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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

ALUNO: ANDERSON DE MEDEIROS – Mat. Nº: 20200058302

FICHAMENTO: REALE, Miguel. Lições preliminares de direito 27. ed. ajustada


ao novo código civil. - São Paulo: Saraiva, 2002 – Capítulo II – O Direito e as
Ciências Afins, 10 páginas.

1 – Noção de Filosofia do Direito.

O Capítulo II da obra de Miguel Reale, denominado de “O Direito e as


Ciências Afins”, a partir da página 13, vai estabelecer a conexão da disciplina
“Introdução ao Direito” com as outras áreas do conhecimento: Filosofia do Direito, a
Teoria Geral do Direito e a Sociologia Jurídica.

Em primeiro lugar, a seção “Noção de Filosofia do Direito”, parte de uma


reflexão do autor acerca da etimologia da palavra “Filosofia” - amizade a sabedoria -,
pontuando a importância da constância do filósofo para com a busca do saber
verdadeiro e desinteressado de qualquer favorecimento pessoal. Na perspectiva da
Filosofia do Direito, tal área abrange um estudo permanente da fenomenologia
jurídica e da Ciência Política. Nesse panorama, pode-se notar que, por meio do
transcurso dos séculos, o Direito ganhou contornos distintos em diversas
civilizações, tanto na Antiguidade Clássica quanto na contemporaneidade. Em suma,
o Direito é uma experiência social viva, portanto em constante mudança, que
engloba ressignificações e interferências na temporalidade da sociedade.

Atrelada a conjectura exposta anteriormente, na página 14, Miguel vai trazer


questionamentos de cunho estritamente filosóficos para enfatizar as “razões
fundantes da experiência jurídica”. Com essa lógica, resumem-se os
questionamentos filosóficos em três arguições bases: 1) O que significa o Direito? 2)
Qual a base de legitimação do Direito? e 3) O que compreende a significação da
história do Direito? Em resumo, tais indagações são respondidas pelo ramo da
Filosofia do Direito por intermédio de pressupostos de “caráter lógico” e envolve,
necessariamente, problemáticas éticas (axiológicas: valorativas) que estão contidas
nos “valores do Direito”.
Ademais, na página 12, o autor explicita que o filósofo do Direito tem a missão
de elucidar as incertezas presentes nos fundamentos da logicidade, nos âmbitos dos
valores éticos e nos direcionamentos culturais presentes na história do Direito.
Consonante ao citado, afirma Reale, a Filosofia do Direito deve ser afastada da
Ciência do Direito, já que a primeira tem a prerrogativa de verificar as circunstâncias
que justificam as nuances do engrandecimento da própria ciência como atividade
dotada de perspectivas seguras de serem mantidas e ampliadas à sociedade.

2 – Noção de Ciência do Direito.

Outrossim, acerca dos termos pertinentes ao tópico “Noção de Ciência do


Direito”, o autor explica que a Ciência do Direito concebe o transcorrer do fazer
jurídico no âmbito em uma realidade temporal cotidiana. Por outro lado, a Filosofia
do Direito vai se preocupar com os cenários pelos quais a concretude da práxis
jurídica se desenvolve. Em adição, o termo “Direito positivo”, diz o autor, tem o
significado de uma prática anterior em que houve uma efetiva ação jurídica. Sendo
assim, não se pode relacionar o campo de estudo da Ciência do Direito a uma área
introspectiva, sem uma interconexão com outras ciências do saber; de certo, pode-
se achar traços comuns do Direito vivenciado em vários países com a relação
histórica do Direito Romano, fato esse que engloba a Ciência Jurídica universal.
Assim, continua Reale, a ciência em análise contém um princípio positivo,
cientificamente comprovado, com normas objetivadas na historicidade da
humanidade. Nesse panorama, o positivismo jurídico estabelece uma concordância
entre o que é eficiente e o que é permanente durante o transcurso civilizatório.

3 – Noção de Teoria Geral do Direito.

Em continuidade, na seção “Noção de Teoria Geral do Direito”, página 18, o


jurista impele a existência de parâmetros comuns na investigação jurídica-científica
em diversos lugares do mundo, que, por assim dizer, usam as bases investigativas
universais inseridos nos fenômenos de caráter positivo do Direito. Dessa forma,
segundo MIguel, é possível chegar aos preceitos estruturais e às doutrinas lógicas
do campo jurídico, bem como compreender as motivações que gerenciam o dia a dia
judiciário.

Em conformidade com essa vertente exposta anteriormente, o professor


Miguel afirma que a disciplina de Introdução ao Direito tem por motivação abranger
uma visão panorâmica de todas as disciplinas enquadradas dentro do Direito, sem
que para isso ocorra reducionismo de questionamentos de preceitos elementares.

Na página 19, no tópico acerca “Direito e Sociologia”, ocorre uma reflexão de


Reale no tocante ao campo da Sociologia, setor no qual ocorre o estudo do “fato
social”, com o fito de discorrer acerca da estruturação e da organização dos
ordenamentos humanos no sentido da convivência social. Nessa busca, enfatiza o
escritor, não há uma pretensão do sociólogo de impor regramentos ou normas de
cunho social, mas, tão somente, a preocupação de se seguir experiências científicas
que esclareçam a complexidade das relações sociais em sua forma real e crua.
Desse modo, a Sociologia Jurídica utiliza-se dos dados estatísticos avaliados para
abranger a eficácia das decisões jurídicas no contexto prático de um grupamento
social. Em síntese, essa vertente do Direito é peça imprescindível ao modelamento
do comportamento social.

4 – Direito e Sociologia.

Ao abordar a perspectiva econômica da seção “Direito e Economia”, página


20, o professor pontua que a essência da Economia é a conservação das condições
à homeostase da vida humana, provendo os meios de subsistência indispensáveis
ao prosseguimento da história das comunidades sociais. Com essa lógica, Reale vai
introduzir a conexão do conceito de “Materialismo Histórico”, do filósofo Karl Marx,
com o Direito, por meio de uma contraposição a tese na qual a estrutura jurídica
ocidental seja uma ideologia pertencente à “superestrutura” do poder dominante na
sociedade capitalista, haja vista que a presença constante das relações jurídicas em
qualquer tipo de estrutura econômica é um fato que antecede ao próprio sistema
econômico. Logo, percebe-se, diz o autor, um intrínseco diálogo de caráter dialético
entre esses atores sociais, no qual não se permite uma subordinação irrestrita de um
para com o outro, tendo em mente que, se por um lado, as ações humanas visam
anseios econômicos vitais de sobrevivência, por um outro lado, isso só é exequível
pela organização jurídica da sociedade.

5 – Direito e Economia.

Em síntese, ainda no tópico “Direito e Economia”, página 22, Reale vai


concluir que não é possível resumir o Direito a uma abstração ideológica submetida
aos interesses econômicos dominantes. Para justificar tal ponto, o professor
acrescenta que a área jurídica é o instrumento disciplinador dos segmentos sociais
de cunho religioso, cultural, matrimonial entre outros, inclusive no tocante à ordem
econômica, na medida em que promove a disposição do funcionamento normativo
de tais setores sociais. Nesse sentido, o ato jurídico é o mecanismo ético valorativo
que permite a realização das diversas áreas da vida em sociedade.

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