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O que levou o CFE a mudar a denominação da disciplina de ICD para IED, foi que ICD como
disciplina curricular não era uma ciência propriamente dita, mas o somatório de conhecimentos
científicos, abrangendo aspectos filosóficos, históricos, sociológicos e jurídicos. É portanto a
disciplina de ID uma fonte geral de conhecimento e não uma ciência por não conter unidade
epistemológica, portanto, é esse somatório de conhecimentos que alicerçará toda a estrutura do
saber jurídico do futuro bacharel de direito.
A palavra Direito
A palavra direito não é usada em sentido único, pelo contrário, é usada comumente em vários
sentidos. A noção de direito está muito ligada à noção de justiça, sendo um e outro conceitos
correlatos ao direito. O direito aparece-nos, via de regra, como verdadeiro objeto de justiça pelo
qual procuramos dar a cada um o que lhe pertence. O conceito de justiça é mais acessível que o
de direito, embora ambos estejam entranhados na consciência humana. Visa o direito, em
síntese, assegurar a coexistência pacífica da sociedade, por essa razão é o fundamento da ordem
social.
A palavra direito deriva do latim popular directum que significa dirigir, endireitar, fazer andar
em linha reta, etc. No latim clássico, essa idéia entretanto, é expressa pelo vocábulo IVS-IUS-
JUS, palavra técnica, utilizado pelos jurisconsultos romanos para exprimir o lícito ou permitido
pelas leis.
O direito é um fato ou fenômeno social que não existe senão na sociedade. O direito estabelece
os limites de ação de cada um de seus membros. A raiz intuitiva do conceito deriva de direção,
ligação, obrigatoriedade de um comportamento.
Portanto, o direito é um conjunto de regras obrigatórias, com força coativa que garante a
convivência social, ou, para os que negam pertencer a coação à essência do direito. O direito
regra de conduta que permite a coação em certas circunstâncias, a ser exercido pelo poder
competente.
Num sentido figurado o direito passou a designar o que estava de acordo com a lei. As leis
físicas indicam aquilo que na natureza necessariamente é. As leis jurídicas ao contrário indicam
apenas aquilo que na sociedade devem ser. Por essa razão diz-se que o direito é a ciência do
dever ser.
Terminologia Jurídica
A terminologia jurídica é um grande desafio para quem estuda o direito, principalmente saber o
que as palavras significam. A ciência do direito dispõe de instrumentos próprios de significação
harmônica, e outros tomados de empréstimo à linguagem comum que passam a ter uma acepção
nova de natureza jurídica. A linguagem é a base do raciocínio jurídico, e esta para o jurista
assim como o desenho para o arquiteto.
- HIPOTECA - é a coisa entregue pelo devedor por exigência do credor para a garantia do
compromisso assumido - imóvel
- PENHOR - idem à hipoteca, porém bem móvel
- USU CAPIÃO - é o modo originário de adquirir a propriedade pelo uso ou pela prescrição,
independe da vontade do titular anterior, é a aquisição do domínio pela posse contínua.
Espécies:
1- USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO - (VINTENÁRIO) - é aquele que por vinte anos sem
interrupção, nem oposição possuir como seu um imóvel, adquir-se-á o domínio independente de
título e boa-fé.
2- ORDINÁRIO - são dez anos entre presentes e 15 anos entre ausentes, possuir como seu
contínua e incontestadamente com justo título e boa-fé.
Nas acepções em que a palavra é usada , duas delas são tidas como principais:
A) NORMA JURÍDICA - é a reguladora da conduta social do homem. Direito objetivo ou lei
em sentido amplo - é um sistema de normas jurídicas vigentes num determinado país, conhecida
como NORMA AGENDI.
DIREITO NATURAL
Lei Positiva
DIREITO POSITIVO
São normas de conduta legisladas ou provenientes do costume, que estando em vigor ou tendo
vigorado em certa época, disciplinam ou disciplinaram o inter-relacionamento humano.
O conceito de direito positivo bastante amplo abrange não só o direito em vigor (direito
vigente), como o já fora de vigor, direito histórico, o direito escrito (codificado e legislado),
como o direito não escrito (direito costumeiro ou consuetudinário).
Alguns autores consideram o direito positivo como o direito vigente e o direito legislado,
excluindo o direito histórico e costumeiro, fazendo confusão entre positividade e vigência
(eficácia). Na eficácia é que ele está apositivado, o direito histórico teve atividade no passado.
Direito objetivo e direito subjetivo são praticamente a mesma coisa e vistos por ângulos
diferentes.
O direito objetivo - é o conjunto de normas de conduta e que constituem o ordenamento jurídico
- é a norma agendi.
O direito subjetivo - é o poder de agir garantido pelo direito - é a facultas agendi.
Sendo o direito subjetivo um conjunto de relações jurídicas, deve ser examinada sob dois
aspectos:
1. Dever jurídico
2. Faculdade jurídica
Jurisdição
O poder público organizado juridicamente chamou assim a função de reconhecer e tutelar os
direitos, fossem quais fossem de resolver todas as controvérsias fazendo justiça pela aplicação
da norma jurídica adequada ao caso concreto. No sentido genérico jurisdição é o poder do
estado de fazer justiça, isto é, de dizer o direito, em linguagem técnica, costuma-se definir a
jurisdição como sendo uma função do estado exercida através do juiz dentro de um processo
para solucionar um litígio entre as partes (conflito de interesses). As pessoas não podem por si
só decidir quem tem razão ou fazer justiça com as próprias mãos. O estado nas questões de
direito controvertidas substituem as atividades dos litigantes e no lugar deles passa a dizer o
direito, daí a afirmação da doutrina que a substitutividade é uma das características da
jurisdição.
a) Características da jurisdição:
• Substitutividade;
• Qualidade de realizar o direito;
• Inércia - tem que ser provocado;
• Presença de lide (conflito de interesse);
• Produção de coisa julgada.
b) Princípios da jurisdição:
• Investidura - legalmente investido na função de julgado;
• Indelegabilidade - juiz tem que exercer sua função pessoalmente - é intransferível;
• Aderência - o juiz não pode exercer a jurisdição fora do deu território.
c) Quanto à matéria:
• Penal - é exercida na aplicação do poder de punir. Como coação contra delitos;
• Civil - ela trata sobre as lides de natureza não penal, excetuadas as jurisdições trabalhistas e
eleitorais que constituem jurisdição especial.
e) Quanto ao objeto:
• Contenciosa - pressupõe o litígio, isto é, sua característica principal é o contraditório ou a sua
possibilidade - conflito de interesses;
• Voluntária - (graciosa ou administrativa) - refere-se a certos negócios ou atos jurídicos que
devem ser submetidos ao controle do juiz.
Os Principais Ramos do Direito
O direito romano era concebido uma divisão dicotômica do direito em ius publicum e ius
privatum (direito público e privado respectivamente).
O direito público se ocupava basicamente do governo do estado e das relações do cidadão com
o poder público.
Já o direito privado objetivava regular as relações dos particulares entre si. Nessa divisão
dicotômica, dois sujeitos ficam evidenciados - o estado e a pessoa.
Todavia, a divisão clássica, segundo os romanos, era tricotômica - ius civiles (direito civil), - ius
gentium (direito das gentes), - ius naturales (direito natural).
DIREITO CONSTITUICIONAL
Tem por objetivo a estrutura do estado, estabelecendo os direito fundamentais da pessoa
humana.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Estabelece os preceitos relativos à administração da coisa pública (regula a constituição e o
funcionamento da administração pública).
DIREITO PENAL
Define as condutas criminosas visando preveni-las e repeli-las (tipifica define e comina sanções
aos ilícitos penais).
DIREITO FINANCEIRO
Cuida da organização das finanças do estado.
DIREITO PROCESSUAL
Tratam da distribuição da justiça, regulam o processamento das ações perante poder judiciário
(são os meios e os modos para o exercício do direito material).
DIREITO TRABALHISTA
Objetiva reger as relações de trabalho subordinado.
DIREITO CIVIL
Regula os direitos e obrigações de ordem privada, concernente às pessoas, os bens e as suas
relações.
DIREITO COMERCIAL
São normas que disciplinam sob os mais variados aspectos a atividade mercantil.
Foi Duguit em 1908 que durante uma conferência em Paris que falou primeiramente em direito
social. No brasil o impulso foi dado em 1940 pelo professor Cesarino Júnior, quando lançou sua
magistral obra “O direito social brasileiro”. A seguir iremos encontrar o professor Paulino Jaz,
que adotou a moderna divisão tricotômica do direito em : direito público, privado e social. Por
isso o direito do trabalho, o direito aeronáutico e o futuro direito cosmonáutico, além do direito
atômico e agrário devem ocupar uma terceira posição na enciclopédia jurídica que é o direito
social, porque contém uma parte pública e uma privada (produto da vida social).
DIREITO DO TRABALHO
Parte Pública - trata da organização e do processo - é estrutural.
Parte Privada - cuida da relação de emprego e suas repercussões - é relacional.
DIREITO AERONÁUTICO
É um ramo do direito social que estuda os princípios e normas que regem a navegação aérea.
Parte Pública - vamos encontrar a matrícula aeronáutica e tráfego aéreo.
Parte Privada - direitos e deveres dos tripulantes - responsabilidade civil nos acidentes de
navegação aérea.
DIREITO ATÔMICO
Parte Pública - cuida do uso e exploração de energia atômica pelos estados.
Parte Privada - é o uso e exploração de energia atômica pelos particulares ou em conjunto com
os estados.
A quadrimensionalidade do direito
Com a evolução da nova realidade social os estudiosos entendem que as divisões tradicionais já
não satisfazem plenamente, daí a divisão contemporânea do direito vem sendo preconizada
como sendo constituída em dimensões.
Estas dimensões são 4, daí denominar-se quadrimensional e estão assim dispostas:
Admitindo-se esta divisão do direito surgirá dificuldade de se promover a inserção dos diversos
ramos da ciência jurídica na dimensão correspondente. Portanto não há absolutamente
uniformidade de critérios sobre o tema entre os autores.]
1a DIMENSÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL
Regula a estrutura fundamental do estado determinado as funções de seus órgãos.
DIREITO ADMINISTRATIVO
Regula a constituição e a administração da coisa pública.
DIREITO PENAL
Tipifica define e comina sanções aos ilícitos penais.
DIREITO PROCESSUAL
Regula o exercício de ação, organização e funcionamento dos órgãos judiciais.
DIREITO FINANCEIRO
Regula as finanças públicas mediante a discriminação das receitas e das despesas.
DIREITO CANÔNICO
Regula a vida de uma comunidade religiosa.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Regula as relações dos estados entre si .
DIREITO ELEITORAL
Regula os aspectos pertinentes ao sufrágio.
DIREITO POLÍTICO
Regula os direitos e deveres do estado do âmbito interno.
2a DIMENSÃO
DIREITO CIVIL
Disciplina as atividades dos particulares entre si.
DIREITO COMERCIAL
Disciplina as atividades das pessoas comerciantes.
DIREITO INDUSTRIAL
Regula a propriedade industrial, concessão de privilégios e registros.
3a DIMENSÃO
DIREITO TRABALHO
Parte Pública - é a organização
Parte Privada - relação de emprego
DIREITO MINAS
Regula os recursos naturais, sua industrialização e produção
DIREITO MARÍTIMO
Regula a navegação de capotagem , a industria e o comércio marítimo.
DIREITO AERONÁUTICO
Parte Pública - matricula de aeronaves,
Parte Privada - direitos e deveres dos tripulantes.
DIREITO AGRÁRIO
Parte Pública - estatuto da terra;
Parte Privada - estatuto do trabalhador rural.
4a DIMENSÃO
A vida social só é possível uma vez presente regras determinadas. Essas regras de cunho ético
emanam da moral e do direito . Tanto a moral quanto o direito são regras de conduta. Assim
quem pratica um estupro viola ao mesmo tempo uma norma jurídica e moral. Entretanto existem
ações que interessam apenas ao direito , por exemplo, formalidades de titulo de crédito,
interessam apenas ao direito , têm 3 características:1- Liberalidade - vale apenas o que está
escrito; 2- Autonomia - as obrigações assumidas são autônomas; 3- Abstração - o título é
desvinculado da causa.
Outras questões que ao direito são indiferentes, mas que a moral procura disciplinar, exemplo é
a prostituição.
As normas jurídicas estabelecem coação moral imposta pelo poder público. Já as normas morais
são normas de conduta ética.
A sociedade humana tem uma estrutura sólida e simples, cujo controle se faz normativamente,
essa estrutura mínima denomina-se instituições - que é o conjuntos de procedimentos
estabelecidos pelos costumes, pela razão e pelos sentimentos, que alicerçam e estruturam a
sociedade. Há dois tipos: fundamentais e secundárias.
1- FAMÍLIA - é a instituição básica pioneira e a mais antiga, se estabelece pelo casamento.
a) Escola clássica - diz que o casamento é uma relação contratual, isto é, um contrato de direito
de família.
b) Escola supra-individualista - diz que o casamento é uma instituição social. O casamento é
uma instituição fundamental com características próprias, ele nasce de um ato jurídico de ficção
completa.
c) Escola eclética - casamento é um contrato e instituição. Contrato quanto à sua formação.
FAMÍLIA
No brasil a família instituída pelo casamento encontra proteção no art. 226 CF, que diz que é
crime a bigamia e o adultério.
BIGAMIA - ser casado e casar-se novamente
ADULTÉRIO - descumprimento do dever de fidelidade conjugal.
Direitos e deveres dos cônjuges. Nos termos da CF os direitos e deveres dos cônjuges devem ser
exercidos pelo homem e pela mulher, isto é, devem ser exercidos igualmente.
ESPÉCIES DE CASAMENTO
1- CASAMENTO PUTATIVO
É nulo ou anulável do qual tenha resultado filho comum ou contraído de boa-fé pelo menos
comum dos cônjuges. Produz os mesmos efeitos do casamento válido em relação aos filhos e ao
contraente de boa-fé.
3- CASAMENTO NULO
É o contraído por infração ao art. 183, incisos I à VIII.
4- CASAMENTO ANULÁVEL
São os contraídos por infração ao art. 183, incisos IX à XII.
5- CASAMENTO IRREGULAR
É o contraído por infração ao art. 183 nos incisos XIII à XVI. Não é nem nulo, mas anulável,
sofrendo o infrator certas sanções como a perda do usufruto, imposição do regime obrigatório
de bens.
6- CASAMENTO INEXISTENTE
O defeito é tão grave e visível que dispensa ação judicial.
2- PROPRIEDADE
3- ESTADO
“Quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso por analogia, costumes e princípios gerais do
direito “.
CLASSIFICAÇÃO
A palavra LEI é designada no sentido de preceito normativo emanado dos órgãos que recebem
da constituição o poder de legislar. No Brasil em que vivemos não só ao poder legislativo ficou
a responsabilidade de elaborar as leis, mas também ao executivo e até ao poder judiciário.
LEI EM SENTIDO FORMAL - é toda regra jurídica emanada do poder legislativo tenha ou não
matéria própria de lei.
LEI EM SENTIDO MATERIAL - é regra abstrata e geral elaborada segundo um processo
previamente estabelecido pelo poder constitucionalmente qualificado e que se imponha
obediência de todos.
A coatividade obriga o indivíduo a agir conforme a regra, é geral, é elaborada tendo em vista
um número infinito de destinatários. É abstrata pois não considera casos particulares e nem
situações pessoais específicas e age coativamente.
É termo de semelhança entre coisas diferentes. É similitude e não igualdade. Analogia implica
em existir uma semelhança entre uma hipótese tomada como padrão e a hipótese a ser resolvida.
COSTUMES
Esta noção é muito antiga. Modernamente tem uma grande relevância o direito Inglês. Possui 02
fontes: o chamado COMMON LAW e o STATUTE LAW.
São procedimentos constantes e uniformes adotados por um grupo social e tidos por este mesmo
grupo como obrigatórios. É a prática reiterada e constante de determinados atos que acaba por
gerar a mentalização de que tais atos sejam essenciais para o bem da coletividade. Ferrara diz
que os costumes se estabelecem no meio social em face da observância repetida e pacifista de
certos usos.
Inicialmente nós temos o hábito que é o modo individualizado de agir, depois temos o uso que é
o modo de agir de diversos membros da sociedade. No momento em que o hábito se transforma
em uso surge a consciência de que a prática desses atos é necessário a toda sociedade.
Hermes Lima - PGD são aqueles princípios em que se orienta a legislação positiva e embora
não se achem formulados em lugar nenhum, formam o pressuposto lógico e necessário das
várias normas dessa legislação.
Miguel Reale - PGD são enunciações normativas de valor genérico que condicionam e orientam
a compreensão do ordenamento jurídico, quer para sua aplicação e integração, quer para
elaboração de novas normas.
Doutrina
A doutrina é uma das fontes subsidiárias do direito . é uma forma expositiva e esclarecedora do
direito feita pelo jurista a quem cabe o estudo aprofundado da ciência.
Jurisprudência
É a coletânea das decisões proferidas pelos nossos tribunais. Jurisprudência significa o
entendimento que da lei tem aqueles que de cuja missão precipoa é aplicada.
Na prática tem afinidade com o CASE LAW e o que se deseja da jurisprudência é estabelecer a
uniformidade e a constância das decisões para os casos idênticos, é em outras palavras a criação
da figura do precedente judicial. O CASE LAW tem força obrigatória. Se classificam em:
Equidade
Amolda a norma rígida e abstrata para que se torne justa quando aplicada a cada caso particular.
É a criação de uma solução própria para uma hipótese em que a lei é omissa.
TRATADOS INTERNACIONAIS - são acordos firmados por escrito entre estados soberanos,
regulamentando as relações entre as partes signatárias, que em face disto assumem obrigações
recíprocas e extensiva aos demais estados que manifestem suas adesões.
Ordem Jurídica
As relações estabelecidas pelos indivíduos na sociedade são acompanhadas pelo direito.
Temos uma ordem social e uma ordem jurídica. A ordem social estabelece o equilíbrio e a paz
na coletividade, mediante normas de procedimento. A ordem jurídica cuida da manutenção da
paz e da ordem pela lei.
1- ORDEM JURÍDICA - é uma das partes integrante da ordem social que pode ser conceituada
como a organização e o disciplinamento da sociedade socializada por intermédio do direito. É a
organização da sociedade pelo direito. É o sistema de legalidade do estado.
2- PRINCÍPIOS DA ORDENAÇÃO JURÍDICA - a ordem jurídica é um sistema imperioso que
possui uma estruturação. Esta estruturação é resultante de conexão entre as leis, os tratados, os
contratos e demais componentes do sistema legal.
À respeito da ordem jurídica, Hans Kelsen adotou uma teoria para justificar esta estrutura que
está assentada em dois princípios: do entrelaçamento e da fundamentação ou derivação.
LEIS
• Decretos;
• Regulamentos;
• Regimentos;
• Resoluções administrativas;
• Deliberações;
• Atos;
• Instruções;
• Circulares;
• Portarias, ordens de serviço, contratos em geral, analogia, PGD, doutrina, jurisprudência e
demais fontes do direito.
Os atos administrativos normativos regulamentam as leis. Os decretos são fontes esclarecedoras
das leis.
DEVER JURÍDICO
Dever jurídico é fundamental à idéia do direito como é especial aos propósitos do ordenamento
jurídico porque não há direito o qual não corresponde a um dever ou a uma obrigação. O direito
há de estar totalmente amparado pelo ordenamento jurídico. Na idéia de dever jurídico está
implícita uma conduta imposta por lei consistente em fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Por
deixar de fazer alguma coisa está implícito a idéia de um dever jurídico positivo ou um dever
jurídico negativo. Temos um dever jurídico positivo quando a lei determina que se deva agir,
ex.: pagamento de uma duplicata no vencimento. É negativo quando a lei determina que se deva
omitir ou deixar de fazer alguma coisa, ex.: a obrigação do marido em não prestar fiança sem
autorização da mulher ou vice-versa (outorga uxória), outro ex.: todos os deveres penais são
negativos (não matar, não roubar, etc.). não há uma proibição pela lei.
Dentro dessa idéia de dever jurídico, encontramos o lícito e o ilícito:
LÍCITO - quando aquilo que não é vedado pelo direito, é juridicamente permitido;
ILÍCITO - tudo aquilo que for juridicamente proibido. O campo do que é ilícito é mais amplo.
I- CONCEITO
Interpretar a lei é desvendar os mistérios de uma norma jurídica. Revela o pensamento que
anima suas palavras.
II- CLASSIFICAÇÃO
A) QUANTO À ORIGEM
1- AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA
É quando uma lei interpreta outra lei, de sentido obscuro, duvidoso ou controvertido, isto é, obra
do próprio legislador.
2- DOUTRINÁRIA
A interpretação doutrinária é aquela realizada cientificamente pelos doutrinadores, pelos
juristas, pelos professores de direito e autores da ciência jurídica. Ex.: livros de direito.
3- JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL
É aquela resultante das decisões prolatadas pela justiça, ex.: súmula. A responsabilidade
contratual do transportador pelo acidente com o passageiro não é ilidida por culpa de terceiro,
contra o qual tenha ação regressiva.
4- ADMINISTRATIVA
É aquela cuja fonte elaboradora é a própria administração pública, através de seus órgãos,
mediante pareceres, portarias, despachos, decisões, etc.
1- LITERAL OU GRAMATICAL
É aquela voltada à investigação das palavras da lei, isto é, além da letra da lei. Apura-se o
sentido da lei partindo do exame gramatical dos vocábulos que a constitui.
2- LÓGICO OU RACIONAL
Consiste na aplicação da lógica formal e da razão aos dispositivos da lei que se deseja
interpretar. Atende ao espírito da lei - é um processo lógico, analítico; razão da lei - lógico
jurídico.
3- SISTEMÁTICO OU ORGÂNICO
Interpreta a lei considerando-a como parte integrante de um todo (sistema jurídico). Nenhum
dispositivo se interpreta isoladamente, sempre relacionado com os demais.
4- HISTÓRICO
Busca-se nos precedentes legislativos o verdadeiro sentido da lei a ser interpretada. As novas
leis resultam de aperfeiçoamento de leis anteriores.
5- SOCIOLÓGICO
Dá a lei um sentido de atualidade. Deve-se em grande parte ao surgimento da sociologia jurídica
e compensa as distorções que os outros métodos normalmente conduzem.
6- TELEOLÓGICO
Procura-se fazer uma interligação entre a lei, a causa e sua finalidade. Na verdade é a reunião
dos demais métodos, buscando alcançar a finalística da lei.
1- CONCEITO
O Direito Processual do Trabalho tem como finalidade solucionar os conflitos individuais e
coletivos entre empregados e empregadores e o seu objetivo é regular a organização e o
funcionamento da justiça do trabalho. Nos conflitos individuais - o empregado é que reclama
contra o empregador e no dissídio coletivo - é quando a organização sindical reclama. O Direito
Processual do Trabalho faz toda a organização da Justiça do Trabalho.
a) Desigualdade entre as partes - no processo civil as partes são iguais. Na justiça do trabalho,
há exceção porque todos os meios de produção de provas das quais o empregado depende estão
na mão do empregador.
b) Oralidade - petição e contestação orais => imediatidade de relação entre o juiz e as partes.
Esse princípio de oralidade visa o contrato direto das partes. Na prática é tudo por escrito. As
decisões interlocutórias são irrecorríveis. Não há agravo das decisões na Justiça do Trabalho.
Essa oralidade vem atrapalhar pois as questões trabalhistas são complexas e sendo tudo escrito,
os advogados ganham mais tempo para a preparação de suas defesas. Portanto, a lei mantém a
oralidade mas na prática é tudo por escrito, tanto para a petição como para a contestação.
c) Celeridade - (rapidez) - esta vai depender da oralidade.
d) Dispositivo inquisitório - há uma prevalência da iniciativa das partes (dispositivo). É
inquisitório porque o Juiz é que comanda a direção do processo.
e) Formalista - todo processo exige uma forma de garantia das partes. No caso do processo
trabalhista, este é menos formalista que o processo civil, embora a formalidade é uma garantia
para as partes.
f) Contraditório - é a contradita porque as partes tem oportunidades idênticas tanto de
argumento como de defesa no processo. É um princípio constitucional. Por exemplo, o
contraditório não ocorre num inquérito policial pois nesse só temos a parte inquisitória isto é, as
partes não tem oportunidade para defesa, a qual vais ocorrer somente por ação penal. O
contraditório é um princípio constitucional existente em todos os tipos de processos e é inerente
das ações não dos inquéritos administrativos. O direito processual do trabalho não é tão
formalista quanto ao direito civil. A Justiça do Trabalho adotou o princípio legal da
concentração e da oralidade porque de acordo com a C.L.T as audiências são unas. O
reclamante dá apenas a quitação das verbas recebidas (homologação) que é o termo de rescisão.
As audiências unas iniciam-se com a reclamação trabalhista. Na prática, mesmo em audiências
unas, o juiz não acaba dando a sentença pois não há possibilidade de se auferir com segurança a
defesa que vai ser feita. Na prática as audiências são tripartidas com defesas escritas e
memoriais ou seja, contém a fase inicial, de instrução e julgamento. O art. 849 da C.L.T. diz: “A
audiência de instrução e julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força
maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira
data desimpedida, independente de nova notificação.
FASE INICIAL - Inicia-se pela leitura da reclamação; o reclamante terá 20 minutos para a sua
defesa (contestação oral). Na prática, as reclamações acabam não sendo lidas. Nesta fase é
obrigatória a primeira tentativa de conciliação (art. 846 e 847). Esta proposta de conciliação é
feita pelo juiz após terminada a defesa e deve ser consignada em ata. Se o juiz não propô-la, o
processo será nulo;
FASE DE JULGAMENTO - nesta fase as alegações orais são permitidas por 10 minutos (ver
novamente art. 850). Mas na prática essas alegações são substituídas por memoriais e as partes
não comparecem. As partes só comparecem por exceção quando o juiz consignar na ata que a
sentença vai ser prolatada com referencia ao enunciado 197 ou seja: “Estando ou não presentes
as partes, o prazo de recurso conta a partir da data do julgamento”. Também nessa fase como na
primeira, o juiz tem que propor a conciliação que constará em ata. Esta ordem das fases pode ser
alterada ou seja, se a matéria não é de prova, somente de direito, vai-se da fase inicial
diretamente para a fase de julgamento. Os acordos podem ser feitos na primeira e últimas fases
ou fora delas através de petição. Nas audiências unas, a primeira e a segunda fase são realizadas
ao mesmo tempo. Quando o juiz dá a sentença, condena o réu a pagar os valores nos termos da
petição inicial, acrescidos ou deduzidos, conforme a sua decisão. Ele só poderá decidir nos
limites da lide.
O art. 769 da CLT diz: “Nos casos omissos o Direito Processual Comum será fonte subsidiária
do Direito Processual do Trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas
deste título”.
Aí se estabelece o princípio da subsidariedade ou seja, as normas do DPT são pobres e sempre
que forem omissas, se aplica o DPC desde que este não seja incompatível com o DPT. Esse
princípio é para quando se trata de normas processuais do trabalho.
1- NOÇÕES HISTÓRICAS
Se instalou no Brasil como organismo autônomo em 02/05/39 através do decreto 1237. Mas não
estava incluída entre os órgãos do Poder Judiciário, o que só acabou ocorrendo com a
Constituição de 1946.
3- JUNTAS DE CONCILIAÇÃO
São órgãos trabalhistas de 1º grau de composição paritária. Nela funciona 03 juízes: 01 togado
(concursado) e 02 classistas. É denominada paritária porque um dos juizes classistas vai
representar o empregado e o outro o empregador. A finalidade do juiz classista seria ajudar na
conciliação das partes.
4- JUIZES DE DIREITO
Funcionam nas comarcas onde não há juntas de conciliação. Nessas comarcas, exercem uma
função unitária e não paritária (não colegiada).
Na J. do Trabalho, o indivíduo recebe uma notificação, que é impessoal e feita via postal.
Assim, uma reclamação na J. Trabalho é primeiramente distribuída nas Juntas de Trabalho onde
é autuada e registrada. A seguir é transformada em notificação, que seguirá pelo correio ao
reclamado. Na J. Trabalho, a notificação sendo impessoal, não há destinatário certo e se
presume recebida pela lei, em 48 horas. A empresa deverá comparecer no prazo estipulado, sob
pena de confissão;
b) Audiências
1- Representação - menor de 18 anos litiga em nome alheio (pai p/ filho) . O pai faz a
representação do menor de 18 anos e litiga em nome do filho.
2- Preposto - é aquele que vai representar o empregador no tribunal. Deve ser obrigatoriamente
um empregado da firma. Qualquer omissão por parte do preposto sobre um fato vai significar
perante o julgamento uma confissão do referido fato. Gerente ou qualquer outro que tenha
conhecimento dos fatos.
3- Substituição - litiga em nome próprio. O substituto impessoal litiga em nome próprio (para >
de 18 anos). Só nos casos previstos é que ocorre a substituição, por ex.: sindicato - na condição
de substituto processual está litigando em nome próprio e falando em nome do substituído. O
sindicato, com a concordância ou não do substituído, representará este último. Periculosidade -
inflamáveis, eletricidade etc. Há um adicional de 30% sobre o salário. Insalubridade - ambientes
c/ excesso de fluidos, falta de luz, poeira, agentes químicos corrosivos etc. Os graus podem ser
mínimo (10%) e máximo (20%). A porcentagem será sobre o salário mínimo. Só a perícia
técnica pode dizer se há ou não periculosidade ou insalubridade no ambiente.
São órgãos do 2º grau de jurisdição e têm a função de satisfazer o princípio de duplo grau de
jurisdição. Os seus juizes são colegiados e vão reexaminar as decisões de 1º grau (para uma
segurança, para se evitar fraudes etc.), que podem ser de direito ou de fato (de fato porque são
objetos de prova). As decisões de fato se exaurem nesta instância e só as de direito que
caminham para os tribunais superiores. Em resumo, todas as decisões, sejam de fato ou de
direito, vão para o 2º grau de jurisdição e nessa fase, as partes não são ouvidas. Embargos
declaratórios - cabem nas decisões de juntas ou tribunais sempre que houver contradição,
obscuridade ou omissão nas mesmas, sejam nas sentenças de 1º grau ou nos acórdãos. Nestes
casos, o advogado pode entrar com o embargo declaratório, após receber a sentença, atacando
essas partes omissas ou contraditórias. O juiz poderá então acatar ou não o que foi solicitado
pelo advogado. Caso não acate, caberá a parte interessada o recurso, o qual só será admitido
após a decisão, nas juntas ou nos tribunais, tanto nas sentenças como nos acórdãos. Assim, só
cabem recursos de decisão. Composição - na 2ª região temos 44 juizes, sendo 28 togados e 16
classistas que se compõem em turmas e cada turma tem 3 togados e 2 classistas. As decisões de
1º grau serão revistas basicamente por 5 juizes (3 togados e 2 classistas). Para os tribunais
regionais, cabem recursos ordinários que são decorrentes das decisões definitivas das juntas de
conciliação ou de juizes de direito, no prazo de 8 dias.
É um órgão do Poder Executivo, junto à autoridade judiciária, devendo zelar pela ordem pública
e fiscalizar o exato cumprimento da lei (ora como parte ora como fiscal da lei). Não se tem
agravo de instrumento na justiça do trabalho, somente na justiça comum.
III- AÇÃO, PRESSUPOSTOS, DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
1- AÇÃO
É necessário ter uma pretensão jurídica e essa pretensão jurídica tem que atender formalidades
legais.
Ação é um Direito Público Processual dirigido à criação de uma relação jurídica para se obter
uma sentença favorável. Nem sempre a sentença será favorável mas este é o objetivo
pretendido. A relação jurídica se estabelece entre o autor e o réu para se obter do Estado Juiz
uma relação favorável.
Este tipo de relação teoricamente seria angular, isto é, do Juiz para o autor ou para o réu e vice-
versa mas na prática é triangular.
A terceira condição de ação é quando temos o interesse de agir, que nada mais é do que o
interesse de quem se encontra na posição jurídica de alguém e que vê sua pretensão frustrada.
Para se agir, tem que haver um interesse legitimamente demonstrado.
4- INQUÉRITO JUDICIAL
É o “remedium juris” para a apuração de falta grave de empregados estáveis para o fim de
autorizar o despedimento. Ele é ajuizado na justiça do trabalho. Não vale para o regime
estatutário.
5- RESPOSTA
CONTESTAÇÃO - é a defesa. Elaboração de uma contestação: 1) Concentração da defesa
(matéria preliminar e matéria de mérito); 2) Impugnação específica dos fatos e 3) Especificação
de provas.
1) Concentração da defesa (matéria preliminar) => toda matéria preliminar é um exame
técnico da reclamação. As condições preliminares são matéria da justiça comum, não há no
Direito do Trabalho. Alega-se nesse exame se a notificação foi regular, se a empresa foi
notificada, se há irregularidades etc.. Na matéria preliminar temos que analisar:
1- Inexistência ou nulidade da citação;
2- Inépcia da petição inicial - se a matéria é clara ou não;
3- Coisa julgada - o acordo tem força de sentença defensiva e deve ser redigido com bastante
cautela, deixando-se bem evidente que houve a quitação quanto ao objeto da reclamação e de
quaisquer outros direitos decorrentes do extinto contrato de trabalho. Só nesses termos é que o
juiz vai dar a sentença terminativa. Somente na coisa julgada é que o processo é extinto sem o
exame do mérito da questão.
4- Incapacidade de parte - a parte não é capaz de postergar em juízo.
5- Defeito de representação - por exemplo, se o sindicato entra com uma ação, na condição de
representante dos funcionários de uma determinada empresa e simplesmente solicita o
pagamento sobre insalubridade aos seus funcionários. O que pode ocorrer é que o advogado da
empresa na certa vai contestar contra o defeito de representação do sindicato porque não se
ajuntou aos autos o estatuto da empresa dizendo que o diretor tem poderes para constituir o
advogado.
2) Impugnação específica dos fatos - nas matérias de mérito, cada fato tem que ser impugnado
especificamente, senão será tido como verdadeiro.
3) Especificação de provas - esta será através de documentos, perícias, testemunhas etc.. Na
concentração da defesa é importante que para cada fato se tenha uma articulação de defesa, isto
é, os fatos tem que ser impugnados a cada vez que surgem. No entanto, na prática isto não
acontece, tudo é impugnado ao mesmo tempo. Na concentração da defesa também é importante
a especificação de certos tipos de provas. As vezes os documentos não são suficientes.
Exemplos: para exigência das horas extras, temos os cartões de pontos, livro de ponto, prova
testemunhal etc.. Para cada fato alegado na inicial, a especificação de provas é no geral e não
para cada fato. Partes das provas serão testemunhas e parte através de provas técnicas.
Independente da preliminar, pode-se entrar no mérito.
EXCEÇÃO - temos a suspeição - que se dá no caso de amigo íntimo, parente até 3º grau etc.; e
a incompetência - que se dá em razão de matéria, territorial, pessoal e funcional.
Incompetência material - a Justiça do Trabalho só é incompetente para alguns dissídios
individuais (trabalhador avulso, artesão, trabalhador temporário etc.);
Incompetência territorial - quando a ação corre fora do seu território. Por exemplo, em relação
aos trabalhadores autônomos, eventuais e aos acidentes de trabalho, a competência é da justiça
comum;
Incompetência funcional - em relação a competência dos juizes;
Incompetência pessoal - excluída da CLT, por ex. acidentes de trabalho.
RECONVENÇÃO - esta deve ser interposta juntamente com a contestação. Por exemplo, um
empregado ajuíza uma ação contra uma determinada empresa e a empresa poderá entrar com
uma outra ação, paralela, cobrando do trabalhador alguma dívida do mesmo com a empresa. A
recovenção pertence à justiça comum, mas embora não conste na CLT , pode fazer parte da J.
Trabalho.
6- SENTENÇA
Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo. As sentenças são oriundas dos tribunais
de 1ª instância e proferidas pelos juizes singulares, não colegiados. Requisitos de uma sentença:
a sentença deve ser prolatada dentro de certos critérios processuais. Temos:
1) Relatório - este é um resumo do processo;
2) Fundamentação - onde se tem a análise dos fatos e do direito aplicado
3) Conclusão - na conclusão, a decisão do juiz deve estar sempre dentro dos limites da lide.
Em relação a esses limites, teremos as seguintes situações:
Recursos são os meios de se impugnar as decisões judiciais e são válidos tanto para as sentenças
quanto para os acórdãos. Os pressupostos para se impugnar uma decisão judicial são que o
recurso deva ser objetivo e subjetivo. Por objetivo entendemos a existência de norma legal (uma
norma processual que caiba recurso para tal decisão) e de tempestividade (interposição do
recurso dentro do prazo legal senão o recurso será intempestivo ou extemporâneo) ; e por
subjetivo, quando há sucumbência total ou parcial (a parte que recorrer será a que perdeu).
Acórdão é uma decisão proferida pelos tribunais. Os acórdãos são proferidos pelos juizes
colegiados, portanto juizes de 2º grau.
1- NOTÍCIAS HISTÓRICAS
Na antigüidade já existiam institutos de direito comercial (empréstimos à juros, contratos de
sociedade e comissão) - Código de Hamurabi.
3- CONCEITO DE COMÉRCIO
É o conjunto de relações jurídicas que regulam as relações das indústrias e atividade que a lei
considera mercantis, bem como os direitos o obrigações das pessoas que profissionalmente as
exercem.
5- ESTABELECIMENTO COMERCIAL
6- EMPRESÁRIO
COMERCIANTE - pratica os atos de comércio;
EMPRESÁRIO - exerce atividade econômica organizada.
7- NOME
A sociedade tem por nome uma firma ou razão social ou denominação social.
FIRMA OU RAZÃO SOCIAL INDIVIDUAL - é o nome e assinatura formada com o nome do
titular da empresa.
FIRMA OU RAZÃO SOCIAL - vai o nome e assinatura (formada com o nome dos sócios da
empresa).
DENOMINAÇÃO - é só o nome, formada por uma expressão de fantasia.
TÍTULO - é o apelido do fundo de comércio.
8- TÍTULOS DE CRÉDITO
ENDOSSO
É a forma de transmissão do título de crédito, isto é, o proprietário faz o endosso, lançando sua
assinatura no verso do título.
AVAL
O avalista se obriga pelo avalizado, assim como o fiador pelo afiançado.
TIPOS DE ENDOSSO
ENDOSSO EM PRETO
É aquele completo, isto é, indica o nome da pessoa a quem é endossado o título. Ex.: paga-se ao
fulano...
ENDOSSO EM BRANCO
É o que não contém para nome da pessoa em favor da qual é feita. Consiste na simples
assinatura do endossante.
ENDOSSO PIGMORÁTICO
ENDOSSO PÓSTUMO
É o que se faz depois de vencido o título, valendo apenas como cessão regulado pelo direito.
FALÊNCIA
Processo de execução coletiva em que todos os bens do falido são arrecadados para uma venda
judicial forçada.
Só o comerciante pode ir à falência, isto é, é um instituto privativo do comerciante.
CONCORDATA
1- CONCEITO
DIREITO PENAL - é um ramo do direito público que define as infrações penais, estabelecendo
as penas e as medidas de segurança.
São normas que exigem uma complementação a ser dada por outra norma de nível igual ou
inverso.
Em sentido estrito - é a complementação por outra norma de nível diverso.
Em sentido amplo - é a complementação por outra norma de nível idêntico.
6- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É um princípio básico de direito penal, isto é, não há crime, nem penal, sem lei anterior que o
defina e o estabeleça.
A lei deve definir exatamente e de modo bem delimitado a conduta proibida. É proibido o uso
da analogia para imposição de pena.
Analogia no direito penal é permitida “im bonam partem”, isto é, só quando for beneficiar o réu.
Não tendo vigência temporária a lei vigorará até que outra a revogue, ou modifique. Art. 2o
LICC.
REVOGAÇÃO:
• TOTAL - ou ab-rogação.
• PARCIAL - derrogação.
2- IRRETROATIVIDADE DA LEI
A lei penal não se aplica à fatos anteriores à sua vigência, sendo portanto irretroativa. Contudo
ela poderá retroagir se for benéfica para o réu.
Se a lei posterior beneficiar o réu aplica-se de imediato, ainda que tais fatos sejam objeto de
sentença condenatória transitada em julgado.
Tais leis são chamadas ultraativas, pois ainda que auto revogadas continua a ser aplicadas para
os fatos ocorridos durante o período de sua vigência.
Ninguém pode ser punido por fato que a lei anterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não se aplica quando se
trata de norma penal em branco, vez que a ultratividade ou retroatividade benéfica só alcança o
preceito principal e não o complementar. Daí a infração pena; decorrente do descumprimento da
tabela de preço não se apaga com alteração posterior dos preços.
O critério da universalidade - une-se todos os crimes que por tratado ou convenção, o brasil se
obrigou a reprimir, mesmo que praticados fora do país.
6- IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
O diplomata está sempre sujeito ao país de sua origem. O agente diplomático goza de
imunidade de jurisdição criminal. Ela é absoluta, aplicando-se a qualquer tipo de delito.
7- IMUNIDADE PARLAMENTAR
Pode ser:
Com relação aos vereadores, têm imunidade no exercício do mandato. São invioláveis por suas
opiniões, palavras e votos, dentro da circunscrição de seu município.
8- CONTAGEM DO PRAZO
No direito penal o dia do começo se computa no início do prazo. Contam-se os dias, os meses,
os anos pelo calendário comum.
No processo penal ;e o contrário, não se inclui o dia do começo, mas inclui-se o dia do
vencimento
O FATO TÍPICO
1- CONCEITO DE CRIME
Crime é “um fato típico e anti jurídico”.
FATO TÍPICO - corresponde à descrição do crime (art. 121 CP - matar alguém).
ANTI JURÍDICO - além de típico, não tem nenhuma justificativa.
Justificativa: - legítima defesa;
- estado de necessidade;
- exercício regular do direito;
- estrito cumprimento do dever legal.
TEORIA TRADICIONAL - dolo e culpa - culpabilidade (crime é um fato típico, anti jurídico e
culpado).
TEORIA FINALISTA DA AÇÃO - dolo e culpa - ação - tipo (crime é um fato típico e anti
jurídico).
2- FATO TÍPICO
Se compõe de vários elementos:
1- TIPICIDADE - é a descrição do fato criminoso, feito pela lei - comsiste no ajuste perfeito do
fato com o tipo.
2- CONDUTA - ou ação - é o comportamento humano avaliado pelo direito.
3- RESULATDO.
4- RELAÇÃO DE CAUSALIDADE.
3- DOLO
Consiste no propósito de praticar o fato descrito na lei penal.
Crimes dolosos - são chamados crimes intensionais - é doloso quando o agente quis o resultado
ou assumiu o risco que produziu.
ESPÉCIES:
1- CULPA INCONSCIENTE - é a culpa comum, é um fato previsível, mas não previsto pelo
agente.
2- CULPA CONSCIENTE - forma excepcional de culpa, o agente prevê o resultado, mas
acredita que não acontecerá nada, confia demais nas suas habilidades.
3- CULPA IMPRÓPRIA - o agente deseja o resultado que acaba ocorrendo de modo diverso
por engano ou por precipitação.
5- PRETER DOLO
É quando o resultado por culpa do agente vai além da intenção inicial. Existe dolo na intenção
inicial e culpa previsível, mas não prevista.
O tipo descreve um ação e um resultado, destacado da ação, sem o qual a infração não se
consuma (maioria dos crimes). Ex.: furto ou estelionato - resulta de dano.
CRIME FORMAL
São conhecidos como crimes de perigo abstrato, porque o resultado surge ao mesmo tempo em
que se desenrola a conduta. Ex.: crime de ameaça - ameaçar alguém por palavra, escrito ou
gesto ou qualquer outro meio simbólico de causar-lhe mal injusto e ingrato. Se consuma no
momento em que a última toma conhecimento da ameaça.
INJÚRIA - injuriar alguém ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
O tipo não descreve o resultado, consumando-se a infração com a simples conduta. Ex.: art. 135
- omissão de socorro - deixar de prestar assistência quando possível fazer sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e
iminente perigo, ou não pedir nestes casos o socorro da autoridade pública. Art. 150 - violação
de domicílio - entrar ou permanecer clandestina ou astuciosamente ou contra a vontade
expressa, ou tácita de quem de direito em casa alheia ou em suas dependências.
Bibliografia/Links Recomendados
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito. 12ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2000.
FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito: técnica, decisão,
dominação. 2º ed. São Paulo, Atlas, 1994.
MACHADO NETO, Antonio Luis. Compêndio de Introdução à Ciência do Direito.
6ºed. São Paulo, Saraiva, 1988.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 3º ed. São Paulo, Saraiva, 1976.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR