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Material de Apoio
Com o passar do tempo o direito processual civil passou por diversas fases
voltadas para sua afirmação científica, fixação de seu objeto e método.
1) Fase sincrética:
Nas suas origens o direito processual civil era visto como mero apêndice do
próprio direito material. Era entendido como sendo um reflexo ou desdobramento
necessário das regras de direito material.
Neste período as normas processuais e materiais não conseguiam ser vistas e
analisadas separadamente.
2) Fase autonomista ou científica:
Marco histórico: obra de Oskar Von Bulow de 1968. A partir da obra Teoria dos
pressupostos processuais e das exceções dilatórias que o passou‐se a identificar a
natureza jurídica do processo como sendo distinta da natureza jurídica do que se está
contido ou vinculado nele.
Assim, uma realidade jurídica é o processo que sempre terá natureza de direito
público enquanto que outra relação jurídica é a de direito material nele inserida, que
nem sempre será de direito público.
Conduziu o estudo do processo para algo distante da realidade, muito distante
do direito material controvertido, transformando‐o em uma ciência pouco prática ou
extremamente difícil de coloca rem prática.
3) Contemporâneo:
Prevalece o entendimento de que o estudo científico do processo deve evitar
excessos ou extremos das fases anteriores, de modo que deve ser visto o direito
processual civil como tendo finalidades exteriores a ele, que devem ser alcançadas.
Assim, os elementos externos ao processo relacionam‐se com sua finalidade, com a sua
razão de ser e pro isso não podem ser deixados de lado.
Nesta fase, entende‐se que o direito processual não se confunde com o direito
material, mas, contudo, faz‐se necessário que tenha o devido entrosamento com o
direito material.
Pode‐se dizer que o direito processual é alimentado pelo direito substancial para
realizar adequadamente sua finalidade, que é a de concretização, forçada se for
necessário, das regras relativas ao plano material.
1) Constituição Federal
2) Tratados internacionais
3) Lei complementar
Diz respeito a uma espécie legislativa mais estável do que a lei ordinária por ser
aprovada pelo Congresso Nacional com quórum qualificado, com caráter autônomo.
Matérias aprovadas por Lei Complementar não podem ser objeto de medida provisória,
já que essas têm hierarquia de Lei Ordinária.
A Constituição prevê os casos que deverão ser regulamentados por Lei
Complementar, sendo três os referentes a matéria processual: o Estatuto da
Magistratura, organização e competência da Justiça Eleitoral (art. 121 e código eleitoral
de 1965) e as normas sobre direito processual do Código Tributário Nacional.
4) Lei ordinária
6) Convenções Processuais
7) Equidade
Está prevista no artigo 140 do CPC. Somente é permitida decisão por equidade
nos casos permitidos por lei.
Leonardo Greco define a equidade como sendo “a justiça do caso concreto; ela
é o critério de decisão do juiz fundado no sentimento de justiça que lhe revelam as
circunstâncias do caso concreto”.
Sendo assim, respeitando o princípio da legalidade e só decidindo com base na
equidade os casos previstos em lei, o juiz poderá exercer um juízo de conveniência e
oportunidade sobre a decisão mais pertinente para o caso que tiver em mãos, sem que
haja choque com a lei.
Não se trata, contudo, de uma autorização ao juízo arbitrário; isso porque, por
força do dispositivo em questão, o magistrado continua subordinado, além de à
utilização dessa fonte processual apenas nos casos previstos, também aos limites
estabelecidos em lei. A sua margem de discricionariedade se encontra em âmbito
interno aos limites estabelecidos, visto que o caso concreto que demandar juízo
discricionário não estará imune à incidência da legislação processual.
9) Analogia
10) Costumes
12) Precedentes
De um modo geral, pode‐se dizer que precedente é uma decisão judicial tomada
em um caso concreto que poderá servir de diretriz para julgamentos posteriores de
casos similares.
Integração
O direito, considerado como ordenamento jurídico, não apresenta lacunas:
sempre haverá no ordenamento jurídico, ainda que latente e inexpressa, uma regra para
disciplinar cada possível situação ou conflito entre pessoas.
O mesmo não acontece com a lei. Por mais imaginativo e previdente que fosse o
legislador, jamais conseguiria através da norma jurídica todas as situações que a
multifária riqueza da vida social, nas suas constantes mutações, poderá ensejar. Muitas
vezes depara‐se com situações conflituosas não previstas pelo legislador. Mas, como é
intolerável a permanência de situações indefinidas perante o direito, torna‐se então
necessário o preenchimento da lacuna da lei. A essa atividade dá‐se o nome de
integração.
Dispõe o artigo 140 do CPC: O juiz não se exime de decidir sob a alegação de
lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Percebe‐se, portanto, que o art. 140 do CPC, preceitua a vedação ao non liquet,
isto é, proíbe que o juiz alegue lacuna legal como fator de impedimento à prolação da
decisão.
Para tanto, há de se valer dos meios legais de preenchimento lacunas, previstos
no art. 4º, LINDB, a saber: a analogia (utiliza‐se de regra jurídica prevista para hipótese
semelhante), os costumes (que são fontes da lei) e os princípios gerais do Direito
(princípios decorrentes do próprio ordenamento jurídico).
Função subsidiária: O art. 15 do CPC estabelece que “na ausência de normas que
regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste
Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente”. O CPC possui papel de fonte
de preenchimento de todas as lacunas dos outros diplomas processuais.
Referências
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de Direito Processual Civil,
volume 1. 10. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO,
Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 35. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 19ª ed. São Paulo:
Atlas, 2016
ROCHA, José de Albuquerque. Teoria Geral do Processo. 10. Ed. São Paulo: Atlas,
2009.
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Volume I. 56ª
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.