Princípio da primazia da realidade: É o princípio segundo o qual os fatos, para o Direito do Trabalho, serão sempre mais
relevantes que os ajustes formais, isto é, prima-se pelo que realmente aconteceu no mundo dos fatos em detrimento
daquilo que restou formalizado no mundo do direito, sempre que não haja coincidência entre estes dois elementos.
RESPOSTA: Letra A.

3. (INSTITUTO AOCP - 2015 - EBSERH - Analista Administrativo - Administração (HE-UFSCAR)). Qual é o princípio
que, de acordo com o Art. 461 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garante ao trabalhador que, no
exercício de sua função, realize trabalho idêntico para o mesmo empregador e localidade, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade?
A) Economia salarial.

B) Moralidade.

C) Isonomia salarial.

D) Liberdade.

E) Impessoalidade

RESOLUÇÃO: Pelo princípio da isonomia salarial, todos os empregados que estejam nas mesmas condições de serviço,
devem receber o mesmo salário. A legislação determina que, sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor,
prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá salário igual, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade. Para esse fim, deve ser considerado como trabalho de igual valor aquele realizado com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço não seja superior a
dois anos. A jurisprudência já se manifestou no sentido de que a equiparação salarial pressupõe igualdade absoluta das
funções efetivamente desempenhadas pelos dois trabalhadores, não sendo suficiente a semelhança entre as tarefas
atribuídas ao postulante e ao paradigma, para que se aplique o princípio da isonomia salarial.
RESPOSTA: Letra C.

4. (INSTITUTO AOCP - 2018 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal). Os
princípios estão situados no ordenamento jurídico cumprindo uma função integrativa de lacunas, partindo das leis
para atingir as regras gerais que delas derivam. Com base nessa premissa, assinale a alternativa correta.
A) O princípio da proteção, que busca conferir ao trabalhador uma equidade processual, subdivide-se em 3 (três) outros
princípios: in dubio pro societa, da aplicação da norma mais favorável e da condição mais benéfica.

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B) Segundo o princípio da primazia da realidade no Direito do Trabalho, predomina a verdade real em face da verdade
formal, ou seja, predomina a verdade da forma em face da verdade dos fatos.
C) Em relação ao princípio da aplicação da norma mais favorável, a Teoria do Conglobamento defende que através da
comparação das diversas regras sobre cada instituto ou matéria, respeitando-se o critério da especialização, deve ser
buscada a norma mais favorável ao caso.
D) O princípio da inalterabilidade contratual veda a possibilidade de alterações no contrato de trabalho, lesivas ou
benéficas ao trabalhador.
E) O princípio da vedação à redução Salarial não sofre qualquer tipo de mitigação, não podendo Acordo Coletivo de
Trabalho ou Convenção Coletiva de Trabalho dispor sobre redução salarial.
RESOLUÇÃO: Há duas formas de se descobrir qual deve ser a regra aplicada em caso de existência de mais de uma
fonte de regulamentação. A primeira é a aplicação irrestrita do princípio protetivo, através do qual a norma mais
benéfica ao trabalhador sempre deve prevalecer. Assim, os trechos mais benéficos ao empregado em cada norma são
selecionados e agrupados, para formar uma nova fonte normativa. A segunda forma de se determinar qual a regra a ser
aplicada é estabelecida pelo que se conhece como teoria do conglobamento. A teoria estabelece que não é possível
simplesmente eleger as normas mais benéficas de cada fonte de regulamentação mas, sim, aplicar-se o instrumento
normativo coletivo mais benéfico como um todo, sem fracionamentos. Tem-se assim, que a preponderância da teoria
do conglobamento liga-se ao princípio da autodeterminação coletiva, que justifica a negociação em detrimento de
alguns direitos laborais com a intenção de obter vantagens em outros; tudo em prol da coletividade dos trabalhadores.
RESPOSTA: Letra C.

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RESUMO DIRECIONADO

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