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1§ COORDENADAS HISTÓRICAS:
II d.C. a Gaio (período clássico): alcançada uma ideia geral de contrato como
“fontes de obrigação”
Escolástica Tardia (Grócio, séc. XVI): acrescentou que a validade dos atos e
negócios dependia da possibilidade de responsabilizar os seus autores
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negócio jurídico: atuações lícitas das pessoas que têm como objeto direitos e
obrigações recíprocas que levam à constituição de relações jurídicas
Ordens de Justificação:
Fundamentos Éticos e Politico-Sociais: mais do que a opção livre do direito
civil, a autonomia privada corresponde às exigências da liberdade geral e
dignidade humana
Fundamentos Económico-Sociais: a História mostra que sob regimes
alargados de autonomia se consegue um máximo de equilíbrio social e de
eficiência económica
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Negócio Jurídico: Ocorrência provocada pelo Homem que causa relações jurídicas
– cria--as, extingue-as ou modifica-as. Atuações lícitas de pessoas que que têm
como objeto direitos e obrigações, estando presente na parte geral do Código Civil,
é o passo inicial na realização do Direito, revolvendo em torno da ação humana.
Criação abstrata do jusracionalismo.
Como ato de vontade dirigido a certos efeitos, produzidos porque queridos
(Savigny e Pandecta): os efeitos jurídicos produzidos correspondem ao conteúdo da
vontade das partes, tem de existir uma vontade das partes dirigida à produção de
determinados e precisos efeitos jurídicos – teoria dos efeitos jurídicos
Crítica: O Direito surge do exterior, impondo-se às pessoas, derivando a sua
juridicidade do sistema e não das consciências. É impossível mesmo para o
jurista mais experiente saber todos os efeitos em que uma vontade pode
derivar.
4§ EFICÁCIA JURÍDICA:
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Eficácia Real: ocorre perante situações próprias do Direito das coisas (art. 413)
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Parte: Interessado no negócio. Pode ser composta por mais do que 1 indivíduo.
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Tipos de Negócios:
Para valerem judicialmente Não exigem fonte ou Não vão exigir fonte
dependem da sua fonte/prova. prova. ou prova porque há
No Direito Civil os negócios uma promessa ou
são, em princípio, sempre reconhecimento da
causais. (se eu comprar uns sapatos dívida.
vou precisar de prova da transação
para exigir uma devolução)
De Disposição: De Administração:
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Formais: Consensuais:
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Para serem concluídos a lei exige um Basta existir consenso entre ambas as
determinado ritual exterior à vontade partes para haver conclusão do
individual dos sujeitos Art. 238º contrato.Art 219º
Diferentes de:
Atos Semelhantes a Negócios: Manifestações da vontade a que o Direito
associa determinados efeitos.
Atos Reais: Relacionados com puros comportamentos racionais que
desencadeiam efeitos jurídicos.
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Elementos Naturais (naturalia negotii): Efeitos que, por sua natureza, os diversos
negócios produzem, mas que as partes podem, ao abrigo da sua autonomia
privada, afastar. Normas cuja aplicação fica ao critério dos indivíduos.
Elementos Específicos: Requeridos para cada tipo de negócio – ex: preço numa
compra e venda.
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9§ A DECLARAÇÃO DE VONTADE:
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Nota:Um n.j que se mantenha sem vontade real não é um verdadeiro n.j mas, antes
uma manifestação de confiança tutelada.
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compreend declaração de
er tendo em aceitação
conta o
contexto. Caducidade: não
tem valor negocial,
mas ao expirar é
Tácita Subjetiva: como se o negócio
Deriva de uma tivesse sido negado.
atuação que tinha
outros objetivos
mas que da qual
se pode inferir
uma vontade
negocial.
Presumidas: Fictas
Recipiendas Não
Recipiendas:
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Subsequentes: Contradeclarações:
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Modelo Básico: Permite fixar regras que são, depois, utilizáveis para compor
modelos mais simples ou mais complexos. A partir deste modelo vai surgir o
negócio jurídico, resultando de uma atividade jurídico-científica.
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A manutenção, nos atuais quadros civis, da categoria dos negócios formais, pode
ser, por vezes, uma fonte de desconexões e injustiças.
Regras Formais: A sua mera existência origina uma fonte de erros e dispêndios
que pode complicar o tráfego privado e a convivência entre as pessoas. São regras
especiais para os negócios, estando sob uma pressão que se reflete na
interpretação e aplicação das regras em causa. Caso seja cumprido livremente um
negócio jurídico sem forma pode haver sanção
Nulidade: Negócio que não aplique as regras da forma, é sempre invocável por
qualquer interessado e pode ser declarada oficiosamente pelo tribunal (art. 286).
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● A situação de confiança
● A justificação para a confiança
● O investimento de confiança
● A imputação de confiança ao responsável que irá, depois, arcar com as
consequências
Extensão da Forma:
Forma Legal: Forma exigida pela lei para determinada declaração negocial, trata,
fundamentalmente, de apurar o âmbito de aplicação das competentes normas. As
regras que prescrevem uma forma legal devem ser interpretadas em termos diretos,
encostados à letra da lei. Opera perante o cerne negocial, as estipulações
acessórias só lhes sujeitam quando a razão determinante da forma lhes seja
aplicável.
Negócios Coligados: Não deve haver acessoriedade (art. 221º/1 e 2),
seguindo cada um a forma legal que lhes compita.
Contratos Mistos: Prevalece a forma mais exigente dos elementos presentes.
Estipulações Acessórias: Quando pertencem ao negócio considerado devem
seguir a forma por ele prescrita. Contudo, quando surgem em separado
podem ser anteriores ou contemporâneas à declaração negocial
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Forma Voluntária: No campo da autonomia privada, quando não é exigida por lei
ou convenção, mas é adotada, livremente, pelo declarante.
Estipulações Acessórias: Têm de observar a forma legal quando tal é exigido,
contudo, quando não existe essa exigência, são válidas independentemente
de serem anteriores, posteriores ou concomitantes, desde que correspondam
à vontade do declarante (art. 221 e 222)
Origem Legal Específica: Pode surgir em diferentes campos. A lei sobre cláusulas
contratuais gerais (LCCG) contém preceitos diretamente aplicáveis à formação dos
contratos que caiam sob o seu âmbito. Também as leis da defesa do consumidor
abrangem regras pré-contratuais. A articulação de regras específicas com os
princípios gerais coloca questões complexas a explicar dentro dos institutos a que
elas pertencem.
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- Trata-se de uma previsão de prescrição subjetiva, uma vez que começa a correr não a
partir do momento em que o direito possa ser exercido (art.306º/1), mas apenas quando o
titular dele tenha conhecimento, ainda que ignorando a identidade do responsável ou a
extensão dos danos, sendo prazo de três anos.
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Soluções Legais: Remetem a base de figura para a lei. As partes devem, desde
logo, observar certos deveres que a lei exija. A remissão da CIC para a lei surge,
assim, bastante clara, pois qualquer construção jurídica deve radicar no Direito
objetivo (lei).
Teoria da Relação Contratual de Facto (Gunther Haupt): As partes
conseguiriam, através de puras condutas materiais, originar situações
semelhantes a contratos, mas sem qualquer declaração a tanto destinado.
Dentro destas situações estariam os negócios preliminares. Aplica-se, por
analogia, o regime dos contratos. Esta doutrina não se limita a CIC.
Teoria dos Deveres Extralegais (Hans Dolle): Aprofundando a ideia das
relações contratuais, apura que, em situações de acrescida proximidade,
surgiria uma especial confiança entre as partes que não poderia ser
desamparada. Impor-se-iam deveres de informação e de comunicação que
poderiam ser apoiados na boa-fé ou numa interpretação alargada da vontade
das partes.
Nota:Há limites para os deveres de informação, art 253º. Há uma distinção
entre dolo bónus e dolo malus.
O dolo bonus, art 253º/2 não haverá dolo que justifique recorrer ao 254º. Por
sua vez, o dolo malus é a violação do dever de informar, elegível no art 277º,
e é anulável segundo o art 254º
Teoria da Confiança (Kurt Ballerstedt): Na presença de negociações
assistir-se-ia à criação de uma situação de confiança e ao aproveitamento da
mesma pela outra parte. Esta orientação sublinha a voluntariedade da
situação de base, a presença de confiança e o apelo ao sistema subjacente.
Teoria da Autovinculação Sem Contrato (Johannes Kongden): Análise
comparatística alargada e de uma ponderação sociológica, apresentando
uma ideia de “autovinculação sem contrato”. Os agentes, através de condutas
comunicativas, criam, uns nos outros, expectativas de condutas futuras.
Conduz a uma ideia de autovinculação devido à vinculabilidade da promessa.
Apoio sociológico e proteção da teoria da confiança.
Teoria dos Deveres Unitários (Claus Wilhem Canaris): Sistematiza
pressupostos da tutela da confiança, aplicados pela nossa jurisprudência que
preconizam a existência de um dever unitário de proteção de base legal e
que, surgindo in contrahendo, se mantém na vigência do negócio e na sua
própria nulidade, sobrevivendo-lhe, ainda, post pactum finitum.
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Por uma Terceira Via: Surge da preocupação de ordenar a CIC, em conjunto com
outros institutos derivados da boa fé e que poderiam envolver responsabilidade
entre a responsabilidade contratual e a aquiliana. Tornada desnecessária pelo BGB
em 2001.
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227/1:
“negociar”: A CIC não se manifesta apenas perante negociações, abrangendo
os deveres de segurança pré-negociais que surgem independentemente de
quaisquer negociações, formais ou informais. Basta uma especial
proximidade que tenha a ver com a conclusão de um negócio para que ocorra
a relação pré-negocial complexa.
“tanto nos preliminares como na forma”:
“preliminares”: Pressupõe toda a troca de informações necessárias
para haver um acordo.
“formação”: Exprime a formalização do acordo, designadamente,
quando é requerida alguma atividade de documentação.
“proceder segundo as regras de boa fé”: Faz apelo à “lisura”, “honestidade”,
“práticas corretas”, “lealdade”, “decência” e “ética dos negócios”.
“boa-fé”: É objetiva, equivalendo a uma remissão para os valores
fundamentais do sistema presentes nas situações consideradas. Os
valores em causa são mediados pelos princípios da tutela, da
confiança e da primazia da materialidade subjacente. O seu alcance é
inesgotável, chegando a deveres como o de segurança, informação ou
lealdade (art. 437/1 e 762/2)
“sob pena de responsabilidade pelos danos que culposamente causar à outra
parte”: Não delimita nem exclui quaisquer danos – são todos os
“culposamente causados”.
“culposamente”: Juízo de culpa, ou seja, censura jurídica sobre quem
não obedeça, conscientemente, a uma norma jurídica. Abrange o dolo
e a negligência. Estamos perante uma situação de responsabilidade
obrigacional quando, pelo art. 799/1 do CC, se presuma culpa.
Inobservância das regras da boa fé.
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Indemnização:
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Execução: Por vezes, após o acordo, mas antes da sua formalização, as partes
podem executar, desde logo, o negócio alcançado
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Finalidade:
Indicativa: Fonte de Informações para o autor do concurso.
Vinculativa: Integrar com efetividade num processo tendente à formação de
um contrato.
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Proteção Jurídica: As obrigações naturais não são viáveis nos casos admitidos por
lei (art. 809)
Num acordo de cavalheiros em que alguém compra um automóvel pagando
ao vencedor o preço que entender justo ou é nulo (art. 280/1) ou encontrará
um preço fixado no art. 883/1.
Num acordo de cavalheiros em que alguém empresta uma quantia a outrem
que pagará quando puder (art. 778)
Num acordo de cavalheiros em que as partes vão celebrar um certo contrato,
ou os requisitos legais exigidos na forma são satisfeitos e o contrato vale
como tal, ou não opera, juridicamente.
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Utilizada para demonstrar uma vontade séria de adquirir, de modo a dar início às
auditorias.
Proposta: Declaração feita por uma das partes e que, uma vez aceite pela outra, dá
lugar ao aparecimento de um contrato. No contrato entre ausentes é a primeira
declaração.
Requisitos:
Ser Completa: Deve abranger todos os pontos a integrar num futuro contrato,
incluindo os aspetos necessariamente precisados pelos contratantes (ex:
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identidade das partes, objeto a vender, preço) e os que podem ser supridos
pela lei (normas supletivas que as partes decidem moldar pela sua autonomia
privada).
Revelar um Intenção Inequívoca de Contratos: Não existe proposta quando a
declaração do “proponente” for feita em termos dubitativos ou hipotéticos. A
proposta deve ser firme para poder dar lugar ao contrato.
Revestir a Forma Requerida o Negócio em Jogo,Não significa que num
negócio formal, por ex. uma declaração verbal não tenha valor, esta vale por
exemplo para a interpretação do negócio, mas vale como declaração
intermédia e não como proposta.
Aceitação: Critério final para decidir a completude de uma proposta pelo art. 232,
236 e 237.
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mínimos, por parte dos celebrantes. Contida indiretamente na lei, segundo o artigo
230/3
≠
Convite a Contratar: Através de vários meios, as entidades interessadas
incitam pessoas indeterminadas a contratar (ex: publicidade)
Proposta feita a uma pessoa desconhecida ou de paradeiro ignorado:
Proposta comum com destinatários específicos, de quem se desconhece a
identidade ou paradeiro. Há quem procede a um anúncio público – art. 225
CC
Cláusulas Contratuais Gerais: Não surgem como proposta, implicando uma
rigidez que não se transforma, necessariamente, na oferta ao público.
Características:
Traduzir uma concordância total e inequívoca.
Revestir a forma exigida para o contrato.
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Art. 229:
Aceitação expedida fora de tempo: O proponente não tem nada a fazer a não
ser enviar nova proposta, caso continue a querer o negócio.
Aceitação expedida em tempo útil: O proponente deve avisar o aceitante que
não chegou a concluir-se qualquer contrato, sob pena de assumir prejuízos.
Art. 234:
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Proposta:
Eficaz: Produz efeitos de Direito, fazendo surgir na esfera jurídica do
destinatário o direito potestativo à aceitação (facto jurídico latu sensu).
Livre: O proponente formula-a ao abrigo da sua autonomia privada existe
liberdade de celebração (ato jurídico latu sensu).
Conteúdo Livre: O proponente pode inserir na proposta as clausulas que
entender, devido à liberdade de celebração e surgindo o negócio jurídico.
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Assinatura Digital: Esquema que permite a uma entidade dotada de uma “chave”
reconhecer e autenticar uma sequência digital proveniente do autor de uma missiva
eletrónica, de modo a autenticá-la – Decreto-Lei 290-D99 de 2 de Agosto.
≠
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Proposta: As CCG podem integrar, mas, em si, nada propõem uma vez que
não têm destinatários. Estão simplesmente disponíveis para a conclusão de
contratos.
Aceitação: Em casos como nos seguros, são aceites propostas, feitas pelos
interessados, que subscrevem as CCG.
Invitatio ad Offerendum: Apesar de poderem ser acompanhadas de convites
a ofertas, as CCG não têm, em si, esse papel por falta de destinatário.
Publicidade: No campo da atividade destinada a promover vendas ou a
angariar clientes podem surgir, em caso de êxito, CCG, mas que, no entanto,
não integram essa atividade nem são publicadas para o efeito.
Regulamento da Empresa: Adotado pela entidade empregadora, visa reger a
vida empresarial na margem em que ela dependa do poder de direção
patronal, embora de uma fonte privada, o regulamento é puramente
unilateral.
Usos: Muitas vezes, as CCG vêm codificar os usos, contudo estes não têm,
em si, força vinculativa, mas quando inseridos nas clausulas, ganham
natureza contratual. Mesmo assim, existem muitas CCG que não derivam de
usos.
Negócio de Consumo: As CCG, apesar de muitas vezes utilizados para
concluir negócios com consumidores, nem sempre o são.
Contrato Pré-Formulado: Assenta numa proposta que não admite
negociações e suscita a aplicação de regras semelhantes às das CCG, não
se confundindo com elas, que podem apresentar uma multiplicidade de
aplicações.
Desvantagens
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Rigidez: Não admissão de uma negociação que possa mudar o seu teor.
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Opções Prévias:
As CCG careciam, em Portugal, de uma intervenção legislativa cuidada
desde a industrialização que as cláusulas se tinham generalizado, sem ter
havido qualquer regulação pelo legislador em 66’. Não existia um corpo de
decisões capaz de dar resposta.
A intervenção a realizar tinha de assumir base doutrinária.
A intervenção legislativa procuraria concretizar os grandes princípios civis já
existentes, mas que, por validade ou indeterminação, não impulsionavam a
jurisprudência.
A intervenção não seria integrada no CC.
A intervenção legislativa não deveria ter opções doutrinárias e colher os
ensinamentos da experiência, conjugando uma fiscalização singular e
preventiva.
Âmbito:
Da forma da sua comunicação ao público: Tanto se visam os formulários
como, por exemplo, uma tabuleta de aviso ao público.
Da extensão que assumam ou venham a apresentar: Dentro dos contratos a
que se destinam.
Do conteúdo que as enforme: Da matéria que vamos regular.
Elaboração: Proponente, destinatário ou terceiros.
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Exclusões:
Razões Formais: Art. 3/1 al. a) e b) da LCCG.
Em função da matéria: Art. 3/1 al. c), d) e e) da LCCG.
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Remete para uma Interpretação que Inclua Apenas o Contrato Singular: Corta a
dúvida bem conhecida da doutrina especializada que se prende com o conforto
entre as tendências generalizadas e individualizadora da justiça:
Tendência Generalizadora: Exige que as CCG sejam interpretadas em si
mesmas, sobretudo quando surgem completas, de modo a obter soluções
idênticas para todos os contratos singulares que se venham a formar com
base neles.
Tendência Individualizadora: Abre portas a uma interpretação singular de
cada contrato em si. As mesmas CCG podem propiciar diferentes contratos.
Art. 10º da LCCG: Leva os utilizadores das CCG a desenvolver ao
pormenor os seus contratos de modo a prevenir “interpretações
indesejadas”. Por haver margens interpretativas, não se pode tirar das
CCG as vantagens generalizadas que acarretam.
Distinção de 3 Situações Dentro das CCG:
Cláusulas de Negócios Correntes e de Execução Instantânea: Interpretação
objetiva, não se aplicando o art. 10º da LCCG.
Cláusulas de Negócios Duradouros: Inseridas em áreas dominadas pela
normalização e onde não é possível restituir a vontade das partes ou os
termos concretos da negociação. Interpretação objetiva sem se aplicar o art.
10º.
Cláusulas de Negócios Duradouros Altamente Personalizados: Interpretação
pouco objetiva, aplica-se o art. 10º da LCCG e o 237 e 239 do CC.
Nas CCG, e em caso de dúvidas, a lei manda escolher o sentido que seja mais
favorável ao aderente, porque esta é a parte fraca.
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Art. 286 do CC: Cada um decide se lhe convém invocar determinada invalidade. A
presença das CCG nulas pode ser indiferente para o aderente. Contudo, a
invocação vitoriosa de invalidades obriga a uma recomposição do contrato singular.
As CCG deixam de o ser se o aderente a (re)confirmar, individualizadamente e no
âmbito de uma negociação livremente consentida, mostrando que a teoria clássica
das invalidades carece de adaptações
Art. 12 da LCCG: Deve ser interpretado com algum cuidado. Dispõe que as CCG
proibidas são nulas. Todavia, quando passa de CCG a cláusula contratual comum,
fica na liberdade do aderente impugnar ou não a cláusula já inserta no contrato
singular.
Casos Assaz Raros: O legislador proíbe as CCG, já nulas, nos termos do art.
18 al. a), b), c) e d)
Art. 13 da LCCG:
13/1: Dispõe que o aderente pode manter os contratos singulares quando
dispõe cláusulas nulas,
13/2: Regula o número anterior, mostrando que não é obrigatória a nulidade
ou a conversão do negócio, podendo, por exemplo, optar por substituir as
CCG inválidas. Existem 2 situações possíveis:
Estamos diante de um contrato que integra um tipo legal cujas regras
supletivas viessem ser afastadas pelas CCG: as regras retomam a
aplicação.
O contrato equivale a um mero tipo social reconhecido pela prática,
mas ausente da lei: como faltam leis negociais, torna-se impossível a
integração da lacuna negocial.
Redução: Perante a invalidade da CCG a parte aderente pode optar pela redução,
ou seja, pela vigência do contrato sem as cláusulas viciadas ou pela sua
substituição por regras legais supletivas.
Remissão Para a Boa-Fé: Equivalente a delegar ao juiz o poder de, perante cada
cláusula, concretizar os valores gerais do sistema.
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Alíneas e): Visa evitar que se procure conseguir, por via interpretativa, aquilo que
diretamente às partes não conseguem alcançar. Esta regra tem a ver com a
interpretação de qualquer preceito, venha ou não ele de cláusulas predispostas.
Alínea j): Visa evitar obrigações perpétuas ou cuja duração ficasse apenas
dependente de quem recorrer às CCG. Pode sustentar-se em termos não absolutos
só viáveis quando a lei o permita ou imponha.
Alíneas a) e b): Relacionadas com o prazo dos contratos, no decurso do qual uma
das partes fica submetida à vontade da outra.
Alínea c): Proíbe cláusulas penais desproporcionadas aos danos a ressarcir.
Proibição muito aplicada perante contratos locação financeira, cujas condições
gerais incluíam, por vezes, cláusulas penais draconianas.
Alíneas a), b), c) e d): Asseguram que os bens ou serviços pretendidos pelo
consumidor final são, de facto, os que ele vai alcançar.
Alíneas e), f), g) e h): Pretendem garantir a manutenção eficaz de uma tutela
adequada, prevenindo a possibilidade de recurso a vias obliquas para a defraudar à
lei.
Alínea f): Particularmente visada nas proibições judiciais.
Proibições Relativas: Nas relações com consumidores finais, não se trata apenas
de negar a exclusão da responsabilidade, havendo que, pela positiva, assegurar a
própria obtenção do bem, já que a obtenção de uma indemnização é aqui
problemática. Relativamente ao art. 22/1 da LCCG:
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Alínea d): Proíbe estipulações da fixação do preço dos bens na data da entrega,
sem que se dê à contraparte o Direito de resolver o contrato, se o preço final for
excessivamente elevado em relação ao valor subjacente às negociações
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Projeções:
É um princípio programático que o legislador deve ter presente nos mais
diversos quadrantes normativos. Relacionado com a concretização do art. 60
da CRP.
É um vetor sistemático que permite agrupar e interpretar em conjunto
múltiplas normas que visam a tutela do consumidor.
Área formalmente delimitada da ordem jurídica que assume a finalidade
expressa da tutela do consumidor.
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Objeto do Negócio: Aquilo sobre o qual recai a própria relação jurídica – aspeto
fundamental/final.
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Possibilidade
Determinabilidade
38§ A POSSIBILIDADE:
Possibilidade: Requisito que sofre múltiplos desvios, uma vez que a lei associa à
impossibilidade de certos atos consequências diversas.
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39§ A DETERMINABILIDADE:
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inultrapassável ou de uma remissão para realidades que, por si, não tenham um
teor percetível. É, de todo, indeterminável.
Licitude: Requisito dos negócios jurídicos que consiste na não ultrapassagem dos
limites injuntivos do ordenamento. Pode ser usada numa aceção ampla ou restrita.
Sentido Amplo: O negócio é lícito quando surge perfeito – integra todos os
requisitos pela lei para a sua plena eficácia. A licitude absorve todos os
demais requisitos (possibilidade, determinabilidade, conformidade com os
bons costumes e a ordem pública). Podem ser chamadas a respeito questões
como a forma ou o processo de formação.
Sentido Estrito: Dele não resultam condutas contrárias a normas jurídicas
imperativas.
Bons Costumes: Traduzem uma referência aprazível sem nada a apresentar, não
tendo nada relacionado com o abuso de direito. São regras de conduta externa. Nas
decisões judiciais seguem três vertentes:
Bons costumes “propriamente ditos” na sua vertente de moral sexual, familiar e das
regras deontológicas aplicáveis, ainda que, por vezes, sem uma referência explícita.
Condição: Pode ser tomada como uma “clausula” contratual, como o evento por ela
prefigurado ou como a efetiva ocorrência desse evento. É uma clausula contratual
típica que vem subordinar a eficácia de uma declaração de vontade a um evento
futuro e incerto. Vem satisfazer necessidade práticas importantes, surgindo em tipos
negociais complexos tanto de base legal como social. Também pode ser usada
como garantia de obrigações duradoras ou pressuposto num ato jurídico (art. 270 do
CC).
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Condições Impróprias: Surgem por faltar algum dos requisitos das verdadeiras
condições como a natureza do futuro evento, a sua incerteza ou a voluntariedade da
própria clausula em si:
Condições Presentes ou Passadas: A eficácia fica dependente de algo que,
existindo já, ou não, aquando da celebração, não deixa margem de
pendência para o negócio, deve, no entanto, considerar-se que há condições
quando as partes se reportem, não ao facto em si, mas ao conhecimento
dele.
Condições Impossíveis: Por razões físicas ou legais nunca poderão ocorrer.
No âmbito legal pode ser impossível por ser algo vexado por lei ou por
princípios gerais ou clausulas indeterminadas (impossibilidade moral).
Condições Necessárias: Razões naturais ou legais que iram de certeza
ocorrer, mesmo que em momento incerto.
Condições Legais: Abrande factos eventuais ou futuros que a própria lei, a
não as partes, subordinam certa eficácia
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Invalidade: Sempre que seja aposta uma condição num negócio incondicionável ou
que a condição seja, em si, ilícita ou impossível o negócio é nulo (vitiat et vitiatur),
isto tem exceções em que apenas a condição, em si, é nula (vitiatur sed non vitiat).
Pendência (art. 272 e 275 do CC): O negócio está presente desde o momento da
sua celebração até ao da verificação da sua condição. Gera uma situação particular
de conflito de direitos, pois aquele que aliene um direito sob condição suspensiva
mantém-se seu titular, mas deixará de o ser com a verificação dela, enquanto que
aquele que adquira um direito sob condição resolutiva passa a ser seu titular, mas
deixará de o ser com a verificação da mesma. Cessa pela verificação, opou não, da
condição (pode se manifestar pela positiva ou negativa).
Boa-Fé: Com uma manifestação objetiva, exprime a necessidade de, em
cada situação jurídica, se observarem os vetores fundamentais da ordem
jurídica, estando em causa deveres de conduta:
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50§ O TERMO:
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Modo (ou encargo): Clausula típica que traduz uma obrigação a cargo do
beneficiário. Se a obrigação modal não for cumprida, a doação subjacente não pode
ser resolvida, salvo clausula em contrário.
Distinção de Condição:
Suspensiva: O modo não suspende, mas adstringe – ex: “deixo este terreno
ao Estado, desde que nele seja construído uma escola” é condição se deve
fazer a escola, modo se fica obrigado a contruí-la.
Resolutiva: O destinatário é beneficiado para prosseguir um efeito secundário
(modo), o efeito lateral é pretendido, sendo usado o negócio para lá chegar
(condição)
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Princípios Básicos:
Existência de uma Declaração: A vontade real resulta da declaração, mas
não é percetível pelo declaratário normal, sendo-o apenas por aquele que
conheça a intenção efetiva do declarante. Deve ser exteriorizada para ser
conhecida pela outra parte.
Concordância: Ambas as partes devem concordar com o que irá integrar o
futuro negócio.
Fórmulas Tradicionais:
“Falsa Demonstratio Non Nocet” (a designação errada não prejudica):
Quando as partes concordam no objeto, mas usam designações diversas,
como partilham do mesmo engano, estão de acordo com a realidade
subjacente. Funciona desde que a vontade real seja conhecida e concorde,
pois uma pessoa pode conhecer a vontade real de outra e, no entanto, não
pertencer aceitá-la através de declaração formal, podendo abrir portas ao
regime do erro, do dolo ou da CIC.
“Protestatio Facto Contratio Non Valet” (a afirmação contrária ao facto não é
eficaz): Quando alguém assuma uma atitude com significado negocial e
declare, ao mesmo tempo, uma atitude com significado negocial e declare, ao
mesmo tempo uma vontade contrária (ou não coincidente) a esse significado.
MC olha para este termo como uma fórmula sugestiva para recordar
que, na formação do negócio, as atitudes das partes não são sempre
uniformes, pelo que no momento da interpretação há que valorar o
conjunto, pois este vai exprimir a efetiva vontade jurígena do
declarante.
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Casos duvidosos (art. 237 do CC): A interpretação negocial fixa soluções jurídicas
para problemas concretos em termos que possibilitem encontrar nelas uma justeza
constituinte e uma legitimidade controlável. Contudo, por vezes, as regras de
interpretação deixam margem para dúvidas, surgindo os “casos duvidosos” em que
se não aplica o art. 236, mas sim o 237.
Equilíbrio das Prestações: Impõe-se, com regra de bom senso, mas é muito
significativa em termos jurídicos, naquilo deixado em aberto pela margem
interpretativa, deve ser validada a interpretação negocial mais justa, sem infligir
danos despropositados a uma das partes em proveito da outra.
Negócios Onerosos: Fixa o sentido juridicamente relevante.
Negócios Gratuitos: Fixa a solução menos onerosa para o disponente.
Termos Verticais:
Prática contratual entra as partes.
Negociações (e todos os outros atos nesse âmbito) preliminares.
Teor, circunstâncias e condições da emissão e da receção das declarações
negociais.
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Requisitos:
Representar um ponto que, pela interpretação, devesse ser regulado pelo
contrato.
Inaplicabilidade de regras supletivas existentes ou de a encontrar nos termos
do art. 10º – pode se concretizar em duas hipóteses
Trata-se de uma área a cobrir com elementos voluntários necessários
(não existe na lei)
Das regras negociais já apuradas, resulta a clara intenção de afastar
as regras supletivas ou de estabelecer elementos voluntários
eventuais.
Manutenção da validade do negócio – a invalidade só entra em jogo quando
é impossível realizar a integração
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As partes nada disseram por pretenderem que o ponto omisso ficasse fora de
qualquer regulação jurídica.
As partes deixaram a matéria para as normas supletivas, às quais compete
preencher o ponto.
O negócio foi mal conformado, aplicando-se, no limite, a regra da nulidade
por indeterminabilidade do conteúdo.
Integração da Lacuna Negocial Efetiva: Pauta-se pelo art. 239 do CC. Deve
seguir bitolas objetivas suscetíveis de justificação e de controlo. Deve obedecer à
lógica do contrato lacunoso, procurando suprir os silêncios indevidos das partes e
prolongando as suas declarações até ao destino natural. Interpretação
complementadora.
Vontade Hipotética das Partes: Vontade que as partes teriam tido se houvessem
previsto o ponto omisso
Vontade Hipotética Objetiva: Efetua-se perante a realidade e os valores em
presença, a reconstrução da vontade justa das partes se, com razoabilidade,
tivessem previsto o ponto o omisso
Vontade Hipotética Individual ou Subjetiva: Procura indagar-se perante os
dados concretos existentes, qual teria sido a vontade das partes se tivessem
previsto o ponto o omisso. Críticas:
Há que ter em conta uma vontade hipotética objetiva que exprima uma
ponderação racional de interesses, numa base puramente objetiva. A
vontade hipotética é, de facto, o produto de uma valoração.
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tem de ser exteriorizada para produzir os seus efeitos. Por estarmos perante obra
humana, surgem vários vícios para interferir no processo e que incidem em 2
planos:
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Colisão com o Art. 247: A vontade declarada sobrepõe-se à vontade real, mesmo
havendo erro, desde que o declaratário conhecesse ou não devesse ignorar a
essencialidade, ficando o declarante vinculado a um negócio que, de todo, não
queria por se não verificarem os pressupostos de impugnabilidade por erro.
Art. 257/1: Fixa o requisito do facto ser notório. Alguém que contrate com outrem
que não esteja na posse de todas as suas faculdades de entendimento e livre
decisão sujeita-se, desde logo, à impugnabilidade do negócio. Aquele que se
coloque propositadamente nesta situação pode ser detido ao tentar anular o negócio
por abuso de direito. Condições de incapacidade:
Causas Quaisquer: Factos patológicos extrínsecos – embriaguez ou efeito de
estupefacientes; factos psicológicos intrínsecos – doença súbita dos foros
psicológico e psiquiátrico, como um trauma; e factos não patológicos – sono,
euforia, acesso de ira.
Sentido da Declaração: A causa acidentalmente incapacitante atinge a
capacidade intelectual da pessoa:
Perceção: Incompreensão do Idioma
Raciocínio: Não percebe o que é dito
Comunicação: Fica bloqueado quanto à emissão de uma declaração.
Art. 257/2: Explicita que o facto é notório quando uma pessoa de normal diligência o
poderia ter notado. Introduz uma dimensão valorativa.
Declarações Não-Sérias (art. 245): Todas as situações nas quais o declarante não
tenha a intenção de emprestar, à declaração feita uma dimensão jurídico-negocial,
esperando que o declaratário disso se aperceba.
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Características:
Declaração linguisticamente capaz de exprimir uma declaração negocial
eficaz
Falta de vontade (e consciência) de lhe dar uma dimensão jurídica.
Termos que, de algum modo, reflitam o seu teor (como as circunstâncias).
Se a falta de seriedade não é desconhecida deve alicerçar-se em algo
substancial (como todos perceberem ou ser histórico).
Quadro de Aplicação:
Declaração patente não séria – Art. 245/1
Declaração patente não séria, mas que, por condicionalismos, enganou o
declaratário – Art. 245/2
Declaração secretamente não séria – aplica-se a reserva mental, sendo o
negócio válido e eficaz
Declaração não-séria feita de modo a que a não seriedade não seja
percetível, induzindo a outra parte em erro – Art- 244/2
Reserva Mental: Por ser puramente interior, não prejudica a validade (art. 244)
67§ COAÇÃO:
Ausência de Liberdade:
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Elementos Delimitados pela Lei Sobre os Quais Recai o Erro, Para ser
Relevante:
Elementos Nucleares do Contrato: Objeto, conteúdo do negócio ou outros
aspetos principais.
Elementos Circundantes: Características acessórias do objeto, clausulas
acidentais ou fatores periféricos diversos.
Fatores Relativos às Partes: Identidade, qualidade, função, entre outras...
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Erro sobre os Motivos (art 252/1): Provém do erro de facto à cerca da causa
(motivo). O facto de o destinatário conhecer, ou dever conhecer, a essencialidade do
motivo não justifica a supressão do negócio, pois, não se tratando de um elemento
nuclear, ele nada tem com isso.
Erro sobre a Base dos Negócio (art. 252/2): A lei manda aplicar o regime da
alteração das circunstâncias. Integram na “base do negócio” os elementos
essenciais para a formação da vontade do declarante e conhecidos pela outra parte.
Se estes elementos não corresponderem à realidade, tornam a exigência do
cumprimento do negócio concluído gravemente contrário aos princípios da boa-fé.
Há que aplicar o regime do comum do erro – a anulabilidade (que tem de ser
confirmada – art. 288)
Dolo (art. 253): Sugestão ou artifícios usados com o fim de enganar o autor da
declaração, criando aparências ilusórias ou destruindo elementos que pudessem
instruir o enganado. Espécie agravada de erro – erro provocado.
É relevante consoante:
O declarante esteja em erro.
O erro tenha sido causado ou dissimulado pelo declaratário ou por terceiros.
O declaratário ou o terceiro recorreram a algum embuste.
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Requisitos da Simulação (art. 240): Devem ser invocados e provados por quem
pretenda prevalecer-se da simulação ou de aspetos do seu regime.
Acordo entre o declarante e o declaratário: Não basta uma das partes manifestar
uma intenção que não corresponda à sua vontade, exige-se sintonia – de outra
forma existe, antes, reserva mental.
Modalidades da Simulação:
Inocente: Fraudulenta:
Absoluta: Relativa:
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Simulação Subjetiva: Existe uma interposição fictícia das pessoas – “A” vende a
“B”, mas declaram que foi a “C”
Simulação de valor consubstancial: Simulação imprópria cujo regime aplicável,
de base jurisprudencial, se distingue do regime positivado pelos seus elementos
fácticos e jurídicos daí decorrentes.
Nulidade (240/2): O negócio simulado é nulo, contudo, não pode ser invocado por
qualquer interessado nem ser, oficiosamente, declarada em tribunal, sob pena de se
esvaziar a proteção devida aos terceiros de boa fé. (defendido pelos art. 242 e 243
que “ganham” ao 238).
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Valor do Negócio Simulado: Não é válido, contudo, também não é inválido (art.
247/1):
Teoria da Forma do Negócio: A validade deve ser declarada sempre que exista
uma identidade entre a forma exigida e a forma empregue pelo negócio dissimulado.
Princípio da Prova Escrita: Quando for impossível obter prova escrita ou em caso
de perda não culposa da mesma, é admissível complementá-la através de
testemunhas.
Crítica do Professor Menezes Leitão: É inadmissível que uma prova
testemunhal possa por em causa a fiabilidade do documento autêntica, pois
esta será de “conteúdo altamente duvidoso”.
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Invalidades mistas ou atípicas: Invalidades que não podem ser reconduzidas aos
modelos puros da nulidade ou anulabilidade.
Divergências Doutrinárias:
Raul Ventura: Aprova a inexistência.
Manuel de Andrade: Aprova a inexistência apenas no casamento.
Galvão Telles: Vê a nulidade igual à inexistência.
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Ineficácia Estrita: Situação do negócio jurídico que, não apresentando vícios, não
produz todos os seus efeitos por via de fatores extrínsecos. Só surge em casos
específicos previstos pela Lei.
Atos Inválidos: Produziram efeitos jurídicos, mas não são imputáveis à lei.
Art. 289: A declaração de nulidade e a anulação do negócio têm efeito
retroativo (art. 289/1), obrigam à restituição do que tiver sido prestado que
pode ser decretada pelo Tribunal quando ele reconheça oficiosamente a
nulidade.
Tutela de Terceiros:
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Em caso de bens móveis: O terceiro que tenha adquirido de boa fé tem o Direito à
restituição do preço pago a efetuar pelo beneficiário da restituição (art. 1310)
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