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BACHARELADO EM DIREITO

Direito Penal – Teoria Geral da Infração Penal.

Professor Mestre Roniery Rodrigues Machado.


Aula 01: Conceito, Evolução Histórica e Princípios do
Direito Penal.
1. CONCEITO DE DIREITO PENAL
• “É o conjunto de normas jurídicas voltado à fixação dos limites do
poder punitivo do Estado, instituindo infrações penais e as sanções
correspondentes, bem como regras atinentes à sua aplicação (NUCCI).”

• Os autores ainda divergem sobre a existência de diferença entre direito


penal e direito criminal, sendo que este seria mais abrangente do que
aquele, porque daria enfoque ao crime e suas consequências jurídicas,
enquanto o primeiro se voltaria principalmente ao estudo da punição.

• Acaba por ser uma discussão inócua, pois se trata apenas de uma opção
terminológica. Já tivemos, no Brasil, um Código Criminal (1830), mas
depois adotamos a outra terminologia, isto é, Código Penal (1890 e
1940). O mesmo ocorre em outros países, havendo ora a opção pela
denominação de direito criminal (v.g., Grã-Bretanha), ora de direito
penal (v.g., Itália, França, Espanha).
1.1. DIREITO PENAL OBJETIVO E DIREITO
PENAL SUBJETIVO
• O direito penal objetivo é o corpo de normas jurídicas destinado
ao combate à criminalidade, garantindo a defesa da sociedade.

• O direito penal subjetivo seria, para alguns autores, o direito de


punir do Estado, enquanto sujeito de direito, que surge após o
cometimento da infração penal.

• ATENÇÃO: Uma parte dos doutrinadores discorda da existência


desse direito penal subjetivo, tendo em vista que o crime e sua
pena não podem ser reduzidos a um conflito entre sujeitos de
direito, mas deve ser entendido como exercício do poder sobre
soberano do Estado de assegurar as condições de existência e
continuidade de sua própria estrutura e da organização social.
1.2. POLÍTICA CRIMINAL E CRIMINOLOGIA
• Política criminal: trata-se de uma postura crítica
permanente do sistema penal, tanto no campo das normas
em abstrato, quanto no contexto da aplicação das leis aos
casos concretos, implicando, em suma, na postura do
Estado no combate à criminalidade.

• Criminologia: é a ciência que estuda o crime, como


fenômeno social, o criminoso, como parte integrante do
mesmo contexto, bem como as origens de um e de outro,
além dos fatores de controle para superar a delinquência,
conjugando várias ciências como a Sociologia Jurídica, a
Antropologia Jurídica e a Psicologia Jurídica.
1.3. PROTEÇÃO DADA PELO DIREITO
PENAL AOS BENS JURÍDICOS
• Bem jurídico: é o bem escolhido pelo
ordenamento jurídico para ser tutelado e
amparado pelo Estado e o Direito.

• Os bens jurídicos podem ser corpóreos (bem


móvel ou imóvel) ou incorpóreos (criptomoeda ou
uma marca), materiais (bem imóvel ou móvel) ou
imateriais (liberdade, honra). O ordenamento
jurídico protege os bens jurídicos de diferentes
maneiras e em diferentes âmbitos.
1.3. PROTEÇÃO DADA PELO DIREITO PENAL
AOS BENS JURÍDICOS

• O Direito Constitucional e o Direito Civil, por exemplo, o protegem e


estabelecem os meios para o exercício de direitos diretamente
(liberdade) e ainda os seus reflexos (liberdade de locomoção, de
imprensa, de expressão, científica, artística etc.).

• Já o Direito Penal coíbe e pune a violação de um bem jurídico


considerado relevante e cujo grau de afronta mereça, nos termos da lei,
uma pena como sanção e não apenas uma indenização, como é próprio
do Direito Civil. A proteção penal, ocorre a partir da formação de tipos
penais incriminadores que coíbem as condutas potencialmente lesivas a
um determinado bem jurídico penal de forma direta (liberdade
religiosa) ou ainda a um bem jurídico subjacente (tipos penais que
proíbem diferentes formas de violação desse direito).
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL E DAS
ESCOLAS PENAIS
• Período anterior à escrita: a pena era aplicada desordenadamente,
sem um propósito definido, de forma desproporcional e com forte
conteúdo religioso. Algumas pessoas poderiam ser escolhidas por
líderes políticos ou religiosos como oferendas divinas para acalmar
a fúria dos deuses sobre fatos que eles pudessem ter causado
(como matar alguém da comunidade) ou mesmo de catástrofes
naturais que seriam entendidas como demonstração da ira divina.

• Ainda nesse período encontra-se a vingança privada, que se


caracteriza pelo sentimento de injustiça pessoal ou de um grupo
específico contra aquela pessoa ou grupo que se entende que
tenham lhe causado mal. A vingança é realizada pelos que se
sentem ofendidos e não tem critérios de equivalência, a punição
termina quando o desejo de vingança se esgota ou quando ele é
debelado.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
E DAS ESCOLAS PENAIS

• Idade Antiga: Nas sociedades que se tornaram mais


complexas e que viram surgir o Estado, a vingança
privada foi sendo substituída pela vingança pública, na
qual o Estado chama para si a força punitiva.

• Aplicou-se o talião (olho por olho, dente por dente), o


que representou um avanço à época, pois traçou-se o
contorno da proporcionalidade entre o crime praticado e
a pena merecida. Diminuindo as vinganças que
buscavam a dizimação de famílias ou comunidades
inteiras como ocorria antes.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
E DAS ESCOLAS PENAIS
• Idade Média: Durante a Idade Média europeia perpetuou o
caráter sacro da punição, que continuava severa, mas havia, ao
menos, o intuito corretivo, visando à regeneração do criminoso.

• A religião e o poder estavam profundamente ligados nessa


época e a heresia implicava em crime contra o próprio Estado.

• Surgiram os manifestos excessos cometidos pela denominada


Santa Inquisição, que se valia, inclusive, da tortura para extrair a
confissão e punir, exemplarmente, com medidas cruéis e
públicas, os culpados. Inexistia, até então, qualquer
proporcionalidade entre a infração cometida e a punição
aplicada.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
E DAS ESCOLAS PENAIS
• Idade Moderna: O pensamento iluminista que defende a
ciência em face do obscurantismo medieval alcançam o
Direito Penal na defesa da humanização, impessoalidade e
proporcionalidade das penas.

• A obra Dos delitos e das penas de 1764, escrita pelo italiano


Cesare Beccaria é um marco da racionalização do Direito
Penal que marcou fortemente o desenvolvimento dessa
ciência a partir do triunfo final da burguesia sobre a
aristocracia medieval com a Grande Revolução Francesa de
1789, a partir da qual a pena privativa de liberdade vai sendo
adotada como principal forma de sanção em todo o mundo.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
E DAS ESCOLAS PENAIS
• Durante a Idade Contemporânea (época atual), os estudiosos do Direito
Penal dividem-se principalmente entre duas escolas:

• Escola clássica: via o criminoso como a pessoa que, por livre-arbítrio,


infringiu as regras impostas pelo Estado, merecendo o castigo denominado
pena, o qual deveria ser proporcional e feito principalmente com base na
restrição da liberdade, evitando-se as penas corporais de toda ordem.

• Escola positiva: enxergava o criminoso como um produto da sociedade, que


não agia por livre-arbítrio, mas por não ter outra opção, além de ser levado
ao delito por razões atávicas (características pessoais físicas e
pscicológicas). Visualizava sobretudo o homem-delinquente e não o fato
praticado, motivo pelo qual a pena não necessitava representar castigo e
ser proporcional, mas tinha caráter preventivo, dessa forma, até quando
fosse útil poderia ser aplicada.
3. PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
• O conceito jurídico de princípio indica uma ordenação que se
irradia e imanta os sistemas de normas, servindo de base para a
interpretação, integração, conhecimento e aplicação do direito
positivo.

• Há princípios expressamente previstos em lei, enquanto outros


estão implícitos no sistema normativo.

• Existem, ainda, os que estão enumerados na Constituição Federal,


denominados de princípios constitucionais (explícitos e implícitos)
servindo de orientação para a produção legislativa ordinária,
atuando como garantias diretas e imediatas aos cidadãos, bem
como funcionando como critérios de interpretação e integração
do texto constitucional.
3.1. Princípios regentes
• No ordenamento jurídico os princípios constitucionais são o eixo de
todo sistema. Por isso, torna-se imperioso destacar dois aspectos:

a) Há integração entre os princípios constitucionais


penais e os processuais penais;

b) Coordenam todo o sistema jurídico (incluindo, obviamente o Direito


Penal Material e Processual).

• Os dois mais relevantes princípios para a garantia dos direitos


humanos fundamentais: dignidade da pessoa humana e devido
processo legal.
3.1. Princípios regentes:
dignidade da pessoa humana

• Estabelece o art. 1.º, III, da Constituição Federal a dignidade da pessoa


humana como fundamento da República Federativa do Brasil. O Direito
Penal, como última e mais drástica medida tomada contra o indivíduo, para
assegurar a ordem social, não pode deixar de obedecer esse parâmetro
que estabelece o limite entre o Estado Democrático de Direito e o Estado
Autoritário. Há dois prismas para esse princípio constitucional:

a) OBJETIVO: significa a garantia de um mínimo existencial ao ser humano,


atendendo as suas necessidades básicas, nos moldes fixados pelo art. 7.º,
IV, da CF.

b) SUBJETIVO: trata-se do sentimento de respeitabilidade e autoestima,


inerentes ao ser humano, desde o nascimento, em relação aos quais não
cabe qualquer espécie de renúncia ou desistência.
3.1. Princípios regentes:
devido processo legal

• Insculpido no art. 5.º, LIV, da Constituição Federal, o devido


processo legal guarda suas raízes no princípio da legalidade,
garantindo ao indivíduo que somente seja processado e
punido se houver lei penal anterior definindo determinada
conduta como crime, cominando-lhe pena. Esse princípio
contém dois aspectos:

a) FORMAL: o processo deve ter o rito formal pré-


estabelecido.

b) MATERIAL: Além de respeitar o rito a decisão final deve ser


proporcional, justa, adequada.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAISDE DIREITO
PENAL: Concernentes à atuação do Estado

• Entre os princípios constitucionais explícitos e implícitos que regulam


a atuação do Estado podemos destacar:

A) Legalidade (art. 5.º, XXXIX, da CF, bem como no art. 1.º do Código
Penal).
B) Anterioridade (art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º do CP).
C) Retroatividade da lei benéfica (art. 5.º, XL, CF; art. 2.º, parágrafo
único, CP).
D) Humanidade (art. 5º, XLVII e seguintes da CF).
E) Intervenção mínima.
F) Taxatividade.
G) Proporcionalidade.
H) Vedação da dupla punição pelo mesmo fato.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• A) LEGALIDADE (art. 5.º, XXXIX, da CF, bem


como no art. 1.º do Código Penal): Trata-se do
fixador do conteúdo das normas penais
incriminadoras, ou seja, os tipos penais,
mormente os incriminadores, somente podem
ser criados através de lei em sentido estrito,
emanada do Poder Legislativo, respeitado o
procedimento previsto na Constituição.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• B) ANTERIORIDADE (art. 5º, XXXIX, da CF e art. 1º


do CP): Significa que uma lei penal incriminadora
somente pode ser aplicada a um fato concreto, caso
tenha tido origem antes da prática da conduta para
a qual se destina. De nada adiantaria adotarmos o
princípio da legalidade, sem a correspondente
anterioridade, pois criar uma lei, após o
cometimento do fato, seria totalmente inútil para a
segurança que a norma penal deve representar a
todos os seus destinatários.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado
• C) RETROATIVIDADE DA LEI BENÉFICA (art. 5.º, XL, CF; ;
art. 2.º, parágrafo único, CP). É natural que, havendo
anterioridade obrigatória para a lei penal incriminadora,
não se pode permitir a retroatividade de leis,
especificamente as prejudiciais ao acusado. Logo, quando
novas leis entram em vigor, devem envolver somente fatos
concretizados sob a sua égide. Abre-se exceção à vedação
à irretroatividade quando se trata de lei penal benéfica.
Esta pode voltar no tempo para favorecer o agente, ainda
que o fato tenha sido decidido por sentença condenatória
com trânsito em julgado.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• D) HUMANIDADE (art. 5º, XLVII e seguintes da


CF): Significa que o direito penal deve pautar-
se pela benevolência, garantindo o bem-estar
da coletividade, incluindo-se o dos
condenados. Estes não devem ser excluídos da
sociedade, somente porque infringiram a
norma penal, tratados como se não fossem
seres humanos, mas animais ou coisas.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• E) INTERVENÇÃO MÍNIMA: Significa que o direito penal não


deve interferir em demasia na vida do indivíduo, retirando-lhe
autonomia e liberdade. Afinal, a lei penal não deve ser vista
como a primeira opção (prima ratio), deve ser considerado
como a ultima ratio da atuação do Estado para resolução de
conflitos e somente nos casos em que a conduta incriminada
esteja prevista em lei e cuja lesividade mereça essa punição.
Por isso ele também é chamado de fragmentário, tendo em
vista que é a parte (fragmento) do direito que atua somente
em situações excepcionais. Por último, no mesmo sentido,
afirma-se que o direito penal deve ser visto como subsidiário
aos demais ramos do Direito.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• F) TAXATIVIDADE: Significa que as condutas típicas,


merecedoras de punição, devem ser suficientemente claras
e bem elaboradas, de modo a não deixar dúvida por parte
do destinatário da norma. A construção de tipos penais
incriminadores dúbios e repletos de termos valorativos
pode dar ensejo ao abuso do Estado na invasão da
intimidade e da esfera de liberdade dos indivíduos. Aliás,
não fossem os tipos taxativos – limitativos, restritivos,
precisos – e de nada adiantaria adotar o princípio da
legalidade ou da reserva legal. Este é um princípio
decorrente, nitidamente, da legalidade. Pode-se afirmar que
o tipo penal deve ser ESCRITO, ESTRITO E CERTO.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• G) PROPORCIONALIDADE: Significa que as penas devem ser


harmônicas à gravidade da infração penal cometida, não tendo
cabimento o exagero, nem tampouco a extrema liberalidade na
cominação das penas nos tipos penais incriminadores. Não teria
sentido punir um furto simples com elevada pena privativa de também
não seria admissível punir um homicídio qualificado com pena de
multa.

• A Constituição, ao estabelecer as modalidades de penas que a lei


ordinária deve adotar, consagra implicitamente a proporcionalidade,
corolário natural da aplicação da justiça, que é dar a cada um o que é
seu, por merecimento. Fixa o art. 5.º, XLVI, as seguintes penas: a)
privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d)
prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos.
3.1.1.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do Estado

• H) VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO PELO MESMO FATO:


Quer dizer que ninguém deve ser processado e punido
duas vezes pela prática da mesma infração
penal. Tal garantia está prevista, implicitamente, na
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art.
8.º, n. 4). Se não há possibilidade de processar novamente
quem já foi absolvido, ainda que surjam novas provas
(princípio processual da vedação do duplo processo pelo
mesmo fato), é lógico não ser
admissível punir o agente outra vez pelo mesmo delito.
3.1.2.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do indivíduo

• Entre os princípios constitucionais explícitos e


implícitos que concernem ao indivíduo no Direito
Penal destacam-se:

• A) Personalidade ou Responsabilidade pessoal.

• B) Individualização da pena.

• C) Culpabilidade.
3.1.2.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do indivíduo

• A) PERSONALIDADE OU RESPONSABILIDADE PESSOAL: Significa


que a punição, em matéria penal, não deve ultrapassar a pessoa
do delinquente. Trata-se de outra conquista do direito penal
moderno, impedindo que terceiros inocentes e totalmente alheios
ao crime possam pagar pelo que não fizeram, nem contribuíram
para que fosse realizado.
• A família do condenado, por exemplo, não deve ser afetada pelo
crime cometido. Por isso, prevê a Constituição, no art. 5.º, XLV,
que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado”. Isso não
significa a impossibilidade de garantir à vítima do delito a
indenização civil ou que o Estado não possa confiscar o produto
do crime – aliás, o que o próprio art. 5.º, XLV, prevê.
3.1.2.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do indivíduo

• B) INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA: Significa que a pena não deve ser


padronizada, cabendo a cada delinquente a exata medida punitiva
pelo que fez. O justo é fixar a pena de maneira individualizada,
seguindo-se os parâmetros legais, mas estabelecendo a cada um o
que lhe é devido. O processo de aplicação da pena depende da
discricionariedade judicial, embora devidamente fundamentada,
permitindo a apreciação dos vários elementos colocados à disposição
pela lei ordinária, no intuito de tornar específica e detalhada a
individualização da pena que será cumprida tendo em vista o art. 5.º,
XLVIII, da CF.

• Por fim, observe-se que a individualização da pena figura em três


níveis a) individualização legislativa; b) individualização c)
individualização executória.
3.1.2.PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
DE DIREITO PENAL:
Concernentes à atuação do indivíduo

• C) CULPABILIDADE: Significa que ninguém será penalmente


punido, se não houver agido com dolo ou culpa, dando
mostras de que a responsabilização não será objetiva, mas
subjetiva (nullum crimen sine culpa). Trata-se de conquista do
direito penal moderno, voltado à ideia de que a liberdade é a
regra, sendo exceção a prisão ou a restrição de direitos.

• Além disso, o próprio Código Penal estabelece que somente há


crime quando estiver presente o dolo ou a culpa (art. 18).
Note-se, ainda, a redação do parágrafo único desse artigo:
“Salvo os casos expressos em lei, ninguém será punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

• NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de


Direito Penal / Guilherme de Souza Nucci. –
10. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro:
Forense, 2014.

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