Você está na página 1de 52

1- Apresentação da cadeira de ID

A cadeira de introdução é indispensável e de extrema importância


para o estudante que inicia os cursos jurídicos. A obrigatoriedade
dessa cadeira ocorre não só no brasil, mas em inúmeros países,
face ao apoio que presta às demais disciplinas do curso de
bacharelado. Trata-se de uma disciplina introdutória onde o
iniciante recebe as noções fundamentais do direito, objetivando
despertar-lhe o interesse, o gosto e o amor por tão nobre ciência.
Com essas noções fundamentais os iniciantes ao curso jurídico
terão uma visão geral do direito e até mesmo de conhecimentos
específicos de outras disciplinas.
FINALIDADE - dar uma visão panorâmica e sintética do direito em
geral.
OBJETIVOS - servir de ponte com as demais cadeiras,
introduzindo o aluno à carreira jurídica.

2- A atual terminação da cadeira

A instituição da cadeira de ID nos cursos jurídicos brasileiros

A atual denominação da cadeira de ICD foi fixada através da


portaria 1886 de 30/dez/1994 e prorrogada pela portaria n.o 3 de
09/jan/1996 para entrar em vigor aos alunos matriculados a partir
de 1997 nos cursos jurídicos. As portarias foram assinadas pelo
ministro Paulo Renato de Souza (educação e do desporto). A
denominação da cadeira que predominou até dezembro de 1996
foi de IED consagrada através da resolução 013/72 pelo Conselho
Federal de Educação (CFE) em substituição a anterior
denominação de ICD, que predominou por várias décadas.
A instituição da cadeira de ICD no brasil deu-se em 11 de abril de
1931 através do decreto 19852 assinado por Getúlio Vargas e
Francisco Campos, presidente e ministro da justiça
respectivamente. Antes da reforma estrutural dos cursos jurídicos
no brasil em 1931, teve a cadeira de introdução outras
denominações, tais como, direito natural, enciclopédia jurídica,
filosofia do direito cedendo lugar à cadeira de ICD. As
denominações anteriores à cadeira de ICD surgiram com a criação
dos cursos jurídicos no brasil aos 11 de agosto de 1827, tendo
como as primeiras faculdades as de SP e as de Olinda no Recife.
A disciplina de ID é conhecida por outras denominações,
destacando-se, teoria geral do direito, enciclopédia jurídica,
introdução ao estudo do direito, filosofia do direito, sociologia do
direito , entre outras.
O que levou o CFE a mudar a denominação da cadeira de ICD
para IED, foi que ICD como cadeira curricular não era uma ciência
propriamente dita, mas o somatório de conhecimentos científicos,
abrangendo aspectos filosóficos, históricos, sociológicos e
jurídicos. É portanto a cadeira de ID uma fonte geral de
conhecimento e não uma ciência por não conter unidade
epistemológica, portanto, é esse somatório de conhecimentos que
alicerçará toda a estrutura do saber jurídico do futuro bacharel de
direito.

A palavra Direito
A palavra direito não é usada em sentido único, pelo contrário, é
usada comumente em vários sentidos. A noção de direito está
muito ligada à noção de justiça, sendo um e outro conceitos
correlatos ao direito. O direito aparece-nos, via de regra, como
verdadeiro objeto de justiça pelo qual procuramos dar a cada um
o que lhe pertence. O conceito de justiça é mais acessível que o
de direito, embora ambos estejam entranhados na consciência
humana. Visa o direito, em síntese, assegurar a coexistência
pacífica da sociedade, por essa razão é o fundamento da ordem
social.
A palavra direito deriva do latim popular directum que significa
dirigir, endireitar, fazer andar em linha reta, etc. No latim clássico,
essa idéia entretanto, é expressa pelo vocábulo IVS-IUS-JUS,
palavra técnica, utilizado pelos jurisconsultos romanos para
exprimir o lícito ou permitido pelas leis.

IUS - LATIM CLÁSSICO DIRECTUM - LATIM POPULAR

- aquilo que deve ser seguido - o que pode ser feito


- implica ordem, isto é, cumprimento coercitivo da norma
- o abrandamento do sentido rigoroso do IUS
- palavra técnica para exprimir o lícito - predominou sobre IUS por
influência do cristianismo
- usado no sentido objetivo da lei e subjetivo de poder
- qualidade do que é conforme a regra
- usado pelos cultos

Noções elementares de direito

O direito é um fato ou fenômeno social que não existe senão na


sociedade. O direito estabelece os limites de ação de cada um de
seus membros. A raiz intuitiva do conceito deriva de direção,
ligação, obrigatoriedade de um comportamento.
Portanto, o direito é um conjunto de regras obrigatórias, com força
coativa que garante a convivência social, ou, para os que negam
pertencer a coação à essência do direito. O direito regra de
conduta que permite a coação em certas circunstâncias, a ser
exercido pelo poder competente.
Num sentido figurado o direito passou a designar o que estava de
acordo com a lei. As leis físicas indicam aquilo que na natureza
necessariamente é. As leis jurídicas ao contrário indicam apenas
aquilo que na sociedade devem ser. Por essa razão diz-se que o
direito é a ciência do dever ser.

Terminologia Jurídica
A terminologia jurídica é um grande desafio para quem estuda o
direito, principalmente saber o que as palavras significam. A
ciência do direito dispõe de instrumentos próprios de significação
harmônica, e outros tomados de empréstimo à linguagem comum
que passam a ter uma acepção nova de natureza jurídica. A
linguagem é a base do raciocínio jurídico, e esta para o jurista
assim como o desenho para o arquiteto.
- OCUPAÇÃO - é o meio de adquirir a propriedade.
- PRESCRIÇÃO - perda do direito de ação
- DECADÊNCIA - perda do direito
- COMPETÊNCIA - poder legal do agente público em praticar
determinado ato
- CONFUSÃO - extingue-se as obrigações desde que na mesmo
pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor
- ENFITEUSE - é quando o proprietário atribui a outrem o domínio
útil do imóvel, mediante pensão ou foro anual, certa e invariável.
- HIPOTECA - é a coisa entregue pelo devedor por exigência do
credor para a garantia do compromisso assumido - imóvel
- PENHOR - idem à hipoteca, porém bem móvel
- PENHORA - ato judicial pelo qual se apreende bens do devedor
- FIDEICOMISSO - estipulação de última vontade
- USU CAPIÃO - é o modo originário de adquirir a propriedade pelo
uso ou pela prescrição, independe da vontade do titular anterior, é
a aquisição do domínio pela posse contínua.

Espécies:
1- USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO - (VINTENÁRIO) - é aquele
que por vinte anos sem interrupção, nem oposição possuir como
seu um imóvel, adquir-se-á o domínio independente de título e boa-
fé.
2- ORDINÁRIO - são dez anos entre presentes e 15 anos entre
ausentes, possuir como seu contínua e incontestadamente com
justo título e boa-fé.
3- ESPECIAL OU PRO LABORE - são 5 anos ininterruptamente e
sem oposição - área urbana - até 250 m2 - utilizado para moradia
de sua família e área rural até 50 hectares tornando-a produtiva. O
usucapiente não pode ser proprietário de outro imóvel.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS - 5 anos e 3 anos com justo
título e boa-fé.

Acepções da palavra direito

Nas acepções em que a palavra é usada , duas delas são tidas


como principais:
A) NORMA JURÍDICA - é a reguladora da conduta social do
homem. Direito objetivo ou lei em sentido amplo - é um sistema de
normas jurídicas vigentes num determinado país, conhecida como
NORMA AGENDI.
B) FACULDADE JURÍDICA - ou prerrogativa - é reconhecida pela
lei às pessoas em suas relações recíprocas - é o poder que o
indivíduo tem de praticar ou não determinado ato, conhecida como
FACULTAS AGENDI.

O Direito e suas Concepções


DIREITO NATURAL

É aquilo que corresponde ao sentimento de justiça da comunidade


(independe da vontade humana).
O direito natural foi sem dúvida fator essencial ao progresso das
instituições jurídicas da velha Roma.

Idade média - influência da igreja - prevaleceu a idéia de que os


princípios componentes do direito natural decorriam da inteligência
e vontade divinas (é a teoria jus-naturalista do teologismo). O
direito natural era uma versão parcial da lei eterna (relativa à
conduta moral).
Tempos modernos - nova concepção adotada foi no sentido de que os
fundamentos do direito natural não decorriam nem da natureza das
coisas e nem de deus , mas da razão humana (teoria jusnaturalista
do racionalismo. Na realidade os princípios que constituem o
direito natural formam a idéia do que seja, segundo a razão
humana, o justo por natureza.
Tempos atuais - nos dias atuais não pode ser negada a existência do
direito natural, ao menos como sendo um complemento do direito
positivo constituindo ambos uma só unidade para integração do
direito vigente.

Lei Positiva

DIREITO POSITIVO

São normas de conduta legisladas ou provenientes do costume,


que estando em vigor ou tendo vigorado em certa época,
disciplinam ou disciplinaram o inter-relacionamento humano.
O conceito de direito positivo bastante amplo abrange não só o
direito em vigor (direito vigente), como o já fora de vigor, direito
histórico, o direito escrito (codificado e legislado), como o direito
não escrito (direito costumeiro ou consuetudinário).
Alguns autores consideram o direito positivo como o direito vigente
e o direito legislado, excluindo o direito histórico e costumeiro,
fazendo confusão entre positividade e vigência (eficácia). Na
eficácia é que ele está apositivado, o direito histórico teve atividade
no passado.

DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO

Direito objetivo e direito subjetivo são praticamente a mesma coisa


e vistos por ângulos diferentes.
O direito objetivo - é o conjunto de normas de conduta e que constituem
o ordenamento jurídico - é a norma agendi.
O direito subjetivo - é o poder de agir garantido pelo direito - é a facultas
agendi.

Sendo o direito subjetivo um conjunto de relações jurídicas, deve


ser examinada sob dois aspectos:
1.Dever jurídico
2. Faculdade jurídica

Jurisdição
O poder público organizado juridicamente chamou assim a função
de reconhecer e tutelar os direitos, fossem quais fossem de
resolver todas as controvérsias fazendo justiça pela aplicação da
norma jurídica adequada ao caso concreto. No sentido genérico
jurisdição é o poder do estado de fazer justiça, isto é, de dizer o
direito, em linguagem técnica, costuma-se definir a jurisdição como
sendo uma função do estado exercida através do juiz dentro de um
processo para solucionar um litígio entre as partes (conflito de
interesses). As pessoas não podem por si só decidir quem tem
razão ou fazer justiça com as próprias mãos. O estado nas
questões de direito controvertidas substituem as atividades dos
litigantes e no lugar deles passa a dizer o direito, daí a afirmação
da doutrina que a substitutividade é uma das características da
jurisdição.
a) Características da jurisdição:
• Substitutividade;
• Qualidade de realizar o direito;
• Inércia - tem que ser provocado;
• Presença de lide (conflito de interesse);
• Produção de coisa julgada.

b) Princípios da jurisdição:
• Investidura - legalmente investido na função de julgado;
• Indelegabilidade - juiz tem que exercer sua função pessoalmente
- é intransferível;
• Aderência - o juiz não pode exercer a jurisdição fora do deu
território.

c) Quanto à matéria:
• Penal - é exercida na aplicação do poder de punir. Como coação
contra delitos;
• Civil - ela trata sobre as lides de natureza não penal, excetuadas
as jurisdições trabalhistas e eleitorais que constituem jurisdição
especial.

d) Quanto ao grau dos órgãos juridicionais:


• Inferior - é a 1a instância;
• Superior - é a 2a instância.

e) Quanto ao objeto:
• Contenciosa - pressupõe o litígio, isto é, sua característica principal
é o contraditório ou a sua possibilidade - conflito de interesses;
• Voluntária - (graciosa ou administrativa) - refere-se a certos
negócios ou atos jurídicos que devem ser submetidos ao controle
do juiz.

Os Principais Ramos do Direito


O direito romano era concebido uma divisão dicotômica do direito
em ius publicum e ius privatum (direito público e privado
respectivamente).
O direito público se ocupava basicamente do governo do estado e
das relações do cidadão com o poder público.
Já o direito privado objetivava regular as relações dos particulares
entre si. Nessa divisão dicotômica, dois sujeitos ficam
evidenciados - o estado e a pessoa.
Todavia, a divisão clássica, segundo os romanos, era tricotômica -
ius civiles (direito civil), - ius gentium (direito das gentes), - ius
naturales (direito natural).
IUS CIVILES - privativo dos cidadãos romanos
IUS GENTIUM - extensivo aos estrangeiros
IUS NATURALES - colocado acima do arbítrio do homem
Entretanto a divisão tradicional entre o direito público e o direito
privado chegou aos nossos tempos e foi motivo de divergência
entre os estudiosos. Dizer que no direito há o interesse do estado
e do direito privado o das pessoas, encontrou severas críticas. Os
opositores achavam impossível não haver uma pequena parcela
de interesse do estado no direito privado.
DIREITO PÚBLICO - é aquele em que há predominância do
interesse do estado, disciplina os interesses gerais. Existe uma
relação de subordinação.
DIREITO PRIVADO - é aquele em que há predominância do
interesse particular (pessoa). Existe uma relação de coordenação.

Quadro geral do direito

DIREITO CONSTITUICIONAL
Tem por objetivo a estrutura do estado, estabelecendo os direito
fundamentais da pessoa humana.

DIREITO ADMINISTRATIVO
Estabelece os preceitos relativos à administração da coisa pública
(regula a constituição e o funcionamento da administração
pública).

DIREITO PENAL
Define as condutas criminosas visando preveni-las e repeli-las
(tipifica define e comina sanções aos ilícitos penais).
DIREITO FINANCEIRO
Cuida da organização das finanças do estado.

DIREITO PROCESSUAL
Tratam da distribuição da justiça, regulam o processamento das
ações perante poder judiciário (são os meios e os modos para o
exercício do direito material).

DIREITO TRABALHISTA
Objetiva reger as relações de trabalho subordinado.

DIREITO CIVIL
Regula os direitos e obrigações de ordem privada, concernente às
pessoas, os bens e as suas relações.

DIREITO COMERCIAL
São normas que disciplinam sob os mais variados aspectos a
atividade mercantil.

O chamado direito social e seus principais ramos

Foi Duguit em 1908 que durante uma conferência em Paris que


falou primeiramente em direito social. No brasil o impulso foi dado
em 1940 pelo professor Cesarino Júnior, quando lançou sua
magistral obra “O direito social brasileiro”. A seguir iremos
encontrar o professor Paulino Jaz, que adotou a moderna divisão
tricotômica do direito em : direito público, privado e social. Por isso
o direito do trabalho, o direito aeronáutico e o futuro direito
cosmonáutico, além do direito atômico e agrário devem ocupar
uma terceira posição na enciclopédia jurídica que é o direito social,
porque contém uma parte pública e uma privada (produto da vida
social).

DIREITO DO TRABALHO
Parte Pública - trata da organização e do processo - é estrutural.
Parte Privada - cuida da relação de emprego e suas repercussões
- é relacional.

DIREITO AERONÁUTICO
É um ramo do direito social que estuda os princípios e normas que
regem a navegação aérea.
Parte Pública - vamos encontrar a matrícula aeronáutica e tráfego
aéreo.
Parte Privada - direitos e deveres dos tripulantes -
responsabilidade civil nos acidentes de navegação aérea.

DIREITO ATÔMICO
Parte Pública - cuida do uso e exploração de energia atômica pelos
estados.
Parte Privada - é o uso e exploração de energia atômica pelos
particulares ou em conjunto com os estados.

DIREITO RURAL OU AGRÁRIO

É o conjunto de normas e princípios que regem a atividade do


homem no campo e suas implicações na indústria e no comércio.
Parte Pública - estatuto da terra, INCRA, o código florestal, etc.
Parte Privada - estatuto do trabalhador rural.

A quadrimensionalidade do direito

Com a evolução da nova realidade social os estudiosos entendem


que as divisões tradicionais já não satisfazem plenamente, daí a
divisão contemporânea do direito vem sendo preconizada como
sendo constituída em dimensões.
Estas dimensões são 4, daí denominar-se quadrimensional e estão
assim dispostas:

1a DIMENSÃO - DIREITO PÚBLICO


2a DIMENSÃO - DIREITO PRIVADO
3a DIMENSÃO - DIREITO SOCIAL
4a DIMENSÃO - DIREITO CÓSMICO

Admitindo-se esta divisão do direito surgirá dificuldade de se


promover a inserção dos diversos ramos da ciência jurídica na
dimensão correspondente. Portanto não há absolutamente
uniformidade de critérios sobre o tema entre os autores.]

1a DIMENSÃO
DIREITO CONSTITUCIONAL
Regula a estrutura fundamental do estado determinado as funções
de seus órgãos.

DIREITO ADMINISTRATIVO
Regula a constituição e a administração da coisa pública.

DIREITO PENAL
Tipifica define e comina sanções aos ilícitos penais.

DIREITO PROCESSUAL
Regula o exercício de ação, organização e funcionamento dos
órgãos judiciais.

DIREITO FINANCEIRO
Regula as finanças públicas mediante a discriminação das receitas
e das despesas.

DIREITO CANÔNICO
Regula a vida de uma comunidade religiosa.

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO


Regula as relações dos estados entre si .

DIREITO ELEITORAL
Regula os aspectos pertinentes ao sufrágio.

DIREITO POLÍTICO
Regula os direitos e deveres do estado do âmbito interno.

2a DIMENSÃO

DIREITO CIVIL
Disciplina as atividades dos particulares entre si.

DIREITO COMERCIAL
Disciplina as atividades das pessoas comerciantes.

DIREITO INDUSTRIAL
Regula a propriedade industrial, concessão de privilégios e
registros.

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO


Solução para os conflitos de lei no espaço.

3a DIMENSÃO

DIREITO TRABALHO
Parte Pública - é a organização
Parte Privada - relação de emprego

DIREITO MINAS
Regula os recursos naturais, sua industrialização e produção

DIREITO MARÍTIMO
Regula a navegação de capotagem , a industria e o comércio
marítimo.

DIREITO AERONÁUTICO
Parte Pública - matricula de aeronaves,
Parte Privada - direitos e deveres dos tripulantes.

DIREITO AGRÁRIO
Parte Pública - estatuto da terra;
Parte Privada - estatuto do trabalhador rural.

DIREITO ATÔMICO OU NUCLEAR


Disciplina o uso e a exploração de energia atômica nos âmbitos
nacionais e internacionais, bem como a limitação de sua utilização.

4a DIMENSÃO

DIREITO CÓSMICO - ESPACIAL


Regula as relações referente ao chamado espaço exterior e aos
corpos siderais (exploração e uso), sem que haja apropriação
pelos exploradores e usuários.

Distinção entre Direito e Moral


A vida social só é possível uma vez presente regras determinadas.
Essas regras de cunho ético emanam da moral e do direito . Tanto
a moral quanto o direito são regras de conduta. Assim quem pratica
um estupro viola ao mesmo tempo uma norma jurídica e moral.
Entretanto existem ações que interessam apenas ao direito , por
exemplo, formalidades de titulo de crédito, interessam apenas ao
direito , têm 3 características:1- Liberalidade - vale apenas o que
está escrito; 2- Autonomia - as obrigações assumidas são
autônomas; 3- Abstração - o título é desvinculado da causa.
Outras questões que ao direito são indiferentes, mas que a moral
procura disciplinar, exemplo é a prostituição.

As normas jurídicas estabelecem coação moral imposta pelo poder


público. Já as normas morais são normas de conduta ética.

A Sociedade Humana e suas Instituições Fundamentais


A sociedade humana tem uma estrutura sólida e simples, cujo
controle se faz normativamente, essa estrutura mínima denomina-
se instituições - que é o conjuntos de procedimentos estabelecidos
pelos costumes, pela razão e pelos sentimentos, que alicerçam e
estruturam a sociedade. Há dois tipos: fundamentais e
secundárias.
As fundamentais existem em todo grupo social. Ex.: governo,
família, religião.
As secundárias são complementares das fundamentais. Ex.:
constituição, divórcio. Eucaristia.
Dentre as instituições fundamentais 03 são tidas como
fundamentais, que é a FAMÍLIA, A PROPRIEDADE E O ESTADO.

1- FAMÍLIA - é a instituição básica pioneira e a mais antiga, se


estabelece pelo casamento.
a) Escola clássica - diz que o casamento é uma relação contratual,
isto é, um contrato de direito de família.
b) Escola supra-individualista - diz que o casamento é uma
instituição social. O casamento é uma instituição fundamental com
características próprias, ele nasce de um ato jurídico de ficção
completa.
c) Escola eclética - casamento é um contrato e instituição. Contrato
quanto à sua formação.

Instituição quanto ao conteúdo.


Temos dois tipos de família:
• Família de Direito - constituída pelo casamento regular e válido;
• Família de Fato - constituída pela união livre, sem casamento.

Quanto à quantidade de casamento, a família pode ser de 02


gêneros:
• Família Monogâmica - é o casamento de um homem e uma mulher;
• Família Poligâmica - um homem poderá simultaneamente casar com
duas ou mais mulheres.
Pode ser:
• Poligenia - é o casamento de um homem com duas ou mais
mulheres.
• Poliandria - é o casamento de uma mulher com dois ou mais
homens.

FAMÍLIA

No brasil a família instituída pelo casamento encontra proteção no


art. 226 CF, que diz que é crime a bigamia e o adultério.
BIGAMIA - ser casado e casar-se novamente
ADULTÉRIO - descumprimento do dever de fidelidade conjugal.

EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO


Direitos e deveres dos cônjuges. Nos termos da CF os direitos e
deveres dos cônjuges devem ser exercidos pelo homem e pela
mulher, isto é, devem ser exercidos igualmente.
ESPÉCIES DE CASAMENTO
1- CASAMENTO PUTATIVO
É nulo ou anulável do qual tenha resultado filho comum ou
contraído de boa-fé pelo menos comum dos cônjuges. Produz os
mesmos efeitos do casamento válido em relação aos filhos e ao
contraente de boa-fé.
2- CASAMENTO NUNCUPATIVO “In extremis”
É o casamento realizado pelos próprios nubentes, na presença de
06 testemunhas, quando um dos contraentes estiver em eminente
risco de vida, não havendo tempo suficiente para celebração e
habilitação do registro civil. Art. 199/200.
3- CASAMENTO NULO
É o contraído por infração ao art. 183, incisos I à VIII.
4- CASAMENTO ANULÁVEL
São os contraídos por infração ao art. 183, incisos IX à XII.
5- CASAMENTO IRREGULAR
É o contraído por infração ao art. 183 nos incisos XIII à XVI. Não é
nem nulo, mas anulável, sofrendo o infrator certas sanções como
a perda do usufruto, imposição do regime obrigatório de bens.
6- CASAMENTO INEXISTENTE
O defeito é tão grave e visível que dispensa ação judicial.

2- PROPRIEDADE

É a segunda instituição fundamental é o mundo de produções de


bens. No sistema legal de propriedade está a espinha dorsal dos
sistemas sociais e dos regimes políticos e o art. 524 CC diz que o
proprietário pode gozar de seus bens, como reaver de quem os
possui. O CC não conceitua o que seja propriedade, limita apenas
a enunciar o poder de propriedade.
É o direito de usar, gozar e dispor da coisa e reivindicá-la de quem
injustamente à detém. Há dois tipos:
• Plena - é quando todos os direitos elementares se acham
reunidos na mão do proprietário.
• Limitada - quando um desses elementos é entregue a outro
titular.

3- ESTADO

O estado configura-se como sendo um organismo complexo,


centralizado, com território próprio, constituindo-se em uma nação
política e juridicamente organizada, dotada de soberania,
respeitada e reconhecida pelas demais nações. O estado se
constitui de 03 elementos distintos : Povo, Território e Governo.
POVO - conjunto de pessoas que pertencem ao estado pela
cidadania.
POPULAÇÃO - exprime o conceito aritmético de caráter
quantitativo, independe de qualquer relação política ou jurídica.
GOVERNO - vínculo jurídico do cidadão é a sua sujeição a um
poder, dotado de autoridade legalmente constituída para fins de
administração e condução de seus propósitos em
desenvolvimento.
TERRITÓRIO - é a delimitação até a qual poderá ser exercida a
soberania, sem gerar conflitos.

O Direito e suas Fontes


“Quando a lei for omissa o juiz decidirá o caso por analogia,
costumes e princípios gerais do direito “.
“O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna
ou obscuridade na lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as
normas legais, não as havendo, recorrerá à analogia, aos
costumes e aos PGD.

CLASSIFICAÇÃO

I- IMEDIATA, PRINCIPAL OU DIRETA


De todas as fontes enumeradas a lei é a principal fonte, as demais
são subsidiárias.
A palavra LEI é designada no sentido de preceito normativo
emanado dos órgãos que recebem da constituição o poder de
legislar. No Brasil em que vivemos não só ao poder legislativo ficou
a responsabilidade de elaborar as leis, mas também ao executivo
e até ao poder judiciário.
LEI EM SENTIDO FORMAL - é toda regra jurídica emanada do
poder legislativo tenha ou não matéria própria de lei.
LEI EM SENTIDO MATERIAL - é regra abstrata e geral elaborada
segundo um processo previamente estabelecido pelo poder
constitucionalmente qualificado e que se imponha obediência de
todos.
A coatividade obriga o indivíduo a agir conforme a regra, é geral, é
elaborada tendo em vista um número infinito de destinatários. É
abstrata pois não considera casos particulares e nem situações
pessoais específicas e age coativamente.

II- SUBSIDIÁRIAS, MEDIATA E INDIRETA


ANALOGIA
É termo de semelhança entre coisas diferentes. É similitude e não
igualdade. Analogia implica em existir uma semelhança entre uma
hipótese tomada como padrão e a hipótese a ser resolvida.
A analogia também admite 02 espécies:
• LEGIS - é aquela resultante de uma lei aplicada a uma hipótese
semelhante em um caso em que não exponha direção específica,
em outro caso usa-se a lei.
• JURIS - é a resultante da aplicação de princípios jurídicos em um
caso similar, isto é, utiliza-se os PGD.

COSTUMES
Esta noção é muito antiga. Modernamente tem uma grande
relevância o direito Inglês. Possui 02 fontes: o chamado COMMON
LAW e o STATUTE LAW.
COMMON LAW - direito costumeiro - é uma coletânea das
decisões judiciais.
STATUTE LAW - direito legislado.

São procedimentos constantes e uniformes adotados por um grupo


social e tidos por este mesmo grupo como obrigatórios. É a prática
reiterada e constante de determinados atos que acaba por gerar a
mentalização de que tais atos sejam essenciais para o bem da
coletividade. Ferrara diz que os costumes se estabelecem no meio
social em face da observância repetida e pacifista de certos usos.
Inicialmente nós temos o hábito que é o modo individualizado de
agir, depois temos o uso que é o modo de agir de diversos
membros da sociedade. No momento em que o hábito se
transforma em uso surge a consciência de que a prática desses
atos é necessário a toda sociedade.
Hermes Lima - os costumes apresentam 02 elementos
constitutivos, um é externo e o outro é interno. O externo é o
objetivo, de natureza material, é o uso constante e prolongado. O
interno é de natureza psicológica ou subjetiva, que é o
reconhecimento geral de sua obrigatoriedade.

DIREITO CONSUETUDINÁRIO OU COSTUMEIRO

É o decorrente da observação e respeito às normas jurídicas não


escritas, isto é, normas resultantes de práticas sociais reiteradas,
constantes e tidas como obrigatórias. Admitem 03 espécies:
1. CONTRA LEGEM - por opor-se à lei não têm admissibilidade em
nosso direito .
2. SECUNDUM LEGEM - por estar de acordo coma lei serve de
interpretação, é o costume que esclarece a lei por estar em perfeita
sintonia com ela .
3. PRAETER LEGEM - é utilizável quando a lei for omissa para
preencher a lacuna existente.
Este último é o costume considerado como subsidiários do direito
.
Princípios Gerais do Direito
São considerados a essencialidade do direito. Porque são dos
PGD que são retirados postulados que servirão de suporte à
regulamentação da sociedade sob o aspecto jurídico, fixando os
padrões e orientando os preceitos que serão traduzidos pela
legislação. É importante observar que os PGD não estão
formulados materialmente, não constam de nenhum diploma legal.
Os PGD são os fundamentadores, informadores e norteadores do
direito positivo.
Essas idéias são referidas pela doutrina positivista, que os PGD
são consagrados pelo ordenamento jurídico e evidenciados na lei.
Já a doutrina jus-naturalista diz que simbolizam o direito natural,
isto é, está acima do direito positivo.
Hermes Lima - PGD são aqueles princípios em que se orienta a
legislação positiva e embora não se achem formulados em lugar
nenhum, formam o pressuposto lógico e necessário das várias
normas dessa legislação.
Miguel Reale - PGD são enunciações normativas de valor genérico
que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento
jurídico, quer para sua aplicação e integração, quer para
elaboração de novas normas.

Doutrina

A doutrina é uma das fontes subsidiárias do direito . é uma forma


expositiva e esclarecedora do direito feita pelo jurista a quem cabe
o estudo aprofundado da ciência.
Na realidade a doutrina é o direito resultante de estudos voltados
à sistematização. Esclarecimento, adequação e inovação.
Também alcança diversas posições:

• Apresentação detalhada do direito em tese;


• Classificação e sistematização do direito exposto;
• Elucidação e interpretação dos textos legais e do direito
cientificamente estudado;
• Concepção e formulação de novos institutos jurídicos.

A doutrina também admite 03 espécies:

1. DOGMÁTICA - acompanha a evolução da sociedade, é


essencialmente criadora. Introduz novas técnicas, conceitos e
normas. Analisando e inserindo e aperfeiçoando as instituições
jurídicas.
2. TÉCNICA - é esclarecedora do direito, revelando-o e
interpretando-o .
3. CRÍTICA - é a que aponta as lacunas e as deficiências na
legislação. Abrindo perspectivas limitadas ou vistas ao
aperfeiçoamento e atualização do direito frente à evolução social.

Professor Paulo Nader


“Os estudos científicos reveladores do direito vigente não obrigam
os juizes, mas a maioria das decisões judiciais em sua
fundamentação resulta apoiada em determinada obra de
consagrado jurista”.

Jurisprudência

É a coletânea das decisões proferidas pelos nossos tribunais.


Jurisprudência significa o entendimento que da lei tem aqueles que
de cuja missão precipoa é aplicada.
Na prática tem afinidade com o CASE LAW e o que se deseja da
jurisprudência é estabelecer a uniformidade e a constância das
decisões para os casos idênticos, é em outras palavras a criação
da figura do precedente judicial. O CASE LAW tem força
obrigatória. Se classificam em:
1. Secundum legem - segundo a lei
2. Praeter legem - além da lei
Conforme a lei, secundum legem, a interpretação da lei realizada
pelos juizes harmonizando o disposto no texto e o seu sentido. Já
a praeter legem, é a jurisprudência que se considera efetivamente
fonte subsidiária do direito. É a que preenche as lacunas da lei.

Equidade

Amolda a norma rígida e abstrata para que se torne justa quando


aplicada a cada caso particular. É a criação de uma solução própria
para uma hipótese em que a lei é omissa.
TRATADOS INTERNACIONAIS - são acordos firmados por escrito
entre estados soberanos, regulamentando as relações entre as
partes signatárias, que em face disto assumem obrigações
recíprocas e extensiva aos demais estados que manifestem suas
adesões.
Ordem Jurídica
As relações estabelecidas pelos indivíduos na sociedade são
acompanhadas pelo direito.
Temos uma ordem social e uma ordem jurídica. A ordem social
estabelece o equilíbrio e a paz na coletividade, mediante normas
de procedimento. A ordem jurídica cuida da manutenção da paz e
da ordem pela lei.

1- ORDEM JURÍDICA - é uma das partes integrante da ordem


social que pode ser conceituada como a organização e o
disciplinamento da sociedade socializada por intermédio do direito.
É a organização da sociedade pelo direito. É o sistema de
legalidade do estado.
2- PRINCÍPIOS DA ORDENAÇÃO JURÍDICA - a ordem jurídica é
um sistema imperioso que possui uma estruturação. Esta
estruturação é resultante de conexão entre as leis, os tratados, os
contratos e demais componentes do sistema legal.
À respeito da ordem jurídica, Hans Kelsen adotou uma teoria para
justificar esta estrutura que está assentada em dois princípios: do
entrelaçamento e da fundamentação ou derivação.
a) PRINCÍPIO DO ENTRELAÇAMENTO - as leis, os contratos, os
tratados, as sentenças e demais fontes do direito estão interligadas
formando um todo harmônico;
b) PRINCÍPIO DA FUNDAMENTAÇÃO OU DERIVAÇÃO - as
normas se fundem ou derivam de outras normas, formando uma
verdadeira linha de descendentes.

3- ELEMENTOS - o ordenamento jurídico há de se apresentar


estruturado de uma tal forma que possa dar solução à todos os
caos e às questões suscitadas na prática. Pode ser que a solução
de um determinado conflito não está prevista na lei; podem haver
lacunas na lei, mas nunca do direito. Por mais inepto que seja o
conflito, haverá sempre uma solução. O ordenamento jurídico dará
as soluções porque ele é completo e auto suficiente. Ele possui
vários elementos essenciais que são dispositivos constitucionais
que assumem a regência de todo o sistema jurídico.

LEIS
• Constituição federal e suas emendas;
• Leis complementares à constituição federal;
• Leis federais - ordinárias, delegadas, medidas provisórias e
decretos legislativos;
• Constituição estadual e suas emendas;
• Leis complementares à constituição estadual;
• Leis estaduais - leis ordinárias e decretos legislativos;
• Lei orgânica dos municípios;
• Leis municipais.

ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS

• Decretos;
• Regulamentos;
• Regimentos;
• Resoluções administrativas;
• Deliberações;
• Atos;
• Instruções;
• Circulares;
• Portarias, ordens de serviço, contratos em geral, analogia, PGD,
doutrina, jurisprudência e demais fontes do direito.

Os atos administrativos normativos regulamentam as leis. Os


decretos são fontes esclarecedoras das leis.

ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO

Os elementos do ordenamento jurídico brasileiro estão


estruturados na forma de atenderem à obediência aos ditames da
constituição federal. Todo o nosso direito positivo para ter validade
deriva-se dos princípios constitucionais. Estando na República
Federativa do Brasil, os estados, via de consequência, têm
poderes para se organizar e reger-se pelas constituições e leis que
venham adotar. A autonomia dos estados é condicionada, isto é,
tem poderes explícitos e implícitos que não lhe são vedados pela
constituição federal. Os municípios também tem autonomia
condicionada. A legislação municipal deve seguir os ditames da
constituição estadual e por consequência da constituição federal.
Em outras palavras, o que não for de competência da união ou do
estado, será do município. Não existe uma hierarquia, cada um vai
agir de acordo com a sua competência.

DEVER JURÍDICO

Dever jurídico é fundamental à idéia do direito como é especial aos


propósitos do ordenamento jurídico porque não há direito o qual
não corresponde a um dever ou a uma obrigação. O direito há de
estar totalmente amparado pelo ordenamento jurídico. Na idéia de
dever jurídico está implícita uma conduta imposta por lei
consistente em fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Por deixar
de fazer alguma coisa está implícito a idéia de um dever jurídico
positivo ou um dever jurídico negativo. Temos um dever jurídico
positivo quando a lei determina que se deva agir, ex.: pagamento
de uma duplicata no vencimento. É negativo quando a lei
determina que se deva omitir ou deixar de fazer alguma coisa, ex.:
a obrigação do marido em não prestar fiança sem autorização da
mulher ou vice-versa (outorga uxória), outro ex.: todos os deveres
penais são negativos (não matar, não roubar, etc.). não há uma
proibição pela lei.
Dentro dessa idéia de dever jurídico, encontramos o lícito e o ilícito:
LÍCITO - quando aquilo que não é vedado pelo direito, é
juridicamente permitido;
ILÍCITO - tudo aquilo que for juridicamente proibido. O campo do
que é ilícito é mais amplo.

Noções de Interpretação da Lei e Hermenêutica Jurídica


I- CONCEITO
Interpretar a lei é desvendar os mistérios de uma norma jurídica.
Revela o pensamento que anima suas palavras.

II- CLASSIFICAÇÃO

A) QUANTO À ORIGEM
1- AUTÊNTICA OU LEGISLATIVA
É quando uma lei interpreta outra lei, de sentido obscuro, duvidoso
ou controvertido, isto é, obra do próprio legislador.
2- DOUTRINÁRIA
A interpretação doutrinária é aquela realizada cientificamente
pelos doutrinadores, pelos juristas, pelos professores de direito e
autores da ciência jurídica. Ex.: livros de direito.
3- JUDICIAL OU JURISPRUDENCIAL
É aquela resultante das decisões prolatadas pela justiça, ex.:
súmula. A responsabilidade contratual do transportador pelo
acidente com o passageiro não é ilidida por culpa de terceiro,
contra o qual tenha ação regressiva.
4- ADMINISTRATIVA
É aquela cuja fonte elaboradora é a própria administração pública,
através de seus órgãos, mediante pareceres, portarias,
despachos, decisões, etc.

Dentre as espécies de interpretação quanto à origem de maior


importância é a jurisprudencial - norteia os procedimentos da
sociedade.

B) QUANTO AO MÉTODO

1- LITERAL OU GRAMATICAL
É aquela voltada à investigação das palavras da lei, isto é, além da
letra da lei. Apura-se o sentido da lei partindo do exame gramatical
dos vocábulos que a constitui.
2- LÓGICO OU RACIONAL
Consiste na aplicação da lógica formal e da razão aos dispositivos
da lei que se deseja interpretar. Atende ao espírito da lei - é um
processo lógico, analítico; razão da lei - lógico jurídico.
3- SISTEMÁTICO OU ORGÂNICO
Interpreta a lei considerando-a como parte integrante de um todo
(sistema jurídico). Nenhum dispositivo se interpreta isoladamente,
sempre relacionado com os demais.
4- HISTÓRICO
Busca-se nos precedentes legislativos o verdadeiro sentido da lei
a ser interpretada. As novas leis resultam de aperfeiçoamento de
leis anteriores.
5- SOCIOLÓGICO
Dá a lei um sentido de atualidade. Deve-se em grande parte ao
surgimento da sociologia jurídica e compensa as distorções que os
outros métodos normalmente conduzem.
6- TELEOLÓGICO
Procura-se fazer uma interligação entre a lei, a causa e sua
finalidade. Na verdade é a reunião dos demais métodos, buscando
alcançar a finalística da lei.

C) QUANTO AOS EFEITOS


1- MODIFICATIVA
Atribui à lei um sentido abrangente de fatos ou consequências
além ou aquém dos que foram imaginados pelo legislador. Na
realidade é o predomínio da objetividade da lei sobre a
subjetividade do legislador.
2- AB-ROGATIVA
É a existência de duas ou mais leis conflitantes entre si, chegando
a contradizer-se de modo que apenas uma dessas leis deva
permanecer vigentes, revogando a outra lei.
3- DECLARATIVA
É aquela que conclua pela inexistência de modificação ou ab-
rogação. Pode ser:
A) COINCIDENTE - é quando a interpretação der a lei um sentido
em idênticas e exatas proporções, às pretendidas pelo legislador,
isto é, há uma equivalência entre as palavras da lei e sue espírito;
B) RESTRITIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido
menos amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto;
C) EXTENSIVA - é quando a interpretação der à lei um sentido
mais amplo do que aquele expresso pelo legislador no texto.

III- HERMENÊUTICA JURÍDICA

É a teoria que se efetiva o lado prático da interpretação.

Noções de Direito do Trabalho e Processo


I- INTRODUÇÃO

1- CONCEITO
O Direito Processual do Trabalho tem como finalidade solucionar
os conflitos individuais e coletivos entre empregados e
empregadores e o seu objetivo é regular a organização e o
funcionamento da justiça do trabalho. Nos conflitos individuais - o
empregado é que reclama contra o empregador e no dissídio
coletivo - é quando a organização sindical reclama. O Direito
Processual do Trabalho faz toda a organização da Justiça do
Trabalho.

2- PRINCÍPIOS GERAIS DO DPT


Todos os ramos do Direito tem princípios que norteiam todos os
procedimentos. Assim temos:
a) Desigualdade entre as partes - no processo civil as partes são iguais.
Na justiça do trabalho, há exceção porque todos os meios de
produção de provas das quais o empregado depende estão na
mão do empregador.
b) Oralidade - petição e contestação orais => imediatidade de
relação entre o juiz e as partes. Esse princípio de oralidade visa o
contrato direto das partes. Na prática é tudo por escrito. As
decisões interlocutórias são irrecorríveis. Não há agravo das
decisões na Justiça do Trabalho. Essa oralidade vem atrapalhar
pois as questões trabalhistas são complexas e sendo tudo escrito,
os advogados ganham mais tempo para a preparação de suas
defesas. Portanto, a lei mantém a oralidade mas na prática é tudo
por escrito, tanto para a petição como para a contestação.
c) Celeridade - (rapidez) - esta vai depender da oralidade.
d) Dispositivo inquisitório - há uma prevalência da iniciativa das partes
(dispositivo). É inquisitório porque o Juiz é que comanda a direção
do processo.
e) Formalista - todo processo exige uma forma de garantia das
partes. No caso do processo trabalhista, este é menos formalista
que o processo civil, embora a formalidade é uma garantia para as
partes.
f) Contraditório - é a contradita porque as partes tem oportunidades
idênticas tanto de argumento como de defesa no processo. É um
princípio constitucional. Por exemplo, o contraditório não ocorre
num inquérito policial pois nesse só temos a parte inquisitória isto
é, as partes não tem oportunidade para defesa, a qual vais ocorrer
somente por ação penal. O contraditório é um princípio
constitucional existente em todos os tipos de processos e é
inerente das ações não dos inquéritos administrativos. O direito
processual do trabalho não é tão formalista quanto ao direito civil.
A Justiça do Trabalho adotou o princípio legal da concentração e
da oralidade porque de acordo com a C.L.T as audiências são
unas. O reclamante dá apenas a quitação das verbas recebidas
(homologação) que é o termo de rescisão. As audiências unas
iniciam-se com a reclamação trabalhista. Na prática, mesmo em
audiências unas, o juiz não acaba dando a sentença pois não há
possibilidade de se auferir com segurança a defesa que vai ser
feita. Na prática as audiências são tripartidas com defesas escritas
e memoriais ou seja, contém a fase inicial, de instrução e
julgamento. O art. 849 da C.L.T. diz: “A audiência de instrução e
julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de
força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará
a sua continuação para a primeira data desimpedida,
independente de nova notificação.

FASES DE UMA AUDIÊNCIA


FASE INICIAL - Inicia-se pela leitura da reclamação; o reclamante
terá 20 minutos para a sua defesa (contestação oral). Na prática,
as reclamações acabam não sendo lidas. Nesta fase é obrigatória
a primeira tentativa de conciliação (art. 846 e 847). Esta proposta
de conciliação é feita pelo juiz após terminada a defesa e deve ser
consignada em ata. Se o juiz não propô-la, o processo será nulo;
FASE DE INSTRUÇÃO - (dilação probatória) - é o depoimento das
partes e das testemunhas. Estas depõem sob compromisso com a
verdade. Nesta fase não há conciliação pois a audiência é una ou
seja, o ato processual é único;
FASE DE JULGAMENTO - nesta fase as alegações orais são
permitidas por 10 minutos (ver novamente art. 850). Mas na prática
essas alegações são substituídas por memoriais e as partes não
comparecem. As partes só comparecem por exceção quando o juiz
consignar na ata que a sentença vai ser prolatada com referencia
ao enunciado 197 ou seja: “Estando ou não presentes as partes, o
prazo de recurso conta a partir da data do julgamento”. Também
nessa fase como na primeira, o juiz tem que propor a conciliação
que constará em ata. Esta ordem das fases pode ser alterada ou
seja, se a matéria não é de prova, somente de direito, vai-se da
fase inicial diretamente para a fase de julgamento. Os acordos
podem ser feitos na primeira e últimas fases ou fora delas através
de petição. Nas audiências unas, a primeira e a segunda fase são
realizadas ao mesmo tempo. Quando o juiz dá a sentença,
condena o réu a pagar os valores nos termos da petição inicial,
acrescidos ou deduzidos, conforme a sua decisão. Ele só poderá
decidir nos limites da lide.
Como resumo, temos o quadro geral das fases a seguir:
INICIAL - contestação (20’) e conciliação (audiência ulna);
INSTRUÇÃO PROCESSUAL - depoimento das partes;
JULGAMENTO - conciliação e alegações ( 10’ ).

3- PECULIARIDADES DA JT
Partes: reclamante e reclamado;
Prazo dos recursos - são mais unificados possíveis => 08 dias
corridos, a contar do dia seguinte;
na J. Trabalho - temos a notificação e na J. Civil - temos a
intimação;
perda de prazo - precrusão do direito; na J. Trabalho não há
protocolo integrado;
impulso processual - quando alguém vai reivindicar seu direito na
J. Trabalho, é a provocação do Poder Judiciário através da figura
do juiz, é a iniciativa das partes de propor o recurso;
decisões interlocutórias - na J. Trabalho são irrecorríveis. A parte
prejudicada só poderá recorrer após a sentença.

4- APLICAÇÃO DAS NORMAS TRABALHISTAS

O art. 769 da CLT diz: “Nos casos omissos o Direito Processual


Comum será fonte subsidiária do Direito Processual do Trabalho,
exceto naquilo em que for incompatível com as normas deste
título”.
Aí se estabelece o princípio da subsidariedade ou seja, as normas
do DPT são pobres e sempre que forem omissas, se aplica o DPC
desde que este não seja incompatível com o DPT. Esse princípio
é para quando se trata de normas processuais do trabalho.

II- ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

1- NOÇÕES HISTÓRICAS
Se instalou no Brasil como organismo autônomo em 02/05/39
através do decreto 1237. Mas não estava incluída entre os órgãos
do Poder Judiciário, o que só acabou ocorrendo com a
Constituição de 1946.

2- PODER JUDICIÁRIO E ÓRGÃOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO


A J. Trabalho é um órgão da Justiça Federal especial. Ela é
composta pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), pelos
Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), pelas Juntas de
Conciliação e Julgamento (JCJ) ou pelos Juizes de Direito onde
não houver juntas. Numa reclamação trabalhista, a primeira coisa
que se vai verificar é se a mesma é de competência ou não da J.
Trabalho. (Const. 88, art. 114).

3- JUNTAS DE CONCILIAÇÃO
São órgãos trabalhistas de 1º grau de composição paritária. Nela
funciona 03 juízes: 01 togado (concursado) e 02 classistas. É
denominada paritária porque um dos juizes classistas vai
representar o empregado e o outro o empregador. A finalidade do
juiz classista seria ajudar na conciliação das partes.

4- JUIZES DE DIREITO
Funcionam nas comarcas onde não há juntas de conciliação.
Nessas comarcas, exercem uma função unitária e não paritária
(não colegiada).

5- PROCESSO E PROCEDIMENTO DO DISSÍDIO INDIVIDUAL


a) Fase postulatória - é a fase inicial do processo e sempre se inicia
através de uma petição ou reclamação que na J. do Trabalho se
denomina de “reclamação trabalhista”. Esta deve ser escrita ou
verbal e pelo art. 133 da Constituição Federal, a presença do
advogado é indispensável (ao criar este artigo, o legislador
pretendeu proteger o reclamante de possíveis prejuízos pela falta
de um advogado). As reclamações verbais existiam antes da
C.L.T. e eram reclamações feitas diretamente aos funcionários das
Juntas Trabalhistas. Atualmente são reclamações escritas e
devem ser feitas contra a empresa e não contra os seus sócios.
Art. 840 da CLT - “A reclamação deverá conter a designação do
presidente da junta ou do juiz de direito a quem foi dirigida, a
qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição
dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura
do reclamante ou do seu representante legal”. Na justiça comum,
após a reclamação, o indivíduo recebe uma citação que é pessoal
e feita através de um oficial de justiça, através de um mandado.
Na J. do Trabalho, o indivíduo recebe uma notificação, que é
impessoal e feita via postal. Assim, uma reclamação na J. Trabalho
é primeiramente distribuída nas Juntas de Trabalho onde é
autuada e registrada. A seguir é transformada em notificação, que
seguirá pelo correio ao reclamado. Na J. Trabalho, a notificação
sendo impessoal, não há destinatário certo e se presume recebida
pela lei, em 48 horas. A empresa deverá comparecer no prazo
estipulado, sob pena de confissão;

b) Audiências
1- Representação - menor de 18 anos litiga em nome alheio (pai p/
filho) . O pai faz a representação do menor de 18 anos e litiga em
nome do filho.
2- Preposto - é aquele que vai representar o empregador no tribunal.
Deve ser obrigatoriamente um empregado da firma. Qualquer
omissão por parte do preposto sobre um fato vai significar perante
o julgamento uma confissão do referido fato. Gerente ou qualquer
outro que tenha conhecimento dos fatos.
3- Substituição - litiga em nome próprio. O substituto impessoal litiga
em nome próprio (para > de 18 anos). Só nos casos previstos é
que ocorre a substituição, por ex.: sindicato - na condição de
substituto processual está litigando em nome próprio e falando em
nome do substituído. O sindicato, com a concordância ou não do
substituído, representará este último. Periculosidade - inflamáveis,
eletricidade etc. Há um adicional de 30% sobre o salário.
Insalubridade - ambientes c/ excesso de fluidos, falta de luz,
poeira, agentes químicos corrosivos etc. Os graus podem ser
mínimo (10%) e máximo (20%). A porcentagem será sobre o
salário mínimo. Só a perícia técnica pode dizer se há ou não
periculosidade ou insalubridade no ambiente.

6- TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO

São órgãos do 2º grau de jurisdição e têm a função de satisfazer o


princípio de duplo grau de jurisdição. Os seus juizes são
colegiados e vão reexaminar as decisões de 1º grau (para uma
segurança, para se evitar fraudes etc.), que podem ser de direito
ou de fato (de fato porque são objetos de prova). As decisões de
fato se exaurem nesta instância e só as de direito que caminham
para os tribunais superiores. Em resumo, todas as decisões, sejam
de fato ou de direito, vão para o 2º grau de jurisdição e nessa fase,
as partes não são ouvidas. Embargos declaratórios - cabem nas
decisões de juntas ou tribunais sempre que houver contradição,
obscuridade ou omissão nas mesmas, sejam nas sentenças de 1º
grau ou nos acórdãos. Nestes casos, o advogado pode entrar com
o embargo declaratório, após receber a sentença, atacando essas
partes omissas ou contraditórias. O juiz poderá então acatar ou
não o que foi solicitado pelo advogado. Caso não acate, caberá a
parte interessada o recurso, o qual só será admitido após a
decisão, nas juntas ou nos tribunais, tanto nas sentenças como
nos acórdãos. Assim, só cabem recursos de decisão. Composição
- na 2ª região temos 44 juizes, sendo 28 togados e 16 classistas
que se compõem em turmas e cada turma tem 3 togados e 2
classistas. As decisões de 1º grau serão revistas basicamente por
5 juizes (3 togados e 2 classistas). Para os tribunais regionais,
cabem recursos ordinários que são decorrentes das decisões
definitivas das juntas de conciliação ou de juizes de direito, no
prazo de 8 dias.

7- TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

É um órgão de 3º grau de jurisdição com competência em todo


território nacional.
Composição - é formado por 27 ministros (idade >35 e < 65 anos),
nomeados pelo Presidente da República. Desses, 17 são togados
e vitalícios. Desses togados, 11 são juizes de carreira ou seja, de
magistratura, 3 dentre advogados e 3 dentre membros do
ministério público do trabalho e por fim , 10 classistas temporários.
Competência - vai julgar em última instância os recursos de revistas
interpostos contra o T.R.T.
As decisões das juntas vão para o T.R.T e os recursos de revista
para o T.S.T.

8- MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

É um órgão do Poder Executivo, junto à autoridade judiciária,


devendo zelar pela ordem pública e fiscalizar o exato cumprimento
da lei (ora como parte ora como fiscal da lei). Não se tem agravo
de instrumento na justiça do trabalho, somente na justiça comum.
III- AÇÃO, PRESSUPOSTOS, DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS

1- AÇÃO
É necessário ter uma pretensão jurídica e essa pretensão jurídica
tem que atender formalidades legais.
Ação é um Direito Público Processual dirigido à criação de uma
relação jurídica para se obter uma sentença favorável. Nem
sempre a sentença será favorável mas este é o objetivo
pretendido. A relação jurídica se estabelece entre o autor e o réu
para se obter do Estado Juiz uma relação favorável.

Este tipo de relação teoricamente seria angular, isto é, do Juiz para


o autor ou para o réu e vice-versa mas na prática é triangular.

2- CONDIÇÕES PARA SE PROPROR UMA AÇÃO


A primeira condição é a possibilidade jurídica do pedido, isto é, que
exista uma regra jurídica garantindo ao autor o bem que ele
pretende, ou seja, qualquer pedido tem que estar lastreado de uma
regra, tem que ser legal, tem que ter cobertura do ordenamento
jurídico.
A segunda condição: “legitimatio ad causam” (legitimidade pela
causa). É a legitimidade para agir ou defender-se, também de
acordo com a regra jurídica ou ordenamento jurídico. A pessoa tem
que ser legitimamente apta para agir ou se defender. Menor
incapaz não tem legitimação para causa. A legitimação pode ser
ordinária ou extraordinária. A ordinária pertence ao titular no Direito
substantivo ou material e é exclusiva dele. A extraordinária é
quando há substituição processual, isto é, pleitear em nome
próprio direito alheio. (art. 6º do C.P.C.).
A terceira condição de ação é quando temos o interesse de agir,
que nada mais é do que o interesse de quem se encontra na
posição jurídica de alguém e que vê sua pretensão frustrada. Para
se agir, tem que haver um interesse legitimamente demonstrado.

3- CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES TRABALHISTAS

Podem ser individuais ou coletivas.


Individuais- os interesses são concretos e individualizados;
Coletivas - os titulares são grupos de pessoas ou categorias
profissionais cujos interesses são gerais e abstratos.

4- INQUÉRITO JUDICIAL

É o “remedium juris” para a apuração de falta grave de


empregados estáveis para o fim de autorizar o despedimento. Ele
é ajuizado na justiça do trabalho. Não vale para o regime
estatutário.

5- RESPOSTA

CONTESTAÇÃO - é a defesa. Elaboração de uma contestação: 1)


Concentração da defesa (matéria preliminar e matéria de mérito);
2) Impugnação específica dos fatos e 3) Especificação de provas.
1) Concentração da defesa (matéria preliminar) => toda matéria
preliminar é um exame técnico da reclamação. As condições
preliminares são matéria da justiça comum, não há no Direito do
Trabalho. Alega-se nesse exame se a notificação foi regular, se a
empresa foi notificada, se há irregularidades etc.. Na matéria
preliminar temos que analisar:
1- Inexistência ou nulidade da citação;
2- Inépcia da petição inicial - se a matéria é clara ou não;
3- Coisa julgada - o acordo tem força de sentença defensiva e deve
ser redigido com bastante cautela, deixando-se bem evidente que
houve a quitação quanto ao objeto da reclamação e de quaisquer
outros direitos decorrentes do extinto contrato de trabalho. Só
nesses termos é que o juiz vai dar a sentença terminativa. Somente
na coisa julgada é que o processo é extinto sem o exame do mérito
da questão.
4- Incapacidade de parte - a parte não é capaz de postergar em
juízo.
5- Defeito de representação - por exemplo, se o sindicato entra
com uma ação, na condição de representante dos funcionários de
uma determinada empresa e simplesmente solicita o pagamento
sobre insalubridade aos seus funcionários. O que pode ocorrer é
que o advogado da empresa na certa vai contestar contra o defeito
de representação do sindicato porque não se ajuntou aos autos o
estatuto da empresa dizendo que o diretor tem poderes para
constituir o advogado.

2) Impugnação específica dos fatos - nas matérias de mérito, cada fato


tem que ser impugnado especificamente, senão será tido como
verdadeiro.
3) Especificação de provas - esta será através de documentos,
perícias, testemunhas etc.. Na concentração da defesa é
importante que para cada fato se tenha uma articulação de defesa,
isto é, os fatos tem que ser impugnados a cada vez que surgem.
No entanto, na prática isto não acontece, tudo é impugnado ao
mesmo tempo. Na concentração da defesa também é importante
a especificação de certos tipos de provas. As vezes os documentos
não são suficientes. Exemplos: para exigência das horas extras,
temos os cartões de pontos, livro de ponto, prova testemunhal etc..
Para cada fato alegado na inicial, a especificação de provas é no
geral e não para cada fato. Partes das provas serão testemunhas
e parte através de provas técnicas. Independente da preliminar,
pode-se entrar no mérito.
EXCEÇÃO - temos a suspeição - que se dá no caso de amigo íntimo,
parente até 3º grau etc.; e a incompetência - que se dá em razão
de matéria, territorial, pessoal e funcional.
Incompetência material - a Justiça do Trabalho só é incompetente para
alguns dissídios individuais (trabalhador avulso, artesão,
trabalhador temporário etc.);
Incompetência territorial - quando a ação corre fora do seu território.
Por exemplo, em relação aos trabalhadores autônomos, eventuais
e aos acidentes de trabalho, a competência é da justiça comum;
Incompetência funcional - em relação a competência dos juizes;
Incompetência pessoal - excluída da CLT, por ex. acidentes de
trabalho.
RECONVENÇÃO - esta deve ser interposta juntamente com a
contestação. Por exemplo, um empregado ajuíza uma ação contra
uma determinada empresa e a empresa poderá entrar com uma
outra ação, paralela, cobrando do trabalhador alguma dívida do
mesmo com a empresa. A recovenção pertence à justiça comum,
mas embora não conste na CLT , pode fazer parte da J. Trabalho.

6- SENTENÇA
Sentença é o ato pelo qual o juiz põe termo ao processo. As
sentenças são oriundas dos tribunais de 1ª instância e proferidas
pelos juizes singulares, não colegiados. Requisitos de uma
sentença: a sentença deve ser prolatada dentro de certos critérios
processuais. Temos:
1) Relatório - este é um resumo do processo;
2) Fundamentação - onde se tem a análise dos fatos e do direito
aplicado
3) Conclusão - na conclusão, a decisão do juiz deve estar sempre
dentro dos limites da lide.

Em relação a esses limites, teremos as seguintes situações:


a) ultrapetita - quando a decisão vai além do pedido;
b) citrapetita ou infrapetita - quando a decisão fica aquém do
pedido
c) extrapetita - quando a decisão está fora do pedido. Esta última
será considerada nula e as duas primeiras poderão ser anuladas .

Recursos são os meios de se impugnar as decisões judiciais e são


válidos tanto para as sentenças quanto para os acórdãos. Os
pressupostos para se impugnar uma decisão judicial são que o
recurso deva ser objetivo e subjetivo. Por objetivo entendemos a
existência de norma legal (uma norma processual que caiba
recurso para tal decisão) e de tempestividade (interposição do
recurso dentro do prazo legal senão o recurso será intempestivo
ou extemporâneo) ; e por subjetivo, quando há sucumbência total
ou parcial (a parte que recorrer será a que perdeu).
Acórdão é uma decisão proferida pelos tribunais. Os acórdãos são
proferidos pelos juizes colegiados, portanto juizes de 2º grau.

Noções de Direito Comercial


1- NOTÍCIAS HISTÓRICAS
Na antigüidade já existiam institutos de direito comercial
(empréstimos à juros, contratos de sociedade e comissão) -
Código de Hamurabi.
Na idade média (séc. XII) ocorre a formação e o fortalecimento do
direito comercial - corporações de ofício.
2- EVOLUÇÃO DO DIREITO COMERCIAL
1a FASE (séc. XII a XVIII) - período subjetivo corporativista. O
direito era fechado classista, privativo das pessoas matriculadas
nas corporações de ofício, cuja decisão se baseava nos usos ,
costumes e na equidade.
2a FASE (1808) - período objetivo - consolidação do comercio,
através do código comercial Francês (código napoleônico) -
liberalismo econômico. Aboliram-se as corporações,
estabelecendo-se liberdade de trabalho e comércio.
3a FASE - período subjetivo moderno - direito empresarial A
atividade negocial já não se caracterizava pelo comercio, mas pelo
exercício profissional de qualquer atividade econômica realizada.

3- CONCEITO DE COMÉRCIO

VULGAR - é a relação entre as pessoas (idéias, simpatia, etc.).


ECONÔMICO - é o emprego da atividade econômica, destinada a
colocar em circulação a riqueza produzida, facilitando a troca e
aproximando o produtor do consumidor.
a) mediação especulativa sobre imóvel - art.191 CCo - é um
conceito econômico e não jurídico;
b) pecuarista sobre forma de S/A - foge do conceito econômico e
se integra no conceito jurídico por força de lei.
JURÍDICO - mediação, fim de lucro e habitualidade.
COMÉRCIO - é o complexo de atos de intromissão entre o produtor
e o consumidor. Quem os exercita habitualmente com fim de lucro
realizam, promovem ou facilitam a circulação dos produtos de
natureza e da indústria para tornar mais fácil e pronta a procura e
a oferta.

4- CONCEITO DE DIREITO COMERCIAL

É o conjunto de relações jurídicas que regulam as relações das


indústrias e atividade que a lei considera mercantis, bem como os
direitos o obrigações das pessoas que profissionalmente as
exercem.
5- ESTABELECIMENTO COMERCIAL

Estabelecimento comercial, ou Azienda, ou fundo de comércio é o


conjunto de bens operados pelos comerciantes.
a) BENS CORPÓREOS - são os balcões, vitrines, máquinas, etc.
b) BENS INCORPÓREOS - é o ponto, lugar, título, marca, etc.

6- EMPRESÁRIO

COMERCIANTE - pratica os atos de comércio;


EMPRESÁRIO - exerce atividade econômica organizada.

7- NOME

A sociedade tem por nome uma firma ou razão social ou


denominação social.
FIRMA OU RAZÃO SOCIAL INDIVIDUAL - é o nome e assinatura
formada com o nome do titular da empresa.
FIRMA OU RAZÃO SOCIAL - vai o nome e assinatura (formada
com o nome dos sócios da empresa).
DENOMINAÇÃO - é só o nome, formada por uma expressão de
fantasia.
TÍTULO - é o apelido do fundo de comércio.

8- TÍTULOS DE CRÉDITO

É um documento formal com força executiva, representativo da


dívida líquida e certa de circulação, desvinculada do comércio que
o originou.
Se subdividem em títulos cambiais e títulos cambiariforme.
CAMBIAIS - nata promissória, letra de câmbio;
CAMBIARIFORMES - cheque, cédula de crédito de exportação.

CARACTERÍSTICAS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO


A) DOCUMENTALIDADE - o documento de título de crédito é
necessário para o exercício do direito que representa, isto é, deve
estar representado por documento.
B) FORÇA EXECUTIVA - tem força de sentença judicial transitada
em julgado.
C) LITERALIDADE - vale pelo que nele está escrito.
D) FORMALISMO - se faltar uma palavra, que por lei deveria
constar, não vale como título de crédito.
E) SOLIDARIEDADE - cada coobrigado poderá responder pela
totalidade da dívida.
F) AUTONOMIA - é desvinculada à causa do título em relação aos
coobrigados.
G) INDEPENDÊNCIA - cada qual se obriga por si e responde pelo
cumprimento da obrigação contraída.
H) ABSTRAÇÃO - o título é desvinculado da causa.

ENDOSSO
É a forma de transmissão do título de crédito, isto é, o proprietário
faz o endosso, lançando sua assinatura no verso do título.

AVAL
O avalista se obriga pelo avalizado, assim como o fiador pelo
afiançado.
Fiança - a responsabilidade é subsidiária - garantia do contrato.
Aval - responsabilidade solidária - garantia de título de crédito.

TIPOS DE ENDOSSO

ENDOSSO EM PRETO
É aquele completo, isto é, indica o nome da pessoa a quem é
endossado o título. Ex.: paga-se ao fulano...
ENDOSSO EM BRANCO
É o que não contém para nome da pessoa em favor da qual é feita.
Consiste na simples assinatura do endossante.
ENDOSSO PIGMORÁTICO
É o que sujeita o endossante ao pagamento de outra obrigação,
dando ao endossatário o direito de retenção até que se efetue
aquele pagamento. É o mesmo que endosso em garantia/penhor.
ENDOSSO PÓSTUMO
É o que se faz depois de vencido o título, valendo apenas como
cessão regulado pelo direito.
LETRA DE CÂMBIO - LC - é uma ordem de pagamento, sacada
por um credor, em favor de terceiro, ou do sacador.
SACADOR - é o que emite a LC;
SACADO - devedor;
ACEITANTE - sacado que aceita LC;
TOMADOR - é o beneficiário da ordem que pode ser o terceiro ou
o sacador.
NOTA PROMISSÓRIA - NP - é uma promessa de pagamento
emitida pelo devedor.
CHEQUE - CH - é uma ordem de pagamento à vista, sacado por
uma pessoa contra o banco.
DUPLICATA - DP - após extraída a fatura pode o vendedor sacar
duplicata correspondente para circular como título de crédito.

TC podem ser: - ABSTRATOS - LC/NP/CH


Independem do negócio subjacente.
- CAUSAIS - DP/CT (conhecimento transporte)
São omitidos em razão de determinado negócio.

FALÊNCIA

Processo de execução coletiva em que todos os bens do falido são


arrecadados para uma venda judicial forçada.
Só o comerciante pode ir à falência, isto é, é um instituto privativo
do comerciante.
Caracterização - é feita pela impontualidade.
Requisitos da falência - título líquido e certo, devidamente
protestado (legitima o pedido).
Universalidade do juízo - declara a falência, ficam suspensas as
ações e execuções contra o falido.
Exceções - execuções fiscais, ações trabalhistas.

CONCORDATA

• PREVENTIVA - evitar a falência


• SUSPENSIVA - suspende a falência decretada.
Excluídos - instituição financeira, empresas aéreas, seguradores,
sociedades irregulares ou de fato.

Noções de Direito Penal


1- CONCEITO
DIREITO PENAL - é um ramo do direito público que define as
infrações penais, estabelecendo as penas e as medidas de
segurança.
DIREITO PENAL OBJETIVO - conjunto de normas penais;
DIREITO PENAL SUBJETIVO - direito de punir do estado.

2- CRIMES OU DELITOS - CONTRAVENÇÕES

CRIMES OU DELITOS - encontram-se capitulados no código


penal.
CONTRAVENÇÕES - vamos encontrar na lei das contravenções
penais ( infrações de menor porte - medidas pelo legislador ).

3- SUJEITO ATIVO - SUJEITO PASSIVO

SUJEITO ATIVO - é o agente que pratica o fato.


SUJEITO PASSIVO - é a pessoa ou entidade que sofre os defeitos
do delito.
Só o ser humano pode ser sujeito ativo do crime. Os menores de
18 anos são considerados penalmente irresponsáveis, isto é,
inimputáveis. Em razão disso escapam da alçada penal.

4- OBJETO JURÍDICO - OBJETO MATERIAL

OBJETO JURÍDICO - é o bem ou o interesse protegido pela norma


penal.
OBJETO MATERIAL - é a coisa, tanto material quanto a pessoa,
sobre a qual recai a ação do agente.

5- NORMAS PENAIS EM BRANCO

São normas que exigem uma complementação a ser dada por


outra norma de nível igual ou inverso.
Em sentido estrito - é a complementação por outra norma de nível
diverso.
Em sentido amplo - é a complementação por outra norma de nível
idêntico.

6- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
É um princípio básico de direito penal, isto é, não há crime, nem
penal, sem lei anterior que o defina e o estabeleça.
“Nullum crimem, nulla poena, sine previa lege”.
A lei deve definir exatamente e de modo bem delimitado a conduta
proibida. É proibido o uso da analogia para imposição de pena.
Analogia no direito penal é permitida “im bonam partem”, isto é, só
quando for beneficiar o réu.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

1- VIGÊNCIA E REVOGAÇÃO DA LEI PENAL


Como as demais leis, começa a vigorar na data nela indicada, ou
na omissão, 45 dias após a sua publicação e em 03 meses no
exterior. Art. 1o LICC.
Não tendo vigência temporária a lei vigorará até que outra a
revogue, ou modifique. Art. 2o LICC.
REVOGAÇÃO:
• TOTAL - ou ab-rogação.
• PARCIAL - derrogação.

E também pode ser:


• EXPRESSA - quando a lei nova diz quais os textos revogados.
• TÁCITA - quando é incompatível com a lei anterior.

2- IRRETROATIVIDADE DA LEI
A lei penal não se aplica à fatos anteriores à sua vigência, sendo
portanto irretroativa. Contudo ela poderá retroagir se for benéfica
para o réu.
Se a lei posterior beneficiar o réu aplica-se de imediato, ainda que
tais fatos sejam objeto de sentença condenatória transitada em
julgado.
3- ULTRATIVIDADE DA LEI TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL
Algumas leis são editadas para vigorar até certa data - são
chamadas temporárias. Outras, enquanto durarem certas
circunstâncias, são as excepcionais.
Tais leis são chamadas ultraativas, pois ainda que auto revogadas
continua a ser aplicadas para os fatos ocorridos durante o período
de sua vigência.

4- A LEI PENAL NO TEMPO


A princípio a lei penal rege os fatos ocorridos na sua vigência
“tempus regit actum”. Se a lei penal for modificada durante o
processo penal prevalecerá a norma mais favorável para o réu.
Ninguém pode ser punido por fato que a lei anterior deixa de
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória, não se aplica quando se
trata de norma penal em branco, vez que a ultratividade ou
retroatividade benéfica só alcança o preceito principal e não o
complementar. Daí a infração pena; decorrente do
descumprimento da tabela de preço não se apaga com alteração
posterior dos preços.

4.1- TEMPO DO CRIME


Em que momento se considera cometido o delito? A resposta
envolve 03 teorias:
1- TEORIA DA ATIVIDADE - considera-se cometido o delito no
momento da ação ou da omissão.
2- TEORIA DO RESULTADO - considera cometido o delito no
momento da produção do resultado.
3- TEORIA MISTA OU DA UBIGUIDADE - considera cometido o
delito tento no momento da ação como no da produção do
resultado.
O código penal adotou a teoria da atividade por trazer maior
beneficio ao réu.

5- A LEI PENAL NO ESPAÇO


A princípio aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no território
brasileiro (princípio da territorialidade). Considera-se praticado o
crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, bem como onde
se produziu ou deveria produzir-se o resultado (lugar do crime). As
embarcações e aeronaves públicas ou a serviço do governo
brasileiro são extensões do território nacional, onde quer que se
encontre. As privadas quando em alto mar ou sobrevoando o alto
mar. O princípio da territorialidade não é único, admitindo a lei
outros critérios, como por exemplo o da personalidade ou da
universalidade.
O critério da personalidade - pune-se o agente se ele for brasileiro,
em caso de genocídio, mesmo que o fato tenha sido praticado no
exterior.
O critério da universalidade - une-se todos os crimes que por
tratado ou convenção, o brasil se obrigou a reprimir, mesmo que
praticados fora do país.

6- IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
O diplomata está sempre sujeito ao país de sua origem. O agente
diplomático goza de imunidade de jurisdição criminal. Ela é
absoluta, aplicando-se a qualquer tipo de delito.

7- IMUNIDADE PARLAMENTAR
Pode ser:
• MATERIAL (absoluta) - quando se trata de delitos, opinião,
palavras e votos.
• FORMAL (relativa) - para os demais delitos. Para serem
processados criminalmente, precisam da licença da casa em que
fazem parte.
Essa sistemática se aplica tanto na órbita estadual e federal.
Com relação aos vereadores, têm imunidade no exercício do
mandato. São invioláveis por suas opiniões, palavras e votos,
dentro da circunscrição de seu município.

8- CONTAGEM DO PRAZO
No direito penal o dia do começo se computa no início do prazo.
Contam-se os dias, os meses, os anos pelo calendário comum.
No processo penal ;e o contrário, não se inclui o dia do começo,
mas inclui-se o dia do vencimento

O FATO TÍPICO

1- CONCEITO DE CRIME
Crime é “um fato típico e anti jurídico”.
FATO TÍPICO - corresponde à descrição do crime (art. 121 CP -
matar alguém).
ANTI JURÍDICO - além de típico, não tem nenhuma justificativa.
Justificativa: - legítima defesa;
- estado de necessidade;
- exercício regular do direito;
- estrito cumprimento do dever legal.
TEORIA TRADICIONAL - dolo e culpa - culpabilidade (crime é um
fato típico, anti jurídico e culpado).
TEORIA FINALISTA DA AÇÃO - dolo e culpa - ação - tipo (crime é
um fato típico e anti jurídico).

2- FATO TÍPICO
Se compõe de vários elementos:
1- TIPICIDADE - é a descrição do fato criminoso, feito pela lei -
comsiste no ajuste perfeito do fato com o tipo.
2- CONDUTA - ou ação - é o comportamento humano avaliado
pelo direito.
3- RESULATDO.
4- RELAÇÃO DE CAUSALIDADE.

3- DOLO
Consiste no propósito de praticar o fato descrito na lei penal.
Crimes dolosos - são chamados crimes intensionais - é doloso
quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco que produziu.
ESPÉCIES:
1- DIRETO - é aquele em que o agente quer o resultado.
2- ESPECÍFICO - existe o elemento subjetivo do tipo. Sempre é
referente a um fim especial buscado pelo agente.
3- DANO - é quando o agente quer ou assume o risco de produzir
danos efetivos.
4- PERIGO - é o voltado apenas para a criação de um perigo,
constitui o resultado previsto em lei.

4- CULPA
Consiste na prática não intencional do fato delituoso, faltando
porém ao agente um dever de atenção e cuidado. Modalidades de
culpa:
1- NEGLIGÊNCIA - falta de atenção devida;
2- IMPRUDÊNCIA - é a criação desnecessária de um perigo;
3- IMPERÍCIA - é a falta de habilidade técnica para certas
atividades.
Toda a essência da culpa está prevista na previsibilidade. Se o
agente não pudesse prever as consequências de sua ação.
ESPÉCIES:
1- CULPA INCONSCIENTE - é a culpa comum, é um fato
previsível, mas não previsto pelo agente.
2- CULPA CONSCIENTE - forma excepcional de culpa, o agente
prevê o resultado, mas acredita que não acontecerá nada, confia
demais nas suas habilidades.
3- CULPA IMPRÓPRIA - o agente deseja o resultado que acaba
ocorrendo de modo diverso por engano ou por precipitação.

5- PRETER DOLO
É quando o resultado por culpa do agente vai além da intenção
inicial. Existe dolo na intenção inicial e culpa previsível, mas não
prevista.

6- CRIMES MATERIAIS, FORMAIS E DE MERA CONDUTA


CRIME MATERIAL
O tipo descreve um ação e um resultado, destacado da ação, sem
o qual a infração não se consuma (maioria dos crimes). Ex.: furto
ou estelionato - resulta de dano.
Perigo para vida ou saúde de outrem - resulta do perigo concreto.
CRIME FORMAL
São conhecidos como crimes de perigo abstrato, porque o
resultado surge ao mesmo tempo em que se desenrola a conduta.
Ex.: crime de ameaça - ameaçar alguém por palavra, escrito ou
gesto ou qualquer outro meio simbólico de causar-lhe mal injusto
e ingrato. Se consuma no momento em que a última toma
conhecimento da ameaça.
INJÚRIA - injuriar alguém ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
DIFAMAÇÃO - imputa a alguém um fato ofensivo à sua reputação.
CALÚNIA - imputar falsamente fato definido como crime.
CRIME DE MERA CONDUTA
O tipo não descreve o resultado, consumando-se a infração com a
simples conduta. Ex.: art. 135 - omissão de socorro - deixar de
prestar assistência quando possível fazer sem risco pessoal, à
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida,
ao desamparo ou em grave e iminente perigo, ou não pedir nestes
casos o socorro da autoridade pública. Art. 150 - violação de
domicílio - entrar ou permanecer clandestina ou astuciosamente
ou contra a vontade expressa, ou tácita de quem de direito em casa
alheia ou em suas dependências.
Bibliografia/Links Recomendados
BIBLIOGRAFIA BÁSICA

 DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução


à Ciência do Direito. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.

 FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito:


técnica, decisão, dominação. 2º ed. São Paulo, Atlas, 1994.

 MACHADO NETO, Antonio Luis. Compêndio de Introdução à


Ciência do Direito. 6ºed. São Paulo, Saraiva, 1988.

 REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito. 3º ed. São Paulo,


Saraiva, 1976.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

 AFTALION, OLANO & VILANOVA. Introduccion al Derecho. 9ª


edicion. Buenos Aires, Cooperadora de Derecho Y Ciencias
Sociales, 1972.

 ALCHOURRON, Carlos E. e BULYGIN, Eugenio.


Introduccion a La Metodologia de Las Ciencias Juridicas y Sociales.
Buenos Aires, Editorial Astrea, 1972.

 ANDRADE, Christiano José de. O Problema dos Métodos da


Interpretação Jurídica. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais, 1992.

 ANDRADE, Manuel A. Domingues


de. Ensaio sobre a Teoria de Interpretação das Leis. 3º ed. Coimbra,
Arménio Amado-Editor, 1978.

 BATALHA, Wilson de Souza Campos. Teoria Geral do Direito. Rio


de Janeiro, Ed. Forense, 1982.

 BOBBIO, Norberto. “Norma”. In: Enciclopédia Einaudi.


Vol.XIV. Portugal, Imprensa Nacional, 1989 .
 BOBBIO, Norberto. “Para una Clasificacion de Las Normas
Juridicas”. In:____. Contribucion a la Teoria del Derecho. Trad. de Alfonso
Ruiz Miguel. Valencia. Fernando Torres Editor, 1980.

 BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. Trad. Cl


udio Cicco e Maria Celeste C.J. Santos. São Paulo: Editora Polis; Brasília:
Editora Universidade de Brasília, 1989.

 BOBBIO, Norberto. Teoria Geral del Derecho. Trad. Eduardo Rozo


Acuna. Bogotá, Editorial Temis, 1987.

 CANARIS, Claus-Wilhelm. Pensamento Sistemático e Conceito de


Sistema na Ciência do Direito. Trad. de A. Menezes Cordeiro. Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.

 CAPELLA, Juan-Ramon. El Derecho como Lenguaje: un análisis


lógico. Barcelona, Ediciones Ariel, 1968.

 CARRIÓ, Genaro R. Notas sobre Derecho y Lenguaje. 4º ed.


Buenos Aires, Abeledo-Perrot, 1990.

 COELHO, Luís Fernando.


Lógica Jurídica e Interpretação das Leis. 2ºed. Rio de Janeiro. Ed.
Forense, 1981.

 COSSIO, Carlos.
O Problema da Coordenação das Normas Jurídicas com Especial R
eferência ao Problema da Causa no Direito. Lisboa, Separata do nº
12 do "Boletim do Ministério da Justiça", 1949.

 COSSIO, Carlos."Norma, Derecho y Filosofia".


Separata de Anales del Colegio de Abogados de Santa Sé, a.1, nº
1, s.d.

 CUNHA, Fernando Whitaker. "Aspectos dos Fatos Jurídicos (arts.


74 a 80 do CC)". In: Arnaldo Wald (coord.) . O Direito na Década de
80. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 1985.

 DÍEZ-PICAZO, Luis.
Experiencias Juridicas y Teoria del Derecho. Barcelona, Ariel, 1987.

 DINIZ, Maria Helena. As Lacunas no Direito. 2ª ed. São Paulo,


Saraiva, 1989.

 DINIZ, Maria Helena. Conflitos de normas . São Paulo,


Saraiva, 1987.
 ENGISH, Karl. Introdução ao Pensamento Jurídico. 6º ed. Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.

 FERRARA, Francesco.
Interpretação e Aplicação das Leis. Trad.Manuel A. Domingues. 3º
edição. Colecção Stvdivm. Coimbra, Arménio Amado-Editor, 1978.

 FERRAZ JÚNIOR, Tercio Sampaio. "Sistema Jurídico e Teoria


Geral dos Sistemas". Conferências pronunciadas no Instituto dos
Advogados de São Paulo, maio, 1973. (mimeo).

 FRANÇA, R. LIMONGI.
Formas e Aplicação do Direito Positivo. São Paulo, Editora Revista
dos Tribunais, 1969.

 HART, Herbert L.A. O Conceito de Direito. Trad. A.


Ribeiro Mendes. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.

 KELSEN, Hans. Teoria Geral das Normas. Trad. José


Florentino Duarte. Porto Alegre, Fabris, 1986.

 KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. Trad. Luís


Carlos Borges. São Paulo, Martins Fontes; Brasília, Editora Universidade
de Brasília, 1990.

 LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito. 2ºed.


Trad. José Lamego. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.

 LUMIA, Giuseppe.
Principios de Teoria e Ideologia del Derecho. Trad.Alfonso Ruiz
Miguel. Madrid, Editorial Debate, 1979.

 LYRA FILHO, Roberto. "Normas jurídicas e outras normas sociais".


In: José Geraldo de Souza Jr.(org.). O Direito Achado na Rua. Curso
de Extensão Universitária à Distância. Brasília, Ed. Universidade de
Brasília, 1987.

 MACHADO NETO, Antonio Luis.


Fundamentação Egológica da Teoria Geral do Direito. Tese
apresentada para concurso de Professor Titular do Departamento I da
UFBA.

 MACHADO, Baptista J. Introdução ao Direito e ao Discurso


Legitimador. Coimbra, Almedina, 1985.
 MARQUES NETO, Agostinho Ramalho. A Ciência do Direito:
conceito, objeto, método. Rio de Janeiro, Forense, 1982.

 MAYNEZ, Eduardo Garcia. Introducción al Estudio del Derecho. Vol.


I. Mexico, Porrua, 1941.

 MELLO, Marcos Bernardes de. Teoria do Fato Jurídico. 4º ed. São


Paulo, Saraiva, 1991.

 MIAILLE, Michel. "Reflexão Crítica sobre o Conhecimento Jurídico-


Possibilidade e Limites". In: Carlos Alberto Plastino (org.). Crítica do Direito
e do Estado. Rio de Janeiro, Ed. Gral, 1984.

 MIAILLE, Michel. Uma Introdução Crítica ao Direito. Trad.


Ana Prata. Lisboa, Moraes Editores, 1979.

 MIRANDA, Pontes de. Tratado de Direito Privado. Parte Geral.


Tomo I. 3º ed. Rio de Janeiro, Borsoi, 1970.

 MURICY, Marília. "A distinção proposições jurídicas/normas


de direito na nova teoria pura". Salvador, s.e., 1976. (mimeo.).

 NEVES, Marcelo da Costa Pinto. "A Incidência da Norma Jurídica e


o Fato Jurídico". In: Revista de Informação Legislativa, Brasília, a.21, n.
84, out/dez, 1993.

 NEVES, Marcelo. Teoria da Inconstitucionalidade das Leis. São


Paulo, Saraiva, 1988.

 NINO, Carlos Santiago. Introduccion al analisis del derecho. 2ª


edicion. Buenos Aires, Editorial Astrea, 1988.

 NINO, Carlos Santiago. Introducción al Análisis del Derecho. 6º


ed. Barcelona, Editorial Ariel, 1995.

 NORONHA, Fernando. Direito e Sistemas Sociais - A


Jurisprudência e a Criação de Direito para Al‚m da Lei. Florianópolis. Ed.
da UFSC, 1988.

 OLIVEIRA, Antônio Carlos A. de.


Problemas de Teoria Geral do Direito. Salvador, Legislação e
Jurisprudência Fiscal, 1977.

 PASSOS, J. J. Calmon de. "Norma Jurídica". In: Curso de


Especialização em Direito Processual. Teoria Geral do Processo I. Módulo
I. Salvador, s.e., 1990.
 PEDROSO, Antônio Carlos de Campo.
Integração Normativa. São Paulo. Ed. Revista dos Tribunais, 1985.

 RAFFO, Júlio C. Introdução ao Conhecimento Jurídico. Rio


de Janeiro, Forense, 1983.

 RÁO, Vicente. Ato Jurídico. São Paulo, Max Limonad, 1961.

 REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 13ª ed. São Paulo, Saraiva,


1990.

 REALE, Miguel. O Direito como Experiência (Introdução à


Epistemologia Jurídica). São Paulo, Saraiva, 1968.

 RIO, Manuel. "Las especies del saber jurídico". In: Curso Colectivo
de Filosofia del Derecho. Buenos Aires, Instituto de Estudios de
Filosofia del Derecho de La Faculdad de Derecho y Ciencias Sociales,
1943.

 RUA, Julio Cueto. Fuentes Del Derecho. Abelardo-Perrot.


Buenos Aires, 1965.

 SCHEIER, Fritz. Conceptos y Formas Fundamentales del Derecho.


Trad. de Eduardo Garcia Maynez. Buenos Aires, Editorial Losada, 1942.

 SOUZA JR, José Geraldo de.


Para Uma Crítica da Eficácia do Direito - Anomia e outros aspectos
fundamentais. Porto Alegre, Fabris, 1984.

 SPOTA, Alberto G.
O Juiz, O Advogado e a Formação do Direito Através da Jurisprud
ência. Trad. Jorge Trindade. Porto Alegre, Fabris, 1985.

 TERAN, Juan Manuel. Filosofia del Derecho. Mexico,


Editorial Porrua, 1952.

 TORRÉ, Abelardo. Introduccion al Derecho. 4º ed. Buenos Aires,


Abeledo-Perrot, 1957.

 VASCONCELOS, Arnaldo. Teoria da Norma Jurídica. 2ºed. Rio


de Janeiro, Forense, 1986.

 VERNENGO, Roberto José. Curso de Teoria General del Derecho.


Buenos Aires, Cooperadora de Derecho y Ciencias Sociales, 1976.

 VERNENGO, Roberto. La Interpretacion Literal de la Ley. Buenos


Aires, Abeledo-Perrot, 1971.
 VILANOVA, José M.
Filosofia del derecho y fenomenologia existencial. Buenos Aires,
Cooperadora de Derecho y Ciências Sociales, 1973.

 VILANOVA, Lorival.
As Estruturas Lógicas e o Sistema do Direito Positivo. São Paulo,
Editora Revista dos Tribunais, EDUC, 1977.

 VILANOVA, Lourival. Lógica Jurídica. São Paulo, Bushatsky, 1976.

 VILANOVA, Lourival.“Analítica do Dever-Ser”. In: LAFER, Celso &


FERRAZ JR., Tércio Sampaio (org.). Direito, Política, Filosofia, Poesia
(Estudos em Homenagem ao Professor Miguel Reale no seu octogésimo
aniversário). São Paulo, Editora Saraiva, 1992.

 WARAT, Luiz Alberto.


Mitos e Teorias na Interpretação da Lei. Porto Alegre, Editora Síntese,
s.d.

Você também pode gostar