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DO DIREITO
Marjorie de
Almeida Araujo
Revisão técnica:
Introdução
Ao longo da história, as nações tiveram diferentes formas de organiza-
ção estatal e governamental, evoluindo, na maioria dos locais, para a
democracia, que parece ser o modelo de governo mais desejado pela
população. Toda essa evolução política levou à criação de normas jurí-
dicas, sendo necessário olhar para trás a fim de encontrar as fontes de
onde emana o Direito.
Neste capítulo, você vai ler a respeito das formas estatais pré-moder-
nas e das fontes do Direito, bem como diferenciar democracia clássica
de moderna.
não existia uma divisão bem definida entre política, família e religião. O líder
religioso era o governante que estava sob o poder divino e ditava as regras
segundo as normas religiosas.
Existe diferença entre Estado e estado! Perceba que um inicia com letra maiúscula
e, o outro, com minúscula. Isso porque estado é um ente federativo e não possui os
atributos do Estado soberano.
Para que fique mais claro: no Brasil, temos os estados (Rio de Janeiro, Acre, Bahia, entre
outros), que fazem parte de um Estado (país), tendo este sim soberania e autonomia,
detendo o poder maior sobre os estados.
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No topo, a Igreja, que representava o poder maior e garantia a eficácia dessa divisão.
Grandes proprietários de terras, reconhecidos e intitulados pela Igreja como nobres,
também eram considerados guerreiros, pois garantiam a proteção do clero. Os trabalha-
dores garantiam o sustento das classes superiores, estando submissos às demais classes.
Democracia
A democracia é uma forma de governo que sofreu modificações quanto à sua
concepção ao longo dos tempos, como poderemos observar na fundamentação
adiante exposta.
Democracia clássica
A democracia nasceu na Grécia antiga no século V, quando as cidades-Estados,
tendo como precursora Atenas, instituíram uma forma de governo por meio da
qual os cidadãos poderiam eleger os seus governantes, sendo excluídos dessa
decisão as mulheres, os estrangeiros e os escravos. Eram consideradas sociedades
democráticas pelo fato de permitirem a participação da população na tomada
de decisões; porém, uma parte bem restrita do povo podia exercer esse direito.
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Democracia moderna
Somente no século XVII passaram a existir as primeiras expressões filosóficas
e estudos sobre o tema, pois antes ela se dava de forma bem natural e menos
organizada.
Na democracia moderna, a concepção é de que toda a população pode
participar das decisões, não devendo ser excluída qualquer pessoa desse pro-
cesso, seja por sua raça, cor, credo, sexo ou preferências políticas e filosóficas.
A palavra democracia é derivada do grego demokratía, sendo a junção de
dois vocábulos: demos (povo) e kratós (poder). Assim, a ideia é de que, nessa
forma de governo, o poder de decisão está nas mãos do povo. Na concepção
atual, na localidade onde impera a democracia, todos os cidadãos são iguais,
livres e cooperam pelo bem comum.
A democracia pode ser direta ou indireta. Ela é direta quando as decisões
são tomadas diretamente pelo povo; já na indireta ou representativa, o povo
estabelece os seus representantes para que tomem as decisões de acordo com
os interesses da coletividade, como é o caso do Brasil, conforme se encontra
disposto no preâmbulo da Constituição da República Federativa redigida em 1988.
Quando a Carta Magna brasileira versa sobre direitos, deveres, princípios e garantias
fundamentais, é possível perceber, pela profundidade do texto, as características que
definem uma real democracia e como ela deve ser.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional
Constituinte para instituir um Estado democrático, destinado a assegurar
o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supre-
mos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na
harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a
solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a
seguinte Constituição da República Federativa do Brasil. [...] Art. 5º Todos
são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (BRASIL, 1988).
https://goo.gl/zaRrL
Fontes do Direito
Não existe a possibilidade de se falar sobre a evolução das formas estatais sem
falar da história do Direito, uma vez que o Direito nasce e evolui de acordo
com o contexto histórico da sociedade.
Falar sobre as fontes do Direito é abordar a origem do Direito, ou seja,
de onde e como as normas jurídicas surgem em uma sociedade. Conhecer a
fonte possibilita uma melhor e correta interpretação e adequação do Direito.
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Há alguns anos, o sistema de telefonia fixa no Brasil era medido por pulsos, mas, por
se tratar de um sistema falho, os pulsos eram consumidos até mesmo se o telefone
estivesse fora da sua base. Por isso, na época, muitos cidadãos e advogados ganha-
ram um dinheiro considerável com as ações indenizatórias por pulsos excedentes. A
empresa não tinha como comprovar a utilização dos pulsos, mas cobrava um valor
por excederem o limite do pacote contratado.
Depois de um curto período, os juízes deixaram de oferecer indenização por danos
morais nesses processos, entendendo que muitos se aproveitavam dessa oportunidade
não para resolver o problema, mas simplesmente para lucrar. Com isso, qualquer um
que ingressasse com uma ação para tratar do mesmo problema tinha a cobrança
indevida suspensa, mas não recebia mais indenização por danos morais.
cial, as suas produções, lutando, por meio da função que exercem na sociedade,
para conseguirem o apoio para suas afirmações. Por isso, as suas explicações
são muito utilizadas para fundamentar processos administrativos e judiciais,
tendo um poder de persuasão bem grande ao propósito ao qual se destina.
A doutrina interpreta o Direito, existindo uma variação na forma de inter-
pretação de cada autor, valendo-se das brechas no texto da lei para chegar ao
seu objetivo. De acordo com a corrente majoritária, ela não produz o Direito,
mas ajuda a interpretá-lo e esclarecê-lo, tornando-se rapidamente ultrapassado
com a rapidez pela qual as leis são modificadas. Por esse motivo, o doutrinador
Miguel Reale discorda que essa seja uma fonte do Direito.
Leituras recomendadas
CERQUEIRA, D. T.; CARLINI, A. (Org.). 180 anos de ensino jurídico no Brasil. Campinas:
Milennium, 2008.
LINS, R. D. Fontes do Direito: conceitos jurídicos. 2010. Disponível em: <http://www.
webartigos.com/artigos/fontes-do-direito-conceitos-juridicos/31003/>. Acesso em:
27 set. 2017.
LOPES, A. L. Noções de teoria geral do Estado: roteiro de estudos. 2010. Disponível em:
<http://domtotal.com/direito/uploads/pdf/1627aa4f30ef0e7c1b149fccd97700c2.
pdf>. Acesso em: 27 set. 2017.
PINTO, L. de T. et al. Vade Mecum. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
PIRES, N. R. Feudalismo. [2000?]. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/historia/
feudalismo>. Acesso em: 27 set. 2017.
REALE, M. Lições preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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