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CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
PROFESSOR: IAN PIMENTEL
PLANO DE AULA 1
1. Considerações Preliminares:
É possível distinguir, desde logo, entre duas grandes formas de definir o direito: através
de definições nominais e de definições reais ou lógicas.
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a) O Enfoque Zetético e as Definições Descritivas: A palavra Zetética deriva de zetein,
do alemão, e significa perquirir, de modo que o enfoque zetético visa saber o que é
uma coisa. No plano das investigações zetéticas, as teorias são constituídas de um
conjunto de enunciados que visam transmitir, de modo articulado, informações
verdadeiras sobre o que existe, existiu ou existirá. Uma investigação jurídica de natureza
zetética, em consequência, por se construir com base em constatações tidas como certas e
verdadeiras, dão origem à definições descritivas. As definições descritivas são
aquelas que procuram descrever o direito a partir dos seus dados ou elementos
concretos, isto é, que procuram oferecer uma definição do que ele é, de como se
encontra organizado na realidade, etc., sem, todavia, indicar como ele deve ser ou
que exigências ou valores ele deve atender. Para os autores que adotam este tipo de
perspectiva e que apresentam definições descritivas, o direito não é mais do que a forma
como ele se apresenta na realidade. Daí que essas definições busquem ressaltar aspectos
ou atributos mais formais como sendo as suas notas singulares (ex.: o direito é o conjunto
de normas impostas pelo Estado).
4. Direito Objetivo e Direito Subjetivo: O Direito vigente pode ser analisado sob duas
perspectivas diferentes: uma objetivo e outra subjetiva. Chama-se de direito objetivo ao
Direito tido ou visto enquanto o conjunto de normas válidas e vinculantes em
determinado período de tempo e espaço. Nesta perspectiva objetiva, o Direito corresponde
essencialmente a ordem jurídica vigente. Por outro lado, chama-se de direito subjetivo às
possibilidades ou poderes de agir que a ordem jurídica garante a alguém. Quando dizemos
que “fulano tem direito à indenização”, afirmamos que ele possui direito subjetivo. É a partir
do conhecimento do Direito objetivo (ou da ordem jurídica vigente) que deduzimos os
direitos subjetivos de cada parte dentro de uma relação jurídica.
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5. O Estudo Zetético do Direito: O campo das investigações zetéticas do fenômeno jurídico é
bastante amplo. Zetéticas são, por exemplo, as investigações que têm como objeto o
direito no âmbito da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia, da História, da
Filosofia, da Ciência Política etc. Nenhuma dessas disciplinas é especificamente jurídica.
Todas elas são disciplinas gerais, que admitem, no âmbito de suas preocupações, um espaço
para o fenômeno jurídico. Via de regra, essas disciplinas estudam o direito como um
fenômeno humano, social ou cultural, e visam explicá-lo a partir de proposições tidas como
verdadeiras a partir de
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PLANO DE AULA 2
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condenados à liberdade e não estão naturalmente programados para agir articuladamente
com os demais, os homens carecem de uma ordem intersubjetivamente partilhada que
lhes forneça critérios de ação, rumos de orientação comuns e, portanto, agregadores e
integrantes. A ordenação do mundo é uma expressão da autonomia cultural humana e
visa enquadrá-la, orientá-la, coordenando a liberdade de uns com a dos outros. As ordens
normativas (sistemas de normas como a política, a religião, a moral, a economia que
instituem regras de conduta, como o próprio direito) são, assim, resultado da capacidade
criadora do Homem, da capacidade que o Homem tem de escrutinar racionalmente sua
experiência e sua realidade, e de a compreender. A condição antropologico-existencial
culmina assim na necessidade de constituição de uma ordem de enquadramento,
fundamentação e orientação da ação humana, integração comunitária das diferenças e
estabilização da mutabilidade individual e social, visto que o Homem é por essência um
ser indeterminado individualmente e com tendência para a divergência interpessoal.
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pessoa e para tornar viável a integrante coexistência intersubjetiva de homens-
pessoa – não há direito para coisas.
2. Características do Direito:
COAÇÃO = violência física ou psíquica, que pode ser feita contra uma pessoa
ou um grupo de pessoa.
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PLANO DE AULA 3
Tema: TEORIA DA NORMA JURÍDICA (Parte II) – Estrutura da norma jurídica e operações
lógicas
a) Estrutura Proposicional: o seu conteúdo pode ser enunciado mediante uma ou mais
proposições entre si correlacionadas, sendo certo que o significado pleno de uma regra
jurídica só é dado pela integração lógico-complementar das proposições que nela se
contêm;
c) Que deve ser seguida de maneira objetiva e obrigatória: a regra jurídica enuncia um
dever ser de forma objetiva e obrigatória, porquanto, consoante já foi exposto em aulas
anteriores, é próprio do Direito valer de maneira heterônoma, isto é, com ou contra a
vontade dos obrigados.
2. Tipos de Normas Jurídicas: As normas jurídicas assumem duas feições diferentes. Podem
ser:
3. Estrutura Lógica das Regras Jurídicas: Do ponto de vista lógico, as regras jurídicas se
estruturam como juízos hipotéticos, segundo um esquema de Se F é, C deve ser.... Isto é, as
regras jurídicas se estruturam de maneira binada, articulando logicamente dois elementos: a
hipótese ou fato-tipo e o dispositivo ou preceito.
a) Hipótese ou Fato-Tipo: Toda regra jurídica prevê, de forma abstrata, uma “espécie
de fato”, ou um “fato-tipo”, ao qual poderão corresponder, com maior ou menor
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rigor, múltiplos fatos concretos. Este fato-tipo corresponde, em termos simbólicos, a
uma moldura, na qual deverá se encaixar o fato concreto de um caso para que se
possa atrair a incidência da norma e fazer desencadear a sua consequência jurídica.
Isto é, quando, na experiência social, se verifica uma correspondência razoável entre
um fato particular e o fato-tipo F, previsto na norma, o responsável por aquele fato
particular (em geral, o agente, ou o autor daquilo que resultou de seu ato) goza ou
suporta as consequências predeterminadas no dispositivo ou preceito.
Comportamento/Forma de Organização
+
Sanção Jurídica
a) Espacial: As normas podem ser gerais ou locais. Gerais são as que se aplicam
em todo o território nacional. Locais, as que se destinam apenas à parte do
território do Estado.
4.2. Quanto à Vontade das Partes: Quanto a este aspecto, dividem-se em taxativas e
dispositivas. As normas jurídicas taxativas ou cogentes, por resguardarem os interesses
fundamentais da sociedade, obrigam independentemente da vontade das partes. As
dispositivas, que dizem respeito apenas aos interesses dos particulares, admitem a não
adoção de seus preceitos, desde que por vontade expressa das partes interessadas.
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PLANO DE AULA 4
Tema: TEORIA DA NORMA JURÍDICA (Parte III) – O modo de ser do direito: a vigência, as
fontes do direito e o sistema jurídico
2.1. Dimensão Sociológica (Fontes Materiais): O direito emerge de uma realidade e a ela
se dirige numa intenção normativamente regulativa, só podendo ser compreendido por
referência à matéria real que pressupõe e aos problemas de direito que nela se
suscitam, reclamando soluções jurídicas adequadas. O Direito não é um produto
arbitrário da vontade do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a
sociedade, como centro de relações de vida, como sede de acontecimentos que envolvem
o homem, quem fornece os elementos necessários à formação das normas jurídicas.
Como causa produtora do Direito, as fontes materiais são constituídas pelos fatos sociais,
pelos problemas que emergem na sociedade e reclamam uma solução de direito.
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realidade problemática que o interpela, o direito tem de exprimir os valores em que se
assenta, mormente o maior deles – a dignidade humana –, resolvendo os problemas de
acordo com as orientações de sentido que o princípio da dignidade intenciona projetar na
realidade.
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introduz os neologismos, os novos conceitos, teorias e institutos no mundo
jurídico; (ii) Função Prática da Doutrina: Ao desenvolver estudos sobre o
Direito Positivo, os juristas lidam com uma grande quantidade de normas jurídicas
dispersas em numerosos textos legislativos. Para analisar as regras vigentes, o
jurista precisa desenvolver um trabalho prévio de sistematização, reunindo o
conjunto das disposições relativas ao assunto de sua pesquisa. Essa tarefa se revela
de grande importância, pois é a seleção das normas que irá permitir o
conhecimento jurídico. Sistematizado o Direito, desenvolve-se o trabalho de
interpretá-lo, de revelar o sentido e o alcance das disposições legais. O resultado
desse trabalho de seleção e interpretação do Direito vigente é útil para todos os
participantes na vida do Direito, não só para os profissionais, como para os
destinatários das normas; (iii) Atividade Crítica: Diante da ordem jurídica o
papel dos juristas não se limita a definir a mensagem contida nos mandamentos de
Direito. Não deve apenas dizer o Direito vigente. É indispensável submeter a
legislação a juízos de valor, a uma plena avaliação, sob diferentes ângulos de
enfoque. Deve acusar as falhas e deficiências, do ponto de vista lógico,
sociológico e ético.
3.2. O direito como sistema: Um sistema é uma unidade composta por uma multiplicidade
de elementos articulados segundo uma certa ideia ou segundo determinados princípios e
que constitui, portanto, uma unitária e congruente pluralidade. Qualquer sistema tem
como notas a unidade e a coerência e o mesmo sucede com o sistema jurídico. O sistema
jurídico enquanto objetivação da normatividade jurídica vigente é um sistema material,
uma vez que os seus elementos constituintes se acham relacionados, em última instância,
como decorrências do compromisso que o princípio da dignidade humana impõe. É um
sistema aberto, não pleno, nem autosuficiente, que se modificando através dos
problemas jurídicos que o vão desafiando e a que tem de ir dando resposta. No fundo,
Isto é, trata-se de um todo normativo composto por elementos jurídico diversos, e que se
acham entre si numa coerente articulação segundo os princípios e valores normativos
através dos quais a validade do direito se traduz.
3.3. Os estratos do sistema jurídico: Depois do que se estudou acerca da vigência e das
fontes do direito, soará menos estranha a afirmação da pluridimensionalidade do
sistema jurídico. Vejamos os estratos do sistema, um a um:
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vigente, isto é, válido e eficaz no horizonte do sistema jurídico em que a pergunta
tiver sido formulada.
4.1. O Direito Público: O conteúdo de toda relação jurídica é sempre um interesse, tomada
a palavra na sua acepção genérica, abrangendo tanto os bens de natureza material como os de
ordem espiritual. O que caracteriza uma relação de Direito Público é o fato de atender, de
maneira imediata e prevalecente, a um interesse de caráter geral. Nas relações jurídicas de
direito público, uma das partes assume uma posição de eminência, de maneira que há um
subordinante e um subordinado. O que caracteriza uma relação jurídica de direito
público é, portanto, a relação de subordinação que há entre o Estado e os
particulares.
4.2 O Direito Privado: Existem relações intersubjetivas, por outro lado, em que um dos
sujeitos tem a possibilidade de exigir de outro a prestação ou a abstenção de certo ato por
estarem no mesmo plano, contratando ou tratando de igual para igual. Quando se verifica
essa situação, dizemos que a característica central desta relação jurídica é a de uma relação de
subordinação, e assim a relação é de direito privado.
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PLANO DE AULA 5
a) Período Arcaico (753 a.C a 130 a.C): A primeira fase da história romana, a Realeza,
inicia-se com sua fundação (753 a.C.) e perdura até o início da República. Nesse
momento, nasce o Direito arcaico. O Direito Romano Arcaico costuma ser subdividido
pela doutrina em duas subfases: a nacionalista (que vai de 753 a 242 a.C.), e a
universalista (de 242 a 130 a.C.). A fase nacionalista marca o início do ius civile, direito
que se aplicava exclusivamente às relações entre romanos. A fase universalista,
caracterizou-se pela criação da magistratura do praetor peregrinus, o juiz
encarregado de resolver problemas entre estrangeiros (os peregrinos) e entre
estes e os romanos. Ao nível das fontes do direito, durante esse período a legislação no
sentido moderno era quase inexistente, embora a tradição histórica dê notícia, também,
da existência, nessa época, de leis régias, atribuindo-as, em sua maior parte, a Rômulo,
Numa Pompílio e Tulo Hostílio. O sistema jurídico de então era, contudo, quase todo
formado por um conjunto de normas consuetudinárias de caráter jurídico-religioso,
marcadas por um alto grau de incerteza e indeterminação, e que surgiram a partir dos
longos usos dos antepassados ou da tradição transmitida pela comunidade. Com efeito,
o pouco direito escrito possuía, em geral, uma natureza mais explicitadora – e
não tão prescritiva – daquilo que se manifestava na própria prática a partir dos
casos e das disputas submetidas à resolução. Nos tempos primitivos, a
jurisprudência romana era monopolizada pelos pontífices. Esse monopólio – em
decorrência do rigoroso formalismo que caracteriza o direito arcaico – consistia em
deterem os pontífices o conhecimento, não só dos dias em que era permitido
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comparecer a juízo (dias fastos, em contraposição aos nefastos, em que era isso
proibido), mas também das fórmulas com que se celebravam os contratos ou com que se
intentavam as ações judiciais.
b) Período Clássico: O Direito Romano Clássico inicia-se entre os anos 149-126 a.C.,
durante o período da República Romana. É o momento mais importante da história do
direito, permeando o ápice da história romana e perdurando até 305 d.C., já no
Dominato (ou Baixo Império). Esse foi o período no qual o direito e a ciência jurídica
romanos atingiram o mais alto grau de desenvolvimento de sua civilização. Nessa fase
em que a cidade imperial anexa todo o entorno do Mar Mediterrâneo, fundando sua
riqueza no comércio e no trabalho escravo, o direito perde as características arcaicas
tornando-se um pouco mais simples e adequado à velocidade das transações mercantis.
No plano das ideias, o individualismo ganha seus contornos mais acentuados. O cidadão
romano, individualmente considerado, é reconhecido enquanto proprietário, enquanto
agente que celebra contratos, enquanto pessoa que transmite seu patrimônio entre vivos
e após a morte. Desenvolvem-se as noções de propriedade privada, posse, obrigações,
contratos e responsabilidade civil. Além disso, o direito torna-se laico, ou seja, perde suas
características religiosas. Isso leva ao gradativo desaparecimento do formalismo e do
materialismo, surgindo um esboço da concepção voluntarista, respeitando a intenção dos
sujeitos de direito acima dos rituais praticados ou não. A ciência do direito então começa
a se desenvolver, já agora sem as amarras religiosas. Os juristas profissionais que se
desenvolveram durante o período trabalhavam em diferentes funções: proferiam
pareceres, a pedido de particulares; aconselhavam os magistrados responsáveis pela
administração da justiça, como os pretores; auxiliavam os pretores a preparar seus editos,
anunciados publicamente no início do mandato pretoriano e que continham uma
explicação de como exerceriam suas funções e um formulário de procedimentos
judiciais. Inúmeros grandes autores da história do direito romano, como Gaio e Ulpiano,
produziram suas obras no período. O Período Clássico apresenta o maior volume de
fontes do direito da história jurídica romana. Ao menos quatro tipos diferentes de
regimes jurídicos coexistem simultaneamente: (i) o Ius Civile, ou direito dos
cidadãos originários de Roma, contendo a maior quantidade de direitos, derivados dos
costumes originários; (ii) o Ius Gentium, ou Direitos das Gentes, regime jurídico
aplicável aos povos do Império Romano, contendo alguns dos direitos derivados do
direito civil; (iii) o Ius Honorarium, ou Direito dos Pretores, normas jurídicas que
passam a ser feitas pelos Pretores, por meio dos Editos, com a finalidade de indicar os
direitos que reconheceriam nas demandas judiciais mas que terminam criando novos
direitos ou atenuando as características de formalismo e materialismo do Direito Arcaico;
e (iv) o Ius Extraordinarium, ou Direito do Imperador, normas jurídicas que
derivam de manifestações do Imperador sobre casos concretos ou abstratos, inicialmente
de modo excepcional. Esses regimes jurídicos se expressavam através: (i) dos costumes,
da doutrina e das leis arcaicas, fontes tradicionais do Jus Civile, que enfraquecem
durante o período clássico; (ii) dos Editos dos Pretores, que configuravam a
princípio, a proclamação oral de uma espécie de programa do magistrado, sendo
que os éditos daqueles com função judiciária configuravam um verdadeiro
inventário de todos os meios de que o particular poderia valer-se para obter a
tutela de seu direito, sendo que durante a segunda fase do período, todavia, o Pretor é
proibido pelo Imperador de inovar nos Editos, que perdem importância; (iii) As
Constituições Imperiais, ou leis do Imperador, eram as fontes mais relevantes do
Ius Extraordinarium. Parecidas com as nossas leis atuais, continham regras
gerais e abstratas criadas pelo próprio Imperador. Tornam-se cada vez mais
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frequentes na segunda metade do período clássico, sendo a única fonte a ficar
crescentemente mais forte.
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Graças aos glosadores – comentaram eles quase todo o Corpus Iuris Civilis,
conhecendo-o como até hoje ninguém o conheceu –, o direito romano se tornou
acessível aos juristas medievais, que o estudaram pelas glosas. Foram eles, portanto, que
possibilitaram fosse o direito romano a base do direito privado moderno.
2.3. O Direito Canônico: O Direito Canônico é o conjunto de leis que rege a estrutura
institucional da Igreja Católica Apostólica Romana. Ele regulamenta todos os segmentos
da vida eclesiástica; sua organização, governo, ensino, culto, disciplina e práticas processuais.
O desenvolvimento do direito canônico começa propriamente no século IV porém,
diferentemente do direito romano, o direito canônico não tinha um texto inequívoco para ser
recuperado ou reconstruído. Com efeito, as tradições canônicas, desde os primeiros tempos
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do cristianismo até esta referida época, haviam se desenvolvido de uma forma muito
particularizada e, em boa medida, contraditória; por isso nessa fase mais antiga – a fase da alta
idade média – é de singular importância para a formação do direito a atuação dos
bispos de Roma, mais tardes chamados de Papas, na institucionalização da Igreja e os
Concílios, que nesse tempo era reunião dos bispos da Igreja Católica e autoridades imperiais,
para discutir as questões relativas aos problemas da doutrina e disciplina da Igreja universal. O
termo cânon, que significa medida e foi traduzido para o latim como regula, foi empregado
desde os primeiros séculos da Igreja Católica para designar as decisões dos concílios.
O cânon tem natureza de regra, de modo que um cânone (que configurava uma decisão de
um concílio sobre uma questão disciplinar da Igreja) servia para determinar condutas e
solucionar os conflitos, sendo substancialmente uma norma jurídica. Com a construção de
normas e a consequente criação de um ordenamento e de uma exegese normativa, a criação de
um direito da Igreja, que nasceu assistemático, foi ganhando sistematicidade através dos
séculos possibilitou sua irradiação pela ciência do direito ocidental. A partir da baixa idade
média, que começa ao tempo da fundação das primeiras universidades no ocidente surgem os
textos que irão formar o Corpus Juris Canonici e, com isso, há a institucionalização definitiva do
direito canônico e de uma ciência do direito canônico. Note-se que a sistematização do direito
canônico se deu sobretudo entre os séculos IV, que foi profícuo na emanação de decretais
papais e o século XI, com a utilização do método do direito, inicialmente na
Universidade de Bolonha, para dar aos cânones um tratamento jurídico. Na formação do
direito canônico, o Decreto de Graciano, chamado pelo autor de Concordia
discordantium canonum, é um verdadeiro “divisor de águas”. A obra foi composta por
volta de 1140 e marca a divisão do nosso objeto de estudo em duas fases, a saber: a fase
precedente ao Decreto, chamada pelos estudiosos de fase do direito sem juristas e a fase que
se inicia com a obra de Graciano, que é a fase da ciência do direito canônico.
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1. Caracterização Geral: Dá-se o nome de common law ao sistema jurídico que foi
desenvolvido na Inglaterra a partir do séc. XII pelas decisões das jurisdições reais. Manteve-se
e desenvolveu-se até os nossos dias, e depois foi transposto para a maior parte dos países
falantes de língua inglesa. A expressão common law é utilizada desde o séc. XIII para
designar o direito comum da Inglaterra, em oposição aos costumes locais, próprios de cada
região. O sentido de common law é muito diferente do sentido da expressão “direito
comum” ou ius comune utilizada no continente europeu para designar, sobretudo a partir do
séc. XVI, o direito erudito, elaborado com base no direito romano e que serviu de sistema
jurídico supletivo às leis e costumes de cada país. A principal característica do common law é
que ele configura um sistema jurídico essencialmente jurisprudencial, que foi se
desenvolvendo a partir das decisões dos juízes reais e mantido graças à autoridade reconhecida
aos precedentes judiciais.
2. Características Principais:
3.1. O Direito na Inglaterra até o Séc. XII: A história do direito da Inglaterra se assemelha
à dos países da Europa Continental até o séc. XII e XIII. A Inglaterra fez parte do Império
Romano do séc. I ao V. Após a queda do império, o território foi sendo lentamente invadido
por povos germânicos como Anglos, Saxões e Dinamarqueses, que desenvolveram aí reinos
bárbaros a partir do Séc. VI. Tal como no continente, passam a se redigir leis bárbaras, isto
é, textos de direito consuetudinário anglo-saxônico. Diferentemente do continente, esses
textos não são redigidos em latim, mas em língua germânica. Até o séc. XX, o costume
permanece a única fonte do direito na Inglaterra. Assim, passam a coexistir costumes jurídicos
anglo-saxões, costumes das cidades nascentes, costumes dos mercadores, etc.
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3.2. A Organização das Jurisdições Reais: Os reis da Inglaterra conseguem a partir do séc.
XII impor a sua autoridade sobre o conjunto do território do seu reino. Conseguem
desenvolver a competência das suas próprias cortes jurisdicionais com prejuízo das jurisdições
senhoriais e locais, que perdem a maior parte das suas atribuições entre os séc. XII e XIII. A
princípio, o rei julgava os conflitos no seu Tribunal, a Curia Regis. Mas muito cedo foram
destacadas seções especializadas deste Tribunal para julgarem certas matérias, como o
Tribunal do Tesouro, competente para julgar litígios fiscais; o Tribunal das Queixas Comuns
(1215), para julgar os processos entre particulares relativos à posse de terras; o Tribunal do
Banco do Rei, para julgar os crimes contra a paz do reino, etc. A extensão da competência
jurisdicional desses tribunais tornou-se possível pelo processo técnico utilizado para
requerer as jurisdições reais. Qualquer pessoa que quisesse pedir justiça ao rei, podeia
endereçar-lhe um pedido; o Chanceler, um dos principais colaboradores do rei,
examinava o pedido e, se o considerasse fundamentado, enviava uma ordem chamada
writ a um xerife ou a um senhor para ordenar ao réu que desse satisfação ao queixoso.
Caso não atendesse ao dever de atender à exigência do queixoso, configurava-se a
desobediência a uma ordem real, mas o réu podia vir a Tribunal explicar por que
razão considerava não dever obedecer a ordem recebida.
3.3. O Sistema dos Writs: O sistema dos Writs data do séc. XII. Se, na origem, os Writs
eram adaptados a cada caso, logo transformam-se em fórmulas processuais que o Chanceler
passa adiante após o pagamento de taxa, sem fazer exame aprofundado prévio. Após a
Magna Carta de 1215, os senhores feudais conseguem limitar um pouco a expansão das
jurisdições reais, estabelecendo que não pode haver a criação de mais writs do que os já
existentes. Entretanto, em 1285 foi aprovado o Estatuto de Westminster II que passa a
admitir a possibilidade de o Chanceler do rei passar Writs em casos semelhantes aos casos que
ensejaram a criação dos Writs antigos. Assim, pela aplicação do princípio da semelhança,
numerosos casos novos foram incluídos na lista dos Writs existentes. O direito na Inglaterra
desenvolveu-se a partir dessa lista de ações judiciais sob a forma de ordens do rei. Em caso de
litígio, era e continua sendo essencial encontra a fórmula processual aplicável ao caso
concreto, de modo que o processo é assim mais importante do que as regras de direito
material. O common Law desenvolveu-se com base nessa lista limitada de formas
processuais, e por essa razão é fundamentalmente diferente do sistema jurídico romano-
germânico.
3.4. As Fontes do Common Law até o Séc. XV: Essa estrutura do Common Law ligada às
formas processuais tornou quase impossível o recurso ao direito romano. Apesar de algumas
semelhanças, os conceitos de direito privado romano-germânico não podiam ser utilizados na
interpretação dos atos do processo judicial inglês. O Common Law foi realmente criado
pelos juízes dos Tribunais reais. Estes tornam-se muito cedo, pelo menos desde o séc. XIV,
juízes profissionais no sentido de que se consagram exclusivamente ao estudo do direito, mas
não são, como mais tarde nas jurisdições do continente, juristas formados nas universidades
na disciplina do direito romano. São, antes, juristas práticos, formados como litigantes. Para
esses juristas, e para o tipo de sistema jurídico que desenvolveram, os precedentes judiciais ou
cases foram sempre a fonte do direito mais relevante, pois o fato de poder lembrar a um
tribunal que já se decidiu de uma ou de outra forma dá ao litigante melhores condições de
ganhar o seu processo. Tanto é assim que a partir do século XVI, as compilações impressas de
jurisprudência, os Law Reports, constituem a documentação jurídica mais importante para os
juristas. O precedente judicial não é, no entanto, uma verdadeira fonte de direito porque o
primeiro juiz que decidiu uma matéria precisou encontrar em algum lugar a fonte de
fundamentação da decisão, isto é, em alguma regra de direito material. Assim, as regras de
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direito material (substantive law) eram extraídas, sobretudo, dos costumes jurídicos. Esses
costumes começaram a ser sistematizados sobretudo nas grandes compilações de direito, das
quais a de Bracton, de 1256, De Legibus et Consuetudinis Angliae se tornou uma das mais
notáveis.
3.5. O Período do Equity nos Séc. XV-XVIII: O common law tornou-se cada vez mais
técnico no decurso dos XIV e XV, mas como a lista de writs havia sido limitado, não se podia
dar solução satisfatória a diversos litígios, sobretudo de natureza econômica. Os juízes dos
tribunais, embora nomeados pelo rei, tinham se tornado relativamente independentes. A ideia
de recorrer diretamente ao rei na resolução dos conflitos fez nascer uma nova jurisdição e um
novo processo: o Chanceler decidia em equidade os litígios que eram submetidos à
apreciação real sem ter em conta as regras processuais (os writs) e as regras de direito
material. Aplicando um processo escrito inspirado pelo do direito canônico, o Chanceler
julgava muitas vezes segundo princípios extraídos do direito romano. Os reis da Inglaterra, no
século XVI, alargaram as jurisdições de equity, mais favoráveis ao desenvolvimento do seu
poder no sentido do absolutismo Durante muito tempo subsistiram, assim, dois tipos
jurisdições: a do common law e a do equity, cada uma observando regras processuais e
materiais diferentes. A fusão dos dois tipos de jurisdições só foi realizada em 1873 e 1875
através da Judicature Act, em que as regras de equity foram integradas no common law.
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2.1. A Distinção: A distinção conceitual entre direito natural e direito positivo já se encontra
presente no pensamento de Platão e de Aristóteles. Dois são os critérios pelos quais
Aristóteles distingue o direito natural e o positivo: (i) o direito natural é aquele que tem em
toda parte a mesma eficácia (o filósofo emprega o exemplo do fogo que queima em qualquer
parte), enquanto o direito positivo tem eficácia apenas nas comunidades políticas em que é
posto; (ii) o direito natural prescreve ações cujo valor não depende do juízo que sobre elas
tenha o sujeito, mas existe independentemente do fato de parecerem boas ou más. Prescreve,
pois, ações cuja bondade é objetiva (ações que são boas em si mesmas). O direito positivo, ao
contrário, é aquele que estabelece ações que, uma vez reguladas pela lei, importa sejam
desempenhadas do modo prescrito pela lei, independentemente de serem intrinsecamente
boas ou más. Essa dicotomia é encontrada no direito romano, onde é a formulada a distinção
entre direito natural e o ius civile. No pensamento jurídico romano, o direito natural é aquele
que decorre da natureza das coisas ou da razão natural, e o direito positivo o que decorre das
estatuições do povo. O direito natural seria imutável no tempo, e o direito positivo o inverso.
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porquanto decorrente do equilíbrio natural do universo. O romano Cícero defende a
existência de uma lei “verdadeira”, conforme a razão, imutável e eterna, que não muda com os
países e com os tempos. Acredita, ainda, que o homem não pode violar a própria natureza
humana. Conforme se lê na sua República, “Existe uma lei verdadeira, que é a reta razão,
conforme com a natureza, presente em todos, imutável e imperecível [...]”. Para os estoicos, a
Natureza será uma causa-eficiente que, movendo-se de per si, coloca em movimento o mundo
e os seres vivos no mundo.
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sentido do direito revelado para as situações práticas da vida cotidiana, valendo-se das
técnicas da dedução silogística e da determinação de princípios associados à lei
revelada. Note-se que, a despeito de teológico, o direito natural medieval tem base
racionalista: fundamentada na metafísica de Aristóteles – “o filósofo” – a teoria pregava a
construção da lei natural a partir do olhar racional sobre a revelação, que em sua maior parte
se encontrava na Bíblia.
4.1. A Distinção: Com efeito, o século XVII introduziu mudanças significativas na forma de
compreensão da realidade. A revolução científica, que apresentou concepções mecanicistas da
natureza, com destaque aos estudos de Isaac Newton, forneceram a base para o surgimento
do Iluminismo que, por volta do fim do século XVII, representou uma retomada da busca da
razão como forma de explicação da natureza e dos fundamentos do homem e da sociedade.
Iniciou-se um processo de afastamento das concepções teológicas de mundo, ante o
surgimento de teorias de cunho puramente racional. O enfraquecimento do poder da Igreja,
frente às transformações sociais, políticas e culturais introduzidas pelo Renascimento dos
séculos XIV a XVI, o fim do Império Romano do Oriente, no século XV e a Reforma
Protestante, do século XVI, possibilitaram a proliferação de discussões de teor cientificista,
elidindo o monopólio do saber teológico como base para a estruturação da sociedade e do
direito. Dentro deste quadro, o direito natural passa a ser compreendido como uma espécie de
sistema jurídico fundado na natureza humana e decorrente de princípios racionais extraídos da
condição humana, servindo assim também critério de correção do direito positivo, agora
identificado como o direito posto pelo Estado.
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UNAMA
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
PROFESSOR: IAN PIMENTEL
PLANO DE AULA 8
1.1. Enfoque: Como modo de ver o direito, o positivismo pressupõe a distinção entre
direito real e ideal, isto é, entre o direito considerado como fato (o direito que é) e o direito
entendido como valor (o direito que deve ser), e assevera que só o primeiro interessa aos
juristas.
1.2. Teoria: Enquanto teoria, o positivismo traduz uma concepção estatal da juridicidade
que se baseia: (i) Numa teoria da coatividade quanto à definição do direito (“o direito constitui
o conjunto de normas garantidas pela força do Estado”); (ii) Numa teoria imperativa,
relativamente à definição de norma (“o direito constitui um conjunto de normas obrigatórias
e garantidas pela força do Estado”); (iii) Na consideração do sistema jurídico como um
sistema pleno e coerente (“o direito constitui um sistema coerente e unitário de diferentes
tipos de normas obrigatórias, todas elas garantidas pela força do Estado”); (iv) Na
assimilação da atividade do jurista e do juiz a uma tarefa lógica, em matéria de método da
ciência jurídica e da interpretação (“o direito constitui um sistema coerente e unitário de
diferentes tipos de normas obrigatórias, todas elas garantidas pela força do Estado,
aplicadas logicamente e intepretadas cientificamente”).
1.3. Ideologia: Por fim, na sua conotação ideológica, o positivismo reside na atribuição de
um valor positivo ao direito que é pelo simples fato de o ser, o que quer dizer que: (i) O
direito positivo, pelo simples fato de o ser, é justo; (ii) O direito serve com a sua própria
existência, independentemente do valor moral das regras, para a obtenção de certos fins
desejáveis, tais como a ordem, a paz, a certeza e, em geral, a justiça legal.
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teóricas diferentes, consiste verdadeiramente em uma atitude intelectual perante o mundo,
qual seja, a de tentar compreender os fenômenos por meio da relacionação de grandezas,
da demonstração de verdades essenciais autoevidentes, e de só considerar válido este tipo
de conhecimento.
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e encontrá-las ele mesmo, a partir da sua razão (motivo pelo qual a liberdade moderna se
concebe antes do mais como independência e emancipação). Só que ao fazê-lo, acaba por
hipertrofiar a sua autonomia, e passa a se imaginar uma partícula indivisível (é esse o
significado de indivíduo - o indiviso e indivisível) da sociedade, capaz de se autodeterminar
totalmente com base na sua razão e dando assim origem ao individualismo.
2.3. O Fator Social – o Capitalismo: Uma vez que o homem se libertou de todas as amarras
ético-religiosas - é dizer, de todas as orientações de sentido veiculadas nos contextos sociais
em que estava mergulhado, e ancoradas em referentes transcendentes - achou-se a sós consigo
para determinar as razões da sua conduta. Nesse isolamento, os seus desejos manifestaram-se
e a o interesse converteu-se no seu principal critério de ação.
3.2. Positivismo Científico ou Conceitual: Essa escola foi uma das concepções iniciais do
movimento positivista, contemporâneo a escola da Exegese, mas que se desenvolveu na
Alemanha, por influência da Escola Histórica, em contrapartida ao movimento de Codificação
recusado naquele momento pelo país. Surgiu pelo desvio ou paradoxo em que a Escola
Histórica incorreu, quando esta, por privilegiar a intenção científica, acabou por recuperar o
racionalismo normativo, que expulsou a dimensão histórica do direito, recuperando o estudo
do direito romano, o qual, por uma enorme depuração científica, acabou por transformar toda
a ciência em conceitual, caminhando assim para a Jurisprudência dos Conceitos. Em que pese
a escola histórica ter um pensamento de oposição a codificação, partilhava de muitas idéias
dos codificadores, em especial no tocante a necessidade de dar a uma determinada sociedade
um direito unitário e sistemático; assim como criticava o direito judiciário, mas, entendia que
seria mais eficaz uma ciência jurídica do que por intermédio da codificação, pois a ciência
jurídica proporcionaria uma maleabilidade e adaptabilidade do direito. Essa escola concebia
que assim como as demais ciências, a ciência do direito também deve pressupor de uma
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conceitologia ou mundo dos conceitos, que estabeleçam a real denominação de termos como
norma, preceito, direito subjetivo, direito objetivo, fato jurídico, ato ilícito, propriedade, etc.
Após o jurista conceituar, ele produz a sistematização onde ocorre a subordinação das normas
mais gerais as normas menos gerais até chegar às instituições. É a expressão mais acabada do
estilo formalista logicista que pensa e constrói o direito como um sistema de conceitos. Esse
movimento foi impulsionado por Puchta (1798-1846), discípulo de Savigny, que concebia
apenas como direito científico aquele que provem do trabalho sistemático, aquele que surge
como produto de uma dedução científica. Essa escola também foi conhecida como
Pandectista, em seus primórdios, tendo evoluído para a jurisprudência dos conceitos
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