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UNEB

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCH I
BACHARELADO EM DIREITO

Nome: Ana Maria Nogueira de Freitas


Turma: 1º Semestre Noturno
Disciplina: Teoria Geral do Estado;
Professor: Cloves dos Santos Araújo

Referência bibliográfica: CAPELLA, Juan Ramón. Fruto proibido. Ed. Livraria do


advogado, 2002.
Capitulo II – Fruto proibido
Nome: materiais jurídico-políticos pré-modernos

 herança da cultura jurídica romana e da concepção jurídico-politica iluminista na nossa


tradição são proeminentes.
 Influência do elemento democrático ateniense:
Democracia e lei remontam a concepções desenvolvidas em Atenas, o processo de
democratização ateniense é considerado o mais avançado da antiguidade.
a democratização ateniense durou um século, e Obs. Apesar do código de Hamurabi
iniciou com oligarquias de poucas famílias ser o documento jurídico mais antigo
aristocráticas (descendentes de guerreiros conhecido, não desempenhou papel
aqueus), porém, passo a passo, uma unificação relevante em nossa cultura como a
ideológica, desencadeou notável igualdade cultura jurídica dos romanos por
política entre os quais eram considerados exemplo.
cidadãos, algo intrinsecamente relacionado a
importância da educação politica de um cidadão
ateniense para a vida em sociedade.

 A escrita e o teatro constituem uma forma de discurso público ateniense.


Os 3 passos da democratização ateniense:

 Sólon: a legislação de Sólon divide quatro classes de cidadãos segundo sua renda, seus
direitos dependiam diretamente dela e deveres inversamente.
 Clístenes: suas reformas instituíram um pacto interclassista, reorganizou a sociedade
com base em critérios territoriais
 A assembleia dos cidadãos (responsável pelo ostracismo), ganhou poder
Na época de Péricles a assembleia dos cidadãos já eram órgão básico para a manutenção da
ordem na cidade estado, algo de grande relevância para o estado democrático.
As formas politicas tenienses divergiam das nossas pois por exemplo, não permitiam a
profissionalização da política, pois esta era vista como dever de cada cidadão.
 Duvida a cerca da lei:
Os cidadãos de Atenas discutiam a entre si a noção da lei, dialogo na tomada de decisões,
leis não escritas eram obra imutável dos deuses.

 A politica ateniense desencadeava um projeto unificador e expansivo, esse modelo


unificador seria adotado mais para frente e absorvido pelos romanos.
OBS. Importante fazer uma observação sobre os escravos, oriundos de guerra, e as mulheres
socialmente e legalmente degradas, esses dois grupos estavam completamente excluídos do
processo democrático ateniense.
Os hititas levantavam monumentos com os crânios dos inimigos

 Roma principia sua história como uma cidade-estado, similarmente a Atenas, mas logo
fica evidente sua hegemonia no mundo antigo com a expansão de seu estado imperial,
na expansão desse estado também se expande a complexidade jurídica romana, de
raízes diversas.
 Para o ser possuir a plenitude de direitos em Roma devia atender a 3 quesitos:
Ser livre, ser cidadão romano e não ser tutelado por outra pessoa -sui iuris- condição que
excluía imediatamente as mulheres. Poucas pessoas satisfaziam tal quesito.

 Características do direito romano:


“plural, parcialmente não estatal, formalista e tecnificado”
O procedimento judicial romano se resume a algo muito simples, uma solicitação ao magistrado
ou determinada autoridade, obtendo a resposta de sim ou não.
Juristas atuais -> relação entre uma pessoa e uma coisa
Juristas romanos -> relações humanas
As instituições romanas tiveram de se adaptar ao modelo imperial, responsável pela decadência
de instituições politicas civis.
Politica de pão e circo como método de apaziguar a resistência dos povos conquistados uma vez
que Roma passou grande parte da sua história em constante expansão e conter povos tão
heterogêneos em seu interior exigiu um esforço que não era apenas militar.

Cristianismo:
O cristianismo, vem de origem judaica, um povo que com o tempo adquiriu forte aspecto
legalista, mas diferentemente de romanos que justificavam suas relações por questões práticas,
econômicas, racionais, os judeus tinham muito de sua identidade cultural.
Jesus de Nazaré não segue mais a tradição das escrituras sagradas, proclama um final do tempo
de espera judaica, iniciando o tempo de obrar, de forma a propor uma ruptura, uma
transformação.
A doutrina cristã se espalhou rapidamente dentro do império romano, principalmente entre
grupos inicialmente negligenciados, mulheres e escravos, devido a sua doutrina de igualdade
por exemplo, propunha algo extremamente atraente a esses grupos, e inicialmente é visualizado
como uma praga para a cultura jurídica romana institucionalizada mas em vista de sua força os
romanos não tiveram outra escolha senão assimila-la.
Grande contribuição cristã para o mundo jurídico romano está no transporte de elementos
judaicos e tabus religiosos como a moral sexual e o direito de família, que inicialmente surge de
uma moral religiosa mas, se desenvolve em uma moral jurídica que deixa vestígios até os
tempos hodiernos, um grande exemplo disso é a polêmica questão da legalização do aborto, que
frequentemente mantem relações com a tradição da forte moral cristã e católica brasileira.

 O feudalismo como catástrofe civilizatória


A ascensão do feudalismo significou o fim de uma vida política e bases políticas
desenvolvidas durante séculos no mundo antigo. Naufrágio civilizatório.
A teologia cristã torna-se o principal material para legitimar a configuração social do
mundo feudal, porém, isso não significa que o período medieval não apresentou
contribuições, por exemplo, sua principal contribuição está centrada no conceito teológico
de lei natural.
A transição da idade media para a moderna através do renascimento, foi um período de forte
batalha ideológica, mas também de resgate da razão e de bases jurídicas clássicas que
orientariam as bases politicas do pensamento que se desenvolveria futuramente com o
iluminismo por exemplo, que buscou bases clássicas, inclusive a influência do pensamento
clássico no iluminismo, que também influenciou a nossa cultura jurídica, foi tamanha que
após a revolução francesa, momento de ascensão do iluminismo, até mesmo a moda e os
estilos arquitetônicos buscaram bases clássicas.

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