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FONTES DO DIREITO DO TRABALHO

PROF. MAYSA FARACCO


5º SEM
CONCEITO:

 O significado de fontes se refere a origem , ou seja de onde surgem as normas


jurídicas.

 Segundo Evaristo de Moraes Filho (Introdução ao Direito do Trabalho): “Em sentido


amplo, na linguagem comum e no direito, fonte significa aquilo de onde se origina
alguma coisa, de onde parte, jorra, nasce alguma coisa, que começa a existir e não
existia antes”;

 Dentre os critérios mais utilizados para classificar as doutrinas temos: fontes


materiais e fontes formais.
Classificação:
 FONTES MATERIAIS:

 São os elementos que inspiram a formação da norma jurídica ,


compreendem os fenômenos sociais que contribuem para a formação da lei.

 podemos dizer que são os fatores econômicos, sociológicos, políticos e


filosóficos, destacadamente, entre outros, que acabam por determinar o
surgimento, o conteúdo, a orientação e o movimento das normas jurídicas.
Classificação:
 Fontes Formais:

 “são os meios de revelação e transparência da norma jurídica – os mecanismos


exteriores estilizados pelos quais as normas ingressam, instauram-se e cristalizam-se na
ordem jurídica.” Delgado, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 3ª ed., São
Paulo: LTr, 2004, p. 141.

 É a forma pela qual ela exterioriza a sua existência.

 Nas palavras de Evaristo, “fontes formais são os processos de manifestação da norma


jurídica, pelos quais se reconhece sua positividade”. Como exemplo, teríamos a lei
(Constituição, lei, decreto, tratados internacionais, etc), os costumes, as normas
coletivas (sentença normativa, convenção coletiva e acordo coletivo) e outros.
Subdivisão das Fontes Formais:
 Monistas – segundo a qual as fontes formais derivam de um único
centro de positivação. Só o Estado seria a fonte do direito, porque só
ele emitiria comandos com coerção/sanção;

 Pluralistas – sustenta a possibilidade da ordem jurídica formal emanar


de vários centro de positivação e não somente do Estado. Há distintos
centros de positivação jurídica (costume, CCT e outros).
MATÉRIA DE CONCURSO:
“Expressão do pluralismo jurídico presente no sistema
normativo brasileiro, as greves são consideradas fontes
materiais do direito do trabalho, mesmo quando declaradas
abusivas pelo Poder Judiciário. Comente.” (AGU – Procurador
Federal )
RESPOSTA:
• Se admite que fonte material é o dado social, vale dizer, a realidade, “os fatores e
elementos que determinam o conteúdo da norma jurídica”, é inegável que a greve é
fonte material do direito do trabalho, posto que foi, justamente, por conta de
movimentos dessa espécie, conjuntamente com outros fatores relevantes da relação
capital e trabalho, que, no século XVIII, surgiram as primeiras leis do que se
convencionou chamar de Direito do Trabalho Moderno.

• A questão da abusividade da greve não impede essa conclusão, porquanto a realidade


não se limita a produzir fatos que estão de acordo com o ordenamento jurídico. Em
outras palavras, também acontecimentos considerados ilegais, imorais ou contrários
aos costumes de uma determinada sociedade, podem – e muitas vezes vão – servir de
motivação, início, ou causa, para o surgimento do Direito
Classificação das Fontes
Formais:
 FONTES HETERÔNOMAS:

 Produção das normas é feita por pessoas diferentes dos


destinatários. Ex.: Constituição, leis, sentença normativa, etc.;
 O comando normativo vem de fora.

 FONTES AUTÔNOMAS:

 Os destinatários participam da elaboração das normas. Ex.: CCT,


ACT, costume, etc.
Fontes Formais
Heterônomas:
 Constituição Federal –é a principal fonte.

 Leis : é toda regra de direito geral, abstrato e permanente , tanto as leis complementares ,
ordinárias como as leis delgadas, e as medidas provisórias. Compete privativamente a União
legislar no âmbito laboral ( Art 22, I CF) e de forma complementar os Estados (Art. 22 parágrafo
único CF)

 Atos Administrativos: Art. 84 da CF , esse é o poder regulamentar que a Adm. Pública estabelece
normas jurídicas com características de lei.

 Sentenças Normativas: São as decisões dos tribunais regionais do trabalho (TRT) ou do TST
(Tribunal Superior do Trabalho) no julgamento dos dissídios coletivos; Art 868 da CLT. Art 114 P. 2º
da CF.
Fontes Formais Heterônomas:
DIVERGÊNCIA
DOUTRINÁRIA!!!!
 Jurisprudência:

 Doutrinadores Tradicionais: negam a possibilidade de ser considerada fonte do direito do


trabalho, pois entendem que a jurisprudência deriva de casos concretos não tendo caráter de
generalidade, impessoalidade e abstração, inerentes das normas jurídicas.

 Doutrinadores Modernos : entendem que por ser um conjunto de decisões dos tribunais de
forma reiterada e similar deve ser incluir nas fontes do direito.

 “No âmbito justrabalhista, o simples exame de certas súmulas de jurisprudência uniforme do


Tribunal Superior do Trabalho demonstra a clara qualidade de comando geral, impessoal e
abstrato de que se revestem tais súmulas”.( Mauricio Godinho Delgado)

 Art. 8 da CLT
Fontes Formais
Autônomas:
Decorrem da atuação direta dos próprios
destinatários da norma. São elas:

Convenção Coletiva de Trabalho


Acordo Coletivo
Costume
Regulamento Interno de Empresas
Fontes Formais
Autônomas:
 Convenção Coletiva de Trabalho: É fruto da negociação
Coletiva entre sindicatos de categoria profissional e categoria
econômica , que geram normas de autodisciplina. Art. 611 da
CLT , Art 7º , XXVI da CF.
 Acordo Coletivo: é resultado também de negociação coletiva
porém , mais restrita , onde se estabelece normas e condições
de trabalho que devem ser respeitadas por seus próprios
destinatários. Art 611 § 1º da CLT e Art 7º , XXVI da CF.
Fontes Formais
Autônomas:
 Costume: Os usos e costumes, na sua reiterada aplicação
pela sociedade, é que origina a norma legal. Ex: décimo
terceiro salário (Lei 4.090/62); a integração das horas extras
em outras verbas (férias, décimo terceiro salário, FGTS, DSR,
aviso prévio etc); Arts. 8°, 458 e 460 da CLT e Art 5°da Lei
5.889/73 (Lei do Trabalho Rural).
Fontes Formais
Autônomas:
 Regulamento de Empresas: Geralmente, o regulamento da
empresa é elaborado unilateralmente pelo empregador,
mas é possível a participação do empregado na sua
elaboração. Pelo fato de serem estabelecidas condições de
trabalho no regulamento, este vem a ser uma fonte
normativa do Direito do Trabalho, pois suas cláusulas
aderem ao contrato de trabalho.
OBSERVAÇÕES
• “Regulamento Empresarial – A posição desse instituto como
fonte formal de regras justrabalhistas é curiosa. Seus
dispositivos integrantes têm aparente qualidade de regra
jurídica, uma vez que são gerais, abstratos e impessoais; mas
o Direito do Trabalho do país, mediante sua maciça
jurisprudência, tem lhe negado tal natureza e respectivos
efeitos. (Mauricio Godinho Delgado)
Tratados Internacionais:

 Tanto os tratados como as convenções da OIT são


considerados como fonte formal, mas antes, dependem de
ratificação , para que passem a integrar o ordenamento
jurídico de cada país.

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