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Mundo da Natureza - É tudo aquilo que nos foi dado. Existe independente da atividade
humana. Trata-se de realidade natural. Aqui existem as leis físico-matemáticas que
são regidas pelo princípio da causalidade, ou seja, são leis cegas aos valores. São
meramente indicativas. Ex: a Terra é um planeta. Princípio da causalidade: na
natureza nada ocorre por acaso. Cada fenômeno tem sua explicação em uma causa
determinante. Esse princípio corresponde ao nexo existente entre a causa e o efeito
de um fenômeno. A gravidade nos explica que se a caneta cair da mesa será atraída
para o chão
Mundo da Cultura - É tudo aquilo que vem sendo construído pelo homem ao longo da
história. Trata-se de realidade humano-cultural-histórica. É aqui que se situa o
DIREITO.
O homem produz as leis culturais, que são normas imperativas – “dever ser”. Ex: O
homem deve ser honesto. O pai e a mãe devem alimentar seus filhos. O devedor deve
pagar o credor. Não se deve matar ninguém. O homem planeja e constrói seu mundo
de acordo com seus ideais. Tem liberdade criadora. Humaniza a natureza.
O que é Direito:
Conceito 01: “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder soberano, que
disciplinam a vida social de um povo” (Dicionário Aurélio)
Kelsen – pensador brilhante - autor da Teoria Pura do Direito – considerava que direito
seria um conjunto de normas – era chamado de positivista porque acreditava que
direito era posto – positivado – transcrito em normas escritas.
O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é formulado pelo
Estado. É um Direito espontâneo que se origina da própria natureza social do homem,
revelado pela conjugação da experiência e razão. Princípios de caráter universal e
imutáveis. Ex: direito à vida e à liberdade.
Com o surgimento do direito positivo, através do Estado, sua função passa a ser uma
espécie de contrapeso às atividades legitiferante do Estado, fornecendo subsídios
para a reivindicação de direitos pelos cidadãos, passando a ter um caráter subjetivo.
O direito positivo é conjunto de princípios e regras que regem a vida social do povo.
É institucionalizado pelo Estado, são normas jurídicas de determinado país. Ex:
Código Penal, Código Civil, etc.
O Positivismo Jurídico:
O terceiro é quanto à forma de aplicação das leis, não se permitia soluções criadas a
posteriori da conduta, ou seja, os efeitos decorrentes da aplicação da norma são
conhecidos anteriormente a sua concreção, o que atendia a uma necessidade de
proteção dos indivíduos em face dos desmandos dos soberanos absolutistas.
O direito pós Revolução Francesa é um direito criado por força de decisões estatais
(a lei e a sentença de modo direto; o contrato de modo indireto). Ele torna-se positivo,
portanto.
Hans Kelsen (1994) coroa o positivismo iniciado por Comte com sua Teoria Pura,
estabelecendo o positivismo jurídico ou juspositivismo (LACERDA, 2009). Para ele, o
direito deveria ser considerado como tal, independente de outras ciências ou da moral.
As fontes do Direito “têm que ser buscadas apenas no próprio Direito, excluindo-se as
fontes extrajurídicas”. O estudo do Direito deveria ser desprovido de valores, já que a
moral seria extrínseca ao direito.
Kelsen considerava que direito seria um conjunto de normas – acreditava que direito
era posto – positivado – transcrito em normas escritas.
Então, o direito positivo é o direito posto pelo Estado, dotado de validade, apenas por
obedecer a condições formais de sua formação. Frise-se que este direito não
necessita respeitar um mínimo moral para ser definido e aceito como tal, pois a
natureza do direito, para ser garantida em sua construção, não requer nada além do
valor jurídico.
Para Kelsen, então, o direito e a moral se separam. Assim, é válida a ordem jurídica
ainda que contrarie os alicerces morais. Validade e justiça de uma norma jurídica são
juízos de valor diversos, portanto (uma norma pode ser válida e justa; válida e injusta;
inválida e justa; inválida e injusta).
Direito objetivo/subjetivo:
Direito Objetivo: é o direito norma de organização social – conjunto de normas
jurídicas de determinado país. A partir do conhecimento do direito objetivo que se
deduz o direito subjetivo.
Direito Subjetivo: é aquele que a pessoa possui em razão do direito objetivo. É a
possibilidade de agir e exigir algo, previsto no direito objetivo.
Classificação de direitos subjetivos:
1 – Espécies:
Direito Potestativo: aquele exercido pelo titular per si, não depende da aceitação da
outra parte.
O direito objetivo garante o exercício do direito subjetivo, que gera o dever jurídico.
FONTES DO DIREITO
A doutrina jurídica não se apresenta uniforme quanto ao estudo das fontes do Direito.
Fonte = origem Fontes do Direito = de onde provém o direito.
Exemplo: Se lá nos EUA dois homens desejam realizar uma adoção, eles procuram
outros casos em que outros homossexuais tenham conseguido adoções e defendem
suas ideias em cima disso. Mas a parte contrária pode alegar exatamente casos
opostos, o que gera todo um trabalho de interpretação, argumentação e a palavra final
fica com o Juiz.
É bom lembrar que nos países de Common Law também existe a lei, mas o caso é
analisado principalmente de acordo com outros semelhantes.
É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que
condicionam o aparecimento e as transformações das regras de direito. São dados,
elementos, biológicos, psicológicos, racionais, ideais e históricos, que contribuem para
a formação do direito. São FATOS SOCIAIS.
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder
de criar o Direito. Esse poder de criar é chamado de competência.
O elenco das fontes formais varia de acordo com os sistemas jurídicos e também em
razão das diferentes fases históricas.
a) Leis: normas jurídicas escritas provenientes do Estado. O Brasil faz parte dos
sistemas romano-germânico, que adota a estrutura jurídica Civil Law.
Lei – sistema Civil Law – fonte direta e mais importante – sistema romano-germânico
Lei – sistema Common Law – fonte indireta – sistema anglo-saxão
No sistema do Common Law, os precedentes, o case study, têm função primária como
fonte do Direito. Ali, portanto, os exemplos dos julgados exercem função muito mais
relevante.
Sendo assim, os julgados não exercem força vinculativa, exceto a situação das
súmulas vinculantes.
Embora não caiba aos tribunais ditar normas, operou-se paulatinamente no país um
deslocamento da visão judicial, com a expedição de súmulas de jurisprudência dos
tribunais, em especial do precursor que foi o Supremo Tribunal Federal.
Contudo, não se trata de norma impositiva e não deve o operador do Direito curvar-
se à súmula, se entender que é hora de mudar. Nem mesmo os membros do tribunal
que expediu a súmula estão a ela vinculados, embora seja ampla a importância desse
instituto.
A função do juiz não é dar o Direito, não é criar o Direito, mas sim interpretá-lo. Essas
interpretações podem trazer benefícios para a compreensão do ordenamento jurídico,
sendo, portanto, fonte do Direito.
Para que o costume se converta em fonte do Direito, dois requisitos são enunciados
como imprescindíveis:
Para ser aceito exige-se que o costume tenha amplitude, isto é, que seja geral e
largamente disseminado no meio social. Não é necessário, porém, que a sociedade
como um todo tenha dele consciência. O costume pode ser setorizado. Seu maior
campo de atuação é, sem dúvida, o direito comercial (empresarial), com suas práticas,
quase todas elas de origem costumeira.
Enfim, para ser considerado costume é fundamental que ocorra uma prática constante
e repetitiva, durante prazo longo de tempo. O costume leva tempo e instala-se quase
imperceptivelmente no seio da sociedade.
ESPÉCIES DE COSTUMES:
É o ramo do Direito que disciplina as condutas humanas que podem por em risco a
coexistência dos indivíduos na sociedade. O Direito Penal vai regular essas condutas
com base na proteção dos princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade,
liberdade, enfim, princípios que devem ser respeitados no convívio social.
Pertence ao Direito Privado por excelência, pois visa regular as relações dos
indivíduos, estabelecendo direitos e impondo obrigações. O Direito Civil atua em toda
a vida do indivíduo, pois disciplina todos os campos de interesses individuais. O
Código Civil, ou seja, reunião de todas as leis de Direito Civil, é estruturado em duas
grandes partes: geral, que contém normas de caráter abrangente, que servem a
qualquer área do Direito Civil e parte especial, que trata dos assuntos específicos. Na
parte Geral encontram-se os livros que contém os temas relativos às pessoas, aos
bens e aos fatos jurídicos. Já a parte especial os livros são: obrigações, Direito de
Empresa, Direito das Coisas, Direito de Família, Direito das Sucessões e um livro
complementar das disposições finais e transitórias. Assim verifica-se que o Direito
Civil abrange todas as área do relacionamento humano, que serão objeto de estudo
durante todo o Curso de Direito.
DIREITOS COLETIVOS
Direitos difusos;
Direitos coletivos “strictu sensu”;
Direitos individuais homogêneos.
CONCEITOS LEGAIS
III - Direitos individuais homogêneos são aqueles interesses ou direitos individuais que
têm origem comum
Os Direitos difusos são todos aqueles direitos que não podem ser atribuídos a um
grupo específico de pessoas, pois dizem respeito a toda a sociedade.
Por fim, essas pessoas devem estar ligadas por circunstâncias de fato (situação de
fato); Ex: pessoas que residem numa área que será inundada por uma hidrelétrica;
habitar nas margens de um rio onde são lançados produtos poluentes; os direitos
ligados à área do meio ambiente têm reflexo sobre toda a população, pois se ocorrer
qualquer dano ou mesmo um benefício ao meio ambiente, este afetará, direta ou
indiretamente, a qualidade de vida de toda a população.
Sendo assim, pode-se afirmar que a titularidade dos direitos difusos é indeterminável.
Não podem eles ser identificados, sequer, a um grupo, categoria ou classe de
pessoas, pertencem a todos os indivíduos, indistintamente.
Como o direito difuso à segurança goza de proteção legal (arts. 129, III, CF e 81, I,
CDC), é patente que podem ser objeto de ação civil pública, nos termos do art. 1º, IV,
da Lei 7.347/85. Esta rege as ações de responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados "a qualquer outro interesse difuso ou coletivo".
Ex: direito dos advogados de não recolher o COFINS; STJ decidiu pela proibição de
cobrança unilateral do serviço de “proteção adicional” aos proprietários de cartão de
crédito. Neste caso, os liames entre as pessoas são jurídicos.
Ex: São direitos individuais que, no caso do sindicato, são defendidos de forma
coletiva, conforme autorizado pelo dispositivo constitucional (artigo 8, III, da CF/88).
Admite-se, portanto, a substituição processual de forma ampla, limitada a direitos
homogêneos.
Outro exemplo é dos compradores de veículos produzidos com o mesmo defeito de
série. Sem dúvida, há uma relação jurídica comum subjacente entre os consumidores,
mas o que os liga no prejuízo sofrido não é a relação jurídica em si (como ocorre
quando se trata de interesses coletivos), mas sim é antes o fato de que compraram
carros do mesmo lote produzido com o defeito em série (interesses individuais
homogêneos)".
MP;
Defensoria Pública
Administração Pública direta e indireta – pessoas de direito público e privado;
Associações, com pelo menos 01 ano de existência e possuem finalidade institucional
para defender interesse coletivo “lato sensu”. O requisito da pré-constituição da
associação de 01 ano poderá ser dispensado pelo juiz, quando houver interesse social
relevante. (art. 5º, § 4º da Lei 7347/85)
PRINCÍPIOS JURÍDICOS
Os princípios e as regras são normas porque ambos dizem o que deve ser. Contudo,
há alguns critérios utilizados pelos estudiosos, a fim de distingui-los. Um desses
critérios é o da generalidade: os princípios são normas de um grau de generalidade
alto e as regras, de nível relativamente baixo de generalidade.
Como se observa, os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na
maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes.
Enquanto que as regras jurídicas são normas jurídicas que só podem ser cumpridas
ou não. São determinações.
Pode-se afirmar que os princípios assumem o papel de condutor dos valores a serem
concretizados e estes valores expressam conceitos abstratos, gerais, transsubjetivos
e comuns a todos os homens. A transposição dos valores para o mundo do dever ser
(direito) se dá por meio dos princípios, normas igualmente abstratas, que respeitam a
dimensão axiológica do ordenamento jurídico, vinculada ao ideal de justiça aspirado
por determinada sociedade.
Os princípios são normas jurídicas tradutoras dos valores abstratos que qualificam
juridicamente a própria realidade, indicando qual o caminho os operadores do direito
devem seguir em busca de otimização e concretização os valores de todo o
ordenamento jurídico.
De qualquer modo, parece certo que cada um deles possui sua força, seu peso e sua
relevância. Há hierarquia axiológica entre eles, que deve ser apurada e valorada
concretamente. Os princípios da privacidade e da intimidade, da preservação da
integridade física etc. são relevantes, mas em algumas situações probatórias eles
sucumbem diante do princípio da segurança ou da persecução penal (possibilitando
ao juiz determinar a realização de uma prova, mesmo contra a vontade do réu. Por
exemplo, quando o agente está portando droga no estômago).
Muitas vezes, é um princípio que entra em ação para resolver o conflito entre duas
regras. Por exemplo: o art. 2º, 2º da Lei 9.613/1998 (lei de lavagem de capitais), que
dispensa a aplicação do art. 366 do CPP (que manda suspender o processo quando
o réu é citado por edital), conflita com o art. 4º, 3º, da mesma lei, que manda aplicar o
referido art. 366. Esse conflito se resolve (em favor do art. 4º, 3º) pela aplicação do
princípio da ampla defesa (aplica-se a norma mais favorável à defesa).
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
Esse é o princípio que garante a justiça o contraste entre as partes, a chance de provar
a verdade e praticar o real exercício do direito. O juiz deve dispor esses meios às
partes e participar da preparação do julgamento a ser feito, exercendo ele próprio o
contraditório. Ex: o contraditório pode ser obstado quando o réu não é citado ou
intimado de algum ato processual praticado pela outra parte.
DEONTOLOGIA: é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea e sua
origem significa, em grego, ciência do dever e da obrigação. É uma teoria sobre as
escolhas dos indivíduos, quais são moralmente necessárias e serve para nortear o
que realmente deve ser feito. O termo foi criado pelo filósofo inglês Jeremy Bentham,
no ano de 1834, para falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo são os
fundamentos do dever e das normas, deontologia é também conhecida como" Teoria
do Dever ".
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a
dividiu em dois conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever é a
maneira de dar à ação o seu valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser
atingida por uma livre vontade.
d) imperatividade: obrigatória;
Quanto à hierarquia:
Sob este aspecto dividem-se em: constitucionais, complementares, ordinárias,
regulamentares e individualizadas. As normas guardam entre si uma hierarquia, uma
ordem de subordinação entre as diversas categorias.
Espécies normativas:
LEI ORDINÁRIA
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe lei
complementar, decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material das leis
ordinárias é residual.
O texto constitucional se refere à lei ordinária apenas como lei, sem a utilização do
adjetivo “ordinária”, visto que este está implícito. Mas quando quer diferenciá-la de
outra espécie normativa, normalmente traz a expressão “lei ordinária”. Ex: “A iniciativa
de leis complementares e ordinárias ...” (art. 61 da CF). Pode ainda utilizar a
expressão “lei especial”. Ex: “esses crimes serão definidos em lei especial, que
estabelecerá as normas de processo e julgamento” (art. 85, parágrafo único da CF).
Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos esquecer de
que o nome dessa espécie normativa no próprio texto constitucional é lei ordinária
(art. 59 da CF).
3. Quórum: As leis ordinárias serão aprovadas por maioria simples (relativa) de seus
membros. Maioria relativa refere-se ao número de presentes na sessão ou reunião.
LEI DELEGADA
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência da
competência do Poder Legislativo para o Poder Executivo. Trata-se de uma exceção
ao princípio da indelegabilidade das atribuições. Delegação “externa corporis”.
2. Procedimento:
MEDIDA PROVISÓRIA
1. Conceito: não possui natureza jurídica de lei, sendo apenas dotada de força de lei.
Embora seja um ato sob condição (condição de ser um dia aprovado pelo Congresso
Nacional), é vigente e eficaz.
2. Pressupostos de admissibilidade:
Tendo em vista que toda matéria que deva ser tratada por meio de lei é matéria
relevante, na medida provisória a matéria deve ser extraordinariamente relevante.
Além de ser relevante, tem que ser também urgente mais urgente que o procedimento
abreviado.
DECRETO LEGISLATIVO
As regras sobre seu procedimento não estão previstas na Constituição Federal, mas
sim no regimento interno.
RESOLUÇÃO
Formação da Lei:
Processo Legislativo:
1. Conceito:
Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o procedimento a ser
observado pelos órgãos competentes na elaboração das espécies normativas (art. 59
da CF).
- Publicação: A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser
feita por órgão oficial. O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida
a vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência.
- Vacatio legis: que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência.
VIGÊNCIA DA NORMA
Art. 1º da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
IMPORTANTE:
Vacatio legis: tempo (interstício temporal) que intermedeia a publicação e a vigência,
ou seja, intervalo entre a publicação e a vigência de uma lei.
Para que a norma possa ter vigência de fato se faz necessário passar por seis etapas:
iniciativa, discussão, deliberação, sanção, promulgação e publicação.
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão
oficial. O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a vacatio legis,
que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência.
IMPORTANTE:
Vigor: consiste na força vinculante da norma jurídica – a norma gera direitos e deveres.
Vigor é a qualidade da lei em produzir efeitos jurídicos, ainda que a lei tenha sido
revogada.
Art. 2o DA LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que
outra a modifique ou revogue.
b) decurso do tempo;
c) desuso
IMPORTANTE:
quando a lei nova dispõe de maneira diferente sobre assunto contido em lei anterior,
estabelecendo-se assim um conflito entre as duas ordenações. Este critério de
revogação decorre do axioma lex posterior derogat priorem (a lei posterior revoga a
anterior);
quando a lei nova disciplina inteiramente os assuntos abordados em lei anterior. É
princípio de hermenêutica, porém, que a lei geral não revoga a de caráter especial.
Quando uma lei revogadora perde a sua vigência, a lei anterior, por ela revogada, não
recupera a sua validade. Esse fenômeno de retorno à vigência, tecnicamente
designado por repristinação, é condenado do ponto de vista teórico e por nosso
sistema.
IMPORTANTE:
A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo se a
lei nova revogadora assim dispuser expressamente.
IMPORTANTE:
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
IMPORTANTE:
Princípio da Publicidade
A vigência da norma surge com a sua publicação no Diário Oficial, em tese, todos
tomariam conhecimento neste momento.
Esse princípio é necessário para proibir que uma pessoa apresente a própria
ignorância como razão de não cumprir a norma jurídica, o que retiraria a força de
eficácia da lei e comprometeria o ordenamento jurídico.
A interpretação jurídica, que ocorre sempre que a norma jurídica objeto do estudo não
for suficientemente clara, deve buscar sempre o sentido pretendido pela própria lei
(mens legis) e não o sentido pretendido pelo legislador (mens legislatoris). É que, após
editada uma lei, a opinião do legislador já não tem importância, pois a norma ganha
vida própria, submetendo o próprio legislador, que também estará obrigado a cumpri-
la.
Destarte, quando a norma jurídica é clara na sua essência, de fácil compreensão e
entendimento, não há necessidade de interpretação: in claris cessat interpretatio.
a) Revelar o seu sentido: isso não significa somente conhecer o significado das
palavras, mas, sobretudo descobrir a finalidade da norma jurídica.
Por exemplo, a lei que concede férias anuais ao trabalhador tem o significado de
proteger e de beneficiar sua saúde física e mental.
b) Fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência, é conhecer sobre
que fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação.
c) Norma jurídica: falamos em norma jurídica como gênero, uma vez que não são
apenas as leis ou normas jurídicas legais que precisam ser interpretadas, embora
sejam elas o objeto principal da interpretação. Assim, todas as normas jurídicas
podem ser objeto de interpretação: as legais, as jurisdicionais (sentenças judiciais),
as costumeiras e os negócios jurídicos.
Por fim, para fixar o sentido e o alcance da norma, o intérprete deve observar algumas
regras de interpretação, como observa Rizzatto Nunes, no seu Manual de introdução
ao estudo do direito:
Interpretação Gramatical:" É através das palavras da norma jurídica, nas suas funções
sintática e semântica, que o intérprete mantém o primeiro contato com o texto posto
"(p. 262).
Interpretação Lógica:"A interpretação lógica leva em consideração os instrumentos
fornecidos pela lógica para o ato de intelecção, que, naturalmente, estão presentes
no trabalho interpretativo"(p. 265).
Autêntica: quando emana do próprio poder que fez o ato cujo sentido e alcance ela
declara.
Assim, p. ex., o Regulamento pode esclarecer o sentido da lei e completá‑lo, mas não
tem o valor de interpretação autêntica a oferecida por aquele, ou por qualquer outro
ato ministerial como uma portaria, uma vez que não decorrem do mesmo poder.
Judicial: é a resultante das decisões prolatadas pela Justiça. Aquela realizada pelos
juízes ao sentenciar, encontrando‑se presente nas Sentenças, nos Acórdãos e nas
Súmulas dos Tribunais.
Administrativa: aquela cuja fonte elaboradora é a própria Administração Pública,
através de seus órgãos e mediante pareceres, despachos, decisões, circulares,
portarias etc.
Doutrinária: aquela realizada cientificamente pelos doutrinadores e juristas em suas
obras.
Quanto à sua natureza, a interpretação pode ser:
Interpretação teleológica (ou finalidade): procura saber o fim social da lei, ou seja, a
finalidade que o legislador teve em vista na elaboração da lei. É a mais incentivada no
Direito Brasileiro, conforme o artigo 5º da Lei de Introdução LINDB:"na aplicação da
lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum";
Por exemplo, a lei diz “descendente”, quando na realidade queria dizer “filho”.
BOA-FÉ OBJETIVA: significa que todos devem agir com honestidade e probidade.
Analogia iuris: a relação de semelhança toma por base um caso concreto julgado pelo
Judiciário.
Equidade: é a justiça do caso particular ou abrandamento dos rigores da lei. O juiz,
utilizando-se do seu senso comum, fará análise do caso concreto e decidirá de acordo
com o que ele acha justo, mas nunca contrário à lei.
A regra jurídica é geral e, em determinadas situações, pode não atender aos ideais
de justiça no caso concreto. O conceito de equidade interliga-se ao conceito do próprio
Direito, uma vez que enquanto o Direito regula a sociedade com normas gerais do
justo e do equitativo, a equidade procura adaptar essas normas a um caso concreto.
DIREITO E JUSTIÇA
Com base nas concepções de Platão e de Aristóteles, uma definição formal de Justiça
foi feita por Ulpiano: é a vontade constante e perpétua da dar a cada um o seu direito.
A máxima é antiga, mas plenamente atual. O conteúdo que será atribuído a cada um
é que varia de acordo com o tempo e o espaço. A ideia de justiça não é pertinente
apenas ao Direito. A Moral, a Religião e algumas Regras de Trato Social preocupam-
se também com as ações justas.
CLASSIFICAÇÃO DA JUSTIÇA
Justiça Distributiva: Estado - repartição dos bens e dos encargos aos membros da
sociedade – critério igualdade proporcional ao grau de necessidade da pessoa.
Justiça Distributiva - Esta espécie apresenta o Estado como agente, a quem compete
a repartição dos bens e dos encargos aos membros da sociedade. Ao ministrar ensino
gratuito, prestar assistência médico-hospitalar, efetuar doação à entidade cultural ou
beneficente, o Estado desenvolve a justiça distributiva.
A justiça penal inclui-se nesta espécie, pois o Estado participa da relação jurídica e
impõe penalidades aos autores de delitos.
Justiça Geral – ou legal. Geralmente imposta por lei. Consiste na contribuição dos
membros da comunidade para o bem comum. Os indivíduos colaboram na medida de
suas possibilidades, pagando impostos, prestando o serviço militar etc. Ex: CPMF –
imposto, a princípio criado para saúde.