Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AULA 02
CONCEITOS (continuação)
Espécies da Jurisdição:
c) Quanto ao objeto:
- civil: abrange todas as causas e pretensões não penais, se dando por exclusão. Tudo
que não é pretensão penal, é pretensão civil. É exercida pela justiça federal, estadual, eleitoral.
1
Ver: art. 4º Decreto-lei nº 4.657/42 e o art. 140, parágrafo único do CPC.
Página 1 de 8
Ex: crime contra a honra com indenização por danos morais. Cumulação de roubo/furto com
indenização por danos materiais.
- voluntária: não existe um conflito entre as partes, pois as vontades são convergentes.
Assim, as partes pretendem obter o mesmo bem da vida; têm a mesma pretensão, mas precisam
da intervenção do Judiciário para que esse acordo de vontades produza efeitos jurídicos
almejados.
CONTENCIOSA VOLUNTÁRIA
Atividade jurisdicional Teoria Administrativa ou Tradicional
Administração Pública de interesses privados
Substitutividade Não há conflito, não há lide
Atuação da vontade concreta da lei Finalidade Constitutiva apesar do interesse
ser apenas das partes, seus efeitos criação,
modificação ou extinção de uma relação
jurídica só se produzem com a participação
do juiz.
Partes (autor e réu) Não há partes, mas “interessados” ou
“requerentes”
Coisa Julgada3 Não faz coisa julgada
2
Art. 3º CPC.
3
Qualidade atribuída a uma Decisão, que impede a modificação ou nova discussão sobre o mérito, da
qual não cabe mais recurso. Ver art. 502, CPC.
Página 2 de 8
Fontes do Direito
São os meios pelos quais se formam ou pelos quais se estabelecem as normas jurídicas.
Fontes do Direito, portanto, nada mais são que as formas pelas quais as regras jurídicas se
exteriorizam, se apresentam. dividindo-se em material e formal:
• Materiais: É de onde surge o direito, matéria prima (religião, tradição, etc) em geral
trata de relações e valores (justiça, paz social, ordem e outros). A partir dessas fontes o direito
material é formado pelas casas legislativas. É mais estudada pela sociologia, ao direito
compreende sua aplicação;
Norma jurídica
Chegou-se à solução para esse problema, qual seja a criação de regras de conduta, com
vistas à regular o comportamento dos homens para que se adaptassem à vivencia em conjunto
com outros seres humanos.
Segundo essa teoria, o direito nada mais é do que a determinação de preceitos éticos
minimamente necessários a uma convivência humana harmoniosa. Assim, toda norma jurídica
tem em seu conteúdo princípios éticos.
Influência Religiosa
O conteúdo das normas religiosas também pode estar presente nas normas jurídicas.
Citamos como exemplo a Lei nº 12.142/054 do estado de São Paulo que dispõe:
Nesse sentido, Hans Kelsen5 diz que “O direito, a moral e a religião, os três proíbem
o assassinato.”
Kelsen distinguia o mundo “do ser”, próprio das ciências naturais, do “dever-ser”, no
qual o Direito estava situado, defendendo que não existe possibilidade lógica de deduzir o
“dever-ser” do “ser”, ou seja, de descobrir as normas jurídicas a partir dos fatos.
4
Disponível em: < https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2005/lei-12142-08.12.2005.html >
5
KELSEN, H. Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. Luís Carlos Borges. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes,
2005.
Página 4 de 8
Uma das maiores concepções de Kelsen é a ideia de ordenamento jurídico como sendo
um conjunto hierarquizado de normas jurídicas estruturadas na forma de uma pirâmide abstrata,
cuja norma mais importante, que subordina as demais normas jurídicas de hierarquia inferior é
a denominada norma hipotética fundamental, da qual as demais retiram seu fundamento de
finalidade.
A análise das normas jurídicas sob o critério estrutural teve como pai Norberto Bobbio,
cujo objetivo era identificar a norma jurídica.
Após muito estudo, verificou-se que o elemento essencial da norma jurídica não pode
ser encontrado em sua estrutura, tendo em vista que as distinções servem apenas para encontrar
alguns caracteres da norma jurídica, não conseguindo, todavia, estabelecer um elemento capaz
de distinguir a norma jurídica das demais.
O conceito absoluto de norma jurídica é uma tarefa impossível porque os debates ainda
são recorrentes. Com isso, tem-se sustentado que norma jurídica é aquela inserida em um
sistema que se pode chamar de DIREITO.
6
Pirâmide de Kelsen
Página 5 de 8
1. Quanto à fonte:
a) Nacional: as que fazem parte de um ordenamento jurídico de um Estado em seu
território; Ex: CF, leis, decretos, etc.
2. Quanto à fonte:
a) Legislativa: elaboradas pelo Poder Público (leis, medidas provisórias,
decretos, portarias, etc.);
b) Consuetudinária: são as normas não escritas, elaboradas pela prática
social (respeitar a fila, apertar a mão ao cumprimentar alguém);
c) Jurisprudenciais: as normas criadas pelos Tribunais da reiterada
decisão de conflitos de uma determinada natureza (predecentes);
Página 6 de 8
5. Quanto à matéria:
a) Individualizada: que obriga um determinado tipo de pessoa ou classe.
Ex: Convenção Coletiva de Trabalho (CCT),
b) Genérica: se dirige a todos que se acham na mesma situação jurídica.
Ex: Código Civil, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do
Adolescente.
6. Quanto à hierarquia:
a) Constitucional: originam-se da CF ou das Emendas à CF;
b) Complementares: normas abaixo da CF e com características de
organização do Estado. Ex: Código Civil, Código de Trânsito;
c) Ordinárias: servem a dar mais especificidade às leis complementares;
Ex: Eca, Estatudo da Pessoa com Deficiência, etc.
d) Individualizadas: atos jurídicos. Ex: Sentença, Contrato, etc.
7. Quanto à sanção:
a) Perfeita: sua infringência importa em sanção de nulidade, ou
possibilidade de anulação do ato praticado. Ex: O ato praticado com dolo (art. 145, CC) fica
sujeito à anulação, dependendo da iniciativa da parte interessada.
b) Mais que Perfeita: normas cuja violação dão margem a duas
sanções, a nulidade do ato praticado, com possibilidade de restabelecimento do ato anterior
assim como uma pena ao transgressor. Ex: O art. 1.521, VI, CC, estabelece que não podem
casar as pessoas casadas, sob pena de bigamia (235, CP);
c) Menos que perfeita: trazem sanção incompleta ou inadequada.
O ato vale, mas com sanção parcial. Ex: a viúva que contrai novo matrimônio, tendo filhos com
o marido anterior, não fazendo inventário do cônjuge falecido. O novo casamento será válido,
mas perderá a mulher o usufruto dos bens dos filhos menores, além de se casar obrigatoriamente
no regime de separação de bens (art. 1.641, I, do CC);
Página 7 de 8
Página 8 de 8