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A Evolução dos Direitos Humanos
Revisão Textual:
Caique Oliveira dos Santos
A Evolução dos Direitos Humanos
• Introdução;
• Direitos Humanos na Antiguidade;
• Direitos Humanos na Idade Média;
• Direitos Humanos na Modernidade.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Conhecer os movimentos que marcaram a evolução dos direitos humanos;
• Desenvolver a capacidade reflexiva;
• Compreender os momentos sociais e culturais que refletem na visão contemporânea de
direitos humanos.
UNIDADE A Evolução dos Direitos Humanos
Introdução
Os direitos humanos originam-se de uma longa evolução e participam de momentos
históricos delimitados de forma precisa, sendo fruto das necessidades humanas e, dessa
forma, ampliando-se ou limitando-se conforme as circunstâncias.
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O Código de Hamurabi é considerado uma das primeiras manifestações de leis es-
critas, sendo um dos exemplares de compilação de leis mais bem conservado. Historia-
dores estimam que o conjunto de leis foi elaborado por volta de 1700 a.C. sob ordem
de Hamurabi, rei da Babilônia, que tinha como objetivo a unificação da cultura e das
normas jurídicas em todo o reino.
Em seu texto, dividido em 281 artigos, uma vez que o 13º foi ignorado por supers-
tição, são abordados temas do dia a dia, tratando de assuntos de ordem penal, civil e
administrativa. São observadas normas de proteção às viúvas, aos órfãos e aos mais
fracos, por exemplo, determina-se a obrigação do homem de sustentar os seus filhos,
ainda que se separe de sua mulher, mãe daqueles.
Além disso, estão documentados outros códigos de leis, como o Código de Ur-Nammu,
rei de Ur, de aproximadamente 2050 a.C., o Código de Eshnunna, de aproximadamente
1930 a.C., e o Código de Lipit-Ishtar, de aproximadamente 1870 a.C.
O Direito Hebreu, marcado pela influência religiosa do judaísmo, que definiu um con-
junto de determinações de comportamento social e valores morais, é também referência
relevante de prescrição de direitos na Antiguidade.
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UNIDADE A Evolução dos Direitos Humanos
Na Grécia antiga, do século VIII a.C. até a queda do Império Romano, no século V,
a vida humana foi investigada, assim como suas faculdades.
Figura 3 – Ágora
Fonte: Getty Images
A chamada democracia grega não deve ser entendida como a hipótese democrática
de participação universal prevista hoje, uma vez que a ideia grega alcançava o cidadão,
e não o ser humano, sendo excluídos do exercício do direito político os estrangeiros, as
mulheres e os escravos. Entretanto, é inegável sua contribuição para o desenvolvimento
e fortalecimento dos direitos humanos, visto que a primazia da lei, o reconhecimento da
razão e a participação política foram fonte da concepção de direito natural e da noção
de direitos humanos.
O Império Romano destacou-se por organizar leis para regulação da sociedade, deter-
minando regras de direito e participação política que, gradativamente, foram alcançando
o povo, não se restringindo tão somente aos patrícios. Necessário salientar que o reconheci-
mento de direitos ao povo, os plebeus, foi resultado de atritos entre os patrícios, que forma-
vam as oligarquias, e a plebe. A organização de leis romanas influenciou a ideia de cidadania
atualmente aplicada.
Por sua vez, o Cristianismo, ainda no Império Romano, é o responsável por apresentar
ao mundo os valores da solidariedade, da paz, da justiça, da esperança e do desapego
material, contribuindo grandemente com a ética e a moral desejada no mundo atual,
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especialmente ao defender a igualdade entre homens, mulheres, escravos, famílias e
raças. “Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos vós
sois um em Cristo Jesus” (BÍBLIA SAGRADA, Gálatas, 3:28).
Figura 4 – A Inquisição
Fonte: Wikimedia Commons
Você Sabia?
A Inquisição surgiu como um tribunal interno, compreendido como uma instituição
da Igreja Católica Romana, competente para apurar e conter comportamentos des-
viantes como heresia, bruxaria e blasfêmia, utilizando a ameaça, a tortura e a violência
como instrumentos.
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Outros pactos ingleses foram editados após a Magna Carta de 1215, contribuindo
para o desenvolvimento do reconhecimento dos direitos humanos. São exemplos:
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• Petition of Rights (1628): nesse documento constitucional inglês, destacam-se a
proibição da prisão arbitrária, o direito ao devido processo legal e a proclamação
da soberania do Parlamento para tratar de questões tributárias;
• Habeas Corpus Amendment Act (1679): é uma norma garantidora da liberdade
de locomoção, criando uma ação própria para garantir a liberdade de ir e vir. Trata-se
de uma norma que, devidamente atualizada, ainda é aplicada na Inglaterra como
medida de proteção da liberdade de locomoção e serviu como base para a edição
de outras garantias legais ao exercício de direitos fundamentais;
• Bill of Rights (1689): instituiu a separação dos poderes entre o Rei e o Parlamento,
a eleição livre para a composição do Parlamento e a inviolabilidade dos discursos
parlamentares, a proibição de imposição de impostos abusivos, penas cruéis ou não
previstas e fianças exageradas;
• Act of Settlement (1701): determinou a necessidade de aprovação prévia pelo
Parlamento diante de declaração de guerra pelo governante.
Independência Norte-Americana
O documento que criou os Estados Unidos da América é a Declaração de Indepen-
dência, assinada em 4 de julho de 1776, separando, definitivamente, da Inglaterra as
antigas colônias inglesas localizadas na América do Norte.
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Revolução Francesa
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, resultado de um
grande movimento social e político, é o documento francês de grande relevância para o
desenvolvimento da proteção aos direitos humanos.
A França, na segunda metade do século XVIII, passava por uma terrível crise econô-
mica ensejando o descontentamento popular e a insegurança política e social. A instabi-
lidade crescente provocou não apenas o conflito entre as classes sociais, mas também a
revolução, que acabou abolindo tanto a servidão quanto os direitos feudais e proclamou
os princípios universais de liberdade, igualdade e fraternidade.
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Após a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, foi aprovada a Consti-
tuição Francesa de 1791, que acabou por limitar a participação popular e foi marcada
pela defesa dos interesses burgueses. A instabilidade política e social que se seguiu após
a proclamação da Constituição de 1791 forçou a burguesia a ceder às classes popula-
res e, assim, foi proclamada uma nova Constituição Francesa, em 1793, com grande
destaque social, manifestado na democratização do poder e na defesa da igualdade,
da propriedade, da liberdade, da presunção de inocência, da ampla defesa e do devido
processo legal, dos direitos políticos, da proporcionalidade entre os delitos e as penas e
da liberdade de profissão.
O século XIX foi marcado pela reivindicação de uma atuação estatal para promoção
do desenvolvimento econômico e social, diante de uma crescente crise social, com con-
dições indignas ao trabalho e à sobrevivência.
Nessa época, aparece o termo socialismo, que identifica o movimento das classes
trabalhadores buscando o controle dos recursos econômicos e a limitação do direito de
propriedade, com o objetivo de acabar com a desigualdade social.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Filmes
A Duquesa
A história retrata a vida de uma duquesa da corte inglesa que, muito embora inteligente
e perspicaz, sofre com a ausência de um filho homem e a cobrança da sociedade.
https://youtu.be/hTGcTgRSsho
Danton
Narra o enfrentamento de Danton, um dos líderes da Revolução Francesa, que,
confiando no apoio popular, se coloca contra o governo com o objetivo de pôr fim
a uma onda de terror na França, após a Revolução.
https://youtu.be/latRWLI2d-w
O Príncipe do Egito
Aborda uma das narrativas bíblicas mais importantes do Velho Testamento, quando
os hebreus viviam no Antigo Egito, e o Rei, temendo o constante nascimento de
crianças hebreias, pois, no futuro, poderiam se tornar uma força ameaçadora ao
seu poder, ordena que todos os bebês de sexo masculino sejam afogados.
https://youtu.be/WNcL1VgPZAI
O sol é para todos
Um jovem negro é acusado de estuprar uma jovem branca e um advogado íntegro
aceita defendê-lo com determinação na absolvição, apesar de a maioria dos moradores
locais ser contra sua posição.
https://youtu.be/KR7loA_oziY
Os Dez Mandamentos
Retrata a história de Moisés, personagem bíblico que, recém-nascido, foi colocado
nas águas em um cesto e acabou sendo adotado por uma princesa egípcia. Ao des-
cobrir sua real condição de hebreu, decide liderar seu povo que, escravizado pelos
egípcios, anseia pela liberdade.
https://youtu.be/7XmFHzHuup4
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Referências
A BÍBLIA SAGRADA, tradução em português por João Ferreira de Almeida.
22. ed. rev. e corrigida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1996.
CASTILHO, R. Direitos humanos. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. (e-book)
COMPARATO, F. K. A afirmação histórica dos direitos humanos. 12. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2019. (e-book)
GUERRA, S. Direitos humanos: curso elementar. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
(e-book)
LEITE, C. H. B. Manual de direitos humanos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2014. (e-book)
MALHEIRO, E. Curso de direitos humanos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2016. (e-book)
PIOVESAN, F. Temas de direitos humanos. 11. ed. São Paulo: Saraiva Educação,
2018. (e-book)
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