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: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região
Partes:
RECORRENTE: VIA S.A.
ADVOGADO: RODRIGO SEIZO TAKANO
RECORRIDO: SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMERCIO ESTADO TOCANTINS
ADVOGADO: MURILO BRAZ VIEIRA
ADVOGADO: ELISANDRA JUCARA CARMELIN
TERCEIRO INTERESSADO: MPT10 - MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 10ª
REGIÃO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO
EMENTA
EMENTA: 1. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL. AMPLITUDE. ROL DE SUBSTITUÍDOS.
EXIGÊNCIA SOTERRADA PELAS DECISÕES DO EXCELSO
STF. O Supremo Tribunal Federal já decidiu que o art. 8º, III, da
Constituição Federal outorga legitimidade aos sindicatos para atuarem na
defesa de direitos individuais dos empregados da categoria, legitimação
esta que alcança os interesses que ostentam natureza de direitos
individuais homogêneos, assim definidos aqueles que possuem origem
comum (CDC, art. 81, parágrafo único, III). Logo, as pretensões que
decorrem da conduta do empregador envolvendo a coletividade de
trabalhadores em situação lesiva semelhante - como o não pagamento de
salários e décimos terceiros salários, não recolhimento das contribuições
previdenciárias e das parcelas do FGTS, não aplicação de norma coletiva,
etc. -, possuem inegável origem comum. Esta situação caracteriza os
direitos vindicados como individuais homogêneos, justificando a
legitimação extraordinária do sindicato. Precedentes desta Turma e do
TST. 2. VIA VAREJO. DESRESPEITO ÀS NORMAS COLETIVAS
QUE ASSEGURAM SALÁRIO FIXO AOS COMISSONADOS.
DANOS QUE SE ESPRAIAM PARA ALÉM DO QUADRO
FUNCIONAL DA EMPRESA. "DUMPING" SOCIAL. DANO
MORAL COLETIVO. CONFIGURAÇÃO. Termo próprio da área
comercial, o dumping define-se como a prática comercial consistente na
venda de produtos, mercadorias ou serviços a preços extraordinariamente
baixo, por um determinado período de tempo, visando prejudicar ou
eliminar os concorrentes para, a partir do domínio do mercado, impor
preços mais altos. Transposto para a seara do trabalho, caracteriza-se pela
exploração da mão de obra, reduzindo-se o preço das mercadorias e
serviços, não pela diminuição dos custos da matéria-prima ou dos
métodos de produção, mas pela precarização dos salários e do valor social
do trabalho, em fragrante prejuízo aos trabalhadores da empresa e de suas
famílias. De igual modo, ao descumprir as convenções coletivas, o
empresário aufere vantagem indevida em detrimento das demais empresas
concorrentes na sua área de atuação, as quais respondem pelos vários
encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais sobre a parte fixa da folha
de pagamentos. Assim delineado, ressai inequívoco o dano à classe
trabalhadora e à sociedade em geral, configurando-se o dano moral
coletivo. 3. DANO MORAL. REPARAÇÃO. FIXAÇÃO DO VALOR
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RELATÓRIO
VOTO
ADMISSIBILIDADE
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Rejeito a preliminar.
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menos. Se o pedido era de R$5.000,00, por empregado, não há qualquer violação à lei no deferimento de
valor inferior ao pedido, até porque aquele patamar foi "sugerido" na peça de ingresso, não vinculando o
magistrado. Note-se que o pedido de R$5.0000,00 não está restrito a cinco anos como definiu o juízo, ou
seja, sem o valor e o limite imposto, a condenação, dependendo da interpretação, em muito superaria o
valor alegado no recurso.
Rejeito a preliminar.
MÉRITO
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CPC. Correção, de ofício, para torná-la sem efeito. Corrige-se, de ofício, decisão que
contém erro material." (RE 213974 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL; AG.REG.NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO; Relator(a): Min. CEZAR PELUSO; Julgamento: 02
/02/2010; Órgão Julgador: Segunda Turma; Publicação DJe PUBLIC 26-02-2010).
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Não vislumbro violações aos artigos 195, § 2º, da CLT, 6º, do CPC e,
tampouco, ao artigo 8, III, da Constituição Federal.
Nego provimento.
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Parágrafo Primeiro - Fica assegurado aos empregados que percebem salário fixo (+) mais
comissões, que o somatório destas parcelas não será inferior a R$680,00 (seiscentos e
oitenta reais)."
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Parágrafo Primeiro - Fica assegurado aos empregados que percebem salário fixo (+) mais
comissões, que o somatório destas parcelas não será inferior a R$870,00 (oitocentos e
setenta reais)."
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Fls.: 11
Nego provimento.
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podendo caracterizar, no máximo, prejuízo de natureza material, mas não ofensas à moral ou à dignidade
dos trabalhadores. Requer a reforma da condenação.
Recurso desprovido.
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Fls.: 13
"a) indenização por Danos Morais Coletivos que será revertido aos substituídos no
valor sugerido de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) e pagos proporcionalmente aos
trabalhadores comissionados, OU;
Recurso desprovido.
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"Divergência Parcial
Peço vênia ao Relator para apresentar divergência parcial vez que entendo
que assiste razão à Recorrente.
Por outro lado, fixou o Juízo indenização por danos coletivos (dumping
social), no importe de R$ 1.000.000,00, ou seja, o dobro do que requerido
pelo Autor. Também aqui, data vênia, considero não haver pedido duplo,
na medida em que, em relação ao dano moral, o pedido foi alternativo,
tendo o Juízo optado por uma das formas indicadas pelo Autor. Assim, se
somados os dois valores há evidente condenação superior àquele
vindicada na inicial.
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Fls.: 15
indenização pela prática identificada de dumping social que será revertida ao FAT - Fundo de
Amparo ao Trabalhador, no valor sugerido de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).
"O demandante sustentou que a reclamada vem praticando 'dumping' social, diante do
"descumprimento reiterado de normas trabalhistas com o escopo de obter vantagens
econômicas", ao não pagar o salário fixo aos seus empregados. Postulou, por isso, o
pagamento de indenização no valor sugerido de R$500.000,00.
"A vida em uma sociedade complexa, abrangente e multifacetada, como a atual, torna
imprescindível o desenvolvimento de um regime de responsabilidade civil que tenha
aptidão para prevenir e reparar, amplamente, as variadas modalidades de danos
decorrentes de condutas antijurídicas, que atingem os campos de interesse patrimonial e
moral dos indivíduos e dos grupos. (...) O alargamento da proteção jurídica aos interesses
da essência moral e aos direitos coletivos (lato sensu) veio a significar destacado passo
no processo de valorização plena dos direitos da pessoa, apresentando-se como resposta
às atuais e imperativas demandas da cidadania" (p. 77/79).
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Desse modo, referidas empresas obtêm vantagens indevidas sobre as concorrentes que
cumprem regularmente as suas obrigações trabalhistas.
Acrescento que trata-se de situação percebida pelos juízes trabalhista em sua lida
cotidiana, pela repetição das reclamações contra as mesmas empresas. (Primeira Turma,
RO 0001849-37.2014.5.10.0802, Relator: Desembargador Grijalbo Fernandes Coutinho,
acórdão publicado em 11/03/2015)
Muitas vezes as lesões não têm uma repercussão econômica muito grande e os lesados,
individualmente, não se sentem estimulados a ingressar com ações em juízo e nem
mesmo os entes coletivos dão a tais lesões a devida importância. Outras vezes, mesmo
tendo repercussão econômica palpável, muitos trabalhadores deixam de ingressar em
juízo com medo de não conseguirem novo emprego, pois impera em nossa realidade a
cultura de que mover ação na Justiça é ato de rebeldia. O agressor da ordem jurídica
trabalhista conta, portanto, com o fato conhecido de que nem todos os trabalhadores lhe
acionam na Justiça (na verdade os que o fazem sequer são a maioria). Conta, ainda, com:
o prazo prescricional de 05 (cinco) anos; a possibilidade de acordo (pelo qual acaba
pagando bem menos do que devia); e a demora processual. Assim, mesmo considerando
os juros trabalhistas de 1% ao mês não capitalizados e a correção monetária, não
cumprir, adequadamente, os direitos trabalhistas, tornou-se entre nós uma espécie de
"bom negócio", como já advertira o ex-Presidente do TST, o saudoso ORLANDO
TEIXEIRA DA COSTA.
Óbvio que esta prática traduz-se como "dumping social", que prejudica a toda a
sociedade e óbvio, igualmente, que o aparato judiciário não será nunca suficiente para
dar vazão às inúmeras demandas em que se busca, meramente, a recomposição da ordem
jurídica na perspectiva individual, o que representa um desestímulo para o acesso à
justiça e um incentivo ao descumprimento da ordem jurídica.
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(...) É de suma importância compreender que com relação às empresas que habitam o
cotidiano das Varas, valendo-se da prática inescrupulosa de agressões aos direitos dos
trabalhadores, para ampliarem seus lucros, a mera aplicação do direito do trabalho,
recompondo-se a ordem jurídica individual, com pagamento de juros e correção
monetária, por óbvio, não compensa o dano experimentado pela sociedade.
(...) Seu propósito é inibir a repetição do ilícito; anular o lucro obtido pelo réu com a
atitude de agressão ao ordenamento; e fazer crer a todos os demais empregadores,
concorrentes do réu, que o respeito à ordem jurídica não lhes representa um prejuízo
concorrencial. (O Dano Social e sua Reparação - artigo publicado em São Paulo em 13/10
/2007, disponível em: nucleotrabalhistacalvet.com.br, citado pelo Desembargador Mário
Macedo Fernandes Caron, relator nos autos do RO 00789-2013-020-10-00-1, acórdão
publicado em 03/07/2014, g.n.).
Recurso desprovido.
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A reparação por dano dano moral tem por escopo a compensação do dano
sofrido pela vítima, de atribuir uma sanção ao agente e de prevenir a reiteração de atos que atinjam bens
essenciais e inerentes ao indivíduo.
Ora, data venia, não se pode concluir que a reparação fixada em valor
vultoso possa caracterizar enriquecimento ilícito se este somente ocorre quando não há justa causa ou a
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justa causa que o justificava deixou de existir. Nas reparações por danos morais há inequívoca
justificativa para tanto, ou seja, a prática de ato ilícito por terceiro.
"O juiz, em cujas mãos o sistema jurídico brasileiro deposita a responsabilidade pela
fixação do valor da reparação do dano moral, deverá fazê-lo de modo impositivo,
levando em conta o binômio "possibilidades do lesante" - "condições do lesado";
cotejado sempre com as particularidades circunstanciais do fato danoso, tudo com o
objetivo de alcançar: a) um "valor adequado ao lesado, pelo vexame, ou pelo
constrangimento experimentado"; b) uma "compensação" razoável e equitativa não para
"apagar os efeitos da lesão, mas para reparar os danos" (...), "sendo certo que não se deve
cogitar de mensuração do sofrimento, ou da prova da dor, exatamente porque esses
sentimentos estão ínsitos no espírito humano'. Dentro desta ótica, não se deve impor uma
indenização que ultrapasse, evidentemente, a capacidade econômica do agente, levando-
o à ruína. Se a função da reparação do dano moral é o restabelecimento do "equilíbrio
nas relações privadas", a meta não seria alcançada, quando a reparação desse consolo
espiritual à vítima fosse à custa da desgraça imposta ao agente. Não se pode, como
preconiza a sabedoria popular "vestir um santo desvestindo outro". Da mesma maneira,
não se pode arbitrar a indenização sem um juízo ético de valoração da gravidade do
dano, a ser feito dentro do quadro circunstancial do fato e, principalmente, das condições
da vítima. O valor da reparação terá de ser "equilibrado", por meio da prudência do juiz.
Não se deve arbitrar uma indenização pífia nem exorbitante diante da expressão ética do
interesse em jogo, tampouco se pode ignorar a situação econômico social de quem vai
receber a reparação, pois jamais se deverá transformar a sanção civil em fonte pura e
simples de enriquecimento sem causa". (in "Dano Moral", 2ª Edição, Editora Juarez de
Oliveira, São Paulo, 1999, páginas 47/48).
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Recurso desprovido.
PREQUESTIONAMENTO
VALOR DA CONDENAÇÃO
Conclusão do recurso
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ACÓRDÃO
DORIVAL BORGES
Desembargador Relator
DECLARAÇÃO DE VOTO
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Número do processo: 0001714-91.2015.5.10.0801 ID. 7bbf76f - Pág. 22
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