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AVALIAÇÃO PSICOLOGICA
Uma das manifestações técnicas da avaliação psicológica. Visa, através dos mais variados métodos e
técnicas, descrever e classificar o comportamento dos outros com o objetivo de enquadra-lo dentro
de alguma tipologia. Acrescenta algo de cunho cientifico por esta baseado no método científico da
observação e inferências feitas a partir dela.
AVALIAÇÃO NÃO-PROFISSIONAL
Todos nós fazemos, constitui uma habilidade necessária para própria sobrevivência. Trata-se da
habilidade do ser humano de poder interpretar o comportamento dos outros e, assim, realizar as
adaptações necessárias em seu próprio comportamento para se inserir na comunidade e poder nela
sobreviver. Deriva da capacidade de decodificar e interpretar o comportamento verbal e não-verbal,
essas interpretações tendem a criar no outro, respostas de caráter afetivo a favor ou contra o sujeito
que se comporta.
AVALIAÇÃO PROFISSIONAL
A necessidade de avaliar as condições e aptidões psicológicas de uma pessoa veem desde muito
antigamente. A exigência da avaliação está fundamentada no fato de que todo o ser humano deve
ser responsável, ou seja, dar conta do que faz.
A avaliação psicológica deve ser constituir como um processo integrado, não se limitando somente a
um certo tipo de técnica (testes psicológicos por exemplo, que predominam no campo), mas sim
fazendo uso da técnica mais adequada a depender do caso, visando alguma intervenção.
Assim ele comporta quatro etapas: identificar, integrar, inferir e intervir.
Década de Galton (1880): seus trabalhos visavam avaliar as aptidões humanas através da medida
sensorial, ele acreditava que as operações intelectuais poderiam ser avaliadas através de medidas
sensoriais, uma vez que todas as informações chegariam pelos sentidos. Preocupou-se em
estabelecer os parâmetros das dimensões ideias dos sentidos. Seu trabalho terá um enorme impacto
na orientação prática e teórica da psicometria, essa contribuição ocorreu em três etapas:
1. Criação de testes antropométricos: medida da discriminação sensorial onde desenvolveu testes
cujo os conceitos ainda são utilizados.
2. Criação de escalas de atitudes: escalas de pontos, questionários e associação livre, que ele
utilizava após as medidas sensoriais para investigar as reações mais afetivas e emocionais do
sujeito durantes os testes que fazia.
3. Desenvolvimento e simplificação de métodos estatísticos: método de análise quantitativa dos
dados que coletava com seus testes, tarefa está levada adiante pelo seu famoso discípulo Karl
Pearson.
Década de Cattel (1890): desenvolveu suas medidas das diferenças individuais e inaugurou a
terminologia “teste mental”. Elaborou sua tese sobre diferenças individuais no tempo de reação,
estava em busca das diferenças individuais. Cattel seguiu as ideias de Galton, dando ênfase as
medidas sensoriais, porque elas permitiam maior precisão. Percebeu que medidas objetivas para
funções mais complexas não produziam efeitos condizentes com o desempenho acadêmico, com
tudo seus próprios testes não apresentavam resultados congruentes entre sí e nem correspondiam
ao desempenho dos alunos.
Década de Binet (1900): predominava o interesse nas aptidões humanas visando a predição na área
acadêmica e na área de saúde. Binet e Henri começaram com uma crítica aos testes até então
utilizados alegando:
1. Ou eram puramente medidas de cunho sensorial que, embora permitindo maior
precisão, não tinham relação importante com as funções intelectuais.
2. Ou eram testes de conteúdo intelectual que se dirigiam a atividades demasiadamente
específicas (memorizar, calcular etc...) quando deviam se orientar para medir funções
mais amplas como memória, imaginação, atenção, compreensão etc..
Desenvolveram o famoso teste dos 30 itens para cobrir uma gama variada de funções com o
objetivo de avaliar o nível de inteligência de crianças e adultos, no qual estavam especialmente
focados em detectar o retardo mental. Este foco em testes com conteúdo cognitivo (e não sensorial)
e cobrindo funções mais amplas fez grande sucesso nos anos subsequentes, especialmente nos EUA,
inaugurando de vez a era dos testes, inclusive com a introdução do Q.I., este coeficiente substituiu a
forma de expressar o nível intelectual do sujeito em termos de idade mental.
No que se refere especialmente a psicometria ou dos testes, essa década também teve
Spearman como figura significante, que foi quem deu os fundamentos da teoria psicométrica básica.
Era dos testes de inteligência (1910 – 1930): essa era se desenvolveu sob a influência de:
1. Testes de Inteligência de Binet e Simon.
2. Artigo de Spearman sobre o fator G.
3. A revisão do teste de Binet.
4. Impacto da primeira guerra mundial. A imposição de seleção rápida, eficiente e universal
de recrutas para o exército.
Temos uma quantidade grande de psicólogos trabalhando nessa área, Goddard avaliava os
imigrantes que entravam no país, Cattel fundou o laboratório de psicologia, Joseph Jastrow
desenvolveu 15 testes, Hugo Musterberg elaborou testes para crianças em seu laboratório, Edward
L. Thorndike lançou um livro tratando de medidas mentais e educacionais, Cliff W. Stone publicou o
primeiro teste padronizado em aritmética.
Década da Análise Fatorial (1930): o entusiasmo com os testes de inteligência decaiu sobretudo
porque se mostrou que dependiam muito da cultura normativa. Tais eventos determinou que
psicólogos e estatísticos começassem a rever as ideias de Spearman (fator geral universal). Kelley,
Thomson, Burt e Thurstone rompem com Spearman. Thurstone é especialmente relevante pois além
de desenvolver a análise fatorial múltipla atuou no desenvolvimento da escalagem psicológica,
fundando a Sociedade Psicométrica Americana.
Era da Sintetização (1940-1980): Esta era é marcada por duas tendências opostas: trabalhos de
síntese e os de crítica.
Dos trabalhos de síntese: Guilford tentando sistematizar os avanços de psicometria até então
conseguidos e buscou sintetizar uma teoria da inteligência, Gulliksen sistematizando a teoria clássica
dos testes psicológicos, Thorgerson sistematizando a teoria sobre a medida escalar, Thurstone e
Harman recolhem os avanços na área da análise fatorial, Cattel procurou sintetizar os dados das
medidas em personalidade, Buros iniciou uma coletânea de todos os testes disponíveis no mercado
e a Sociedade Psicométrica Americana estipulou normas na criação de testes psicométricos.
Dos trabalhos de críticas: Stevens levantou o problema das escalas de medidas, Lord e Novick
divulgaram a primeira grande crítica a teoria psicométrica clássica que iniciou o desenvolvimento de
uma teoria alternativa, a teoria do traço latente, que vai desembocar na teoria moderna da
Psicometria: a Teoria de resposta ao item. Outra crítica a psicometria clássica foi iniciada pela
Psicologia Cognitiva com os trabalhos de Sternberg com seu modelo e pesquisas sobre os
componentes cognitivos.
Era da Psicometria Moderna, Teoria de Resposta ao item (1980): esta teoria embora seja o modelo
no primeiro mundo ainda não resolveu todos os problemas fundamentais para se tornar o modelo
definitivos de psicometria e também não veio para substituir a psicometria clássica, apenas parte
dela. É o que há de mais novo no campo.
Objetividade e Padronização
1. Capacidade de Aptidão
a. Aptidão Geral
b. Aptidão Específica
c. Psicomotricidade
2. Preferência
a. Personalidade
b. Atitudes e Valores
c. Interesses
Formas de Resposta:
1. Verbal
2. Escrito: papel-e-lápis
3. Motor
4. Via computador
Classificar testes de acordo com os processos que medem é arriscado pois existe um número sem
fim de processos. Entretanto os manuais apresentam uma tentativa de classificação que é:
1. Aptidão Geral
a. Testes de inteligência Geral (Q.I.)
b. Testes de Inteligência Diferencial (aptidões diferenciais, numérica, abstrata, verbal, espacial,
mecânica, inteligência social etc..)
2. Testes de aptidões específicas: mecânico, música, psicomotricidade
3. Teste de desempenho acadêmico (provas educacionais)
4. Testes neuropsicológicos: testes de disfunções cerebrais e neurológicas.
1. Testes de Personalidade
2. Testes de atitude, valores
3. Testes de interesses
4. Testes Projetivos
5. Testes situacionais, de observação de comportamentos, biografias.
Testes servem para fornecer informações sobre o indivíduo, a partir das quais alguém deve tomar
alguma decisão, visando fornecer dados confiáveis para alguma intervenção.
Testes devem ter objetivos diferenciados, tanto que um mesmo teste pode ser útil e adequado em
uma situação e em outra não. Portanto eles servem para qualquer proposito, mas para melhor
especificação pode-se dizer que eles são utilizados para cinco finalidades:
Classificação (Psicotécnico): Colocar dentro de uma categoria. Existe uma terminologia variada de
classificação, depende apenas do contexto em que os testes são aplicados.
1. Triagem: quando se quer fazer uma investigação mais rápida e colocar o sujeito numa
determinada categoria.
2. Certificação: requerida constantemente em certas profissões para a apuração de requisitos.
3. Seleção: situação na qual os sujeitos são submetidos a uma bateria de testes específicos
para averiguar se satisfazem os requisitos do cargo que pretendem ocupar.
Intervenção Psicoterápica (psicodiagnóstico) e Psicopedagogia: os testes psicológicos também são
usados para definir um problema mental objetivando orientar o planejamento de um tratamento
para o problema. Visa caracterizar em detalhes o problema para efetuar uma intervenção.
Promoção do autodesenvolvimento: Uma pessoa pode requerer os testes simplesmente para se
conhecer melhor, e reconhecer sua personalidade e habilidades. Algo mais técnico do que isso
ocorre no teste de vocação profissional.
Avaliação de Programas: os testes também podem ser usados para avaliar programas e instituições.
Pesquisa Científica: os testes psicológicos além de serem aplicados em áreas práticas também são
aplicados na própria investigação em psicologia. Para se decidir sobre verificações e hipóteses é
muito útil se dispor de dados válidos e específicos e os testes permitem coletar esses dados.
A TEORIA DA MEDIDA
CIÊNCIA E MATEMÁTICA
Os testes psicológicos são operações empíricas através dos quais a psicologia estuda cientificamente
os processos psíquicos e o comportamento deles decorrentes. Contudo, descrevendo esses
processos através de números e não de linguagem, sendo assim: medindo.
Os testes psicológicos supõem que a melhor maneira de se estudar a psique é através dos números.
A ciência e a matemática são dois tipos de saber epistemologicamente distintos
Será válido o uso de números na observação somente se ao proceder a medida, sejam salvos tanto
os axiomas do número quanto os dos fenômenos naturais que as ciências estudam.
Axiomas do número: Axioma é uma verdade evidente, uma ponte de partida de um sistema lógico.
Russell definiu 27 axiomas que definem a natureza dos números, esses axiomas podem ser
caracterizados por três grandes vertentes: os axiomas de identidade, da ordem e da atividade.
1. Axiomas da identidade: Uma coisa é igual a si mesma e somente ela é idêntica a si mesma, e
se distingue de toda as outras coisas, sendo o número uma dessas coisas. Nesse axioma
esta:
A. Reflexividade: se a=a, então a≠b.
B. Simetria: se a=b então b=a.
C. Transitividade se a=b, b=c então c=a.
2. Axiomas da ordem: Os números não somente são diferentes entre si sob qualquer aspecto,
mas essa diferença se dá também por meios de termos de quantidade, grandeza e
magnitude. Logo eles podem ser colocados em uma sequência linear e crescente. Nesse esse
axioma está:
A. Assimetria: se a>b, então b≠a. A ordem dos termos não pode ser invertida pois a e
maior que b.
B. Transitividade: se a>b e b>c então a>c.
C. Conectividade: ou a>b ou b>a. Pode existir somente uma afirmação pois as duas se
excluem mutuamente.
D. Ordem-denso: o intervalo entre dois números inteiros não é vazio, existe sempre um
número racional entre eles.
3. Axiomas da Atividade: os números podem ser somados e produzem um terceiro número
com a grandeza dos dois anteriores. Os números se criam uns aos outros, basta definir o que
é 0 e 1 e a regra de continuidade, a soma estabelece as outras funções da matemática.
Nesse axioma esta:
A. Comutatividade: a+b e igual a b+a.
B. Associatividade: (a+b)+c é igual a (c+b)+a.
AXIOMAS DA MEDIDA
A medida, ao usar números para descrever a realidade, deve salvar nessa operação os axiomas dos
números. Quanto mais axiomas dos números forem salvos na medida, mais útil está se torna na
descrição da realidade empírica, caso se salve somente um axioma, não existe muita vantagem em
utilizar os números em relação a linguagem, quanto mais axiomas forem salvos, mais útil a medida
se torna. Todos os atributos da realidade possuem dimensões, ou seja, magnitude, por isso são
cabíveis de medida.
Axioma da identidade: a mesma propriedade dos números também é evidente para os fenômenos
naturais pois cada um deles é único no cosmos nada é idêntico se não a si mesmo. Quando se fala
em identidade, fala-se de identidade total, não de semelhança. Uma coisa pode ser semelhante a
outra, mas somente ela é idêntica a si mesma, consequentemente se encontra aqui um isomorfismo
completo entre número e realidade empírica, justificando a medida. Os números auxiliam a
distinguir dois objetos diferentes sem fazer com que eles pareçam semelhantes.
Axioma da ordem: a ordem dada aos números sendo atribuídos a diversos objetos expressam
também uma ordem nesses objetos, ou seja, a ordem dada aos números corresponde a ordem dada
aos objetos empiricamente. Quando temos muitos objetos, basta colocarmos um ao lado do outro e
ordena-los de forma que aquele que aparece acima dos outros será o primeiro da fila e o que
aparece abaixo o último, obtendo uma ordem empírica crescente dos objetos.
Axioma de atividade: Esse axioma diz respeito ao fato de que as grandezas podem ser somadas para
produzir uma grandeza ainda maior que a a soma das duas iniciais. Para validar esse axioma na
natureza nós aproveitamos das propriedades extensivas (tempo, peso etc..). Duas grandezas
menores concatenadas produzem uma grandeza maior (que é a soma das menores) e de mesma
natureza.
NÍVEIS DA MEDIDA
Existem níveis diferentes de medidas, umas muito primitivas e outras mais sofisticadas, essa
diferença de descrição se dá pela quantidade de axiomas salvos na medida.
Para medida ser justificada basta salvar minimamente um axioma, contudo, quanto mais axiomas ela
salvar, melhor e mais adequada será a medida.
O axioma de identidade é o mais facilmente salvo, dado que qualquer fenômeno só pode ser
idêntico a si mesmo. Porém o papel desempenhado por esse axioma é apenas de classificação dando
aos números uma função de “etiquetagem”. Medir é atribuir aos números as propriedades dos
objetos e não os próprios objetos como acontece na classificação.
Logo, pode-se dizer que a medida começa, em seu sentido restrito, quando se salva algum axioma
de ordem do número. Pois a função de mensuração só aparece a partir do axioma de ordem e toda
medida deve ter essa função.
A medida se aprimora dependendo de quantas características dos números ela salvar. Porém, se ela
salvar apenas a ordem e não o intervalo constante que os números apresentam (axioma de
atividade), a medida não passa de ordinal. Assim temos vários níveis de medida:
1. Medida ordinal: salva os axiomas da ordem.
2. Medida Intervalar: além dos da ordem, salva aspectos da distância igual dos intervalos,
características dos axiomas de atividade.
3. Medida de Razão: salva todos os axiomas de identidade, ordem e atividade.
PROCEDIMENTOS DE MEDIDA
Não há uma única forma de medir as propriedades das coisas. Os elementos a serem medidos
detém propriedades, são elas:
Propriedades Extensivas: permitem uma mensuração direta, ex: peso, altura, comprimento.
Propriedades Intensivas: não permitem uma mensuração direta. Ex: cores, habilidades e etc.
A existência de uma unidade-básica para a mensuração empírica só existe praticamente em
elementos com propriedades extensivas.
FORMAS DE MEDIDA
UNIDADES DE MEDIDA
Atributos possuem propriedades na realidade que podem assumir diferentes magnitudes, isto é,
dimensões.
Na física ainda se procura uma magnitude mínima para se usar de unidade-base para definir todas as
magnitudes. Procura que culminou em 7 unidades-base da física:
1. Comprimento
2. Massa
3. Tempo
4. Corrente-elétrica
5. Temperatura
6. Intensidade da Luz
7. Massa atômica
De resto, a grande maioria dos fenômenos na física são medidos por meio da medida derivada. A
procura de unidades básicas em ciências psicossociais parece inexistente no momento, se é que faz
algum sentido procura-las.
Existem duas grandes fontes de erros principais: erros devido ao próprio método da ciência
(observação) e erros devido a amostragem.
Erros de Observação: Ocorrem no próprio ato de observar por isso estão intrínsecos no método
típico das ciências, podem ser devidos há:
1. Erro pessoal: Diferenças individuais, a medida produzida por diferentes sujeitos ou pelo
mesmo sujeito em ocasiões diferentes será sempre um pouco diferente.
2. Erro instrumental: Podem ocorrer porque os instrumentos de observação não estão
devidamente calibrados.
3. Erro sistemático: Podem ocorrer devido a algum fator sistemático que interfere na
observação. Ex: medir a temperatura da agua num nível diferente do nível do mar.
4. Erro aleatório: podem ocorrer devido a uma série de fatores que simplesmente não
conhecemos ou não temos capacidade de controlar.
Erros de Amostragem: Uma pesquisa científica não pode ser feita com todos os elementos de uma
população, então selecionamos alguns elementos dessa população (amostra) e estudamos esses
elementos e generalizamos o resultado. Nunca sabemos se todos os aspectos que interessam a
pesquisa estão presentes na amostra, mesmo quando bem-feitas, é perceptível que as amostras
sempre deixam a desejar no sentido de serem perfeitamente representativas a população.
TEORIA DO ERRO
O erro constitui uma ameaça a tomada de decisões, por isso os esforços para elimina-lo ou pelo
menos reduzir seus impactos. Porém no erro aleatório não existe a possibilidade de controlar
experimentalmente o erro, uma vez que suas causas são totalmente desconhecidas. Para estes casos
recorre-se a teoria do erro, já que se trata de um evento casualóide, ou seja, que pode ser abordado
pela probabilidade.
Um evento é dito aleatório se sua ocorrência não puder ser predita a partir dos eventos que
ocorram antes dele, ele é totalmente independente com relação ao que ocorreu antes com ele. A
teoria do erro assume que o erro é um evento aleatório.
Lei dos grandes números: encontramos desordem e aleatoriedade no pequeno e ordem e constância
nos grandes.
O teorema de Bernoulli afirma que as amostras devem ser grandes. Uma amostra de 30 casos é
grande o suficiente para se aproximar de uma distribuição normal.
O erro da medida é expresso pelo erro padrão da medida (EPM).
O erro padrão afirma que a medida correta de um atributo se situa em torno da média. Isto é, média
+ um erro padrão ou média – um erro padrão.
IMPORTÂNCIA DA MEDIDA
A grande vantagem da medida é sua pura precisão. Embora ela não esteja destituída de erro ela
pode definir limites dentro dos quais os reais valores dos atributos medidos se situam.
Outra grande vantagem da medida é a possibilidade de simulação que permite manipular a natureza
através dos modelos matemáticos, que de outra forma seriam inviáveis ou eticamente condenáveis.
A medida produz realidade.
A MEDIDA PSICOMÉTRICA
A Psicometria é uma das formas de se medir em Psicologia. Ela também trabalha com o modelo de
estrutura latente, ou traço latente.
Traço Latente: este conceito cobre todo o mundo do propriamente psicológico, dos processos
mentais e experiências subjetivas em oposição com os processos da física ou comportamentais.
Quanto a sua realidade os traços latentes são tão reais quanto as coisas físicas, mas dizem respeito a
um estado mental (em oposição ao físico). Sua realidade é atestada no momento em que o estado
mental interfere no meio físico (corpo). A Psicometria trabalha com um conceito fatorista de traço
latente. Existem diferentes maneiras de conceber este conceito quando se trata de definir sua
estrutura elementar ou seus processos elementares:
1. Concepções elementaristas: entendem o traço latente como uma única grande estrutura
psicológica global.
2. Concepções holísticas: embora pareçam como os elementares, concebem que os fatores
apresentam ainda um caráter globalizante.
Sistema ou processo: Sistema significa algum objeto organizado, uma coisa, uma entidade. Pode ser
entendido simplesmente como um processo. Um sistema pode ser concebido em níveis de
universalidade maiores ou menores, logo existem sistemas universais e sistemas locais. Na Psicologia
o sistema universal seria a própria estrutura psicológica e os sistemas locais seriam infinitos. O nível
do sistema depende do investigador, para quem estiver interessado em estudar o raciocínio verbal
poderia considera como sistema o objeto do qual esse raciocínio faz parte, a inteligência, cognição
etc. Portanto Sistema se constitui em função do objeto imediato de interesse dentro de um
delineamento de estudo.
Propriedade: Um sistema possui uma série de características que o distingue de outros sistemas. Na
realidade, nós não conhecemos os sistemas em si, mas suas propriedades, sendo o sistema na
verdade uma conjectura, uma teoria. O sistema se apresenta pelas suas propriedades.
Magnitude: Quantidades ou dimensões, ou seja, magnitudes. É um postulado matemático e se
define em função de axiomas de ordem e de atividade dos números. Nos referimos a ordem
monotonica crescente, pois na medida nem sempre somos capazes de salvar os axiomas de
atividade.
VALIDADE
Ao se medir comportamentos (itens), que são a representação do traço latente, está se medindo o
próprio traço latente. A validade só é possível se existir uma teoria prévia do traço que fundamente
que a tal representação comportamental constitui uma hipótese dedutível dessa teoria, a validade
então se da pela testagem empírica da verificação da hipótese.
O teste para validar a representação do traço apresenta dificuldades que se situam em três
momentos desse processo:
1. Nível da Teoria: a teoria psicológica encontra-se ainda em estado embrionário, sem uma
sistemática unilateral, resultando em diversas teorias com pontos de vista completamente
diferentes. Havendo essa confusão no campo teórico do constructo ou traço latente, torna-
se extremamente difícil para o psicometrista formular hipóteses psicologicamente úteis.
2. Coleta empírica de informação: a definição inequívoca de grupos critérios onde esses
constructos possam ser idealmente estudados.
3. Análise estatística da informação: Pela lógica da elaboração do instrumento, a verificação da
hipótese da legitimidade da representação dos constructos se faz pela análise fatorial, que
procura identificar nos dados empíricos, os constructos previamente operacionalizados no
instrumento. A análise fatorial faz umas postulações fortes que não compactuam com a
realidade dos fatos.
Diante das dificuldades os psicometristas recorrem a uma série de técnicas para validar seus testes,
essas técnicas podem ser reduzidas a três grandes classes: que visam a validade do constructo,
validade de conteúdo e validade de critério.
Validade de Constructo: é considerada a forma mais fundamental de validade dos instrumentos
psicométricos. Constitui a maneira direta de verificar a hipótese da legitimidade da representação
comportamental dos traços latentes.
Conceito de validade de constructo: característica de um teste enquanto mensuração de um
atributo ou qualidade, o qual não tenha sido definido operacionalmente. Constructos só são
cientificamente pesquisáveis somente se forem passiveis de representação comportamental
adequada, o problema é que vários autores partiram do teste ao invés da teoria psicométrica que
fundamenta a elaboração da teoria do constructo (traços latentes), ou seja, estavam tentando
descobrir se a representação (teste) constitui uma representação legítima, adequada do constructo.
A validade de constructo pode ser trabalhada por dois ângulos:
1. Análise da Representação: São utilizadas duas técnicas como demonstração da adequação
da representação do constructo: análise fatorial e análise da consistência interna.
a) Análise da Consistência interna: consiste em verificar a homogeneidade dos itens
que compõe o teste. Assim o escore total se torna critério de decisão, e a correlação
entre cada item e este escore total decide a qualidade do item: sendo a alta
correlação o item é detido. O índice Alpha de Cronbach é usado como indicador
sumário da consistência interna do teste e, consequentemente dos itens que o
compõe. Ela também pressupõe que todos os itens sejam uma representação do
mesmo traço, porem os itens não garantem por si só serem a representação de um
mesmo constructo.
b) Análise Fatorial: tem como lógica verificar quantos constructos em comum são
necessários para explicar as intercorrelações entre os itens. As correlações entre os
itens são explicadas pela análise fatorial, como resultantes de traços latentes que
seriam causas dessas intercorrelações. Ela também postula que um menor número
de traços latentes é o suficiente para explicar um número maior de variáveis
observadas (itens). A partir de uma teoria que foi construído um teste que mede um
único traço latente, a análise fatorial verifica se o teste realmente mede um único
traço e se as intercorrelações podem ser explicadas por um único fator, validando se
o teste constitui uma representação empírica de um único constructo.
2. Análise por Hipótese: esta análise se fundamenta no poder de um teste psicológico ser capaz
de discriminar ou predizer um critério externo a ele mesmo. Este critério é procurado de
várias formas, havendo quatro entre as mais salientes e comumente utilizadas: validação
convergente-discriminante, idade, outros testes do mesmo constructo e experimentação.
a) Validação convergente-discriminante: parte do princípio de que para demonstrar a
validade de constructo de um teste é preciso determinar duas coisas:
O teste deve-se correlacionar significativamente com outras variáveis com
as quais o constructo medido pelo teste deveria estar relacionado (validade
convergente).
Não se correlacionar com variáveis com as quais teoricamente ele deveria
diferir (validade discriminante).
b) Idade: é utilizada como critério para a validação de um constructo quando o teste
mede traços que são intrinsecamente dependentes de mudanças do
desenvolvimento cognitivo/afetivo dos indivíduos. A hipótese é que um teste que
mede um traço X que muda claramente com a idade, é capaz de discriminar grupos
de idade diferentes.
c) Correlação com outros testes: o argumento para essa validação é de que se o teste X
mede validamente o traço Z e o novo teste N se correlaciona altamente com o teste
X, então o novo teste mede o mesmo traço medido por aquele teste.
d) Intervenção experimental: aparece como uma das melhores técnicas para a
validação de um constructo. Esta técnica consiste em verificar se o teste discrimina
claramente grupos-critérios “produzidos” experimentalmente em termos do traço
latente medido no teste. Assim um teste que mede a ansiedade (traço latente) teria
validade se discriminasse grupo ansioso de grupo não ansioso, definindo esses
grupos nos termos do experimento.
Validade de Critério: concebe-se como validade de critério de um teste o grau o grau de eficácia que
ele tem em predizer um desempenho específico de um sujeito. O desempenho do sujeito torna-se
então o critério o qual a medida obtida pelo teste é avaliada. Evidentemente esse desempenho é
avaliado através de técnicas que são independentes do próprio teste que se quer avaliar. Costuma-
se distinguir dois tipos de validade de critério:
1. Validade preditiva: caso os dados sobre os critérios sejam coletados após a coleta da
informação sobre o teste
2. Validade concorrente: se as coletas de dados sobre o critério e a coleta de informação forem
simultâneas.
Esse fato da coleta da informação se antes ou depois do teste não é relevante para a validade do
teste, mas sim para a determinação de um critério válido. A dificuldade central desse tipo de
validação é:
1. Definir um critério adequado
2. Medir, válida e independentemente do próprio teste.
Quanto aos critérios existem uma série deles utilizados: desempenho acadêmico, desempenho em
treinamento especializado, desempenho profissional, diagnostico psiquiátrico, diagnostico subjetivo
e outros testes disponíveis...
Validade de Conteúdo: um teste tem validade de conteúdo se ele constitui uma amostra
representativa de um universo finito de comportamentos. É aplicável quando se pode delimitar a
priori um universo de comportamentos. Para viabilizar um teste com validade de conteúdo é preciso
so que se façam as especificações do teste antes da construção dos itens, para estas especificações
comportam a definição de três grandes temas:
1. Definição de conteúdo: trata-se de detalha-lo em termos de tópicos e subtópicos e de
explicitar a importância relativa de cada tópico dentro do teste, tais critérios evitam super-
representação (ou o contrário) de alguns tópicos.
2. Explicitação dos processos psicológicos a serem avaliados: um teste psicológico não deve ser
elaborado para avaliar exclusivamente um processo
3. Determinação da proporção relativa de representação no teste de cada tópico do conteúdo.
PRECISÃO
Tem como precaução garantir que a coleta de dados dos sujeitos seja de boa qualidade. A má
aplicação não invalida a qualidade psicométrica do teste, mas torna o protocolo do sujeito inválido.
Para garantir uma boa administração dos testes psicológicos e preciso atender a requisitos
referentes aos seguintes temas:
O material da testagem: duas condições devem ser atendidas:
1. Qualidade do teste: o teste tem que ser válido e preciso.
2. Pertinência do teste: o teste deve ter pertinência ao problema apresentado pelo testando, o
aplicador deve escolher um teste que atenda às necessidades do testando. O teste escolhido
deve se adaptar ao nível do candidato.
Ambiente da testagem: três condições devem ser atendidas:
1. O ambiente físico: o ambiente físico de testagem deve ser tal que o candidato se sinta em
suas melhores condições para responder o teste sem a presença de distratores ambientais.
2. O ambiente Psicológico: devem ser atendidas três condições:
a) O testando deve estar em condições normais de saúde física.
b) O testando deve compreender com clareza o que lhe é pedido no teste.
c) Esclarecer o rapport com o testando: o aplicador deve fazer um papel amigável com
o testando, não de carrasco ou estranho com o objetivo de reduzir a ansiedade do
testando. Para manter a seriedade o aplicador deve dar comandos ao grupo.
3. A ocasião: o tempo de aplicação do teste será determinado no momento em que as duas
condições acima estiverem asseguradas.
4. Situações adversas: na maioria das vezes o testando não vai estar em condições de fazer o
teste devido a condição da própria testagem (concurso ou perícia), nessas situações não a
muito o que fazer pois a constituição garante o direito a isonomia.
O aplicador: deve ser um psicólogo e seguir os seguintes parâmetros:
1. Conhecimento: O aplicador deve conhecer profundamente o material utilizado.
2. Aparência: apresentar boa impressão nas suas roupas evitando extravagancias.
3. Comportamentos durante a testagem : o orientador está ali para conduzir a testagem, assim
ele deve manter a ordem, respeito e orientação sem fazer interferências e interrupções
desnecessárias.
4. Gravar a sessão: somente com o consentimento do paciente.
Diz respeito a como se deve interpretar os escores que um sujeito recebeu no teste, isso porque um
escore necessita ser contextualizado para ser interpretado. Uma norma permite situar o escore de
um sujeito permitindo que:
1. Determinar a posição que o sujeito ocupa no traço medido pelo teste que produziu tal
escore.
2. Comparar o escore desse sujeito com o escore de qualquer outro sujeito de acordo com o
nível de desenvolvimento humano e pelas normas intragrupo.
Normas de Desenvolvimento: as normas de interpretação dos testes são baseadas e se
fundamentam no desenvolvimento progressivo (cognição, maturação psicomotora etc.)pelo qual o
indivíduo humano passa ao longo de sua vida. São utilizados como critério de norma três fatores:
1. A idade mental: Binet separou uma série de questões que falavam de nível mental, as
questões eram respondidas corretamente pela média de crianças/sujeitos de uma idade
cronológica X e definiam o nível/idade mental correspondente a essas idades cronológicas.
2. Série escolar: Utilizado para testes de desempenho acadêmico, faz sentido para disciplinas
oferecidas em uma sequência de várias séries escolares, daí compara-se o escore do aluno
com o escore típico de cada série.
3. Estágio de desenvolvimento: Utilizado por pesquisadores que estudam o desenvolvimento
mental e psicomotor em sucessivas fases do desenvolvimento.
Normas Intragrupo: O critério de referência é a população para a qual o teste foi construído. O
escore da população é tipicamente inferido a partir do escore de uma amostra representativa. Os
resultados são idênticos para distribuições perfeitamente normais. Referenciado em termos de:
1. Posto Percentílico: O escore do sujeito é expresso em termos do percentil. Um posto
percentílico indica o percentual de sujeitos da população(amostra) que possui um escore
menor que o sujeito avaliado.
2. Desvio normal (z): Representa o quanto o sujeito se afasta da média em termos de desvios
padrões. Duas maneiras de calcular:
a) Escore padrão linear: é calculado diretamente por uma fórmula.
b) Escore padrão normalizado: Calculado através de tabelas da curva normal, a partir
dos percentis.
A TRI é uma alternativa a teoria clássica dos testes (TCT), que tinha um problema fundamental
observado por Thurstone : o instrumento construído dependia intrinsecamente do objeto medido,
os testes psicológicos elaborados dentro da Psicometria Clássica são dependentes dos itens que os
compõem. Ao se querer medir a inteligência de um sujeito, o resultado vai depender muito do
instrumento utilizado (teste). De tal forma que o objeto medido, afeta diretamente o instrumento
utilizado, o objeto medido acaba sendo definido pelo instrumento utilizado.
A solução para o problema, veio baseado na teoria do traço latente. Lazersfeld, Lord e Rasch fizeram
trabalhos que seriam a base para a TRI moderna, que também é conhecida pelo nome de Teoria do
traço latente.
A solução dada ao problema que a TRI propôs apresentava algoritmos matemáticos de tal
complexidade que a tecnologia computacional da época era incapaz de resolver de uma maneira útil
e prática. Com o avanço da tecnologia da informática e da disponibilidade de softwares apropriados,
este problema foi solucionado e a TRI entrou em moda.
HISTORIA
TRI foi sendo elaborada aos poucos desde os anos 50 por vários autores, embora suas raízes
remontem há mais de uma década anterior. Entre estes precursores:
1. Richardson (1936): comparando os parâmetros dos itens obtidos pela teoria clássica da
Psicometria com os moldes que hoje usa a TRI.
2. Lawley (1943, 1944): indicando alguns métodos para estimar os parâmetros dos itens, os
quais se afastavam da teoria clássica.
3. Tucker (1946): parece ter sido o primeiro a utilizar a expressão curva característica do item
que constitui um conceito chave na TRI.
4. Lazersfeld (1950): introduziu o conceito de traço latente, ainda que no contexto da medida
das atitudes, conceito novamente que se constituiu num parâmetro chave da nova TRI.
5. Frederic Lord (1952, 1953): por ter elaborado, não somente um modelo teórico, mas ainda
métodos para estimar os parâmetros dos itens dentro da nova teoria, utilizando o modelo
da ogiva normal.
6. Samejima (1969, 1972): elaborou modelos para tratar respostas politômicas e mesmo para
dados contínuos.
7. Birnbaum (1957): ao substituir as curvas de ogiva por curvas logísticas, isto é, baseadas nos
logaritmos, tornando o tratamento matemático dos dados bem mais fácil.
8. O avanço da informática. Como a complexidade matemática no campo da TRI é enorme, o
progresso vertiginoso nas máquinas de processamento possibilitou a viabilização dos
cálculos que o modelo TRI exige em Psicometria.
A TRI leva em seu fundamento o conceito de traço latente, esse conceito supõe que as variáveis
observáveis (resposta) emitidos pelo sujeito são consequência de traços hipotéticos (traço latente),
aptidões, não observáveis. Assim, quando temos um estímulo (item) que é apresentado ao sujeito e
ele responde a ele, a resposta emitida depende do nível de traço latente desse sujeito.
Para poder medir o traço latente é preciso que se hipotetizem relações entre as respostas
observadas do sujeito e o seu nível neste mesmo traço latente.
Quando se expressa essa relação hipotetizada em uma fórmula matemática temos variáveis e
constante. As constantes seriam as respostas do sujeito que podem ser medidas, pois acontecem no
meio físico, as variáveis o traço latente do qual queremos medir. Assim, se conhecemos as
características das variáveis observadas (como os itens de um teste), estas se tornam constantes na
equação e está se torna solucionável, permitindo que se estime então o nível do traço latente ou a
aptidão do sujeito e vice-versa, isto é, se for conhecido o nível do traço latente é possível serem
estimadas as características dos itens respondidos por este sujeito.
Existem um número de equações infinitas para matematizar essa relação hipotetizada. A TRI se
apropriou das que achou mais adequada ou produtivas.
O fundamental da teoria do traço latente consiste em expressar numa fórmula matemática a relação
existente entre variáveis observadas e variáveis hipotéticas, chamadas estas de traços latentes.
Assim, a TRI faz dois postulados básicos, a saber:
1. O desempenho do sujeito numa tarefa (item de um teste) pode ser predito a partir de um
conjunto de fatores ou variáveis hipotéticas, ditos aptidões ou traços latentes (identificados
na TRI com a letra grega teta: q); o teta sendo a causa e o desempenho o efeito. Trata-se de
modelagem latente, ou seja, comportamento = função (traço latente).
2. A relação entre o desempenho e os traços latentes pode ser descrita por uma equação
matemática monotônica crescente, chamada de Curva Característica do Item – CCI.
VANTAGENS DA TRI
Pelo princípio da parcimônia em ciência, a TRI sendo mais complexa que a TCT não deveria ser uma
alternativa a mesma, porem como teoria a TRI consegue explicar muito mais coisas que a TCT,
portanto mesmo sendo complexa é aceita. Porém a TRI não veio para substituir totalmente a TCT,
apensa partes dela (análise dos itens e no tema da fidedignidade da medida).
A TRI trouxe cinco grandes avanços no campo da Psicometria, sendo três deles particularmente
importantes:
1. O cálculo do nível de aptidão do sujeito independe da amostra de itens utilizados. A
habilidade do sujeito é independente do teste, o que não acontecia na TCT onde
dependendo do teste aplicado o que se estava medindo apresentava scores diferentes. Na
TRI não importa que item você esteja utilizando, desde que esteja medindo o mesmo traço
latente irão produzir o mesmo nível de aptidão do sujeito.
2. O cálculo dos parâmetros dos itens independe da amostra de sujeitos utilizada : Na clássica,
os parâmetros dependiam muito dos sujeitos amostrados possuírem maior ou menor
aptidão.
3. A TRI permite emparelhar itens com a aptidão do sujeito . Isto quer dizer que se avalia a
aptidão de um sujeito, utilizando itens com dificuldade tal que se situam em torna do
tamanho da aptidão do sujeito, sendo, assim, possível utilizar itens mais fáceis para sujeitos
com habilidades inferiores e itens mais difíceis para sujeitos mais aptos, produzindo escores
comparáveis em ambos os casos. Na psicometria clássica sempre era aplicado o mesmo
teste.
4. A TRI constitui um modelo que não precisa fazer suposições que aparentam serem
improváveis tais como os erros de medida serem iguais para todos os testandos.
5. A TRI não necessita trabalhar com testes estritamente paralelos como exige a psicometria
clássica.
A TRI trabalha com o score teta (q) que tem uma relação não linear com a probabilidade de acerto
associada ao escore total e, por isso, corrige as distorções do escore total.
SUPOSIÇÕES DA TRI
Função Logística: A expressão da função em termos logísticos evita trabalhar com integrais, o que
permite tratamento matemático mais simples, segundo os estatísticos.
Parâmetros da CCI: O parâmetro de dificuldade, chamado de bi, é o ponto na escala de aptidão no
qual a probabilidade de uma resposta correta é de 50% (ou seja, 0,5). A métrica teórica deste
parâmetro vai de -3 a +3. O parâmetro da discriminação, chamado de ai, é expresso quando a curva
CCI corta a linha que corresponde à probabilidade de 0,5 de resposta correta, o que acontece
sempre quando q = b. Na prática, a métrica deste parâmetro vai de 0 a 3, onde 0 significa nenhuma
discriminação e 3, discriminação praticamente perfeita.