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AO JUÍZO DA __ VF DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PORTO ALEGRE – RS.

EMENTA: OFENSA AO EDITAL.


GRAVE ERRO MATERIAL EM
ENUNCIADO. INDUÇÃO DO
EXAMINANDO A ERRO. NULIDADE.
NÃO ATRIBUIÇÃO DE PONTUAÇÃO A
ACERTOS. POSSIBILIDADE DE
INTERFERÊNCIA DO PODER
JUDICIÁRIO. INAPLICABILIDADE DO
RE 632853/CE.

OBJETO: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA


ANTECIPADA DE EVIDÊNCIA / URGÊNCIA

IDENTIFICAÇÃO DA PARTE AUTORA


AUTORA VERA TEREZINHA CARVALHO DA SILVA
NACIONALIDADE BRASILEIRA
ESTADO CIVIL UNIÃO ESTÁVEL
PROFISSÃO APOSENTADA
DOMICÍLIO AV. JOÃO PESSOA, 1025/AP. 601
BAIRRO CIDADE BAIXA
CIDADE PORTO ALEGRE - RS
RG 1039970361
CPF/MF 427.285.920-04

IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES RÉS

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV –, inscrita sob o CNPJ 33.641.663/0001-44,


sediada à Praia de Botafogo, 190 - Botafogo, Rio de Janeiro/RJ. CEP: 22250-900. Tel: (21)
3799-5938, com e-mail: civan@fgv.br.com, CONSELHO FEDERAL DA OAB, com
endereço em SAUS Quadra 5 Bloco M, Lote 1, Asa Sul, Brasília – Distrito Federal, CEP
70070-939, CONSELHO SECCIONAL DA OAB DO ESTADO DO RIO GRANDE DO
SUL, Rua Washington Luiz, 1110 - Centro Histórico, Porto Alegre/RS, 90010-460, em razão
dos motivos fáticos e jurídicos que passa a expor:
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I - PRELIMINARES

Inicialmente cabe destacar que não se está buscando que o judiciário intervenha
na avaliação de critérios de correção de prova, tampouco ingerência no "arbítrio" ou
discricionariedade da banca examinadora, mas tão somente o resguardo do direito líquido e
certo da parte autora à observância do princípio da vinculação das normas do Edital, cujo
desrespeito flagrante culminaram na sua injusta reprovação.

I.a - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A Constituição da República, em seu art. 5º, inciso LXXIV, garante aos cidadãos a
prestação de assistência jurídica integral àqueles que comprovarem a insuficiência de recursos.
Conformando a referida garantia, bem como, pela Lei 13.105/2015, artigo 98 e seguintes, que
estabelece normas para a concessão da assistência judiciária aos legalmente necessitados,
recepcionadas por todas as Constituições que lhe sucederam, traz como requisito para concessão
do direito à gratuidade judiciária (art. 4º, § 1º) a mera afirmação, na própria petição inicial, de
que a parte não está em condições para pagar as custas do processo e os honorários
advocatícios.

Cumpre lembrar ainda, que a gratuidade da justiça também encontra amparo no


TEMA 25 (IRDR 5036075-37.2019.4.04.0000/PR), julgado em 30.09.2021 pela Corte Especial
do TRF4, que fixou a seguinte tese:

A gratuidade da justiça deve ser concedida aos requerentes pessoas físicas


cujos rendimentos mensais não ultrapassem o valor do maior benefício do
Regime Geral de Previdência Social, sendo prescindível, nessa hipótese,
qualquer comprovação adicional de insuficiência de recursos para bancar as
despesas do processo, salvo se aos autos aportarem elementos que
coloquem em dúvida a alegação de necessidade em face, por exemplo, de
nível de vida aparentemente superior, patrimônio elevado ou condição
familiar facilitada pela concorrência de rendas de terceiros. Acima desse
patamar de rendimentos, a insuficiência não se presume, a concessão deve
ser excepcional e dependerá, necessariamente, de prova, justificando-se
apenas em face de circunstâncias muito pontuais relacionadas a especiais
impedimentos financeiros permanentes do requerente, que não indiquem
incapacidade eletiva para as despesas processuais, devendo o magistrado
dar preferência, ainda assim, ao parcelamento ou à concessão parcial
apenas para determinado ato ou mediante redução percentual. (CORTE
ESPECIAL) IRDR Nº 5036075-37.2019.4.04.0000, Corte Especial,
Desembargador Federal LEANDRO PAULSEN). (Grifei)

Com efeito, o referido IRDR escolta a veracidade da presunção de


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hipossuficiência até o limite do teto da previdência social, atualmente no patamar de


R$7.507,49.
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Por tais razões, faz jus a parte autora à concessão do beneplácito da gratuidade da
justiça na presente demanda, visto que sua renda mensal líquida, oriunda da aposentadoria do
RGPS equivale a R$3.007,25 (cópia do contracheque em anexo) e consoante alhures apontado,
está então, em consonância com o que determina a Constituição Federal e com o TEMA 25 do
E. TRF4.

I.b - DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO CONFORME ART. 319, VII CPC

A parte autora opta pela audiência de conciliação, caso as Rés tenham interesse em
celebrar acordo para encerrar o litígio.

I.c - DO INTERESSE PROCESSUAL E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A presente ação visa proteger o direito da parte autora em razão da violação


perpetrada pelas partes rés. Os atos da Banca Examinadora da FGV e do Conselho Seccional da
OAB, ao reprovarem a parte autora na 2ª Fase do XXXV Exame de Ordem Unificado/2022,
violaram seu direito protegido por princípios essenciais do Direito Administrativo e
Constitucional, diante da supressão ilegal de pontuação, erro material e caso de atribuição
de pontuação ilegalmente suprimida dos item 7 e 8 da peça pratico-profissional e da
questão 4, letra a, da prova pratico-profissional de direito do trabalho, valorada em 1,65
pontos e, que seja alterada sua nota final no espelho definitivo para 7, 25, conforme resultado
de recursos interpostos e indeferidos em anexo.

Interpostos os recursos administrativos previstos, nos prazos editalícios, conforme


comprovantes em anexo, contudo, a Banca Examinadora não acolheu nenhum deles. Destaca-se
que as respostas dos recursos não mais se encontram disponíveis no portal da FGV
(Fundação Getúlio Vargas).

Cabe salientar que a parte autora entrou em contato com a Banca


Examinadora, requerendo o acesso às conclusões dos recursos apresentados, no entanto, a
FGV informou, que não existe mais possibilidades de acesso a estes resultados (todas
cópias de e-mail, em anexo).

No caso concreto, há impossibilidade da parte autora de apresentar o resultado da


correção da sua prova da segunda fase do Exame de Ordem da OAB – provas essenciais a
confirmar suas alegações -, sendo mais fácil que às partes apresentar a prova e o espelho de
correção, visto que estão em poder e guarda das partes rés e sem permissão de acesso à parte
autora, consoante o supra narrado.

Neste contexto, requer desde já que seja determinada a inversão do ônus da


prova, Art. 373, § 1º do CPC), para que as partes rés tragam aos autos o espelho de correção
com a devida pontuação das respostas da parte autora aos itens 7 e 8 e da questão 4, letra
“A” da prova prático-profissional (DIREITO DO TRABALHO), bem como a resposta da
Banca Examinadora aos recursos administrativos interpostos pela parte Autora na 2ª fase
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do XXXV Exame de Ordem Unificado.


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Ademais, os atos impugnados não encontram respaldo recursal em nenhuma outra
instância administrativa, principalmente em consonância com o item 5.13, do Edital, in verbis:

5.13. Em nenhuma hipótese serão aceitos pedidos de


revisão/reconsideração de decisão de recursos, seja em face do resultado
da prova objetiva ou da prova prático-profissional, a teor do §2º do art. 9º
do Provimento 144, de 13 de junho de 2011, e suas alterações posteriores
constantes do Provimento 156, de 1º de novembro de 2013, do Conselho
Federal da OAB. (Grifei)

Dessa forma, não resta outra alternativa senão o ajuizamento da presente ação.

I.d - DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL

O STF já enfrentou a discussão do tema, formando entendimento consolidado em


RE595332 PR, in verbis:

COMPETÊNCIA – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – ANUIDADES.


Ante a natureza jurídica de autarquia corporativista, cumpre à Justiça
Federal, a teor do disposto no artigo 109, inciso I, da Carta da Republica,
processar e julgar ações em que figure na relação processual quer o
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, quer seccional (STF -
RE: 595332 PR, Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
31/08/2016, Tribunal Pleno, Data de Publicação: 23/06/2017)

I.e - DA LEGITIMIDADE PASSIVA

Cumpre, de início, demonstrar a legitimidade passiva das partes rés, de forma que a
ilegalidade ora impugnada se insere nas suas esferas de competência, conforme pacífico
entendimento, verbis:

“ADMINISTRATIVO. EXERCÍCIO PROFISSIONAL. OAB. EXAME DE ORDEM.


LEGITIMIDADE. Ainda que o provimento estabeleça a responsabilidade do
Conselho Federal da OAB pelas matérias relacionas à aplicação e avaliação
do Exame Unificado, tal provimento não tem o condão de modificar a
competência estipulada no Estatuto da OAB. Reconhecida a legitimidade
passiva da OAB/RS nas ações que envolvem o exame de ordem.
Precedentes deste Tribunal. Apelação a que se dá provimento, para
declarar a competência do juízo de origem e determinar o retorno dos
autos para regular prosseguimento. (TRF4, AC 5067343- 96.2012.404.7100,
Quarta Turma, Relator p/ Acórdão Fábio Vitório Mattiello, juntado aos
autos em 21/02/2014)”. (Grifei)
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Ainda que o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil seja responsável
pela preparação e realização do Exame de Ordem, "mediante delegação dos Conselhos
Seccionais", de acordo com o art. 1º do Provimento nº 144/2011, observa-se que a Lei nº
8.906/94 (Estatuto da Advocacia), em seus artigos 57 e 58, dispõe sobre a competência privativa
dos Conselhos Seccionais para realizar o Exame de Ordem:

“Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, as


competências, vedações e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que
couber e no âmbito de sua competência material e territorial, e as normas
gerais estabelecidas nesta lei, no regulamento geral, no Código de Ética e
Disciplina, e nos Provimentos.

Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:


(...) VI - realizar o Exame de Ordem; (grifei)

Também nesse sentido se manifestou o Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. OAB. EXAME DA ORDEM


UNIFICADO. SECCIONAL DO RS. LEGITIMIDADE PASSIVA. ESTATUTO DA
OAB. 1. Ainda que o provimento estabeleça a responsabilidade do
Conselho Federal da OAB pelas matérias relacionas à aplicação e avaliação
do Exame Unificado, tal provimento não tem o condão de modificar a
competência estipulada no Estatuto da OAB. 2. De acordo com os arts. 57
e 58 da Lei 8.906/94 compete ao Conselho Seccional, no respectivo
território, as competências atribuídas ao Conselho Federal, assim como a
realização do Exame de Ordem. 3. As disposições contidas no Provimento
n.º 144/2011, com intuito de alterar os critérios de competência definidos
em lei, são ilegais, posto que extrapolam o poder regulamentar. 4. Provida
a apelação, a fim de reformar a sentença, reconhecendo-se a legitimidade
passiva do Presidente da OAB-RS, e determinar o retorno dos autos à
origem para regular processamento do feito. (TRF4, APELAÇÃO CÍVEL Nº
5020219- 20.2012.404.7100, 3ª TURMA, Juiz Federal ROGER RAUPP RIOS,
POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 26/09/2013)”. (Grifei)

Havendo eventual alegação de ilegitimidade passiva pelas partes ré, há que ser
afastada, com base no art. 58, inciso VI, da Lei nº 8.906/94, que dispõe ser competência
privativa do Conselho Seccional realizar o Exame de Ordem. Ademais, entendimento em
sentido contrário acabaria por comprometer o acesso à justiça, uma vez que candidatos de todo
o país teriam que ajuizar ações somente nas Varas Federais da Seção Judiciária do Distrito
Federal, o que não se afigura razoável, até mesmo por ser extremamente oneroso para o
candidato. (TRF2, 0502671-42.2015.4.02.5101, 7ª TURMA, SERGIO SCHWAITZER,
06/04/2017).
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Os demais tribunais pátrios também têm seguido esse entendimento: i) TRF-5 -
Ap: 08057534120174058500, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO
ROBERTO MACHADO, Data de Julgamento: 20/05/2021, 1ª TURMA; ii) TRF-3 - Ap: Ree
Nec: 50260679520184036100 SP, Relator: Desembargador Federal LUIS ANTONIO
JOHONSOM DI SALVO, Data de Julgamento: 02/12/2019, 6ª Turma, Data de Publicação:
Intimação via sistema DATA: 10/12/2019; iii) TRF-1, - APELAÇÃO/REEXAME
NECESSÁRIO N. 0062516-85.2014.4.01.3400/DF, OITAVA TURMA, Re.
DESEMBARGADOR FEDERAL MARCOS AUGUSTO DE SOUSA, Julgamento:
01/10/2018.

Portanto, caso suscitada pelas requeridas, não há que se discutir a legitimidade


passiva inconteste da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil deste Estado, na presente
ação, conforme jurisprudência pacífica alhures citada, abarcando todos os tribunais do Poder
Judiciário da União que já apreciaram o tema.

II - DO OBJETO

Ab initio, frisa-se veementemente que o objeto desta ação é a discussão acerca da


existência de supressão ilegal de pontuação e fundamentação das decisões concomitante aos
graves erros crassos, teratológicos de elaboração das questões postas, em total
desconformidade com os itens 3.5.11 e 3.5.12 do EDITAL DO 35º EXAME DE ORDEM,
págs. 15 e 16, ERRO MATERIAL e SUPRESSÃO DE PONTUAÇÃO na prova prático
profissional, que ofendem o direito objetivo da parte autora, e em momento algum irá se
discutir a INCONSTITUCIONALIDADE do Exame de Ordem, ou mesmo aduzir a
INTERFERÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO na correção de questões de concursos,
conforme vedação imposta em sede de repercussão geral, no RE 632.853/CE, Tema 485, do
STF.

O objeto cingir-se-á, tão somente, nas ilegalidades e erros materiais promovidos


pelas rés, com ofensa ao edital, que, na esteira do RE 632.853/CE, pode ser discutido no
controle jurisdicional, sem ofensa à separação dos poderes (art. 2º, CF 1988), conforme ementa
do aludido julgamento em repercussão geral:

“Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Concurso público.


Correção de prova. Não compete ao Poder Judiciário, no controle de
legalidade, substituir banca examinadora para avaliar respostas dadas pelos
candidatos e notas a elas atribuídas. Precedentes. 3. Excepcionalmente, é
permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das
questões do concurso com o previsto no edital do certame. Precedentes.
4. Recurso extraordinário provido.” (Grifei).

Portanto, a interpretação da repercussão geral deve ser aberta, e averiguadas as


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argumentações a serem exaradas, para que não se promova o fechamento do acesso à justiça,
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garantida constitucionalmente prevista no inciso XXXV, Art. 5º, da Carta Maior, tampouco
contemplar o caráter “absolutista” das bancas examinadoras, que, ao arrepio da lei, agem como
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déspotas do regime e buscam convalidar atos ilegais e teratológicos que ofendem o direito
líquido e certo daqueles que se submetem a um certame viciado e repleto de erros grosseiros e
crassos, como este em tela.
III - DO DIREITO

III.a - DOS POSTULADOS DA LEGALIDADE E DA ISONOMIA

Os princípios da legalidade e o da isonomia informam e concretizam a cláusula


constitucional do concurso público. O certame Exame de Ordem é espécie desse gênero, e no
qual todos os candidatos são regidos pelo edital, não sendo possível que sejam aplicados
critérios diferentes de correção e avaliação de questões com respostas análogas, com
similitude clara, e serem atribuídas e valoradas com pontuação diversa, sob pena de ser não
concurso público, mas um simulacro.

Em síntese, a parte autora restou prejudicada pela ausência de pontuação da sua


resposta ao item da peça prático-profissional conforme exposto, impedida de lograr êxito no
certame na totalidade da nota a ela atribuída, em tamanho menosprezo à máxima de Ruy
Barbosa, in verbis:

“A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos


desiguais, na medida em que se desigualam, (...) Tratar com desigualdade a
iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, se não
igualdade real.” Ruy Barbosa

III.b - DA ILEGALIDADE

A ilegalidade da postura adotada pela banca examinadora é aferível pela análise da


resposta apresentada pela candidata, ora parte autora, e pelo espelho de correção, pois a
examinanda atendeu aos quesitos avaliados e mesmo assim não teve a atribuição de nota.

A resposta da parte autora não foi considerada!

Assim, a adoção de critérios diferenciados na correção da prova em questão,


desiguala a parte autora em relação aos demais candidatos que responderam o respectivo
item de forma análoga e tendo obtido essa pontuação máxima, de modo que ofende o
princípio da isonomia com total desrespeito às normas veiculadas no edital que regeram o
certame, em flagrante ilegalidade.

III.c - DO DIREITO DE PLEITEAR A NULIDADE DOS ATOS ILEGAIS


PRATICADOS PELAS RÉS – ERROS MATERIAIS E TERATOLÓGICOS

É sempre de bom alvitre lembrar que não pode a Banca Examinadora, a seu talante,
desrespeitar as normas contidas no instrumento convocatório, que garantem a legalidade e a
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segurança jurídica dos certames públicos. O ato perpetrado pelas rés ofende as cláusulas/itens
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3.5.11 e 3.5.12, págs. 15 e 16, e item 5.3.2, pág. 24, do EDITAL do 35º EXAME DE
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ORDEM, como demonstrado no petitio vestibular, portanto, demonstrando cabalmente a
necessidade de intervenção excepcional do Poder Judiciário no "mérito administrativo", a fim
de se resguardar os princípios mais caros ao Exame, conforme inclusive determinado a decisão
do STF no RE 632853/CE, senão vejamos a tese fixada em sede de repercussão geral:

Tese:
Não compete ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para
reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados,
salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade. (Grifei)

Significa dizer que, em havendo ilegalidade, ofensa editalícia, não só pode o Poder
Judiciário intervir, como deve fazê-lo, eis que a discricionariedade da administração pública, in
casu, está vinculada às regras sedimentadas no instrumento convocatório, em verdadeiro pacto
social entre o concurso e seus candidatos.

A Banca Examinadora, ainda ceifou o direito da parte autora ao devido processo


legal e ao duplo grau administrativo, corolários constitucionais. Como se sabe, dispõe a Carta
Magna que aos litigantes, em processo ADMINISTRATIVO ou judicial, será garantido o
contraditório e ampla defesa.

Ora, Excelência, que ampla defesa é essa de uma "possibilidade" de recurso


administrativo cuja resposta é idêntica a todos os candidatos? Estamos diante de verdadeiro
teatro, cujo espetáculo é estrelado por ninguém menos do que a própria Ordem dos Advogados
do Brasil, que deveria ser a primeira a garantir aos candidatos a mínima possibilidade de análise
aos seus recursos.

O que verificamos, claramente, é o fato nítido de que os recursos não são sequer
analisados, sendo todos respondidos de maneira IDÊNTICA, PRÉ-PRONTA e
MECANIZADA, sem o mínimo de enfrentamento aos seus argumentos recursais,
independentemente se o candidato redigiu um recurso bem fundamentado ou uma receita de
bolo - verdadeiro acinte ao duplo grau recursal administrativo!

Como também se sabe Excelência, a Lei Federal que regula os procedimentos


administrativos é clara no tocante ao fato de que a Administração não pode utilizar de
respostas mecanizadas que prejudiquem o direito dos recorrentes. Ora, nesse caso
prejudicou, eis que fora a parte autora REPROVADA, sem a mínima possibilidade de análise
real de suas razões recursais!

Excelência, a parte autora sofreu, vergonhosamente, vilipêndio de seu direito


líquido e certo, ao amargar reprovação na prova PRÁTICO-PROFISSIONAL DE DIREITO DO
TRABALHO do Exame de Ordem 35º, em razão de indignos atos ilegais e abusivos da FGV
que realizou o certame e corrigiu a prova da parte autora de forma desidiosa, totalmente
desrespeitosa e negligente, inclusive impedindo a interposição de qualquer outro recurso ou
pedido de reconsideração, conforme prevê o item 5.32, página 24, do Edital do Exame de
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Ordem 35º.

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Como já antedito , a parte autora tem pleno conhecimento de que a competência do
Poder Judiciário se limita ao exame da legalidade das normas instituídas no edital ou do
descumprimento deste pela comissão organizadora do certame, conforme ementa do TEMA
485, em Repercussão Geral no julgamento do RE 632853/CE, (STF, Relatoria: Ministro
GILMAR MENDES, Início do Julgamento em 23 de abril de 2015. Data de publicação:
29/06/2015. Trânsito em julgado: 14/08/2015), in verbis:

“O controle jurisdicional de questões de concurso público é admitido prima


facie como corolário da garantia constitucional da inafastabilidade da tutela
judicial efetiva (CRFB, art. 5º, XXXV), sendo certo, porém, que a densidade
da intervenção judicial dependerá, em cada caso, do maior ou do menor
grau de vinculação da Administração Pública à juridicidade, em respeito ao
postulado da Separação dos Poderes (CRFB, art. 2º).”

A jurisprudência dos Egs. Tribunais Regionais Federais é uníssona em admitir a


atuação do Poder Judiciário em certames públicos, como no caso do Exame da OAB, quando
verificada a ilegalidade e abusos cometidos, como se revestem os julgados a seguir
delineados:

“ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE


PASSIVA REJEITADA. EXAME DA ORDEM. REVISÃO DE NOTA.
POSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL. EXERCÍCIO DO
CONTROLE DE LEGALIDADE. 1. (...) 2. Considerando que é competência da
Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB/PB e ao Presidente da
Seccional a divulgação dos resultados, assim como o deferimento das
inscrições, é legítima as autoridades indicadas na inicial, uma vez que lhes
cabe sanar o ato impugnado. Preliminar de ilegitimidade passiva rejeitada.
3. Em se tratando de Exame da Ordem para o qual se aplica o
entendimento adotado para concurso público, cabe ao Poder Judiciário
tão somente o exame da legalidade das questões relativas ao Edital e ao
cumprimento de suas normas pela Comissão Examinadora, não lhe
cabendo substituí-la para rever os critérios de correção de prova fixados
no edital do certame. 4. Entretanto, examinando os autos, vislumbra-se
patente ilegalidade que dá ensejo à interferência do Poder Judiciário,
tendo em vista que os vícios apontados pela impetrante consubstanciam
hipótese de erro material. 5. (...) 6. (...) 7. (...) 8. Apelação provida. (TRF-5 -
AC: 15495320134058200, Relator: Desembargador Federal Francisco
Cavalcanti, Data de Julgamento: 07/08/2014, Primeira Turma, Data de
Publicação: 14/08/2014)”. (Grifei)

“PROCESSO CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. OAB. EXAME DE ORDEM.


PROVA SUBJETIVA. ERRO MATERIAL NA PONTUAÇÃO. ANÁLISE PELO
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PODER JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.1. Cabe ao Poder Judiciário apenas a


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aferição da ocorrência de vícios de legalidade, e não julgar procedimentos


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de avaliação e correção das questões das provas subjetivas. 2. Deve ser
corrigido erro material constante na pontuação da prova prático-
profissional se, embora atendidos os quesitos expressamente exigidos,
não foram conferidos os pontos cabíveis. 3. Os critérios de
arredondamento da nota final devem ser aplicados conforme
estabelecido no Edital de Abertura do Exame da Ordem 2009.2. 4.
Apelação a que se dá provimento. (TRF-1 - AMS: 2286 TO 0002286-
35.2010.4.01.4300, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL MARIA DO
CARMO CARDOSO, Data de Julgamento: 11/03/2011, OITAVA TURMA, Data
de Publicação: e-DJF1 p.526 de 08/04/2011)”. (Grifei)

O Eg. Superior Tribunal de Justiça detém o mesmo entendimento, verbis:

"ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM


MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. PROVA OBJETIVA.
REVISÃO. DESCABIMENTO. ANULAÇÃO. ILEGALIDADE. ERRO MATERIAL.
ALEGAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1.A jurisprudência desta Corte Superior de
Justiça é assente no sentido de que, na excepcional hipótese de
inobservância dos princípios que norteiam a Administração, em especial
os da legalidade e da vinculação ao edital do certame, é possível ao Poder
Judiciário revisar prova de concurso público, o que não ocorre na espécie.
2. Este Superior Tribunal de Justiça consolidou orientação segundo a qual a
ausência de erro material evidente inviabiliza a anulação judicial de questão
objetiva de concurso público. 3. Agravo regimental a que se nega
provimento. (AgRg no RMS 30.648/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA
TURMA, julgado em 06/10/2011, DJe 19/10/2011)” (Grifei)

"RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. QUESTÃO


OBJETIVA. ANULAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ERRO GROSSEIRO
OU RECONHECIMENTO DA BANCA EXAMINADORA. RECURSO DESPROVIDO.
Inexistindo erro material primo ictuoculi ou reconhecimento do vício por
parte da banca examinadora, é inviável a anulação judicial de questão
objetiva de concurso público. Precedentes. Recurso ordinário desprovido.
(RMS 20.610/RS, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em
04/05/2006, DJ 12/06/2006, p. 504)". (Grifei)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO


INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONCURSO PÚBLICO. IMPUGNAÇÃO DE
CORREÇÃO DE PROVA OBJETIVA. ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO
LIMITADA À AFERIÇÃO DE ILEGALIDADE PATENTE. DUAS RESPOSTAS
IGUAIS. IRREGULARIDADE DA ATUAÇÃO DA BANCA EXAMINADORA NO
10

CASO CONCRETO RECONHECIDA PELO JUÍZO DE PRIMEIRO GRAU.


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AGRAVO INTERNO DA UNIÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Em regra,

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não compete ao Poder Judiciário apreciar critérios na formulação e
correção das provas, tendo em vista que, em respeito ao princípio da
separação de poderes consagrado na Constituição Federal, é da banca
examinadora desses certames a responsabilidade pelo seu exame. 2.
Assenta-se, ainda, que, excepcionalmente, havendo flagrante ilegalidade
de questão objetiva ou subjetiva de prova de concurso público, bem
como ausência de observância às regras previstas no Edital, a exemplo da
vinculação ao conteúdo programático previsto, tem-se admitido sua
anulação pelo Judiciário por ofensa ao princípio da legalidade e da
vinculação ao edital. 3. No caso dos autos, houve erro grosseiro nas
respostas formuladas pela Banca Examinadora, ou seja, há duas respostas
corretas e, consequentemente, violação ao edital, que prevê somente
uma resposta correta para cada questão. Nesse sentido, é possível a
intervenção do Poder Judiciário. 4. Agravo Interno da UNIÃO a que se
nega provimento. (STJ - AgInt no AgInt no REsp: 1682602 RN
2017/0158950-4, Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Data
de Julgamento: 25/03/2019, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação:
DJe 03/04/2019) (Grifei)

Nesta seara, cediço salientar que a parte autora apresentou ao longo dos fatos
narrados os argumentos que demonstraram a afronta ao direito objetivo da intervenção judiciária
para garantir-lhe a aprovação da 2ª fase do 35º Exame de Ordem, AFASTANDO-SE AS
ILEGALIDADES aduzidas e corrigindo os erros crassos cometidos pelas Rés, atos estes
acometidos de severos vícios de nulidade, conforme se demonstrou, determinando a
ATRIBUIÇÃO DE PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA a DO ITEM 8, 9 DA
PEÇA PRATICO-PROFISSIONAL, DA QUESTÃO 4, ITEM A, DA PROVA PRÁTICO-
PROFISSIONAL DE DIREITO DO TRABALHO, valorada em 1,65 pontos e, que seja
alterada sua nota final no espelho definitivo para 7,25 pontos, pelos fatos e fundamentos
anteriormente elencados.

IV - DO INEQUÍVOCO ERRO DE CORREÇÃO DOS ITENS DA PEÇA E


PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA

Necessário trazer a lume a redação do item 3.5.11, pág. 16, do edital 35º EXAME
DE ORDEM UNIFICADO (em anexo):
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IV.a - PRIMEIRO ERRO DA CORREÇÃO: supressão ilegal de pontuação do item 8 da
peça da Prova Prático-Profissional Direito Do Trabalho

Excelência, no caso em comento, no ITEM 8 da peça, da prova prático-


profissional, a parte autora teve a sua pontuação ilegalmente suprimida pela Banca
Examinadora (caso de SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO), o que culminou em sua
injusta e ilegal reprovação. Vejamos a resposta exigida pela banca:

“No item “8” da peça a Banca Examinadora exigiu como resposta correta:

“Indevida a integração por não ter natureza salarial ou por ter natureza
indenizatória (0,40). Indicação Art. 457, § 2º, da CLT (0,10).”

Não há dúvidas de que a parte autora respondeu de acordo com o comando da


questão. Isto porque a examinanda salienta que, de acordo com o próprio dispositivo legal e o
próprio espelho de gabarito, ajuda de custo não integra a remuneração, ou seja, é indevida a
integração da ajuda de custo por não ter natureza salarial.

O termo “remuneração”, como é de curial sabença, é gênero, sendo o salário a sua


espécie.

Assim, a parte autora afirmou, conforme constava no espelho de gabarito, que


ajuda de custo, importâncias ainda que habituais, não integram a remuneração (o salário),
conforme requerido pela banca como resposta correta.

Desta forma, a parte autora deve receber a respectiva pontuação por sua
argumentação, eis que reflete e está em total consonância com a resposta requerida pela
banca e de acordo com o gabarito oficial.

Vejamos (linhas 83/90 da peça profissional, cópia em anexo):

Ou seja, a parte autora apresentou resposta condizente com o gabarito ao caso


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apresentado pela Banca Examinadora, demonstrando domínio da matéria discutida,


raciocínio jurídico, capacidade de interpretação e exposição, aliados a técnica profissional.
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A resposta refletiu e está de acordo com o gabarito e, mesmo assim, não recebeu a
devida pontuação – caso clássico de SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO.

Repisa-se, Excelência, que a parte autora respondeu em conformidade com a


legislação e com o gabarito disponibilizado pela Banca Examinadora, no entanto, TEVE A
SUA PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA, senão vejamos:

ESPELHO DE NOTAS DA AUTORA E GABARITO

Nesses termos, considerando que a examinanda respondeu corretamente e atendeu


aos requisitos da resposta e do espelho de correção, apresentando a tese argumentativa e a
legislação conforme a banca exigiu, requer seja atribuída a pontuação suprimida de forma
ilegal, devendo ser atribuído o total de 0,50 referente a resposta dada em conformidade
com o gabarito e a legislação vigente.

Além disso, também restou caracterizada a violação ao princípio da isonomia.

Como se não bastasse a tétrica SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO do


espelho de notas da candidata, ainda houve flagrante de violação à isonomia quanto da resposta
da parte autora. Isto porque, conforme será demonstrado, identificamos uma candidata
MADALENA GALDINO DOS SANTOS e ERIMAR DE SOUZA – este inclusive com
decisão judicial a seu favor (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5020756-
40.2022.4.04.7205/SC) –, cujas respostas foram IDÊNTICAS a da parte autora, e, PASME,
EXCELÊNCIA, os candidatos em questão receberam a pontuação integral do quesito
avaliado, enquanto a parte autora, em que pese tenha respondido de igual forma, teve a sua
PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA.

A verificar a SIMILITUDE entre as respostas da parte autora e dos paradigmas


apontados:

Resposta da parte autora:


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Resposta da paradigma MADALENA GALDINO DOS SANTOS:

Resposta do paradigma ERIMAR DE SOUZA:

Os Examinandos (paradigmas e parte autora) responderam da mesma forma,


prescrevendo que a ajuda de custo não integra a remuneração, entretanto apenas os
paradigmas foram pontuados, ficando a parte autora sem a sua devida pontuação.

Ou seja, a candidata MADALENA GALDINO DOS SANTOS e o candidato


ERIMAR DE SOUZA realizaram a MESMA PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL EM
DIREITO DO TRABALHO que a parte autora, conforme se apregoa acima, com a respostas
idênticas a da parte autora, porém ambos os paradigmas acabaram por ser pontuados,
enquanto a demandante, não fora pontuada!

Entre ambas as respostas paradigmas e a resposta da parte autora, se identifica a


semelhança de teses, refletindo a tese da Banca Examinadora no espelho definitivo, qual seja, a
indevida integração da ajuda de custo por não ter natureza salarial ou por ter natureza
indenizatória e indicação do art. 457, § 2º da CLT.
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Não há como negar, portanto, que a interpretação tanto da resposta da parte
autora, como também dos paradigmas corresponde e atende à exigência do espelho de
prova, proposto pela banca examinadora.

Trata-se de inegável violação ao princípio da ISONOMIA e da


IMPESSOALIDADE, vilipendiados pela Banca Examinadora ao atribuir nota zero
ILEGALMENTE para a resposta da parte Autora ao mesmo item, visto que a uma
respondeu de acordo com o gabarito e a duas, porque respondeu de acordo com os outros
candidatos que tiveram as suas pontuações computadas, enquanto a parte autora não pontuou.

Não há dúvidas que ante a flagrante ilegalidade demonstrada, a parte autora merece
ter a sua pontuação ilegal suprimida e devidamente atribuída nos mesmos parâmetros adotados
para os paradigmas indicados, eis se trata de caso de supressão ilegal de pontuação sendo-lhe
devida a justa concessão da pontuação integral, no item 8!

IV.b - SEGUNDO ERRO DA CORREÇÃO: supressão ilegal de pontuação do item 7 da


peça da Prova Prático-Profissional Direito Do Trabalho

A parte autora/examinanda na peça processual da prova, item 7 do FGTS, não


pontuou. Entretanto, sustentou corretamente o item condicionado pela Banca Examinadora para
a pontuação, folha 3, linhas 73 a 82, argumentando que o período de gozo de auxílio-doença
não se encontra(va) previsto nas situações elencadas no § 5º, art. 15, da Lei 8.036/90, que
prevê os casos em que mesmo no afastamento, o FGTS deve ser pago.

Veja-se o que preceitua a Legislação mencionada pela Examinanda:

Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada
[..]
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos
de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por
acidente do trabalho.

Agora comparemos com a resposta proposta pela Banca Examinadora:

FGTS7. Indevido porque o contrato estava suspenso (0,40). Indicação Art.


476, CLT (0,10) ou somente seria devido se o afastamento ocorresse por
acidente do trabalho (0,40). Indicação Art. 15, § 5º, da Lei nº 8.036/90 ou
Art. 28, inciso III, do Decreto nº 99.684/90 (0,10)

A resposta da parte Autora:


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Desta forma, a parte autora ao responder que não era devido o pagamento do
FGTS por não estar previsto no § 5º, art. 15, da Lei 8.036/90, implicitamente estava dizendo
que somente se o afastamento fosse pelo motivo de auxílio-acidente ou para a prestação do
serviço militar deveria ser pago o FTGS, conforme a Lei determina.

Observe, Excelência, que a parte autora respondeu em conformidade com a


legislação e com o gabarito disponibilizado pela banca, no entanto, TEVE A SUA
PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA:

ESPELHO DE NOTAS DA AUTORA E GABARITO

Restou claro e cristalino o conhecimento da parte autora sobre o tema, pois


respondeu integralmente à questão, dizendo que não era devido o pagamento do FGTS, tendo
em vista não haver previsão legal para tal. Portanto, cumprindo o requisito para pontuar.
Contudo, a questão não foi pontuada. Frente a isso, deve ser atribuído 0,5 à questão e
computado na pontuação da sua nota final.

Não restam dúvidas que a parte autora apresentou resposta condizente com o
gabarito ao caso apresentado pela banca, demonstrando domínio da matéria discutida, raciocínio
jurídico, capacidade de interpretação e exposição, aliados a técnica profissional e, mesmo assim,
a não recebeu a pontuação – caso clássico de SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO.

Nesses termos, considerando que a parte autora respondeu corretamente e atendeu


aos requisitos da resposta e do espelho de correção, apresentando a tese argumentativa e a
legislação conforme a banca exigiu, requer seja atribuída a pontuação suprimida de forma
ilegal, devendo ser atribuído o total de 0,50 referente a resposta dada em conformidade com o
gabarito e a legislação vigente.

IV.d - TERCEIRO ERRO DA CORREÇÃO: questão nº. 4, letra “A”


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Para a análise da questão, necessário se faz trazer o texto com a questão


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problema na íntegra:

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Ênio, metalúrgico na sociedade empresária Metal Pesado Ltda., candidatou-
se e foi eleito diretor do sindicato dos metalúrgicos de sua categoria em
2021. Ênio foi empossado no mesmo ano para cumprir mandato de 2 anos
e participava de reuniões no sindicato quando chamado.
Por descuido, o sindicato não avisou ao empregador de Ênio acerca da sua
eleição como dirigente sindical, somente vindo a fazê-lo 1 ano após, em
2022. Na semana seguinte a essa comunicação do sindicato, o contrato de
Ênio foi rompido sem maiores explicações.
Ênio, então, ajuizou reclamação trabalhista postulando sua reintegração.
Em defesa, a sociedade empresária sustentou ser indevido o retorno
porque a comunicação acerca da eleição acontecera fora do prazo legal
(Art. 543, § 5º, da CLT) e pelo fato de a sociedade empresária ignorar o fato
da eleição até então. Ademais, sustentou que a dispensa se deu por justa
causa, porque o empregado utilizava grande parte do seu tempo na
empresa para vender roupas, perfumes e outros acessórios, sem
autorização do empregador, incidindo nos termos do Art. 482, alínea c, da
CLT.
Considerando os fatos narrados, a previsão legal e o entendimento
consolidado do TST, como advogado(a) de Ênio, responda aos itens a seguir.
B) Acerca da alegada dispensa por justa causa, que argumento jurídico de
natureza processual você apresentaria em réplica? Justifique. (Valor: 0,60)

A resposta da parte Autora:

A Resposta da Banca Examinadora:

A. Que a ciência do empregador ocorreu na vigência do contrato de


trabalho (0,55). Indicação da Súmula 369, inciso I, do TST (0,10).

O que diz exatamente a legislação prevista no gabarito pela Banca Examinadora:


17

Súmula 369 do TST


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I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical,
ainda que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da
posse seja realizada fora do prazo previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde
que a ciência ao empregador, por qualquer meio, ocorra na vigência do
contrato de trabalho.

Do exposto, mesmo que a parte autora não tenha utilizado a mesma redação
descrita no espelho elaborado pela Banca Examinadora como padrão de resposta correta, a
resposta que elaborou e registrou na sua prova apresenta raciocínio jurídico similar, apenas
escrita com outra construção textual, pois sustentou que o dirigente sindical não havia
perdido a estabilidade, mesmo que realizado a comunicação fora do prazo previsto no art. Art.
543, § 5º, da CLT, conforme alegado pelo empregador, indicando corretamente a Sumula 369
do TST. Vejamos a resposta da parte autora:

A parte autora na questão de nº 4, letra “A”, linhas 1 a 9, sustentou corretamente o


item condicionado para a pontuação, argumentando que mesmo que a candidatura do dirigente
sindical tenha sido informada fora do prazo previsto no § 5º, do art. 543, da CLT, tem ele a
estabilidade sindical assegurada. Citando também a Sumula 369, do TST.

ESPELHO DE NOTAS DA AUTORA E GABARITO

Do exposto, restou cristalino que a parte autora tinha domínio do tema, pois
respondeu integralmente à questão, porém não pontuando. Assim, deve ser atribuído 0,65 a
pontuação da sua nota final.

V - DAS RESPOSTAS GENÉRICAS, OMISSAS E EVASIVAS DA BANCA


EXAMINADORA
18

Verificamos que no bojo do procedimento recursal instaurado pelas partes rés, há


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julgamento sumário de “faz-de-conta”, no qual a REVELIA é a regra, e a exceção é qualquer


possibilidade MÍNIMA de recurso, EIS QUE OS RECURSOS INTERPOSTOS JAMAIS
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SÃO SEQUER LIDOS E SÃO RESPONDIDOS DE MANEIRA IDÊNTICA. Ou seja,
encontra-se a parte autora coagida a colocar sua habilitação profissional na esteira de um
processo recursal que mais aparenta ser uma “farsa”, constituindo coerção a um verdadeiro,
data venia, “se taire”.

Excelência, o instituto do processo administrativo é tão caro ao ordenamento


jurídico pátrio que é, inclusive, previso expressamente na nossa Carta Magna. A ver:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes; (grifos nossos)

D. Magistrado, não assegurar a possibilidade de recurso administrativo ou, como


no caso em tela, “fingir que há”, para, na prática, não se ter de fato essa possibilidade, é o
mesmo que atentar contra ao disposto na CF/88, demonstrando verdadeira
inconstitucionalidade perpetrada pelas rés. Ceifar o processo administrativo, é violar a
Constituição Federal.

Logicamente que não se busca com esta ação a aprovação da parte autora de
maneira transversa, tampouco respostas super pormenorizadas e exaustivas em sede
administrativa, mas somente que as partes rés analisem os recursos de maneira concreta e
individualizada, aos quais ela mesma se propõe a analisar e a responder, conforme consta no
próprio Edital. Parece óbvio o que se busca, Excelência, mas vivemos em tempos em que o
óbvio não é mais a regra.

Frisa-se que no próprio instrumento convocatório há previsão de cláusula editalícia


que orienta aos candidatos a interposição de recurso. Vejamos o que consta no Edital:

5.4.1. No momento da interposição de cada recurso, o Sistema Eletrônico


de Interposição de Recursos gerará um número de protocolo único, que
deverá ser anotado pelo Examinando. Somente serão considerados
interpostos os recursos aos quais tenha sido atribuído o respectivo número
de protocolo.
5.10. Todos os recursos serão analisados e os resultados serão divulgados
no endereço eletrônico http://oab.fgv.br.

Veja, Excelência, que a própria Banca Examinadora, no Edital, promete que os


recursos serão analisados, o que, de fato, NÃO VEM OCORRENDO, conforme restou supra
19

demonstrado em consonância com a larga instrução probatória dessa inicial.


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Ora, se os recursos são todos respondidos de forma idêntica, além de violar o
devido processo administrativo, corolário constitucional, por que há protocolo único pelo
examinando? Ao que tudo indica, estamos diante de verdadeiro teatro!

Excelência, o que se busca, tão somente, é que as partes rés sejam compelidas a
analisarem os recursos, inclusive é justamente o que elas se propõem a fazer no Edital, mas que,
todavia, não é realizado.

Não é possível que a Banca Examinadora sequer analise os argumentos levantados


de forma administrativa pelo candidato, respondendo com verdadeiro “cópia e cola” contra os
recursos elaborados. Um tremendo acinte contra o examinando, devendo as partes rés
cumprirem com exatidão às normas editalícias, numa acepção do próprio princípio da confiança
que consagra a atuação da Administração Pública.

Assim, revela-se inconteste a plausibilidade do direito alegado pela parte autora, eis
que a conduta reiterada e reprovável das partes rés demonstra o risco de perecimento, ante o
notório fumus de descumprimento do direito, e a real necessidade de se acautelá-lo para que as
Rés sejam, tão somente, compelidas a analisarem e a responderem os recursos de forma
individualizada, por haver fortes indicativos de que a banca examinadora não têm observado
minimamente os estreitos limites do Edital de Abertura, o qual figura como a lei do concurso
público, vinculando candidatos e a Administração.

Não se trata de pormenorização exaustiva ou de resposta a todos os itens


levantados pela parte autora, mas de resposta analisada e individualizada aos argumentos
levantados, o que de fato não vem ocorrendo, dada a extensa instrução probatória colacionada
nos autos desta inicial, a qual demonstra, cabalmente, que as rés respondem todos os
recursos de forma idêntica, não levando em consideração a argumentação trazida por cada
examinando.

Tal desprezo pelas regras editalícias e a notória ofensa ao Edital e ao devido


processo administrativo, demonstra a necessidade de acautelamento do direito, ante a ameaça de
lesão ao direito líquido e certo da parte autora de ter o seu recurso analisado (cláusula 5.10), eis
que as partes rés, ao que tudo indica, nem sequer analisam os recursos, posto que responde a
todos de forma idêntica.

VI - DA VEDAÇÃO LEGAL AO PROCEDIMENTO ADOTADO PELAS IMPETRADAS

Causou espécie à impetrante a informação obtida de funcionário das partes rés


responsável por este “show trial”, de que “mais detalhes só poderiam ser obtidos por via
judicial”, e “que os recursos são respondidos de forma padronizada”, em verdadeiro “coup
de baguette” para tentar dar ares de legitimidade a uma forma de decidir ilegal e, quiçá, até
mesmo, criminosa.
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Tal situação vergastada se amolda desta maneira, pois a OAB, para além das falhas
já apontadas e reconhecidas judicialmente na elaboração de seus exames, com ofensas a
clausulas editalícias, sequer leva em consideração os recursos postulados pelos candidatos.

Vislumbra-se verdadeira celeuma vexatória e vil, protagonizada por ninguém


menos que a OAB, instituição já reconhecidas pelo pretorio excelso como essenciais à
democracia, se prestando a demonstrar que há verdadeira farsa na apreciação dos recursos
administrativos. Ou seja, evidencia-se justamente o conceito de tribunal ad hoc ou kangaroo
court21, ou seja, um tribunal/comissão que indefere os recursos interpostos pelos
candidatos sem sequer lê-los ou motivar suas decisões.

Ou seja, o candidato, ora impetrante está submetido não apenas ao crivo arbitrário
e antiético de “juízo/comissão” incompetente não só strictu sensu, mas também incompetente
latu sensu. Nem sequer se prestara ao objetivo, na elaboração de verdadeiras ginásticas jurídicas
e manobras hermenêuticas inenarráveis, de atribuir qualquer mínima aparência de legalidade às
respostas aos recursos administrativos. O suposto “processo de recurso” nada mais é que
verdadeiro embuste para acobertar condutas indefensáveis. Significa dizer que falseiam a
aparência de possibilidade de recurso ao impetrante por intermédio de verdadeira farsa.

Fato é que, Excelência, o que se busca é apenas a apreciação e análise (cláusula


5.10) de seu recurso administrativo, dentro da liturgia legalmente admitida, com as
coatoras impedindo o exercício de direito constitucional, qual seja, o de seu direito de petição e
ao devido processo administrativo.

VII – DA VEDAÇÃO LEGAL AO PROCEDIMENTO ADOTADO PELAS PARTES RÉS

Em uma análise superficial, poder-se-ia cogitar que o procedimento adotado pelas


impetradas estaria em consonância com o art. 50 § 2o da lei 9784/99, que dispõe que “Na
solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões,...”. No entanto, qualquer dúvida a respeito da suposta
aplicabilidade deste dispositivo é saneada ao se ler a parte que segue a vírgula: “desde que não
prejudique direito ou garantia dos interessados”.

No caso em tela, em se tratando de concurso sem número determinado de vaga, no


bojo do qual todos que atingem a pontuação mínima são aprovados, ao reproduzir a mesma
fundamentação em todos os recursos, há supressão no direito de todos os candidatos. Isto
porque, caso todos os recursos fossem apreciados e, ao menos um contra determinada questão
fosse deferida, a pontuação seria conferida a todos os demais. Vejamos o edital:

5.9. No caso de anulação de questão integrante da prova objetiva, a


pontuação correspondente será atribuída a todos os examinandos
indistintamente, inclusive aos que não tenham interposto recurso.
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Contrário senso, ao adotar medida que prejudique direito ou garantia dos
interessados, qual seja, o indeferimento do recurso administrativo e não-atribuição da
pontuação, a legislação veda a mera reprodução da fundamentação de outras decisões.

Logo, os recursos precisam ser individualmente apreciados e suas respostas


adequadamente motivadas, ante o princípio da motivação das decisões, bem como o devido
processo administrativo.

Verifica-se que o próprio Decreto nº 9.739/19 prevê a necessidade de


discriminação dos procedimentos para apreciação de recursos, sendo lícito ao candidato
apresentar parecer de assistente técnico, o que não foi sequer facultado pelas impetradas.
Vejamos:

Art. 42. Deverão constar do edital de abertura de inscrições, no mínimo, as


seguintes informações: XXII - as disposições sobre o processo de
elaboração, apresentação, julgamento, decisão e conhecimento do
resultado de recursos. § 2º. É lícito ao candidato apresentar parecer de
assistente técnico na fase recursal.

No que pese a presente demanda não impugnar especificamente o Edital, fica claro
que deve haver disposições claras sobre o processo de elaboração, apresentação, julgamento,
decisão e conhecimento do resultado de recursos. Claramente não é o que ocorre de fato, eis que
os recursos não são sequer individualmente lidos, quanto mais apreciados.

VIII – DA NÃO DISCUSSÃO DOS CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DE PROVA (TEMA


485/RG DO STF

Repisa-se que a presente demanda não discute os critérios de correção ou o mérito


de qualquer questão do certame, tampouco anulação de questão. Se discute apenas a análise (ou
a falta de) dos recursos administrativos previstos em edital e, s.m.j., respondidos de maneira
arbitrária e ilegal, ferindo o devido processo administrativo, corolário constitucional.

IX - DOS RECURSOS DA PARTE AUTORA – TODOS RESPONDIDOS DE MANEIRA


IDÊNTICA, PADRONIZADA, COPIA E COLA, GENÉRICA, MECANIZADA E
PRE-PRONTA

A parte autora demonstrou que as partes rés, ao que tudo indica, nem sequer leram
as suas argumentações, concedendo respostas genéricas aos seus recursos, verdadeiros
CTRL+C CTRL+V.

Isto porque, como se vê em anexo, esta parte realizou verdadeiro "compilado" de


22

respostas aos recursos das mesmas questões problemáticas relatadas, e que o(a) respective(a)
examinando(a) sofreu prejuízo de seu direito líquido certo e ofensa ao princípios da legalidade
Página

e da vinculação às normas ao Edital, demonstrando cabalmente que as partes rés responderam


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a todos os recursos de maneira idêntica, mecanizada e pré-pronta, em claro acinte ao devido
processo legal administrativo e ao duplo grau administrativo – cláusulas pétreas constitucionais.
Vejamos os excertos de recursos admnistrativos de candidatos/examinandos (cópias em anexo):

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Como se vê nos recursos de outros candidatos paradigma, arregimentado por esta
parte, pode-se constatar que a Autoridade Coatora não só prejudicou a candidata com questões
flagrantemente erradas e permeadas de erros e falhas grosseiras, mas também infringiu o direito
líquido e certo da parte autora ao devido processo administrativo e ao direito ao recurso
administrativo, conforme apregoa a CRFB/88 e o próprio instrumento convocatório das partes
rés.

Como é de curial sabença, a Administração Pública ou quem fizer às suas vezes,


não pode utilizar de forma mecanizada de resposta se for em prejuízo do Administrado,
conforme ocorrera no caso em testilha, eis que esta ficou impossibilitado de ter a sua
argumentação recursal minimamente enfrentada. Veja, Excelência, não se trata de esmero ou
pormenorização excessiva ou preciosismo desta parte, mas tão somente da efetividade do seu
direito líquido e certo de ter os seus recursos apreciados e devidamente respondidos e
enfrentados, o que, ao que tudo indica, não aconteceu na situação espancada.

Tamanha é a desídia e negligência das partes rés, que estas nem sequer têm o
cuidado legal de colocar o nome da parte autora ou o seu correto tipo de prova na resposta ao
recurso, o que demonstra, mais uma vez, sem a necessidade do acompanhamento probatório dos
outros candidatos, de que as partes rés apenas reproduzem a mesma resposta mecanizada e
idêntica a todos, independentemente se o candidato escreveu um recurso fundamentado com
suas razões ou uma receita de bolo.

Tal desfaçatez e vileza das partes rés, além de prejudicar frontalmente o direito do
candidato na sua prova, também lhe subtrai a possibilidade real, teleológica e exegética de
enfrentamento de suas razões recursais. Repisa-se, não se trata de esmero desta parte, ou de
necessidade de enfrentamento de todas as razões recursais, mas que se analise pelo menos o
mínimo do que lhe é trazido. Ora, esta possibilidade de recurso é real ou é somente para inglês
ver? Ao que tudo indica, os recursos, por serem respondidos todos identicamente, não são
sequer analisados ou enfrentados, em claro arrepio às normas editalícias e constitucionais.

Vejamos somente algumas notícias no bojo das quais há flagrante indício de plágio
e de respostas idênticas aos recursos:

* Candidatos relatam erros de enunciado e plágio na prova objetiva do XXXIV


Exame de Ordem : <https://www.amodireito.com.br/2022/02/candidatos-erros-plagio-
prova-objetivaxxxiv-exameordem.html>

* Bacharel questiona questões da prova objetiva e consegue liminar para realizar 2ª


fase do Exame de Ordem da OAB: <https://www.amodireito.com.br/2021/07/bacharel-
prova-objetiva-liminar-2a-faseexame-ordemoab.html>

* Juízes mandam OAB responder de forma individualizada e fundamentada


recursos contra questões do Exame de Ordem:
24

<https://www.rotajuridica.com.br/juizes-mandam-oab-responder-de-formaindividualizada-
Página

efundamentada-re cursos-contra-questoes-do-exame-de-ordem/>

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Dessa forma, não pairam dúvidas de que o modus operandi temerário das partes rés
merece ser rechaçado, com a devida análise dos recursos da candidata.

Vejamos algumas decisões liminares concedidas para análise real dos recursos
apresentados pelos candidatos examinandos:

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5005684-20.2021.4.04.7117/RS


IMPETRANTE: LUIS FERNANDO CAPELETTI REMOR IMPETRADO:
PRESIDENTE DA COMISSÃO DE ESTÁGIO E EXAME DE ORDEM - ORDEM DOS
ADVOGADOS DO BRASIL – SECÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL - PORTO
ALEGRE Assim, no uso do poder geral de cautela (art. 297 do CPC), deve ser
acolhido, em parte, o pedido liminar para o m de determinar à Autoridade
Impetrada que aprecie de forma individualizada e devidamente
fundamentado os recursos do impetrante, sem que se utilize de decisões
genéricas e padronizadas aos demais candidatos. Contudo, a participação
do impetrante na próxima fase do certame, a ser realizada no dia 12 de
dezembro de 2021, só poderá ocorrer se lograr êxito nos recursos
interpostos e assim atingir a pontuação suficiente para tanto. Ante o
exposto, DEFIRO EM PARTE a liminar para determinar à Autoridade
Impetrada que aprecie de forma individualizada e devidamente
fundamentado os recursos do impetrante, sem que se utilize de decisões
genéricas e padronizadas aos demais candidatos. (Grifei)

MANDADO DE SEGURANÇA Nº 5019349-36.2021.4.04.7107/RS


IMPETRANTE: ELISANGELA GODINHO PESSOA IMPETRADO: PRESIDENTE -
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL -
PORTO ALEGRE No âmbito do Edital do certame não pode ser diferente, na
medida em que a Administração tem o dever de explicitamente emitir
decisão com motivação clara e coerente, indicando de forma
fundamentada quais exigências não foram atendidas candidato. A
necessidade de motivação dos atos administrativos resulta do princípio
democrático e da regra do devido processo legal, porque indispensável ao
convencimento do cidadão e ao consenso em torno da atividade
administrativa (Celso Antônio Bandeira de Mello). Ante o exposto, DEFIRO
EM PARTE a liminar para determinar à Autoridade Impetrada que aprecie
de forma individualizada e devidamente fundamentado os recursos da
impetrante, sem que se utilize de decisões genéricas e padronizadas aos
demais candidatos. Intimem-se. A Autoridade Impetrada deverá ser
intimada por mandado a ser cumprido por ocial de justiça de plantão, para
que dê imediato cumprimento à decisão. (Grifei)
25

Número: 5004194-07.2021.4.03.6109 Classe: MANDADO DE SEGURANÇA


CÍVEL Órgão julgador: 1ª Vara Federal de Piracicaba Ante o exposto,
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presentes os requisitos de urgência e a plausibilidade do direito, DEFIRO EM


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PARTE A LIMINAR requerida, para determinar às impetradas que, no prazo
de 48 horas, (re)examinem os recursos administrativos do impetrante
relativos às questões nºs 006, 024, 025, 038, 041, 042 e 061, da prova 01,
tipo 3, do XXXIII Exame de Ordem Unicado da OAB, de forma especica e
motivada, devendo comunicar o teor da decisão ao impetrante em prazo
hábil, viabilizando, caso aprovado, a realização da segunda fase pelo
impetrante. (Grifei)

Número: 1006100-27.2021.4.01.3306 Classe: MANDADO DE SEGURANÇA


CÍVEL Órgão julgador: Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Paulo Afonso-
BA. Ante o exposto, concedo em parte a medida liminar vindicada pelo
impetrante, determinando que até divulgação do gabarito definitivo da 1ª
fase do XXXIII exame da ordem unificado, previsto para 16/11/2021, sejam
as impetradas: A) Compelidas a APRECIAR, ANALISAR e JULGAR
individualmente os recursos interpostos pela parte Impetrante, devendo
eventual decisão ser motivada de maneira ESPECÍFICA e PERTINENTE, nos
termos da liturgia ex lege, e à observância do devido processo
administrativo, corolário constitucional; B) Compelidas a MOTIVAR as
suas decisões no “processo” administrativo, sendo obstadas de empregar
o rito delineado no art. 50 § 2 o da lei 9784/99, eis que, nos termos do
próprio dispositivo, NÃO PODE SER UTILIZADO “meio mecânico que
reproduza os fundamentos das decisões ” DE FORMA QUE “prejudique
direito ou garantia dos interessados”; (Grifei).

X - DA OBRIGAÇÃO DE FAZER

No caso em análise, trata-se de SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO,


mesmo tendo a parte Autora respondido e acertado integralmente as questões ora em debate,
demonstrado seu conhecimento sobre os temas.

Reitera-se que a questão controvertida não se refere à análise dos critérios de


correção de prova prático-profissional, mas sim à atribuição de pontuação a uma questão
respondida em conformidade com as exigências do certame e com o padrão de resposta
apresentado - caso classico de pontuação ilegalmente suprimida.

Como bem supra asseverado a parte autora, se submeteu a um certame viciado e


repleto de erros grosseiros e crassos, como em casos de violação à isonomia e ao Edital, em
situações de supressão ilegal de pontuação.

Diante disso, urge trazer à baila trecho do entendimento do Min. Gilmar Mendes,
relator do acórdão do RE 632.853/CE (STF), em sede de repercussão geral, afirmou que
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“Excepcionalmente, é permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das


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questões do concurso com o previsto no edital do certame.”

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Nobre julgador, é cediço que os candidatos que se inscrevem no Exame de Ordem
se submetem às regras e condições da banca examinadora, porém, a discricionariedade da
Administração Pública não afasta a responsabilidade do Judiciário de rever os atos por esta
praticados.

A própria Constituição Federal em seu art. 5º, XXXV, consagrou o princípio da


inafastabilidade do controle judicial; vide:

CF/88 – Art. 5º, XXXV - A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça à direito.

Desse modo, sendo a intervenção do Judiciário indispensável ao reestabelecimento


da legalidade (STF), reparando-se os direitos violados, não há se falar em substituição à banca,
tampouco ao avaliador, mas simplesmente à correta subsunção entre a resposta conferida e o
gabarito adotado.

Quanto a obrigação de fazer, estabelece o artigo 497 do Código de Processo Civil:

Artigo. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.

Portanto, tendo em vista que a reposta da parte Autora está em total consonância
com o gabarito do espelho definitivo do XXXV Exame da Ordem em Direito do Trabalho,
requer a Digníssima Excelência que determine aos requeridos a promover a revisão da nota,
corrigindo os vícios apontados e atribuindo a devida pontuação relativa aos itens 7 e 8 da peça e
questão nº 4, letra “A”, valorada em 1,65 pontos e, que seja alterada a nota final no espelho
definitivo para 7,25 pontos, tornando-se a parte autora aprovada no Exame da Ordem.

XI - DA TUTELA ANTECIPADA DE EVIDÊNCIA, SUBSIDIARIAMENTE A TUTELA


DE URGÊNCIA

XII.a - DA TUTELA DE EVIDÊNCIA

A tutela da evidência está prevista no art. 311 do Código de Processo Civil de


2015, que assim dispõe:

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da


demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
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protelatório da parte;
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II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova
capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.

Os documentos em anexo demonstram claramente a ilegalidade aqui apontada, ou


seja, de que a resposta da autora atendia ao item pontuado pela banca, mas mesmo assim não
ensejou a pontuação que a levaria à aprovação.

Demonstram, ainda, que há evidente violação ao tratamento isonômico, já que,


conforme documentos em anexos, em outros casos similares (para não dizer idêntico) a nota foi
atribuída a outros candidatos, de modo que se colaciona prova de candidatos.

Dessa forma, para estancar a ilegalidade e o tratamento antisonômico dado à


autora, devem ser considerados os mesmos critérios adotados na correção do paradigma,
atribuindo-se a pontuação relativa ao item 8 da prova prático-profissional, concernente ao
XXXV Exame de Ordem Unificado.

Em relação a jurisprudência, está preenchido o requisito através do TEMA nº 485


do STF, onde está flagrante a ilegalidade perpetrada pelas rés, pois feriram o princípio da
impessoalidade e da isonomia, quando nos itens 8 e 9 e questão 4, letra “A” da peça pratico-
profissional de DIREITO DO TRABALHO, houve supressão ilegal de pontuação e erro
material. Como bem exposto, a ofensa ao edital, em seus itens 3.4.1.2 e 3.4.1.4, operou-se
inequivocamente, sendo demonstrado, amena ao direito invocado e o risco ao resultado útil do
processo.

Assim sendo, o caso concreto enseja o deferimento da tutela de evidência, visto


que presentes os requisitos para tal e uma vez deferida recolocará nos trilhos a obediência,
pelas rés, aos princípios constitucionais da impessoalidade e da isonomia ante as
ilegalidades apontadas e satisfazendo o direito da parte autora, através da sua aprovação no
referido Exame da OAB.

XI.b – SUBSIDIARIMENTE: DA TUTELA DE URGÊNCIA

Inicialmente, destaca-se o fundamento do pedido de antecipação de tutela


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jurisdicional que se encontra no Código de Processo Civil:


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Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver elementos
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo.

O objetivo da tutela de urgência antecipada é preservar a eficácia da decisão


processual, que muito se coaduna com o poder cautelar, denominado pela Doutrina de
satisfativo, desde que presentes a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao
resultado útil do processo.

Nessa esteira, depreende-se o periculum in mora em razão da injusta reprovação da


parte autora no XXXI Exame da Ordem, ante o equívoco cometido pela Banca Examinadora,
que simplesmente deixou de atribuir nota aos itens 7 e 8 e questão 4, letra “A” de sua prova
discursiva.

Já em relação ao fumus boni iuris dispensa maiores delongas, porquanto além do


óbvio prejuízo emocional ocasionado pela total frustração e desgaste, uma vez que houve um
grande período de absoluta dedicação pela parte autora para prestar o exame.

E como se sabe, somente após a aprovação no Exame da Ordem a parte autora


poderá começar a exercer sua profissão, onde terá a possibilidade de iniciar sua carreira e prover
o seu próprio sustento.

Além disso a demora acaba por gerar um desnecessário abalo moral a parte autora,
pois deverá novamente começar a árdua e estressante preparação para o exame da ordem, o que
causará frustração ainda maior, pois a mesma já realizou sua colação de grau e poderia estar
exercendo a profissão ao invés de ter que continuar sua dedicação exclusivamente ao Exame.

Circunstância esta que ainda pode ser mudada, diante de uma correção JUSTA e
correta de sua peça e conseguinte atribuição de sua nota, o que poderá resguardar a aprovação
da parte autora.

XII - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) a concessão do benefício da gratuidade da justiça;

b) a concessão da TUTELA DE EVIDÊNCIA, para determinar a


reapreciação de sua peça prático-profissional e atribuição da pontuação
relativa aos itens 7 e 8 e questão 4, letra “A”, da peça prático-profissional
de Direito do Trabalho, da parte autora, concernente ao XXXV Exame de
Ordem Unificado/2022, uma vez que se considerou correta a resposta de
29

outros candidatos, que elaboraram a mesma peça com respostas idênticas a


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da autora no item, o que será desde logo suficiente para garantir a sua
aprovação na 2ª fase do certame, e assim ser assegurada a sua inscrição nos
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quadros da OAB/RS, devendo expedir o Certificado de Aprovação com a
emissão da Carteira Profissional;

b.1) SUBSIDIARIAMENTE, a concessão da TUTELA DE


URGÊNCIA, para determinar a reapreciação de sua peça prático-
profissional e atribuição da pontuação relativa aos itens 7 e 8 e
questão 4, letra “A”, da peça prático-profissional de Direito do
Trabalho, da parte autora, concernente ao XXXV Exame de Ordem
Unificado/2022, uma vez que se considerou correta a resposta de
outros candidatos, que elaboraram a mesma peça com respostas
idênticas a da autora no item, o que será desde logo suficiente para
garantir a sua aprovação na 2ª fase do certame, e assim ser assegurada
a sua inscrição nos quadros da OAB/RS, devendo expedir o
Certificado de Aprovação com a emissão da Carteira Profissional;

c) sejam as demandadas citadas para apresentarem contestação, querendo,


sob pena de revelia;

d) seja determinada a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA (item “I.c”


desta inicial) para que as Rés, ao apresentarem sua defesa escrita, juntem
aos autos a cópia integral da prova prático-profissional de Direito do
Trabalho, com as notas atribuídas às questões controvertidas e espelho de
avaliação da parte Autora, bem como a resposta da Banca Examinadora aos
recursos administrativos interpostos pela parte Autora na 2ª fase do XXXV
Exame de Ordem Unificado;

e) seja intimado o Ministério Público Federal;

f) seja ao final julgado procedente o pedido da autora, e declarada a


ilegalidade da postura adotada pela banca examinadora na correção da
prova prático-profissional, pois ofendeu os postulados da legalidade e o da
isonomia, determinando a OBRIGAÇÃO DE FAZER de uma nova
correção da prova prático-profissional, em que se considerem os mesmos
critérios adotados ao/aos candidato(s) paradigma(s) atribuindo-se a
pontuação relativa aos itens 7 e 8 e questão 4, letra “A”, concernente ao
XXXV Exame de Ordem Unificado/2022, o que será desde logo suficiente
para garantir a sua aprovação na 2ª fase do certame, devendo expedir o
Certificado de Aprovação com a emissão da Carteira da OAB;

g) a condenação das rés em honorários de sucumbência (art. 85 do CPC);

Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, em especial


a testemunhal e documental.
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Primando pelo espírito conciliador, nos termos do art. 334 do Código de


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Processo Civil, manifesta interesse em autocomposição com o


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reconhecimento do direito da autora, aguardando para tanto, a designação de
audiência de conciliação.

Dá-se à causa o valor de alçada de R$1.302,00.

Termos em que, espera deferimento.

Porto Alegre/RS, 13 de fevereiro de 2023.

MILTON EVALDO SCHOTT


OAB/RS 41.583

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