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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

JESSYE BARROSO VALENTE

Resumo Teórico / Histórico dos Direitos Humanos

Trabalho apresentado como requisito para a


obtenção da avaliação parcial na disciplina
Educação, Direitos Humanos e Diversidade do
curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Amazonas.

Professor: Rosenir de Souza Lira

MANAUS
2021
Este resumo tem como objetivo apresentar uma breve pesquisa do marco teórico dos
Direitos Humanos. Ao sintetizar sobre a trajetória histórica e teórica dos Direitos Humanos e
seu processo de construção, desenvolvimento e aplicação na sociedade, traz-se a recordação da
grande conquista e relevância que este conceito tem para a humanidade como um todo. A
concepção atual de direitos humanos foi moldada ao longo dos anos a partir de ideias e
pensamentos de diferentes povos, desenvolvendo-se através de diversas civilizações, mas que
tinham em comum as mesmas necessidades: proteção contra o abuso do poder do Estado;
garantia do respeito à dignidade humana.

Direitos Humanos são: “garantias jurídicas universais que protegem


indivíduos e grupos contra nações ou omissões dos governos que atentem
contra a dignidade humana”(NAÇÕES UNIDAS).
Pode-se dizer que o primeiro documento que abordou de maneira inicial sobre os direitos
humanos foi no ano de 539 a.C. através do chamado ‘Cilindro de Ciro’. O 'Cilindro de Ciro' é
um cilindro de barro que, claro registra um importante decreto de rei Ciro II da Pérsia.
Considerado ser a primeira declaração de direitos humanos, o rei Ciro decreta permissão de que
os povos exilados na Babilônia pudessem regressar à suas terras de origem. Este decreto foi
emitido no seu 1.º ano após a conquista de Babilônia, isto no ano 538 AC a 537 AC, segundo
diversas tabuinhas astronômicas.

Mas foi em 1690 a.C. que surgiu uma das primeiras e mais concretas manifestações do
reconhecimento dos direitos humanos: Hamurabi, o então rei da Mesopotâmia, compilou um
código escrito de leis. O Código de Hamurabi, talhado em pedra, é um dos conjuntos de leis
escritas mais antigos já encontrados, e pode ter sido o primeiro a prever direitos comuns a todos
os homens, tais como a vida, a propriedade, a honra, a dignidade, a família e, principalmente, a
supremacia das leis em relação aos governantes. Os direitos do homem também sofreram a
influência filosófico-religiosa das ideias de Zoroastro (Pérsia, século VII a.C), Confúcio (China,
século VI a.C.) e Buda (índia, século V a.C.), sobre a igualdade de todos os homens e as
necessidades de tolerância, respeito, generosidade e conduta correta tanto por parte dos
indivíduos quanto de seus governantes. Na Grécia, a partir do século V a.C., surgiam também
vários estudos sobre a necessidade da igualdade e liberdade do homem, da participação política
dos cidadãos (república) e a existência de leis naturais e superiores às leis escritas, válidas para
todos os homens em todas as partes do mundo (jusnaturalismo).

Na Idade Média, caracterizada pelo feudalismo (organização em feudos), os direitos humanos


mais fundamentais eram permanentemente violados. Havia uma rígida separação de classes,
com a consequente subordinação dos vassalos (trabalhadores camponeses / servos) para com
seus suseranos (senhores feudais, que tinham o domínio das terras). Os vassalos, em troca de
proteção contra invasões bárbaras e de uma pequena porção de terra para obter seu sustento
através da agricultura de subsistência, tinham de trabalhar as terras do senhor, pagar impostos
ao rei, dízimos à Igreja, além de uma infinidade de taxas em dinheiro ou produtos de suas
colheitas particulares, além de prestar serviços domésticos na casa ou castelo do suserano e
lutar nas guerras quando convocados. Era uma situação análoga à de escravos. Entretanto, no
século XIII, começou na Inglaterra uma transformação. É na Inglaterra que encontramos alguns
dos marcos mais importantes relacionados ao surgimento dos direitos humanos. A Magna
Carta, que resultou do desentendimento do rei com o papa e os barões ingleses, tinha por
objetivo limitar o poder monárquico, sendo um tratado de direitos, mas também de deveres do
rei para com os seus súditos. A Magna Carta estabeleceu ainda os princípios do devido processo
legal e da igualdade de todos perante a lei. Ela também trouxe disposições proibindo o suborno
e a má conduta oficial. Depois que o rei João I da Inglaterra (conhecido como João Sem-Terra,
já que não herdou terras quando da morte de seu pai) violou uma série de antigas leis e costumes
através dos quais a Inglaterra tinha sido governada, os barões ingleses o obrigaram a assinar,
em 15 de julho de 1215, a Magna Carta (Magna Charta Libertatum).

Quatro séculos depois, novamente em resposta a uma série de violações da lei cometidas pelo
rei da Inglaterra, que desta vez era Carlos I, o Parlamento, em 1628, durante o período que
antecedeu a guerra civil inglesa, elaborou a Petition of Right (Petição de Direitos), uma
declaração de liberdades civis, que foi um marco registrado no desenvolvimento dos direitos
humanos. A Petition of Right foi baseada em estatutos e cartas anteriores e previa
expressamente, entre outras coisas, que:

- Nenhum imposto poderia ser cobrado sem o consentimento do Parlamento;

- Nenhuma pessoa poderia ser presa sem justa causa apresentada;

- A lei marcial (restritiva de direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz.

Outro acontecimento ocorrido na Inglaterra e também de grande importância para o


desenvolvimento dos direitos humanos foi o surgimento do Habeas Corpus Act em 1679, que
foi uma lei do Parlamento da Inglaterra criada durante o reinado do Rei Charles II que buscava
definir e reforçar o antigo e já existente instituto do habeas corpus, como garantia da liberdade
individual contra a prisão ilegal, abusiva ou arbitrária. Dez anos depois, durante a Revolução
Gloriosa, o rei da Inglaterra Jaime II foi deposto e o parlamento ofereceu a coroa a Guilherme
de Orange, com a condição de que se comprometesse a respeitar a declaração de direitos (Bill
of Rights) por eles produzida, e que determinava, entre outras coisas, os direitos à liberdade, à
vida e à propriedade privada e o pelo qual o rei ficava impedido de suspender a aplicação de
leis, além de não poder aumentar impostos e recrutar ou manter exércitos em épocas de paz sem
sua autorização, assegurando o poder do Parlamento na Inglaterra. Apesar dos avanços em
termos de declaração de direitos, a Bill of Rights não garantia a liberdade e igualdade religiosa.

Também na Inglaterra, mais um documento pode ser citado como um dos antecedentes
históricos dos direitos humanos: o Act of Settlement (Ato de Estabelecimento), de 12 de junho
de 1701, que foi criado para garantir a sucessão protestante (no sentido religioso) do trono inglês
e o poder do parlamento.

AS DECLARAÇÕES NORTE-AMERICANAS

Declaração de Direitos da Virgínia - 12 de junho de 1776 - Previa expressamente direitos


humanos fundamentais, tais como o direito à vida, à liberdade e à propriedade, além dos
princípios da legalidade, do devido processo legal, do juiz natural (segundo o qual deve haver
regras objetivas de competência jurisdicional, garantindo a independência e a imparcialidade
do órgão julgador), da liberdade de imprensa e ainda a liberdade religiosa.

Declaração de Independência dos Estados Unidos - 4 de julho de 1776 - A Declaração da


Independência dos Estados Unidos da América, que teve como principal articulador Thomas
Jefferson, foi o documento com o qual as Treze Colônias na América do Norte, revoltadas com
os abusos da metrópole, declararam sua independência do Reino Unido. A Declaração teve
como tônica principal a limitação do poder estatal.

Emendas à Constituição dos Estados Unidos da América – 1791 - Em 1787, foi discutida e
aprovada a primeira e única Constituição dos Estados Unidos, que prevê um sistema de
alterações por meio de Emendas (ao longo dos anos foram aprovadas apenas 27 emendas).As
10 primeiras emendas, cujo texto não foi inserido na constituição original por não ter obtido
consenso, entraram em vigor em 1791 e ficaram conhecidas como Bill of Rights (Lista de
Direitos), tendo como aspecto primordial a limitação do poder estatal e o estabelecimento de
vários direitos fundamentais.

Declaração dos Direitos Fundamentais do Homem e do Cidadão

Na França, em 26/08/1789, que se deu a consagração do reconhecimento aos direitos


fundamentais com a Declaração dos Direitos Fundamentais do Homem e do Cidadão. Essa
declaração também estabeleceu, em seu art. 16, que a adoção de garantias fundamentais era um
elemento essencial ao próprio conceito de constituição.

Isso deu aos direitos humanos fundamentais um caráter constitucional e influenciou as


constituições seguintes, que passaram a trazer sua declaração de forma expressa.

Século XIX

No decorrer do século XIX, ocorreu na Europa a efetivação dos direitos fundamentais por meio
de diplomas como:

- A Constituição Espanhola (19/03/1812);

- A Constituição Portuguesa (23/09/1822);

- A Constituição Belga (01/02/1831).

Em 1848, a França, mais uma vez, dá um passo à frente com a Declaração Francesa de 1848,
que ampliou o rol dos direitos fundamentais, servindo de base para as constituições modernas.
No Século XX, surgiram diplomas comprometidos com as causas sociais. Destacam-se a
Constituição Mexicana (1917), que garantia direitos trabalhistas e também direitos relativos à
educação; e ainda a Constituição de Weimar (1919), que previu direitos e deveres
fundamentais dos Alemães, tais como a inviolabilidade de correspondências, a liberdade de
pensamento, a igualdade entre os sexos, a liberdade de culto, alguns direitos especificamente
direcionados à juventude e ainda um sistema de seguridade social.

Na então União Soviética, surgiram a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e


Explorado (1918) e, logo depois, a Lei Fundamental Soviética, que apesar de ter sido
considerada retrógrada e ditatorial em muitos aspectos (principalmente por abolir o direito de
propriedade privada, sendo todas as terras divididas entre os trabalhadores de forma igualitária
e em usufruto, já que passaram a ser propriedade do Estado), proclamou o princípio de
igualdade, independente de raça ou nacionalidade.

Mesmo a Itália, que enfrentava um regime ditatorial (fascismo), contribuiu e trouxe um grande
avanço aos direitos humanos com a proclamação da Carta do Trabalho de 1927, que
estabelecia direitos sociais dos trabalhadores.

DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

No Brasil, desde a Constituição de 1824, outorgada por Dom Pedro I, já eram previstos diversos
direitos fundamentais do homem. Visando garantir a cidadania e a dignidade humana, a
Constituição defende princípios como: igualdade entre gêneros; erradicação da pobreza, da
marginalização e das desigualdades sociais; promoção do bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, gênero, idade ou cor; racismo como crime imprescritível; propôs direito de acesso
à saúde, à previdência, à assistência social, à educação, à cultura e ao desporto; reconhecimento
de crianças e adolescentes como pessoas em desenvolvimento;
estabelecimento da política de proteção ao idoso, ao portador de deficiência e aos diversos
agrupamentos familiares.
Nosso país conta com uma série de ferramentas para garantir que os direitos humanos sejam
estendidos a todos os nossos cidadãos. Mas infelizmente na prática ainda não atingimos este
objetivo.

ABC ANTECEDENTES HISTÓRICOS DOS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO -


Marcos e Raízes Históricas dos Direitos Humanos

O Act of Settlement (Ato de Estabelecimento), de 12 de junho de 1701, que foi criado para
garantir a sucessão protestante (no sentido religioso) do trono inglês e o poder do parlamento.

O Ato Geral Da Conferência De Bruxelas De 1890 fala sobre a repressão ao tráfico de


escravos africanos, foi uma coleção de medidas antiescravistas assinadas em Bruxelas em 2 de
julho de 1890 (e que entrou em vigor em 31 de agosto de 1891) para, como diz a própria lei,
"pôr fim ao comércio de escravos negros tanto por terra como por mar, e melhorar as condições
morais e materiais de existência das raças nativas".

Budismo e Direitos Humanos: Buda, Zoroastro e Confúcio - Coincidem nas exigências sobre
a dignidade humana: tolerância, respeito, generosidade e conduta reta dos indivíduos, sejam
governantes ou governados. Vale destacar a visão reformista de Mo-ti ou Mo-Tseu
(China,Século V a C), que transformou a teoria confuciana do altruísmo em teoria do amor
universal, em que todas classes sociais, todos os indivíduos, se confundem na igualdade, além
da preocupação com o "bem público" ou "bem-comum" também é perceptível na filosofia de
Mêncio ou Mong-Tseu(Século IV a C)

Bill of Rights: Declaração de Direitos - Em 1689, é também aprovado, na Inglaterra, o Billof


Rights, a Declaração de Direitos, uma espécie de contrato social firmado entre os súditos e os
soberanos britânicos Maria II e Guilherme II, antes de assumirem o poder. O seu princípio
fundamental é definido no Artigo 1°: "O Rei deve submeter-se à lei". Essa Declaração
reconhece o direito de petição e de votar livremente.
Cilindro de Ciro - Primeira Declaração dos Direitos Humanos, contêm uma declaração do rei
persa (antigo Irã) Ciro II depois de sua conquista da Babilônia em 539 a.C, foi descoberto em
1879 e a ONU o traduziu em 1971 a todos seus idiomas oficiais; Código de Hamurábi - Com
seus 282 artigos, detecta-se a proteção conferida às viúvas, aos órfãos e aos mais fracos. Essa
legislação vigorou por aproximadamente 15 séculos, praticamente foi a precursora do salário-
mínimo, ao estabelecer uma remuneração básica (valor/dia) para várias categorias profissionais,
Babilônia 1694ac ou 1730 a. C.; Código de Manu Manusrti - Do sânscrito "Manu Smriti", é
parte de uma coleção de livros bramânicos: o Mahabâta, o Ramayana, os Puranas e as Leis
Escritas de Manu, 200 AC-200 d.C. As leis do Código de Manu regulam a conduta em termos
sociais e religiosos, versando sobre leis criminais e civis, regulando as relações familiares,
tipificando os crimes e cominando as respectivas penas.; Civilização Egípcia- Durante o Médio
Império (Séculos XXI a XVIII a.C), legou ricos ensinamentos de prática democrática. A nobre
filosofia política desse período encontra-se fundamentalmente expresso no "Relato do
Camponês Eloqüente", que explicita uma concepção de justiça social("ma'at") e define a função
do poder público como um serviço - para proteger os fracos, punir os culpados, agir com
imparcialidade, promover a harmonia e a prosperidade de todos; Civilização Egéia - A partir
da Ilha de Creta se alastrou a vários pontos do Mar Ageu, considerada a mais antiga da
Europa(3.000 a 1.100 aC), deixou sinais de relativa igualdade social. A mulher cretense (no
apogeu do período minóico - séc.XVIII a XV Ac) desfrutou de uma liberdade inexistente nos
demais povos de então: ocupava papel de relevo na sociedade, podia dedicar-se a qualquer
ofício e, aparentemente, nenhuma atividade pública estava vedada; Cristianismo e Direitos
humanos - O Cristianismo coloca, como sua missão, anunciar a todos os seres humanos a
mensagem libertadora de Jesus: "O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou
com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres, enviou-me para proclamar a libertação
aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um
ano de graça do Senhor" (Lc. 4, 16-21); Concílio de Toledo, VI - Proclamou a proibição de se
condenar alguém sem um acusador legal, ano de 638; Código Castelhano das "Siete
Partidas"- Constava o princípio ou regra de liberdade, dizendo que os julgadores deveriam
ajudar a liberdade porquanto amiga da natureza, 1258.

CARTAS DIREITOS HUMANOS - Carta de Diogneto: “A Carta de Diogneto foi escrita


cerca do ano 120 DC. Trata-se do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à
indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de conhecer o Cristianismo, religião que se
espalhava pelas províncias do Império Romano.”; Cartas de "Franquia" - As Cartas de
"Franquia"(ou "foros", na Espanha), obtidas pelos burgueses, a partir do século XI, através das
quais se extinguiam as servidões feudais(a nível pessoal, após um ano e dia no "burgo"), bem
como especificavam-se as liberdades, garantias e privilégios das Cidades "comunas"; Carta de
Neuchatel (na atual Suíça) - Como liberdades outorgadas aos habitantes da cidade pelos
condes, disponde sobre o direitos de asilo, 1214; Carta de Mandén - Declaração Fundacional
do Império de Malí, 1222 Carta acerca da Tolerância, John Locke - A "Carta sobre a
Tolerância" é uma defesa do que hoje se costuma chamar de separação entre Estado e Igreja.
Nessa obra concisa e influente, John Locke discute os limites do poder político com o intuito
de demonstrar que o Estado jamais deve promulgar leis baseadas em preceitos religiosos; Carta
de Direitos dos Estados Unidos da América - A Carta de Direitos é formada pelas dez
primeiras Emendas à Constituição dos Estados Unidos da América, 1789; Carta do Chefe
Seattle - Este documento , dos mais belos e profundos pronunciamentos já feitos a respeito da
defesa do meio ambiente - vem sendo intensamente divulgado pela ONU (Organização das
Nações Unidas). É uma carta escrita, em 1854, pelo chefe Seatle ao presidente dos EUA,
Franklin Pierce, quando este propôs comprar grande parte das terras de sua tribo, oferecendo,
em contrapartida, a concessão de uma outra "reserva"; Carta do Atlântico - Este texto,
assinado pelo primeiro ministro britânico Winston Churchill e pelo presidente Roosevelt, em
um navio de guerra no Atlântico, complementa o Discurso das Quatro Liberdades. Os dois
líderes comprometem-se a respeitar o direito de autodeterminação dos povos e condenam a
tirania nazista, 1941; Declaração das Nações Unidas (01 de Janeiro de 1942) - Após a Carta
do Atlântico e a entrada dos Estados Unidos da América na Segunda Guerra Mundial, em
dezembro de 1941, uma série de tratados entre os aliados foi assinada. O primeiro deles, em
ordem cronológica, foi a Declaração das Nações Unidas, datada de 1° de janeiro de 1942, e
assinada em Washington por 26 países. O texto ainda se encontra sob a inspiração política
daquele momento, mas evoluiu no sentido verdadeiro da humanidade, como se constatou
posteriormente. A expressão Nações Unidas foi sugerida pelo Presidente Roosevelt, dos
Estados Unidos da América. Todavia, já veio inspirada na anterior Sociedade, ou Liga das
Nações, sugerida em 1918 pelo Presidente Wilson. O Brasil aderiu à Declaração em 8 de
fevereiro de 1943; Carta das Nações Unidas - Organização das nações Unidas, 1945 depois
da Declaração de 1789, o momento mais importante nesta trajetória histórica dos documentos
sobre os direitos humanos é o pós-Segunda Guerra Mundial. A Europa já vivera a experiência
sangrenta da Primeira Grande Guerra e compartilhara com o mundo os horrores da Segunda;
Carta da Organização dos Estados Americanos OEA - Reformada pelo Protocolo de Buenos
Aires em 1967, pelo Protocolo de Cartagena das Índias em 1985, pelo Protocolo de Washington
em 1992, e pelo Protocolo de Manágua em 1993; Carta Social Européia - A Carta Social
Européia revista é um tratado internacional completo em si, que reúne num único instrumento
o conjunto de direitos garantidos na Carta inicial e no Protocolo Adicional de 1997, bem como
as alterações agora introduzidas a esse conjunto de direitos e os novos direitos aditados, 1961;
Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos(Carta de Banjul, 1986) - Sua
particularidade consiste em considerar, como premissa para a normatização dos direitos
humanos, as tradições culturais, como por exemplo, o valor essencial da família.; Carta Árabe
dos Direitos Humanos(1994) - O texto da Carta Árabe dos Direitos Humanos é composto por
um preâmbulo e 53 artigos, onde em suas principais tutelas, reconhece os direitos individuais e
as liberdades civis, proclamando uma série de direitos dos povos, tais como, a
autodeterminação, a obtenção e manutenção de suas riquezas e recursos naturais, o
estabelecimento de seu estatuto político e do direito de assegurar o seu desenvolvimento
econômico, social e cultural, entretanto, no artigo 25 da Declaração do Cairo dos Direitos
Humanos, documento emitido para orientação geral dos Estados membros da Liga dos Estados
Árabes, a Sharia islâmica é considerada a única fonte de referência para a explicação ou
esclarecimento; Carta da Terra(Código Ético Planetário, 2000) - Carta da Terra é uma
declaração de princípios fundamentais para a construção de uma sociedade global no século
XXI, que seja justa, sustentável e pacífica; Carta Democrática Interamericana(2001) - A
Carta Democrática Interamericana constitui um documento fundamental que serve de base para
promover e projetar a democracia no hemisfério americano, convertendo-se em um instrumento
que permite acionar um plano coletivo que responda de forma preventiva às ameaças ao sistema
democrático

DECLARAÇÕES DIREITOS HUMANOS - ABC DAS DECLARAÇÕES

Declaração de Direitos de Virgínia, Virgínia Bill of Rights - A Declaração dos Direitos de


Virgínia, Virgínia BUI of Rights, de 12 de junho de 1776, logo depois do começo da guerra de
independência norte-americana, é considerada a primeira declaração moderna sobre os direitos
humanos. Esse, que influiu na Declaração francesa de 1789, declara "direitos que devem
pertencer-nos, a nós e à nossa posteridade e que devem ser vistos como fundamento e a base do
governo, feita pelos representantes do bom povo de Virgínia, reunidos em plena e livre
convenção"; Declaração da Independência dos Estados Unidos da América - 4 de julho de
1776; Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão - De 26 de agosto de 1789, é um dos
resultados e um dos símbolos da Revolução Francesa. Continua a ser a referência principal de
todos os textos de direitos humanos. Apresenta alguns princípios fundamentais para a
organização da sociedade política: a soberania nacional; o sistema de governo representativo;
o primado da lei como expressão da vontade geral; a separação entre os poderes constituídos;
o direito à resistência contra a opressão; a presunção de inocência e a responsabilidade dos
cidadãos; Declaração dos Direitos da Mulher - Olympe de Gouges, 1790 Ela é pioneira na
luta pela emancipação da mulher e pela igualdade de direitos. "As mães, as filhas, as irmãs -
diz o projeto -, representantes da Nação, exigem ser constituídas em assembleia nacional.
Considerando que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos da mulher, são as
únicas causas das infelicidades públicas e da corrupção dos governos, elas resolveram expor,
numa declaração solene, os direitos naturais, inalienáveis e sagrados da mulher, a fim de que
esta declaração, constantemente presente a todos os membros do corpo social, lembre-lhes
sempre seus direitos e deveres..."; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão(França,
1793); Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado - A Declaração Soviética
dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 16 de janeiro de 1918, um ano após a
Revolução socialista, é redigida por Lênin e enfatiza os direitos sociais, situando, como seu
principal objetivo, o de acabar com a exploração do ser humano e de sua força de trabalho.
Considera a liberdade, não como um direito natural, mas como um valor a ser conquistado;
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas,
1948) - A sua base referencial é a Declaração de 1789 (Revolução Francesa), com o acréscimo
de uma nova geração de direitos econômicos, sociais e culturais; Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem(OEA Organização dos Estados Americanos, 1948; Declaração
no Julgamento de Rivônia Nelson Mandela, 1964 - A Fazenda Lilliesleaf, no bairro de
Rivonia, ao sul de Johanesburgo (África do Sul), era um local usado pelo Congresso Nacional
Africano (CNA) para lançar sua luta armada contra o regime do apartheid. Integrantes do CNA
foram presos no local em 1963 e enfrentaram o que ficou conhecido como "o Julgamento de
Rivonia"; Declaração Islâmica Universal dos Direitos Humanos- Parte da afirmação
incontestável de que há quatorze séculos, o Islã concedeu à humanidade um código ideal de
direitos humanos através do Corão (o que de fato deve ser examinado pela cultura ocidental).
Assim, baseia-se no Corão e na Sunnah (o exemplo e o modo de vida do Profeta Muhammad,
compreendendo tudo o que ele disse ou concordou)., 1981; Declaração das Nações Unidas
sobre o Direito à Paz 1984; Declaração das Nações Unidas sobre o Direito ao
Desenvolvimento ONU, 1986; Declaração de Quito - Essa Declaração resulta do Encontro
Latino-Americano para a Promoção dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (DESC),
realizado em Quito, Equador, em julho de 1988; Declaração do Cairo sobre Direitos
Humanos no Islã - Os direitos e as liberdades fundamentais são parte da religião islâmica. No
seu artigo 16, define que o autor tem o direito à proteção de seus interesses morais e materiais,
desde que não sejam contrários aos princípios do Shari'ah (Lei Islâmica). No 22, estabelece o
direito expressar livremente a opinião desde que não seja contrário aos princípios do Shari'ah.
No 24, diz que todos os direitos e liberdades estipulados nesta declaração estão sujeitos a lei
islâmica. E, no artigo 25, que a lei islâmica é a única fonte da referência para a explanação ou
o esclarecimento de alguns dos artigos desta declaração, 1990; Declaração do Rio sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento 1992; Declaração de Túnez1992; Declaração de Viena

ONU Conferência de Viena, 1993; Declaração de Bangkok 1993; Declaração da IV


Conferência Mundial sobre as Mulheres1995; Declaração de Princípios Sobre a
Tolerância ONU, 1995; Declaração de Pequim; ONU; Declaração da IV Conferência
Mundial sobre as Mulheres 1995; Declaração de Bolonha,1999; Declaração de Princípios
sobre a Liberdade de Expressão OEA, 2000; Declarações de Interesse do Direito Médico.

O que pode ser percebido ao analisar, mesmo que de maneira breve, toda a história dos Direitos
Humanos, é que seus pilares de construção e sustentação sempre foram baseados na liberdade
e no princípio de que o sujeito em destaque é o ser humano, em seu maior valor individual de
existência. Conforme observado, durante muito tempo a humanidade viveu sob um regime de
centralização quase total de poder, em que os direitos civis e políticos eram praticamente nulos.

Os indivíduos não eram tratados como iguais, pois não tinham o reconhecimento de igualdade,
eram diferenciados e discriminados pelos mais diversos aspectos, fossem eles sociais,
econômicos, de gênero, religiosos, entre outros.

A conquista da igualdade custou para acontecer e hoje, pelo menos no papel, ela existe. Isto é,
os Direitos Humanos não nascem integrados a uma ideia de universalidade, essa ideia foi se
desenvolvendo de modo gradual na história e, agora que alcançamos essa vitória, temos a
responsabilidade de defender esses direitos. Só assim conseguiremos fazer com que as suas
garantias sejam efetivamente estabelecidas na vida de todos.
REFERÊNCIAS

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2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Rfs9DcRV_yQ>. Acesso em 25 de
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Equidade. Politize - Equidade - Sistemas Internacionais de Proteção aos Direitos
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Disponível em: <https://www.politize.com.br/onu-organizacao-das-nacoes-unidas/>. Acesso
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<https://stringfixer.com/pt/Brussels_Convention_of_1890>. Acesso em: 26 de nov de 2021.

BORGES, Danilo. Direitos Humanos, Direitos Humanos 1 – Origens. JurisWay. 2011.


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OLIVEIRA, S.F.A. A Tutela Dos Direitos Fundamentais Dos Povos Islâmicos No Sistema
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MONGE, V. A Carta Democrática Interamericana: Uma garantia ou uma contribuição à


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