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Inicialmente cabe destacar que não se está buscando que o judiciário intervenha
na avaliação de critérios de correção de prova, tampouco ingerência no "arbítrio" ou
discricionariedade da banca examinadora, mas tão somente o resguardo do direito líquido e
certo da parte autora à observância do princípio da vinculação das normas do Edital, cujo
desrespeito flagrante culminaram na sua injusta reprovação.
A Constituição da República, em seu art. 5º, inciso LXXIV, garante aos cidadãos a
prestação de assistência jurídica integral àqueles que comprovarem a insuficiência de recursos.
Conformando a referida garantia, bem como, pela Lei 13.105/2015, artigo 98 e seguintes, que
estabelece normas para a concessão da assistência judiciária aos legalmente necessitados,
recepcionadas por todas as Constituições que lhe sucederam, traz como requisito para concessão
do direito à gratuidade judiciária (art. 4º, § 1º) a mera afirmação, na própria petição inicial, de
que a parte não está em condições para pagar as custas do processo e os honorários
advocatícios.
A parte autora opta pela audiência de conciliação, caso as Rés tenham interesse em
celebrar acordo para encerrar o litígio.
Dessa forma, não resta outra alternativa senão o ajuizamento da presente ação.
Cumpre, de início, demonstrar a legitimidade passiva das partes rés, de forma que a
ilegalidade ora impugnada se insere nas suas esferas de competência, conforme pacífico
entendimento, verbis:
Havendo eventual alegação de ilegitimidade passiva pelas partes ré, há que ser
afastada, com base no art. 58, inciso VI, da Lei nº 8.906/94, que dispõe ser competência
privativa do Conselho Seccional realizar o Exame de Ordem. Ademais, entendimento em
sentido contrário acabaria por comprometer o acesso à justiça, uma vez que candidatos de todo
o país teriam que ajuizar ações somente nas Varas Federais da Seção Judiciária do Distrito
Federal, o que não se afigura razoável, até mesmo por ser extremamente oneroso para o
candidato. (TRF2, 0502671-42.2015.4.02.5101, 7ª TURMA, SERGIO SCHWAITZER,
06/04/2017).
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II - DO OBJETO
argumentações a serem exaradas, para que não se promova o fechamento do acesso à justiça,
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garantida constitucionalmente prevista no inciso XXXV, Art. 5º, da Carta Maior, tampouco
contemplar o caráter “absolutista” das bancas examinadoras, que, ao arrepio da lei, agem como
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déspotas do regime e buscam convalidar atos ilegais e teratológicos que ofendem o direito
líquido e certo daqueles que se submetem a um certame viciado e repleto de erros grosseiros e
crassos, como este em tela.
III - DO DIREITO
III.b - DA ILEGALIDADE
É sempre de bom alvitre lembrar que não pode a Banca Examinadora, a seu talante,
desrespeitar as normas contidas no instrumento convocatório, que garantem a legalidade e a
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segurança jurídica dos certames públicos. O ato perpetrado pelas rés ofende as cláusulas/itens
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3.5.11 e 3.5.12, págs. 15 e 16, e item 5.3.2, pág. 24, do EDITAL do 35º EXAME DE
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ORDEM, como demonstrado no petitio vestibular, portanto, demonstrando cabalmente a
necessidade de intervenção excepcional do Poder Judiciário no "mérito administrativo", a fim
de se resguardar os princípios mais caros ao Exame, conforme inclusive determinado a decisão
do STF no RE 632853/CE, senão vejamos a tese fixada em sede de repercussão geral:
Tese:
Não compete ao Poder Judiciário substituir a banca examinadora para
reexaminar o conteúdo das questões e os critérios de correção utilizados,
salvo ocorrência de ilegalidade ou de inconstitucionalidade. (Grifei)
Significa dizer que, em havendo ilegalidade, ofensa editalícia, não só pode o Poder
Judiciário intervir, como deve fazê-lo, eis que a discricionariedade da administração pública, in
casu, está vinculada às regras sedimentadas no instrumento convocatório, em verdadeiro pacto
social entre o concurso e seus candidatos.
O que verificamos, claramente, é o fato nítido de que os recursos não são sequer
analisados, sendo todos respondidos de maneira IDÊNTICA, PRÉ-PRONTA e
MECANIZADA, sem o mínimo de enfrentamento aos seus argumentos recursais,
independentemente se o candidato redigiu um recurso bem fundamentado ou uma receita de
bolo - verdadeiro acinte ao duplo grau recursal administrativo!
Ordem 35º.
Nesta seara, cediço salientar que a parte autora apresentou ao longo dos fatos
narrados os argumentos que demonstraram a afronta ao direito objetivo da intervenção judiciária
para garantir-lhe a aprovação da 2ª fase do 35º Exame de Ordem, AFASTANDO-SE AS
ILEGALIDADES aduzidas e corrigindo os erros crassos cometidos pelas Rés, atos estes
acometidos de severos vícios de nulidade, conforme se demonstrou, determinando a
ATRIBUIÇÃO DE PONTUAÇÃO ILEGALMENTE SUPRIMIDA a DO ITEM 8, 9 DA
PEÇA PRATICO-PROFISSIONAL, DA QUESTÃO 4, ITEM A, DA PROVA PRÁTICO-
PROFISSIONAL DE DIREITO DO TRABALHO, valorada em 1,65 pontos e, que seja
alterada sua nota final no espelho definitivo para 7,25 pontos, pelos fatos e fundamentos
anteriormente elencados.
Necessário trazer a lume a redação do item 3.5.11, pág. 16, do edital 35º EXAME
DE ORDEM UNIFICADO (em anexo):
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“No item “8” da peça a Banca Examinadora exigiu como resposta correta:
“Indevida a integração por não ter natureza salarial ou por ter natureza
indenizatória (0,40). Indicação Art. 457, § 2º, da CLT (0,10).”
Desta forma, a parte autora deve receber a respectiva pontuação por sua
argumentação, eis que reflete e está em total consonância com a resposta requerida pela
banca e de acordo com o gabarito oficial.
Não há dúvidas que ante a flagrante ilegalidade demonstrada, a parte autora merece
ter a sua pontuação ilegal suprimida e devidamente atribuída nos mesmos parâmetros adotados
para os paradigmas indicados, eis se trata de caso de supressão ilegal de pontuação sendo-lhe
devida a justa concessão da pontuação integral, no item 8!
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada
[..]
§ 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos casos
de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por
acidente do trabalho.
Não restam dúvidas que a parte autora apresentou resposta condizente com o
gabarito ao caso apresentado pela banca, demonstrando domínio da matéria discutida, raciocínio
jurídico, capacidade de interpretação e exposição, aliados a técnica profissional e, mesmo assim,
a não recebeu a pontuação – caso clássico de SUPRESSÃO ILEGAL DE PONTUAÇÃO.
problema na íntegra:
Do exposto, mesmo que a parte autora não tenha utilizado a mesma redação
descrita no espelho elaborado pela Banca Examinadora como padrão de resposta correta, a
resposta que elaborou e registrou na sua prova apresenta raciocínio jurídico similar, apenas
escrita com outra construção textual, pois sustentou que o dirigente sindical não havia
perdido a estabilidade, mesmo que realizado a comunicação fora do prazo previsto no art. Art.
543, § 5º, da CLT, conforme alegado pelo empregador, indicando corretamente a Sumula 369
do TST. Vejamos a resposta da parte autora:
Do exposto, restou cristalino que a parte autora tinha domínio do tema, pois
respondeu integralmente à questão, porém não pontuando. Assim, deve ser atribuído 0,65 a
pontuação da sua nota final.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados
em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e
recursos a ela inerentes; (grifos nossos)
Logicamente que não se busca com esta ação a aprovação da parte autora de
maneira transversa, tampouco respostas super pormenorizadas e exaustivas em sede
administrativa, mas somente que as partes rés analisem os recursos de maneira concreta e
individualizada, aos quais ela mesma se propõe a analisar e a responder, conforme consta no
próprio Edital. Parece óbvio o que se busca, Excelência, mas vivemos em tempos em que o
óbvio não é mais a regra.
Excelência, o que se busca, tão somente, é que as partes rés sejam compelidas a
analisarem os recursos, inclusive é justamente o que elas se propõem a fazer no Edital, mas que,
todavia, não é realizado.
Assim, revela-se inconteste a plausibilidade do direito alegado pela parte autora, eis
que a conduta reiterada e reprovável das partes rés demonstra o risco de perecimento, ante o
notório fumus de descumprimento do direito, e a real necessidade de se acautelá-lo para que as
Rés sejam, tão somente, compelidas a analisarem e a responderem os recursos de forma
individualizada, por haver fortes indicativos de que a banca examinadora não têm observado
minimamente os estreitos limites do Edital de Abertura, o qual figura como a lei do concurso
público, vinculando candidatos e a Administração.
Ou seja, o candidato, ora impetrante está submetido não apenas ao crivo arbitrário
e antiético de “juízo/comissão” incompetente não só strictu sensu, mas também incompetente
latu sensu. Nem sequer se prestara ao objetivo, na elaboração de verdadeiras ginásticas jurídicas
e manobras hermenêuticas inenarráveis, de atribuir qualquer mínima aparência de legalidade às
respostas aos recursos administrativos. O suposto “processo de recurso” nada mais é que
verdadeiro embuste para acobertar condutas indefensáveis. Significa dizer que falseiam a
aparência de possibilidade de recurso ao impetrante por intermédio de verdadeira farsa.
No que pese a presente demanda não impugnar especificamente o Edital, fica claro
que deve haver disposições claras sobre o processo de elaboração, apresentação, julgamento,
decisão e conhecimento do resultado de recursos. Claramente não é o que ocorre de fato, eis que
os recursos não são sequer individualmente lidos, quanto mais apreciados.
A parte autora demonstrou que as partes rés, ao que tudo indica, nem sequer leram
as suas argumentações, concedendo respostas genéricas aos seus recursos, verdadeiros
CTRL+C CTRL+V.
respostas aos recursos das mesmas questões problemáticas relatadas, e que o(a) respective(a)
examinando(a) sofreu prejuízo de seu direito líquido certo e ofensa ao princípios da legalidade
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Tamanha é a desídia e negligência das partes rés, que estas nem sequer têm o
cuidado legal de colocar o nome da parte autora ou o seu correto tipo de prova na resposta ao
recurso, o que demonstra, mais uma vez, sem a necessidade do acompanhamento probatório dos
outros candidatos, de que as partes rés apenas reproduzem a mesma resposta mecanizada e
idêntica a todos, independentemente se o candidato escreveu um recurso fundamentado com
suas razões ou uma receita de bolo.
Tal desfaçatez e vileza das partes rés, além de prejudicar frontalmente o direito do
candidato na sua prova, também lhe subtrai a possibilidade real, teleológica e exegética de
enfrentamento de suas razões recursais. Repisa-se, não se trata de esmero desta parte, ou de
necessidade de enfrentamento de todas as razões recursais, mas que se analise pelo menos o
mínimo do que lhe é trazido. Ora, esta possibilidade de recurso é real ou é somente para inglês
ver? Ao que tudo indica, os recursos, por serem respondidos todos identicamente, não são
sequer analisados ou enfrentados, em claro arrepio às normas editalícias e constitucionais.
Vejamos somente algumas notícias no bojo das quais há flagrante indício de plágio
e de respostas idênticas aos recursos:
<https://www.rotajuridica.com.br/juizes-mandam-oab-responder-de-formaindividualizada-
Página
efundamentada-re cursos-contra-questoes-do-exame-de-ordem/>
Vejamos algumas decisões liminares concedidas para análise real dos recursos
apresentados pelos candidatos examinandos:
X - DA OBRIGAÇÃO DE FAZER
Diante disso, urge trazer à baila trecho do entendimento do Min. Gilmar Mendes,
relator do acórdão do RE 632.853/CE (STF), em sede de repercussão geral, afirmou que
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CF/88 – Art. 5º, XXXV - A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça à direito.
Artigo. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não
fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou
determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo
resultado prático equivalente.
Portanto, tendo em vista que a reposta da parte Autora está em total consonância
com o gabarito do espelho definitivo do XXXV Exame da Ordem em Direito do Trabalho,
requer a Digníssima Excelência que determine aos requeridos a promover a revisão da nota,
corrigindo os vícios apontados e atribuindo a devida pontuação relativa aos itens 7 e 8 da peça e
questão nº 4, letra “A”, valorada em 1,65 pontos e, que seja alterada a nota final no espelho
definitivo para 7,25 pontos, tornando-se a parte autora aprovada no Exame da Ordem.
protelatório da parte;
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Além disso a demora acaba por gerar um desnecessário abalo moral a parte autora,
pois deverá novamente começar a árdua e estressante preparação para o exame da ordem, o que
causará frustração ainda maior, pois a mesma já realizou sua colação de grau e poderia estar
exercendo a profissão ao invés de ter que continuar sua dedicação exclusivamente ao Exame.
Circunstância esta que ainda pode ser mudada, diante de uma correção JUSTA e
correta de sua peça e conseguinte atribuição de sua nota, o que poderá resguardar a aprovação
da parte autora.
da autora no item, o que será desde logo suficiente para garantir a sua
aprovação na 2ª fase do certame, e assim ser assegurada a sua inscrição nos
R. Dr. Mario Totta, 506/610
(51) 3095-1113 / 9 99 08 79 69
Whatsapp: (51) 9 99 08 79 69
E-mail: mes.advocaciaprevidenciaria@gmail.com
CEP: 91.920-130 - Porto Alegre - RS
quadros da OAB/RS, devendo expedir o Certificado de Aprovação com a
emissão da Carteira Profissional;
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