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2 3 RELAÇÕES ENTRE CIÊNCIAS E RELIGIÕES AO LONGO DA HISTÓRIA
tensão de um conhecimento independente e metodologi- absoluta.[21] . Hoje a definição de fato científico é feita de
camente garantido. Nessa ocasião, a filosofia e a ciên- forma um pouco diferente, como sabido, sobre tudo no
cia passaram a concorrer. Essa atitude ocorreu no século que tange ao divórcio desses com o que denomina-se por
XIX e foi fundamentada por uma determinada filosofia, hipótese (ideia).
ou modo de entender o mundo, designada positivismo.[14] Comte tinha em vista realizar uma dominação coletiva
O positivismo é uma visão filosófica baseada no induti- unindo as forças que lideravam a sociedade (banqueiros
vismo, no verificacionismo e no empirismo. O empi- e capitalistas) ao círculo de cientistas positivistas, com
rismo é uma doutrina filosófica que entende o experi- vistas de que a autoridade da ciência substituísse a autori-
mento como instrumento para se achegar a Verdade ab- dade do clero e da nobreza. Augusto Comte defendia que
soluta (de forma progressiva). Os positivistas não isenta- o conhecimento humano individual (os diversos ramos do
vam o Método Científico das suas limitações em medidas, saber) passa por três estágios: o religioso, o filosófico e
mas subestimaram a influência da visão de mundo do ci- o científico. Assim, Comte pensava que havia 3 épocas
entista e as concepções a priori que ele tem a respeito de históricas: Na época religiosa, o homem explica os fenô-
um objeto de estudo na natureza. Também superestima- menos recorrendo a causas sobrenaturais; na época filo-
vam o experimento (aliado à razão a priori que concebe o sófica, explica recorrendo a princípios racionais; na época
experimento e o aparato experimental) como instrumen- científica, explica por meio das leis naturais, as quais ex-
tos para verificar algo, provar algo. Além disso, tinham plicam por si só os fenômenos. Dessa forma ele dava au-
consigo que a ciência sempre progride de forma linear, o toridade à ciência para falar sobre a natureza, vencendo o
que a história da ciência tem demonstrado ser questioná- dogmatismo religioso, que consistia na tentativa da Igreja
vel, pela idas e vindas de concepções científicas ao longo de centralizar em si mesma a autoridade para falar sobre
do tempo. Alguns exemplos disso são as concepções on- a natureza [14] .
dulatória e particular da luz.[7] O desejo de Comte era fundar uma “espécie de religião
Alguns dos defensores do positivismo foram Francis Ba- da humanidade” onde o amor pela humanidade seria a
con (1561-1626), John Locke (1632-1677), George Ber- “natureza suprema”, e assim pregava o altruísmo. O po-
keley (1685-1753), David Hume (1711-1776) e Auguste sitivismo de Comte tinha os seguintes pilares:
Comte (1798-1856). O empirismo reduz tudo à experi-
ência, sem se interrogar pelas formas a priori, ou seja, as 1. ) o real pode ser desvinculado do imaginário;
pré-suposições e a metafísica que a envolve.[18] O verifi-
cacionismo é a convicção de que é possível verificar ou 2. ) o útil, o que tem aplicação para aprimoramento da
provar algo com certeza absoluta (os empiristas acham vida, deve ser incentivado, e não o “ocioso";
que isso se dá mediante o experimento, com base na ob-
servação; os racionalistas acham que isso se dá por meio 3. ) diante de decisões, o certo é aquilo que tem “har-
da razão). O indutivismo é uma posição filosófica que monia lógica";
vê como válido e verdadeiro o exercício racional da ge-
4. ) a convicção de que existe o exato e que esse deve
neralização de uma afirmação sobre algo específico (no
ser preferido diante do incerto;
positivismo essa afirmação tem fundamento na observa-
ção). Dessa forma, a partir de progressivas observações 5. ) o construtivo (a ideia de progresso) deve ser esco-
se conclui uma lei ou princípio geral.[19] lhida em detrimento da postura “crítica-negativa"; e
O sociólogo ateu Augusto Comte (1798-1856) pretendeu 3.4 Da Idade Moderna à Contemporânea
formar uma nova "ciência da sociedade" através do po-
sitivismo. A ciência do ponto de vista positivista é uma Grandes revoluções no pensamento científico, principal-
"ciência exata, metodicamente controlada (pelo método mente na Física, com a Física Quântica e a Relatividade
científico); parte de experimentos e observações empíri- de Einstein, incentivaram maiores estudos de história e
cas, alcançando assim, passo a passo, o conhecimento dos epistemologia das ciências no século XX. Gaston Ba-
princípios universais e superiores bem como os “fatos”, a chelard, Karl Popper, Thomas Kuhn, Paul Feyerabend,
exemplo o modelo da gravitação de Newton. As ciências Imre Lakatos e outros cientistas, filósofos e historiado-
naturais assumiram esse caráter pouco a pouco”[20] . O res da ciência tentaram descrever o processo de se fazer
que antes era entendido como “fato”, verdade absoluta ciência com base nos estudos de história da ciência e da
em tal postura, foi chamado pelo filósofo Hilton Japiassu lógica. Eles perceberam, pelo desenvolvimento científico
de "puritanismo racionalista"; nele prega-se o primado do que ocorreu na passagem do século XIX para o XX, que
racional ou científico sobre outras formas do saber, pela as pressuposições positivistas acerca da ciência, como a
excessiva confiança na razão como configuradora do ins- confiança exacerbada na observação e também nos pré-
trumento que leva a tentativa humana de buscar a verdade supostos lógicos que levavam a criação dos experimentos,
4 4 LIMITAÇÕES DAS CIÊNCIAS E DAS RELIGIÕES
eram pontos que deveriam ser reformados na epistemolo- de pesquisar sofrem influências de sua maneira de pensar
gia na ciência.[22] Esses filósofos da ciência levantaram a sobre o mundo, ou seja, sua subjetividade está presente
presença de diversos fatores subjetivos na forma de pen- consigo em todas as atividades que realiza. As evidên-
sar dos cientistas que acabaram por propiciar inclusive cias da presença dessas subjetividades no processo de se
os enganos a respeito da natureza. Assim, a imaginação, fazer ciência tem sido relatada por diversos estudiosos da
a visão da pessoa sobre deus ou os deuses e a origem do história e filosofia da ciência como Karl Popper, Thomas
Universo, seu contexto social, político, suas premissas so- Kuhn, Gaston Bachelard, Imre Lakatos, Alexandre Koyré
bre eficácia de dispositivos e aparatos experimentais (e e outros.[26][27][28]
de que esses reproduzem com fidelidade a natureza, suas
O ramo da filosofia que trata das visões sobre como o
pré-concepções ou crenças acerca do comportamento da ser humano vem a conhecer, ou seja, constrói o conhe-
natureza, são elementos que devem ser considerados ao
cimento, é chamado epistemologia. Em se tratando de
analisar-se o processo de fazer ciência - mesmo que ao filosofia da ciência, existem várias posturas e convicções
rigor da definição moderna de ciência estes devam ser
de como o conhecimento científico se dá. Portanto, há
excluídos do referido processo.[23] De tais considerações uma variedade de posições e convicções (visões) episte-
configurou-se e estabeleceu-se o método científico con- mológicas sobre a ciência [29] ,[28] .
forme válido atualmente; visando entre outros a servir
como um filtro para minimizar ao máximo tais influências
de origem pessoal dentro da ciência ao exigir coerência 4.1 Natureza das práticas científicas:
constante, a mais simples e abrangente, com o mundo na-
tural.
abordagem histórica
Atualmente sabemos que o experimento laboratorial é Desde o século XVI até os dias de hoje, tem sido co-
uma tentativa de reprodução do que acontece na natu- mum a visão de que a religião e a ciência empregam di-
reza, expondo parte da natureza mas não a natureza em ferentes métodos para se dirigirem a questões diferen-
sua totalidade.[24] Dessa forma, simplificamos a natureza tes, ou mesmo similares; o método da ciência caracteri-
para que possamos estudá-la, pois se não conseguimos zando uma abordagem objetiva para mensurar, calcular
dar conta do número imenso de variáveis que envolvem e descrever o universo natural, físico e material; e o mé-
um sistema natural ou real simultaneamente, temos que todo das religiões o fazendo de forma bem mais subje-
fazê-lo por partes. A mensuração é um processo limi- tiva, baseando-se esse, entre outros, nas noções variáveis
tado de um sistema escolhido segundo hipóteses e pré- de autoridade, revelação, intuição, crença no sobrenatu-
suposições de natureza teórica, que pode ser refinado até ral, na experiência individual, ou, a fim de compreender
o limite da execução prática, não encerrando, entretanto, o universo, uma combinação dessas. Contudo, filósofos
precisão absoluta. Nestes termos, a descrição completa da ciência como Thomas Kuhn, através da história da ci-
da natureza em seus mínimos detalhes não é algo alcan- ência, perceberam que os elementos subjetivos do ser hu-
çável mesmo para a ciência moderna: a ciência constrói mano estão também presentes no ser humano que analisa
modelos da natureza, e a compreende através destes mo- a natureza ou que faz ciência [30] . Sendo assim, as pré-
delos. Estes podem ser refinados até o limite imposto suposições; as hipóteses e modelos teóricos; os métodos
por condições práticas, mas por mais que se trabalhe o de raciocínio dedutivos (vinculados à hipóteses e convic-
mesmo, um modelo da natureza não é a natureza em si. ção de que se esgotaram as variáveis do problema pelo
Neste aspecto a historia da ciência tem mostrado que modelo empregado) e indutivos (onde faz-se uso de ge-
produzir conhecimento válido a cerca da natureza é um neralizações); formas de medições do objeto de estudo
grande desafio para a humanidade.[23][25] e os sensores dessas medições; todas variáveis que fa-
zem parte também da prática científica, são muitas ve-
zes subjetivas, limitadas e contaminadas pelas visões que
4 Limitações das Ciências e das cada cientista traz consigo, independente do seu desejo
de manter-se imparcial e de sua postura ética de compro-
Religiões misso em buscar a verdade e dar testemunho fiel do que
percebe.[17]
É inerente ao ser humano a busca de compreender o que
costuma-se classificar como sobrenatural (e assim enten-
der sua origem e propósito, não obstante em senso co- 4.2 Limitações e enganos da ciência
mum a ele conectado); e também de conhecer a natureza,
bem como conviver nela e com ela; entre outros para dela As limitações da ciência e a natureza dos caminhos tor-
extrair seu sustento e provisão de forma sustentável. O tuosos pelos quais ela se faz atrelam-se diretamente à
ser humano tem seus pareceres sobre ambos, sobre deus condição de atividade humana que ela é. Isso de forma
ou deuses e sobre a natureza; pois é um ser integral, que alguma a invalida, e certamente ela tem dado impor-
pensa sobre sua origem e fim e que está inserido na natu- tantes contribuições para a humanidade, a exemplo as
reza. Ele leva consigo sua visão de mundo em todas as ati- vacinas, a energia elétrica, arefrigeração de alimentos,
vidades nas quais se envolve. Suas hipóteses e maneiras etc; além de melhor o entendimento acerca do compor-
4.3 Exemplos de enganos da Ciência na história da humanidade 5
tamento da natureza, mesmo sendo esses conhecimentos estabelecidos, críticas que não devem ser coibidas, em-
tidos - segundo o próprio Método Científico - como limi- bora devam ser certamente debatidas. É nesse ponto que
tados, eternamente provisórios, sujeitos a evoluções ou destaca-se a constatação de que a relação histórica entre
até mesmo modificações completas. ciência e religião é bem mais complexa do que muitos
Algumas visões científicas que mais tarde foram consi- supõem.
deradas enganos da ciência, mas que influenciaram for-
temente o pensamento humano da época, envolveram te- 4.3 Exemplos de enganos da Ciência na
mas como a possibilidade do infinito, a natureza da ma-
téria e das reações químicas, a origem da vida, a causa
história da humanidade
das epidemias, e outros. Alguns exemplos de enganos da
ciência foram: o modelo Geocêntrico (a concepção de Ver artigo principal: Teoria científica obsoleta
que os planetas giravam em torno da Terra), a geometria
euclidiana atrelada ao universo, o calórico (acreditava- Alguns exemplos de enganos de teorias científicas ou re-
se que o calor era uma substância e não uma forma de voluções de pensamentos científicos ao longo da história
energia), etc [31] . Convém mencionar que o uso do termo foram a reforma da Gravitação Newtoniana com a Teo-
engano é referente a comparações entre teorias antigas e ria da Relatividade Geral de Einstein, por exemplo. Mas
teorias posteriores, já que o conhecimento científico está assim ocorrem as mudanças de visões sobre o comporta-
constantemente em construção (ver item Ciências e Re- mento da natureza ao longo da história, que fazem parte
ligiões: construções humanas). da ciência, e como a história da ciência mostra, às vezes
A ciência conta com rigores, e busca valer-se da observa- há retomadas de posições teóricas muito antigas, séculos
ção, experimentação, mas também de hipóteses, mode- depois, quando se percebe alguma inconsistência na visão
los, raciocínio lógico para entender melhor a natureza e atual. Um exemplo disso é a visão atomista, que vinha
ajudar a sociedade a ter melhor qualidade de vida (provi- desde os gregos antigos e que depois foi deixada de lado
são, sustento, sobrevivência). No entanto, os cientistas, pela visão aristotélica dos 5 elementos e depois de séculos
como todos os seres humanos, não estão isentos de equí- retomada. Outro exemplo seria a natureza corpuscular da
vocos pois muitas vezes a natureza se mostra diferente luz, que era a visão de Newton, que foi abandonada pela
da forma como o homem a supôs, já que as limitações visão ondulatória de Huygens e posteriormente retomada
humanas impedem de controlar todas as variáveis da ex- por ocasião da Física Moderna, [33]
que propiciou o nasci-
perimentação e as conjecturas da mente humana às vezes mento da Física Quântica .
se enganam e não conseguem alcançar a complexidade do
mundo ao nosso redor. Portanto, tanto a razão (conjec-
4.4 Limitações das Religiões
turas racionais) quanto a observação (limitadas aos sen-
tidos humanos: tato, audição, visão, e equipamentos que
o homem concebe para realizar medições) são restritos, Ver artigo principal: Crítica da religião
[17]
falhos e limitados.
Segundo Martins, "apesar de todas as idas e vindas e das Tanto a ciência quanto a religião são construções huma-
incertezas perpétuas, não há dúvidas de que nosso conhe- nas, e como tais, sujeitas a equívocos e às limitações
cimento científico é superior ao de dois séculos atrás, ou da humanas. Tanto as ciências quanto as religiões mudam
Antigüidade. Porém, é aceitando as incertezas e abando- com o tempo. As religiões baseiam-se geralmente (mas
nando o dogmatismo cego que a ciência poderá continuar nem sempre) na interpretação de escrituras tidas como
a progredir e a se transformar. E não por meio de um sagradas, ou seja, na hermenêutica, o ramo da teologia
otimismo ingênuo e desprovido de crítica".[32] que estuda o deus judaico-cristão e outras divindades ou
deidades. As religiões e as ciências sofrem influências de
Nesses termos, entra em cena o fato de todo ser humano visões de mundo e de interesses de natureza política, so-
tem alguma posição sobre os deuses e o sobrenatural, e cial, econômica, filosofia, etc, devido às suas condições de
querendo ou não sua visão a esse respeito influencia todas instituições humanas. Portanto, essas influências aconte-
as demais áreas do seu viver. Em princípio somos seres cem com todas as instituições humanas, incluindo as re-
integrais e não podemos separar nossa visão sobre os deu- ligiosas e as comunidades científicas.[12]
ses da visão que temos acerca da natureza. Mesmo frente
ao sucesso que a ciência vem alcançando no corrente sé-
culo e passado, não seria insensato solicitar que todas as 4.5 Exemplos de enganos das religiões na
posturas devam ser respeitadas; e que deve-se evitar pos- história da humanidade
turas intolerantes ou atitudes que diminuam qualquer ser
humano pela sua concepção sobre deuses ou sobre a na-
Ver artigo principal: Pseudociência
tureza, mesmo porque não são todos as pessoas que pos-
suem doutorado em alguma área científica. Tais ideias
funcinam, assim, como críticas aos modelos científicos Por ser historicamente muito muito mais antiga que a ci-
ência em acepção moderna, quando os dogmas religiosos
6 5 UMA QUESTÃO DE ESCOLHA?
foram estabelecidos, diante do que já se conhece hoje, próximo e fira os valores de igualdade entre todas as pes-
pouco ou praticamente nada se conhecia acerca do com- soas, quer advinda das religiões ou da ciência. A igual-
portamento do mundo natural. Dada a curiosidade hu- dade e respeito vêm sendo objetos de luta e metas para o
mana inata, necessitando explicar de alguma forma os bom convívio pretendidas por diversos organismos nor-
fenômenos observados, a explicação mais óbvia e em mativos do mundo, valores os quais os direitos humanos
senso comum, a de que esses atrelavam-se aos desejos, visam resguardar.[21]
vontades e ações dos deuses, foi por muito tempo assu-
mida como verdadeira, e os debates giravam em torno
da questão do porque os deuses agirem dessa ou daquela
forma, e de como poder-se-ia agradá-los a fim de que
5 Uma questão de escolha?
eles concedessem aos meros mortais graças e não puni-
ções. Com o avanço da ciência, à medida que ganhou-se Há diversas posturas ao se considerar as relações entre
conhecimento acerca da inter-relação e causalidade dos ciência e religião. Estas vão da incompatibilidade com-
fenômenos naturais, tal visão religiosa gradualmente per- pleta à fusão entre ciência e religião. Nada impede, entre-
deu espaço, e talvez essa concepção configure-se como o tanto que alguns posicionamentos apresentem elementos
maior engano já cometido pelas religiões. de mais de uma dessas posturas ou categorias. Os defen-
sores destas posições apresentam, cada qual, argumentos
A incompreensão ou compreensão inadequada da regras
defendendo seu ponto de vista e criticando os outros pon-
físicas - segundo a ciência inexoravelmente - atreladas aos
tos. A avaliação dos mesmos fica a cargo do leitor.
processos naturais e que aos olhos comuns mostram-se
como extraordinários fez surgir ao longo da história re-
latos que renderiam tomos inteiros envolvendo os que os
religiosos denominam por milagres. Instituições como a
5.1 Posição atual da ciência frente aos dog-
Igreja Católica têm vários e vários desses relatos regis- mas
trados em seus acervos históricos; sendo inclusive pré- [28]
requisito para a santificação de um membro o registro da Na visão positivista da ciência (ver também item Re-
execução de pelo menos um milagre mediante a solicita- lações entre Ciências e Religiões na história - na Idade
ção ou intervenção do mesmo. Moderna), tem-se o Método Científico como separador
de águas entre conhecimento científico e não científico.
Embora ainda enormemente difundido na cultura religi- O Método Científico considera as evidências naturais -
osa atual, não há relato de milagres que sobreviveram ao que após algumas considerações dão origem aos ditos fa-
escrutínio metodológico da ciência. A crença exacerbada tos científicos - como as verdades absolutas envolvidas na
nos mesmos constituem nesses termos um erro épico atre- produção do conhecimento. Sobre estes fatos - que jun-
lado à metodologia religiosa quer primordial, quer atual; tos formam um único conjunto válido em sua íntegra para
engano que já custou e ainda custa a vida de varias pes- todas as cadeiras científicas - ideias são propostas visando
soas, inclusive [34] . conectá-los em uma relação natural de causa e efeito. As
ideias em ciência jamais são tidas como verdades abso-
lutas uma vez que estão obrigatoriamente em perpétuo
4.6 Conclusão
teste, em perpétuo confronto com os fatos conhecidos, e
A religião e a ciência não são instrumentos para se atin- principalmente, com os fatos que por ventura venham a
gir a Verdade Absoluta, pois estão sujeitas a erros por ser descobertos. As ideias são sempre abertas a mudan-
serem feitas por seres humanos, muito embora possam ças para que possam se ajustar a todos os fatos até en-
existir posturas dogmáticas, impositivas ou intolerantes, tão conhecidos de forma harmônica, formando de forma
tanto acerca da religião quanto da ciência. Contudo, indissociável, juntamente com estes, o que denomina-se
para aqueles que crêem em deuses, em um criador no por teoria científica. Assim, o método científico proíbe
caso do monoteísmo - estes são geralmente a verdade explicitamente a existência de dogmas dentro da ciência.
e as escrituras sagradas são a verdade reveladas, de au- A ciência e suas teorias evoluem com o tempo.
torias das próprias divindades, feita mediante o uso de As ideias dogmáticas, tidas como verdades absolutas,
escritores designados e inspirados por eles. Posturas dog- encontram-se geralmente registradas em um tomo sa-
máticas e intolerantes surgem da busca de ter status, au- grado; sendo estas sempre absolutas e incontestáveis, mas
toridade sobre o outro, para fins de exercício de poder e raramente escritas de forma denotativa e sim conotativa,
domínio sobre os outros (ligados a auto-exaltação e or- e não obstante reveladas por um ou mais seres onipo-
gulho humanos). Infelizmente, a história da humanidade tentes, oniscientes e onividentes (deuses) - seres para os
mostra que houve uso de intolerância, imposição e dog- quais não há evidências concretas de existência, sendo os
matismo tanto das religiões quanto da ciência. Exemplos mesmos matéria de fé - são os pilares de quase a tota-
dessas intolerâncias são respectivamente a Inquisição na lidade das religiões. Quando fatos naturais confrontam
Idade Média e o dogmatismo científico de alguns cientis- diretamente com os dogmas de uma religião, dogmas es-
tas da atualidade. Nesse sentido, deve-se evitar toda pos- tes também fundados na fé - o que geralmente acontece
tura que deprecie ou desvalorize a concepção do nosso quando a religião e seus dogmas procuram dar conta da
5.2 Posição de conflito 7
compreensão dos fenômenos encontrados no mundo na- além das fronteiras do mundo natural, não manifestando-
tural em que vivemos - as religiões vêem-se obrigadas a se e portanto não podendo, assim, impor condição al-
renegar tais fatos, ignorá-los, ocultá-los, ou “ajustá-los” a guma sobre qualquer dogma presente nas doutrinas reli-
seus dogmas; uma vez que seus dogmas não podem mudar giosas, provido expressamente que estes dogmas não en-
para ajustarem-se aos fatos contraditórios. Associada ao trem em contradição com fato natural - fato científico -
fanatismo de muitos, muitos foram os casos onde os cita- ou teoria científica natural alguma. Neste termos a reli-
dos fatos, juntamente com seus descobridores, acabaram gião seria uma extensão da ciência para além do mundo
literalmente incinerados. natural; para além das fronteiras do conhecido, coexis-
tindo harmonicamente com a ciência. Contudo, o inverso
Galileu Galilei, pai da ciência moderna e do método cien-
tífico, não provou, por pouco, esta postura dos religiosos não é verdadeiro. Não há espaço para dogmas e posturas
dogmáticas dentro da ciência em sua versão moderna, e a
diante dos fatos;sofrendo entretanto penalidades impetra-
das por seus inquisidores que, não muito menores, se não ciência não preocupa-se com o estudo de “universos” ou
“fenômenos” fisicamente inacessíveis ou acessíveis ape-
o mataram em termos carnais, o mataram, sem a menor
cerimônia, por completo, no que tange à sua produção nas via imaginação, crença ou simplesmente fé. Estes
estão fora de seu domínio, e por tal, ela nada afirma ou
científica e ao “incômodo” que estas causavam.
desafirma sobre os mesmos.
Embora verdade que um dos pilares do Método Cien-
tífico coíba o dogmatismo dentro da ciência - pois esse Conflitos entre religião e ciência surgem apenas quando
quase nunca é forma coerente de se produzir conheci- dogmas religiosos querem se impor sobre fatos naturais
mento válido sobre o universo natural - é de importân- verificados e teorias científicas que apresentam explica-
cia relatar que essa, contudo, restringe-se em simples- ções naturais para tais fatos, mesmo quando em contra-
mente não adotar ideias dogmáticas. Ela não avança para dição explícita a esses. Nestes termos, a postura dogmá-
além disto, passando por si a combater toda e qualquer tica religiosa acaba tendo por inimiga a ciência, pois os
ideia dogmática. A ciência não está em guerra declarada fatos naturais, como fatos científicos verdadeiros, são ne-
com a religião, portanto. Confrontando com a ideia an- cessariamente alvo de estudos da ciência e suas teorias.
teior, contudo, é verificável que a história da ciência é Contudo este não é um problema para a ciência - que não
rica de relatos sobre derrocadas geralmente dolorosas de preocupa-se em princípio com os dogmas religiosos - e
dogmas, muitas vezes milenares, frente a fatos naturais sim um problema para os religiosos e suas posturas dog-
gradualmente descobertos ao longo do tempo, não apenas máticas apenas, provido que estes não queiram valer-se
no que tange às posturas extremistas dos religiosos, mas de autoridade política ou de massa para fazerem prevale-
cer seus dogmas, caso último em que a ciência não pode
certamente também no que tange posturas extremistas de
cientistas às vezes renomados dentro da própria ciência. abster-se e entra em cena, gerando conflitos muitas vezes
de proporções épicas nos casos mais acirrados.[35]
Acerca das deidades, a posição da ciência atual frente à
religião não é portanto a de negar a possibilidade de exis-
tência de um deus ou deuses: a ciência não afirma que 5.2 Posição de conflito
deus ou deuses não existem. Contudo a posição da ciên-
cia atual é uma posição acerca da natureza; onde todo e Essa posição enfatiza as diferenças entre as ciências e as
qualquer fato ou fenômeno naturais são automaticamente religiões e entende a educação religiosa como sendo in-
objetos de estudo; e nestes termos a ausência de fatos compatível com a educação científica. Essa visão tem
sobrenaturais que corroborem de forma não ambígua a grande influência da religião positivista de Comte, co-
existência de deidade(s) coloca a metafísica e a teologia mentada no histórico dessa página, onde a religião é vista
fora do alcance da ciência e da realidade científica. A como uma etapa cognitiva inferior na história da evolu-
proposta "Há um deus onipotente, onisciente e onividente" ção do conhecimento da humanidade (ver: histórico). As-
é por definição uma hipótese não científica pois, assim sim, para as pessoas que adotam essa posição, a educação
como a afirmação “as esmeraldas são verdes ou não são religiosa é uma ameaça à educação científica pois há, se-
verdes”, esta viola as fronteiras que delimitam uma hi- gundo elas, "incompatibilidades metafísicas, doutrinárias,
pótese científica; a de ser testável e necessariamente fal- metodológicas e atitudinais".[36]
seável frente aos fatos naturais. Ambas as hipóteses cita- Algumas pessoas que aderem a essa visão negam as re-
das não são falseáveis frente aos fatos. Não podendo ser lações entre ciência e religião. Essas são também deno-
por esses contraditas, também não podem ser por esses, minadas “puritanistas racionalistas” porque são adeptos
frente a lógica, corroboradas; e situam-se nesses termos, do racionalismo, sistema em que a razão é erigida como
por redundância, fora dos domínios da ciência e das ex- sistema absoluto. Segundo Japiassu, os adeptos do raci-
plicações científicas para o mundo natural. onalismo promovem um cientificismo que declara que "a
Resume-se sensatamente a postura da ciência atual na se- ciência constitui o único caminho susceptível de conduzir-
[37]
guinte frase "A ciência não entra nos méritos dos deuses". nos à Verdade, consequentemente ao Bem e ao Justo.
Nestes termos é perfeitamente possível uma coexistência O racionalismo difere-se da racionalidade. A Racionali-
entre ciência e religião visto que a ciência não estende-se dade prima pelo uso da razão e é pela razão que se com-
preende que a razão é limitada, não sendo, assim, onipo-
8 5 UMA QUESTÃO DE ESCOLHA?
tente. O racionalismo é uma “crença segundo a qual todo cos - como as verdades absolutas envolvidas na produção
objeto só pode ser pensado e resolvido por um bom uso da do conhecimento científico. Sobre estes fatos, que juntos
razão”[38] . O racionalismo pode ser visto como uma visão formam um único conjunto válido em sua íntegra para
de mundo que exclui todo irracional, emocional, sentimen- todas as cadeiras científicas, ideias são propostas visando
tos, necessidades, paixões, enfim, toda subjetividade [21] . conectá-los em uma relação natural de causa e efeito.
É de importância ressaltar que tais posturas cientificis- A religião tem-se justamente o contrário. As ideias dog-
tas transcendem o conceito de ciência propriamente dito. máticas, tidas como verdades absolutas, encontram-se
Embora certamente exclua a irracionalidade de suas teo- geralmente registradas em um tomo sagrado, sendo estas
rias - dado o naturalismo metodológico e confronto com sempre absolutas e incontestáveis mas raramente escritas
a realidade factual [39] - a ciência não exclui o emocio- de forma denotativa e sim conotativa, e não obstante re-
nal e a subjetividade tangíveis atreladas à realidade dos veladas por um ou mais seres onipotentes, oniscientes e
seres. Mesmo por vezes contando com profissionais que onividentes (deus ou deuses), seres para os quais não há
transcendem os limites científicos em suas análises, áreas provas concretas de existência - sendo os mesmos matéria
como a psicologia são a princípio compatíveis com o con- de fé - são os pilares de qualquer religião.
ceito de cadeira científica.
• Filosofia da ciência
5.4 Posição de indiferença
• Física islâmica medieval
A outros a questão não interessa. Ou se é simplesmente
religioso, ou simplesmente cientista. A forma paralela • Igreja Católica vs Ciência
não importa.
• Tedeísmo
[3] Stephen Jay Gould. Rocks of Ages: Science and Religion "O que nos coloca em apuros não é o o que não sabemos.
in the fullness of life. Ballantine Books, 1999 O que nos coloca em apuros é o que julgamos saber por
certo, sendo contudo incorreto."
[4] Gary Ferngren (editor). Science & Religion: A Historical
Introduction. Baltimore: Johns Hopkins University Press, [23] Serres,M-Elementos para uma História das Ciências-
2002. pp ix-xiv, 3-29. ISBN 0-8018-7038-0 volume II-Terramar edições, Lisboa(1989)
[5] Gary Ferngren (editor). Science & Religion: A Historical [24] Vale observar que a definição de ciência em sua aceção
Introduction. Baltimore: Johns Hopkins University Press, moderna não é vinculada à necessidade de fenômenos ne-
2002. ISBN 0-8018-7038-0 cessariamente reprodutíveis, como muitos pensam. Ci-
ência ergue-se sobre fatos naturais. Fatos científicos são
[6] Geisler,N -tópico “ciência e a Bíblia"- Enciclopédia de
necessariamente verificáveis, mas NÃO são necessaria-
Apologética-editora vida(2002)
mente reprodutíveis. A exemplo, não é necessário se re-
[7] Badaró,C.E-Epistemologia e Ciência - reflexão e prática produzir uma espécie de dinossauro em laboratório para
na sala de aula-cap.3 EDUSC (2005) se concluir que esta espécie existiu. Evidências não repro-
dutíveis - mas verificáveis - como a ossada do mesmo, é
[8] Silva,C.C-Estudos de História e Filosofia das Ciências - suficiente e plenamente válida para tal.
subsídeos para aplicação no Ensino -Editora Livraria da
Física(2006) [25] Jammer,M-The History of Theories of space in Physics,
chap.2
[9] Domingues,H.M.B;Sá,M.R; Puig-Samper
M.A;Gutierrez,R.R-Darwinismo, Meio Ambiente e [26] Santos, C.C- Estudos de História e Filosofia da Ciência,
Sociedade- Rio de Janeiro -MAST(2009) Livraria Editora da Física
[12] Rocha,A- “Uma introdução à filosofia da Religião”, edi- [30] Kuhn, T. - A estrutura das Revoluções Científicas, editora
tora vida(2010) perspectiva (1969)
[13] Mason,S.F - História da Ciência - As principais correntes [31] Martins,R.A-A Torre de Babel Científica in Os Grandes
do pensamento científico-editora globo (1964) Erros da Ciência -Scientific American - História, volume
6; o erro tem feito parte da atividade científica ao longo
[14] Helferich,C- História da Filosofia- editora Martins Fontes da história como regra e não como exceção
(2006)
[32] - página 13 -Martins,R.A-A Torre de Babel Científica in
[15] Huisman,D-Dicionário dos Filósofos-Martins Fon- Os Grandes Erros da Ciência -Scientific American - His-
tes(2004) tória, volume 6, o erro tem feito parte da atividade cientí-
fica ao longo da história como regra e não como exceção
[16] Gruning,H - “Deus e a Nova Metafísica- um diálogo
aberto entre ciência e religião”, editora aleph(2007) [33] Oliveira,I.S-Física Moderna - para iniciados, interessados
[17] Japiassu,H-Ciência e Destino Humano e aficionados vol.1 e 2; Menezes,L.C-A Matéria - uma
aventura do espírito-Editora Livraria da Física(2005)
[18] Japiassu,H;Marcondes,D- Dicionário Básico de Filosofia-
Jorge Zahar Editor-Rio de Janeiro(1989) [34] Irmãs esperam por milagre e acabam matando a mãe -
http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=
[19] Losse, J. - Introdução Histórica à Filosofia da Ciência - 197285,OTE&busca=milagre&pagina=1
EDUSP e Editora Itatiara (1979)
[35] O caso Kitzmiller v. Dover Area School District, a exem-
[20] Helferich,C- História da Filosofia, editora Martins Fontes plo de uma situação pacífica mas com repercussão mun-
(2006) dial.
[21] Japiassu,H- Ciência e Religião:articulação dos saberes em [36] pg 5-Henrique, A.B; Silva,C.C -Relação entre Ciência e
Religião, Ciência e Tecnologia - SOTER-Ed. Paulinas Religião nas Formação de Professores- XII Encontro de
Pesquisa em Ensino de Física-Águas de Lindoia-2010
[22] Confiança exacerbada não é um pressuposto da ciência
moderna. Em contrário, a ciência moderna é cética, [37] pg 117-Ciência e Religião-articulação dos saberes in Re-
o que traduz-se entre outros na posição de que a dú- ligião, Ciência e Tecnologia - SOTER - Editora Paulinas
vida é um pressuposto intrínseco ao Método Científico,
encontrando-se esta sistematicamente difundida e pre- [38] pg 116 -Japiassu,H-Ciência e Religião-articulação dos sa-
sente em todos os passos que levam à elaboração e evolu- beres in Religião, Ciência e Tecnologia - SOTER - Edi-
ção de uma teoria científica moderna. Em outras palavras: tora Paulinas
11
[39] A razão (racionalidade) e a lógica são produtos da intera- • Coyne, Jerry A (2015). Faith Versus Fact: Why
ção do ser com o universo natural que o cerca. Science and Religion Are Incompatible (em inglês)
(Nova Iorque: Penguin). ISBN 9780698195516.
[40] pgs 114-115- Japiassu,H-Ciência e Religião-articulação
dos saberes in Religião, Ciência e Tecnologia - SOTER • Haisch, Bernard. The God Theory: Universes, Zero-
- Editora Paulinas point Fields, and What’s Behind It All (Preface), Red
Wheel/Weiser, 2006, ISBN 1-57863-374-5
[41] Dawkins,R-Deus, Um delírio
• Lenaers, Roger. Nebuchadnezzar’s Dream or The
[42] McGrath A, McGrath Alister - O delírio de Dawkins -
uma resposta ao ateísmo científico de Dawnkins- editora
End of a Medieval Catholic Church. Piscataway, NJ:
mundo cristão (2007) Gorgias Press, 2007. ISBN 978-1-59333-583-0.
[43] Rosemberg,M- Comunicação Não-Violenta • Oord,Thomas Jay - Science of Love: The Wisdom of
Well-Being, Templeton, 2003, ISBN 1-932031-70-
[44] Freire,P-Pedagogia do Oprimido 7
[45] Os Grandes Erros da Ciência -Scientific American - His- • Polkinghorne, John Science and Theology
tória, volume 6 SPCK/Fortress Press, 1998. ISBN 0-8006-3153-6
[46] Nota ao leitor: não há incompatibilidade entre ser um ci- • Richardson, Mark - Wesley Wildman (ed.), Religion
entista e ter fé, desde que o cientista saiba separar as coi- & Science: History, Method, Dialogue, Routledge,
sas. Tal afirmação não implica, entretanto, que haja com- 1996, ISBN 0-415-91667-4
patibilidade da ciência com a religião, conforme sugerido
à primeira vista. • Van Huyssteen, J. Wentzel (editor), Encyclopedia of
Science and Religion, MacMillan, 2003, ISBN 0-02-
[47] Embora seus defensores argumentem enfaticamente o
865704-7
contrário, Desenho Inteligente não é ciência. É conside-
rado pseudociência pela comunidade científica; e religião • Wilber, Ken, The Marriage of Sense and Soul: In-
pelas autoridades norte-americanas. Para maiores deta-
tegrating Science and Religion, Broadway; Reprint
lhes veja Kitzmiller v. Dover Area School District.
edition, 1999, ISBN 0-7679-0343-9
• Barbour, Ian. When Science Meets Religion. San- • Walsh, James J., The Popes and Science; the History
Francisco: Harper, 2000. of the Papal Relations to Science During the Mid-
dle Ages and Down to Our Own Time, Kessinger
• Barbour, Ian. Religion and Science: Historical and Publishing, 1908, reprinted 2003. ISBN 0-7661-
Contemporary Issues. SanFrancisco: Harper, 1997. 3646-9 from WorldCat Review excerpts:
ISBN 0-06-060938-9
• Larson, Edward J. and Larry Witham. “Leading sci- • “Faith and Reason” – site sobre as relações históricas
entists still reject God,” Nature, Vol. 394, No. 6691 entre ciência e religião, PBS
(1998), p. 313.online version • Is Science Killing the Soul? – Discussion with
atheists Richard Dawkins and Steven Pinker on
• Einstein on Religion and Science from Ideas and
Edge Foundation.
Opinions (1954), Crown Publishers, ISBN 0-517-
00393-7 • Meaning of Life Uma coleção de entrevistas em ví-
deo com cientistas proeminentes sobre tópicos rela-
cionados a ciência ou religião (necessita dos progra-
9 Leitura adicional mas WMV ou RealMedia)
11.2 Imagens
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