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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-175-33.2017.5.19.0005

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1003DE6901B7EB1361.
A C Ó R D Ã O
(4ª Turma)
GMALR/ASJ

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELA


RECLAMADA (EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT). ACÓRDÃO
REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA DAS LEIS
Nºs 13.015/2014 E 13.467/2017.

1. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO
RECURSO DE REVISTA, ARGUIDA EM
CONTRARRAZÕES. RECLAMADA CADASTRADA NO
SISTEMA PJE. INTIMAÇÕES FEITAS
PARALELAMENTE POR PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO
ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA
PROCESSUAL. PREVALÊNCIA DA INTIMAÇÃO
FEITA PELO SISTEMA PJE. RECURSO DE
REVISTA TEMPESTIVO.
I. No que diz respeito à tempestividade
do recurso de revista, consta da decisão
de admissibilidade do referido recurso
que o acórdão regional foi publicado no
Diário Eletrônico da Justiça do
Trabalho no dia 29/11/2017 e que a
intimação da Reclamada, pelo sistema do
PJe, ocorreu no dia 11/12/2017. II.
Tendo em vista que o presente processo
está tramitando pelo sistema do
Processo Judicial Eletrônico (PJe), as
intimações a ele referentes devem ser
feitas por meio eletrônico em portal
próprio aos que se cadastrarem na forma
do art. 2º da Lei 11.419/06,
dispensando-se a publicação no órgão
oficial, inclusive eletrônico (art. 5º
da Lei 11.419/06). III. Assim, havendo
intimação em paralelo pelo Diário
Oficial e pelo sistema do PJe, deve
prevalecer, para efeito de contagem de
prazo processual, a notificação feita
por este último sistema (PJe), uma vez
que, como dito, é dispensável a
intimação feita pela publicação no meio
oficial comum. IV. Ademais, a intimação
da Reclamada pelo sistema do PJe, não
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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obstante a intimação pelo Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho,
gerou legítima expectativa de que o
prazo inicial para interposição de
recurso fosse a data de sua ciência.
Assim sendo, pelo princípio da boa-fé
objetiva processual e pelo princípio da
primazia da decisão de mérito,
considera-se a intimação realizada pelo
sistema do PJe para contagem do prazo
processual. Cabe ao órgão jurisdicional
intimar as partes dos atos processuais,
cabendo-lhe eleger a via legal própria.
Se emite duas vias de intimação e causa
legítima dúvida quanto a qual delas deve
atender, deve-se optar pela intimação
que menos prejuízo cause à parte. V. No
caso concreto, a Reclamada é cadastrada
no sistema PJe, foi intimada da decisão
regional por esse sistema no dia
11/12/2017 e seu recurso de revista foi
interposto no dia 02/02/2018. Logo, a
insurgência é tempestiva. VI.
Preliminar rejeitada.

2. PROMOÇÃO VERTICAL POR MERECIMENTO.


ECT. PCCS/2008. REQUISITOS.
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO
AUTOMÁTICA. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA
RECONHECIDA CONHECIMENTO E PROVIMENTO.
I. A iterativa e atual jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho é no
sentido de que as promoções por
merecimento, em razão de seu caráter
eminentemente subjetivo, estão
condicionadas ao atendimento de
critérios objetivos e subjetivos
previstos no regulamento empresarial.
Firmou-se, ainda, o entendimento de que
não tendo o empregado preenchido
integralmente os requisitos previstos
no Plano de Cargos e Salários, ainda que
por omissão da Reclamada, não se impõe
considerar implementadas as condições
inerentes à promoção por mérito. II.
Cabe ressaltar que o reconhecimento de
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que a causa oferece transcendência
política (art. 896-A, § 1º, II, da CLT)
não se limita à hipótese em que haja
verbete sumular sobre a matéria; haverá
igualmente transcendência política
quando demonstrado o desrespeito à
jurisprudência pacífica e notória do
Tribunal Superior do Trabalho
sedimentada em Orientação
Jurisprudencial ou a partir da fixação
de tese no julgamento, entre outros, de
incidentes de resolução de recursos
repetitivos ou de assunção de
competência, bem como, na hipótese do
Supremo Tribunal Federal, no julgamento
de recurso extraordinário com
repercussão geral ou das ações de
constitucionalidade. Trata-se de
extensão normativa do conceito de
transcendência política, prevista no
art. 896-A, § 1º, II, da CLT, a partir,
sobretudo, da sua integração com o novo
sistema de resolução de demandas
repetitivas inaugurado pelo Código de
Processo Civil de 2015, cujas decisões
possuam caráter vinculante (exegese dos
arts. 489, § 1º, 926, 928 do CPC/2015).
Ademais, ainda que assim não fosse, o
próprio § 1º do art. 896-A da CLT
estabelece que os indicadores de
transcendência nele nominados não
constituem cláusula legal exaustiva,
mas possibilita o reconhecimento de
indicadores "entre outros". III. No
caso em apreço, ao manter a concessão da
promoção vertical, sob o fundamento de
que "a condição para se obter
desenvolvimento profissional por meio
de progressão funcional seria a
participação em cursos, o que
dependeria da participação do
colaborador, da vontade da própria
reclamada em disponibilizar o curso e da
escolha em recrutamento da demandada.
Assim, está-se diante de condição
puramente potestativa, não albergada
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pelo ordenamento jurídico - arts. 122 e
129 do Código Civil”, o Tribunal
Regional decidiu em dissonância com a
jurisprudência desta Corte Superior.
IV. Demonstrada transcendência
política da causa e divergência
jurisprudencial. IV. Recurso de revista
de que se conhece e a que se dá
provimento.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-175-33.2017.5.19.0005, em que é Recorrente EMPRESA
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS e Recorrida PAULA CRISTINA PIRAMAR
CORREIA DE MELO.

O Vice-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da


19ª Região admitiu o recurso de revista interposto pela Reclamada EMPRESA
BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS quanto ao tema “PROMOÇÃO VERTICAL”,
por divergência jurisprudencial.
Foram apresentadas contrarrazões ao recurso de
revista.
Os autos não foram remetidos ao Ministério Público do
Trabalho.
É o relatório.

V O T O

1. CONHECIMENTO
Em contrarrazões, a Reclamante suscita preliminar de
não conhecimento do recurso de revista interposto pela Reclamada, por
intempestividade. Alega que a Reclamada foi intimada pelo Diário
Eletrônico da Justiça do Trabalho no dia 29/11/2017 e que apresentou o
recurso de revista apenas em 02/02/2018, fora, portanto, do prazo legal.
Defende que a intimação da Reclamada pelo sistema PJe (em 11/12/2017)
não prevalece sobre a intimação realizada pelo Diário Eletrônico da
Justiça do Trabalho (em 29/11/2017).

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No que diz respeito à tempestividade do recurso de
revista, consta da decisão de admissibilidade do referido recurso que
o acórdão regional foi publicado no Diário Eletrônico da Justiça do
Trabalho no dia 29/11/2017 e que a intimação da Reclamada, pelo sistema
do PJe, ocorreu no dia 11/12/2017 (fl. 410 do documento sequencial
eletrônico nº 03).
Tendo em vista que o presente processo está tramitando
pelo sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe), as intimações devem
ser feitas por meio eletrônico em portal próprio aos que se cadastrarem
na forma do art. 2º da Lei 11.419/06, dispensando-se a publicação no órgão
oficial, inclusive eletrônico (art. 5º da Lei 11.419/06).
Dessa forma, feita a intimação pelo sistema do PJe,
dispensa-se a publicação no órgão oficial, e considera-se realizada a
intimação no dia em que a parte efetiva a consulta eletrônica do seu teor,
ou no décimo dia a contar do envio, caso não haja o efetivo acesso antes
disso (art. 5º, §3º, da Lei 11.419/06).
Observa-se que o Código de Processo Civil prevê que,
apenas quando não realizadas por meio eletrônico, consideram-se feitam
as intimações pela publicação no órgão oficial (art. 272 do CPC).
Assim, havendo intimação pelo diário oficial e pelo
sistema do PJe, deve prevalecer a notificação feita por este, uma vez
que é dispensável a intimação feita pela publicação no órgão oficial.
Nesse sentido o seguinte julgado da 4ª Turma desta Corte Superior:
"I- RECURSO DE REVISTA DA PRIMEIRA RECLAMADA (JB
CONSTRUTORA LTDA.) PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO.
SENTENÇA. INTIMAÇÃO VIA SISTEMA PJE. DISPENSA DE
PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO OFICIAL. TEMPESTIVIDADE DO
RECURSO ORDINÁRIO. PROVIMENTO. Trata-se de processo judicial
eletrônico, o qual foi regulamentado por meio da Lei nº 11.419/2006, que
dispôs acerca da informatização do processo judicial no âmbito civil, penal e
trabalhista. Segundo a mencionada lei, a comunicação eletrônica dos atos
processuais pode ocorrer por meio do Diário Eletrônico da Justiça do
Trabalho, o qual se considera como data da publicação o primeiro dia útil
seguinte ao da disponibilização da informação no órgão oficial. É o que
dispõe o artigo 4º do citado diploma. Não obstante tal previsão, a mesma lei,
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no seu artigo 5º, estabelece que a intimação também será feita por meio
eletrônico, em portal próprio, bastando que a parte realize o seu
cadastramento, circunstância em que se dispensa a publicação no órgão
oficial. Para a espécie, nos termos dos §§ 1º e 3º do supracitado artigo 5º, a
ciência ocorrerá no dia em que se efetivar a consulta do teor da intimação e,
se esta não ocorrer em até dez dias corridos do envio da intimação,
considera-se ciente a parte, independentemente da realização da consulta.
Precedentes . Acrescente-se que a IN nº 30 desta Corte Superior , ao
regulamentar o processo judicial eletrônico , no seu artigo 16, reproduz
o artigo 5º da Lei nº 11.419/2006, fixando que as comunicações
realizadas por meio eletrônico no Portal da Justiça do Trabalho
dispensam a publicação no órgão oficial. Ressalte-se, por fim, que o
novo Código de Processo Civil (CPC/2015), seguindo a mesma diretriz
estabelecida no artigo 5º da Lei nº 11.419/2006, trouxe no seu texto
previsão de que a intimação por meio eletrônico deve prevalecer sobre
aquela realizada em diário oficial, como dispõe, expressamente, o seu
artigo 272 . Na hipótese, constata-se ser incontroverso que a demanda
tramita pelo sistema Processo Judicial Eletrônico (PJe) e que a sua intimação
se deu tanto pelo meio eletrônico quanto pelo Diário da Justiça, na vigência
do CPC/2015. Mesmo assim, a egrégia Corte Regional entendeu que deveria
prevalecer a intimação realizada pelo Diário da Justiça, considerando, por
conseguinte, intempestivo o recurso ordinário da primeira reclamada. Ao
assim decidir, violou o artigo 272 do CPC/2015. Recurso de revista de que se
conhece e a que se dá provimento. [...]"
(ARR-10950-87.2016.5.18.0129, 4ª Turma, Relator
Ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, DEJT
20/09/2019).

Ressalte-se que a intimação da Reclamada pelo sistema


do PJe, não obstante a intimação pelo Diário Eletrônico da Justiça do
Trabalho, gerou legítima expectativa de que o prazo inicial para
interposição de recurso fosse a data de sua ciência. Assim sendo, pelo
princípio da boa fé objetiva processual e pelo princípio da primazia da
decisão de mérito, considera-se a intimação realizada pelo sistema do
PJe para contagem do prazo processual. Cabe ao órgão jurisdicional
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intimar as partes dos atos processuais, cabendo-lhe eleger a via legal
própria. Assim, se emite duas vias de intimação e causa legítima dúvida
quanto a qual delas deve atender, deve-se optar pela intimação que menos
prejuízo cause à parte.
Diante do exposto e tendo sido a Reclamada intimada
pelo sistema do PJe no dia 11/12/2017, a interposição do recurso de
revista no dia 02/02/2018 é considerada tempestiva.
Rejeitada a preliminar de intempestividade do recurso
de revista aduzida pela Reclamante e considerando que o recurso de revista
está subscrito por procurador regularmente habilitado e cumpre os demais
pressupostos extrínsecos de admissibilidade, passa-se à análise dos
requisitos intrínsecos.

1.1. PROMOÇÃO VERTICAL POR MERECIMENTO. ECT.


PCCS/2008. REQUISITOS. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO AUTOMÁTICA.
TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA

Inicialmente, registre-se que o recurso de revista


atende ao disposto no art. 896, § 1º-A, da CLT.
Além disso, trata-se de recurso de revista interposto
de decisão regional publicada na vigência das Leis nº 13.015/2014 e
13.467/2017 (acórdão regional publicado em 27/11/2017. Logo, a
insurgência deve ser examinada à luz do novo regramento processual
relativo à transcendência.
Na forma do art. 247 do RITST, o exame prévio e de
ofício da transcendência deve ser feito à luz do recurso de revista. O
reconhecimento de que a causa oferece transcendência pressupõe a
demonstração, no recurso de revista, de tese hábil a ser fixada, com
relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou
jurídica, a que se refere o § 1º do art. 896-A da CLT.
Nesse sentido, dispõe o art. 896-A, § 1º, da CLT:
"Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista,
examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos
reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
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I - econômica, o elevado valor da causa;
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
Federal;
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado;
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da
legislação trabalhista".

Desse modo, para que se possa concluir pela


transcendência da causa, faz-se necessário verificar se o recurso de
revista alcança condição objetiva de fixação de tese acerca da matéria.
No caso dos autos, a Reclamada requer a reforma do
acórdão regional, a fim de seja julgado improcedente o pedido de concessão
de progressão vertical.
Sustenta que “as regras do PCCS que definem que para
haver a mudança de estágio de desenvolvimento de Junior para Pleno e para
Sênior, somente pode se dar mediante a existência de vaga e aprovação
em Recrutamento Interno”.
Alega que “tais regras do PCCS são regras
programáticas e que definem todo um iter de requisitos a serem atendidos
para que haja o direito à participação em processo seletivo interno a
fim de auferir o direito à promoção por mudança de estágio de
desenvolvimento. Portanto, as Cláusulas descritas e reconhecidas no
Acórdão como necessárias para que houvesse a configuração do direito à
promoção deferida, afastam a hipótese de promoção automática, sem a
conjunção de todas as condições previstas no PCCS”.
Ressalta que “as regras definidas e aceitas em Acordo
Coletivo se inserem dentro do poder normativo da empresa Recorrente,
configurando-se uma verdadeira invasão no poder administrativo de
organização, o que é defeso ao Poder Judiciário”.
Aponta violação dos arts. 169, § 1º, da Constituição
Federal, 444 da CLT e 16 a 18 e 21 da LRF e colaciona arestos ao embate
de teses.
A esse respeito, consta da ementa do acórdão regional:
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“RECURSO ORDINÁRIO PATRONAL. ECT. PCCS/2008.
PROMOÇÃO VERTICAL. CONDIÇÃO POTESTATIVA. INVALIDADE.
A omissão patronal em realizar os recrutamentos internos e ofertar os cursos
de aperfeiçoamento exigidos pelo PCCS/2008 como condição para a
promoção vertical, não pode servir como pretexto para inviabilizar o
exercício de direito obreiro à progressão na carreira, por se tratar de condição
puramente potestativa, nos termos do art. 122 do Código Civil”.

Como se observa, o Tribunal Regional manteve a


sentença, em que se deferiu o pedido de promoção vertical previsto no
PCCS/2008.
O aresto colacionado às fls. 380/383, oriundo do
Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região, é específico e divergente
da decisão recorrida, pois adota a tese no sentido de que "a análise das
regras contidas no PCCS/2008 permite concluir que a concessão pela
reclamada da promoção vertical para a alteração do estágio de
desenvolvimento do empregado requer o concurso de critérios objetivos,
quais sejam, a existência de vagas e a aprovação de processo de
recrutamento interno, e de critérios subjetivos, estes vinculados ao
desempenho profissional do empregado, além de haver critérios vinculados
à vida funcional do empregado quanto à inexistência de aplicação de sanção
disciplinar ou de tramitação de processos administrativos ou
disciplinares. Na hipótese, mesmo no caso de omissão da reclamada em
realizar os cursos de desenvolvimento profissional e o processo de
recrutamento, não há como considerar implementadas as condições
necessárias à promoção vertical para mudança de estágio de
desenvolvimento, visto que tais critérios integram o processo de apuração
e avaliação de desempenho funcional estabelecido no PCCS, sendo nítido
que a promoção em apreço não é automática”, motivo pelo qual conheço do
recurso de revista, por divergência jurisprudencial.
Cabe ressaltar que o reconhecimento de que a causa
oferece transcendência política (art. 896-A, § 1º, II, da CLT) não se
limita à hipótese em que haja verbete sumular sobre a matéria; haverá
igualmente transcendência política quando demonstrado o desrespeito à
jurisprudência pacífica e notória do Tribunal Superior do Trabalho
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sedimentada em Orientação Jurisprudencial ou a partir da fixação de tese
no julgamento, entre outros, de incidentes de resolução de recursos
repetitivos ou de assunção de competência, bem como, na hipótese do
Supremo Tribunal Federal, no julgamento de recurso extraordinário com
repercussão geral ou das ações de constitucionalidade.
Trata-se de extensão normativa do conceito de
transcendência política, prevista no art. 896-A, § 1º, II, da CLT, a
partir, sobretudo, da sua integração com o novo sistema de resolução de
demandas repetitivas inaugurado pelo Código de Processo Civil de 2015,
cujas decisões possuam caráter vinculante (exegese dos arts. 489, § 1º,
926, 928 do CPC/2015).
Ademais, ainda que assim não fosse, o próprio § 1º do
art. 896-A da CLT estabelece que os indicadores de transcendência nele
nominados não constituem cláusula legal exaustiva, mas possibilita o
reconhecimento de indicadores "entre outros".
Ante o exposto, conheço do recurso de revista, por
divergência jurisprudencial.

2. MÉRITO

2.1. PROMOÇÃO VERTICAL POR MERECIMENTO. ECT.


PCCS/2008. REQUISITOS. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO AUTOMÁTICA.
TRANSCENDÊNCIA RECONHECIDA
Sobre o tema, a iterativa e atual jurisprudência do
Tribunal Superior do Trabalho é no sentido de que as promoções por
merecimento, em razão de seu caráter eminentemente subjetivo, estão
condicionadas ao atendimento de critérios objetivos e subjetivos
previstos no regulamento empresarial. Firmou-se, ainda, o entendimento
de que não tendo o empregado preenchido integralmente os requisitos
previstos no Plano de Cargos e Salários, ainda que por omissão da
Reclamada, não se impõe considerar implementadas as condições inerentes
à promoção por mérito.
Nesse sentido, julgados de todas as turmas desta
Corte, que tratam da promoção vertical à luz do PCCS de 2008 da ECT:

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"LEI Nº 13.015/2014. RECURSO DE REVISTA. DIFERENÇAS
SALARIAIS. PCCS/2008. PROMOÇÃO VERTICAL POR MUDANÇA
DE ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO. 1. Por meio do PCCS/2008, a
ECT condicionou o deferimento da Promoção Vertical por Mudança de
Estágio de Desenvolvimento à aprovação do empregado em Recrutamento
Interno, bem como à existência de vagas. Estabeleceu-se, ainda, que somente
poderiam participar do processo de promoção os empregados que
preenchessem os requisitos previstos nas cláusulas 5.2.1.3.4 e 5.4.3 do
referido PCCS/2008, relativos a tempo de serviço e ausência de sanções
disciplinares ou administrativas. 2. No caso dos autos, o Tribunal Regional
consignou que, "uma vez atendidos os demais requisitos previstos no
PCCS/2008, a inércia da ECT quanto à realização do processo de
recrutamento interno não pode constituir impedimento ao direito à
promoção" (p. 627 do eSIJ). 3. Em que pesem tais fundamentos, tem-se que a
não aprovação da reclamante no Recrutamento Interno, ainda que em razão
da omissão da ECT em realizar o procedimento de promoção previsto na
cláusula 5.2.1.3.2 do PCCS/2008, não autoriza concluir pelo preenchimento
dos requisitos necessários ao deferimento da Promoção Vertical por
Mudança de Estágio de Desenvolvimento. 4. Em hipótese análoga, a colenda
SBDI-I do Tribunal Superior do Trabalho, em sua composição plena,
consagrou entendimento no sentido de que a omissão da empresa em
proceder às avaliações de desempenho não autoriza, por si só, a concessão
automática de progressões salariais ao empregado, tendo em vista a
necessidade de preenchimento de outros requisitos, previstos no próprio
Plano de Cargos e Salários, relacionados com a aferição do rendimento do
empregado e com anterior formação de reserva orçamentária (TST-E-RR
51-16.2011.5.24.0007, redator designado para o acórdão o Exmo. Ministro
Renato de Lacerda Paiva, julgado em 8/11/2012, publicado no DEJT de
9/8/2013). 5. Entendimento a que se dá consequência, no caso dos autos, em
homenagem ao caráter uniformizador da jurisprudência atribuído aos
pronunciamentos da Corte. 6. Recurso de Revista conhecido e provido" (RR
- 1465-60.2015.5.19.0003, Data de Julgamento:
21/02/2018, Relator Ministro Lelio Bentes Corrêa, 1ª
Turma, Data de Publicação: DEJT 23/02/2018).

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"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI
13.015/2014. ECT. PCCS/2008. PROGRESSÃO VERTICAL. AUSÊNCIA
DE REALIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS PREVISTOS NO
REGULAMENTO DA EMPRESA. IMPOSSIBILIDADE DE
CONCESSÃO AUTOMÁTICA. O entendimento adotado por esta Corte
Superior é no sentido de que a promoção por merecimento, diferentemente
da promoção por antiguidade, não é um direito puramente potestativo.
Assim, não pode o Poder Judiciário substituir o empregador na avaliação
subjetiva do desempenho do reclamante para o alcance das promoções por
merecimento, revelando-se a deliberação da diretoria, nesses casos, requisito
imprescindível. Precedentes. Recurso de revista conhecido e provido" (RR
- 833-06.2016.5.19.0001, Data de Julgamento:
22/11/2017, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann,
2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/12/2017).

"RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI


13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017. EMPRESA BRASILEIRA
DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT. DIFERENÇAS SALARIAIS.
PROMOÇÃO VERTICAL. PCCS 2008. De acordo com o Tribunal
Regional, a ECT condicionou o deferimento da Promoção Vertical por
mudança de cargo ou por mudança de estágio de desenvolvimento à
aprovação do empregado em Recrutamento Interno, bem como à existência
de vagas. Nesse contexto, constata-se que o desenvolvimento na carreira na
modalidade Promoção Vertical não é feito de forma automática pela ECT,
subordinando-se o obreiro ao atendimento de critérios objetivos e subjetivos
previstos na norma empresarial. Com efeito, a promoção vertical, assim
como ocorre nas promoções por merecimento, possui caráter
predominantemente subjetivo. Desse modo, a decisão regional, tal como
proferida, encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Corte,
uma vez que a SBDI-1, em caso análogo, nos autos do processo nº
E-RR-51-16-2011-5-24-0007, pacificou o entendimento de que a condição
prevista no regulamento empresarial para se efetuarem as promoções
horizontais por merecimento é válida (e não meramente potestativa), ao fixar
dependência das promoções não apenas da vontade da empregadora, mas
também de fatores alheios ao desígnio do instituidor dos critérios de
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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Tribunal Superior do Trabalho fls.13

PROCESSO Nº TST-RR-175-33.2017.5.19.0005

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progressão (desempenho funcional e existência de recursos financeiros).
Entendeu a SBDI-1 que a promoção por merecimento não é automática,
sendo necessária a soma de requisitos estabelecidos no Regulamento de
Pessoal. Assim sendo, no caso dos autos, não tendo a Reclamante preenchido
integralmente os requisitos previstos pelo PCCS/2008, ainda que por
omissão da Reclamada, não há como reconhecer o seu direito à promoção
vertical. Nesse sentido, indicam-se julgados de todas as Turmas do TST,
específicos à luz do PCCS 2008 da ECT. Recurso de revista não conhecido"
(RR - 1342-71.2016.5.21.0003, Relator Ministro
Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento:
12/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
14/12/2018).

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. 1. ECT. PCCS. PROGRESSÃO


VERTICAL POR MUDANÇA DE ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO.
REQUISITOS. CONDIÇÃO MERAMENTE POTESTATIVA. NÃO
PROVIMENTO. O entendimento desta Corte Superior é de que a concessão
da promoção por merecimento é dotada de elevado grau de subjetividade,
cabendo ao empregador a avaliação do empregado para o alcance da referida
promoção, sendo vedado ao julgador imiscuir-se em sua vontade. Assim, a
deliberação da reclamada é requisito essencial para que a reclamante tenha
direito à promoção por merecimento. Na hipótese, o Tribunal Regional
entendeu que a promoção vertical não seria automática, uma vez que, a teor
do PCCS da reclamada, a sua concessão estaria condicionada ao
preenchimento dos seguintes requisitos: a existência de vaga, a aprovação
em recrutamento interno, tempo mínimo no cargo, conclusão da matriz de
desenvolvimento e obtenção de conceito mínimo nos dois últimos períodos
avaliativo de desempenho. Reconheceu que, em razão de a promoção
vertical depender do atendimento cumulativo de vários requisitos, não se
trata de cláusula puramente potestativa e ilícita. Desse modo, tendo em vista
que restou incontroverso nos autos tanto a ausência de vaga quanto a não
aprovação em recrutamento interno, foi mantida a sentença em que foi
julgada improcedente a pretensão da ora recorrente. Não se pode olvidar que
o traço distintivo entre as condições puramente potestativas - vedadas pelo
nosso ordenamento jurídico - e aquelas simplesmente potestativas consiste
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Tribunal Superior do Trabalho fls.14

PROCESSO Nº TST-RR-175-33.2017.5.19.0005

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no fato de aquela sujeitar o negócio jurídico à manifestação exclusiva de uma
das partes que, no caso, seria o empregador. No que concerne à segunda, a
produção de efeitos jurídicos encontra-se condicionada não só à vontade de
uma das partes, mas também à ocorrência de fatores externos, alheios à sua
vontade. Tem-se, assim, que o PCCS da reclamada estabelece condição
simplesmente potestativa para a concessão da promoção vertical. Nesse
contexto, o acórdão regional foi proferido em sintonia com a iterativa e
notória jurisprudência desta colenda Corte Superior, razão pela qual o
processamento do recurso de revista encontra óbice na Súmula nº 333 e no
artigo 896, § 7º, da CLT. Agravo de instrumento a que se nega provimento"
(AIRR - 1655-29.2016.5.21.0004, Relator Ministro
Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento:
28/11/2018, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT
30/11/2018).

"RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.015/2014.


PROMOÇÃO VERTICAL POR MUDANÇA DE ESTÁGIO DE
DESENVOLVIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO
AUTOMÁTICA. Caso em que o Tribunal Regional manteve a sentença na
qual determinada a promoção vertical por mudança de estágio de
desenvolvimento, prevista no Plano de Cargos e Salários (PCCS/2008) da
Reclamada. Entendeu que o Reclamante preencheu as condições
estabelecidas na referida norma para a progressão (tempo de exercício no
cargo e avaliações de desempenho positivas), destacando que o requisito
denominado "conclusão da matriz de desenvolvimento" deixou de ser
cumprido por vontade da Reclamada, ao não realizar os cursos e o
recrutamento interno do Reclamante. Concluiu, assim, que a inércia da ECT
quanto à realização do processo de recrutamento interno não pode constituir
impedimento ao direito à promoção, por constituir-se em condição
puramente potestativa. Assim como ocorre nas promoções por merecimento,
a progressão vertical em debate possui caráter predominantemente subjetivo,
subordinando-se ao atendimento dos requisitos previstos em norma
empresarial. A propósito, em caso análogo, a SBDI-1 desta Corte concluiu
que compete ao empregador, segundo sua discricionariedade, avaliar se
houve o concurso dos requisitos estabelecidos para a concessão das
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PROCESSO Nº TST-RR-175-33.2017.5.19.0005

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promoções por mérito, bem assim que eventual omissão quanto à realização
de avaliações de desempenho não se credenciava a autorizar o deferimento
automático das promoções (E-RR- 51-16.2011.5.24.0007). Desse modo, a
ausência de aprovação do Reclamante em recrutamento interno para a
conclusão da matriz de desenvolvimento, ainda que por omissão da
Reclamada, impede reconhecer o direito à progressão vertical. Precedentes.
Acórdão recorrido dissonante da jurisprudência desta Corte. Recurso de
revista conhecido e provido" (RR - 1393-61.2015.5.19.0007,
Relator Ministro Douglas Alencar Rodrigues, Data de
Julgamento: 22/08/2018, 5ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 24/08/2018).

"(...) PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. PROMOÇÃO POR


MERECIMENTO. SUBMISSÃO A CRITÉRIOS OBJETIVOS E
SUBJETIVOS. 1 - O recurso de revista foi interposto na vigência da Lei nº
13.015/2014 e estão atendidas as exigências do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 -
O TRT concluiu pela impossibilidade de progressão automática em vista que
o PCCS 2008 condiciona as promoções por merecimento a critérios
objetivos e subjetivos. 3 - A SBDI Plena do TST, em 8/11/2012, no
E-RR-51-16-2011-5-24-007, pacificou o entendimento de que as promoções
por merecimento não são automáticas, e estão condicionadas aos critérios
estabelecidos nas normas internas e à avaliação subjetiva do empregador, e
não cabe ao Poder Judiciário substituí-lo. A decisão abrange as situações em
que não houve a avaliação pelo empregador ou a deliberação da diretoria
(caso dos autos). Julgados. 4 - Incidência do artigo 896, § 7º, da CLT e da
Súmula nº 333 do TST. 5 - Agravo de instrumento a que se nega provimento.
(AIRR - 1831-61.2014.5.10.0011, Data de Julgamento:
30/11/2016, Relatora Ministra Kátia Magalhães Arruda,
6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 02/12/2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM


FACE DE DECISÃO PUBLICADA A PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI
Nº 13.015/2014. PROGRESSÃO FUNCIONAL VERTICAL POR
MERECIMENTO. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. AUSÊNCIA DE
REALIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS PREVISTOS NO REGULAMENTO
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DA EMPRESA. IMPOSSIBILIDADE DE PROMOÇÃO AUTOMÁTICA.
Conforme se extrai do acórdão regional, a concessão da promoção vertical
por merecimento está vinculada ao atendimento de critérios de natureza
objetiva e subjetiva, quais sejam, a verificação da existência de vagas,
possibilidade orçamentária e a aprovação em recrutamento interno, fatos
estes que impossibilitam a concessão do benefício de forma automática. Com
ressalva de entendimento pessoal, por disciplina judiciária, adoto o
entendimento pacífico da SBDI-1 desta Corte, no sentido de que, no que
concerne a critérios subjetivos e comparativos inerentes à excelência
profissional, que somente podem ser avaliados pelo empregador, não cabe ao
julgador substitui-lo nesse exame. Precedentes. Agravo de instrumento a que
se nega provimento" (AIRR - 1103-14.2014.5.10.0013 Data de
Julgamento: 23/08/2017, Relator Ministro Cláudio
Mascarenhas Brandão, 7ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 01/09/2017).

"RECURSO DE REVISTA. ECT. PROGRESSÃO VERTICAL.


PCCS/2008. CRITÉRIO DE MÉRITO. AUSÊNCIA DE AVALIAÇÃO
DE DESEMPENHO. IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO
AUTOMÁTICA. A SDI-1 do TST, ao julgar o processo
E-RR-51-16.2011.5.24.0007, decidiu que as promoções por merecimento,
pelo seu caráter subjetivo e comparativo, ligado à avaliação profissional dos
empregados aptos a concorrer à progressão, estão condicionadas aos critérios
estabelecidos no regulamento empresarial, cuja análise está exclusivamente
a cargo da empregadora, o que torna a avaliação de desempenho requisito
indispensável à sua concessão. In casu, o Regional consignou que, nos
termos do PCCS/2008, "para haver a progressão vertical, tem que existir
vaga e ter sido o empregado aprovado em ' Recrutamento Interno (RI)' ",
sendo incontroverso que nunca foi realizado o procedimento de recrutamento
interno. Nesse contexto, seguindo a linha da jurisprudência deste Tribunal
Superior e considerando o caráter meritório da progressão vertical, a sua
concessão depende do cumprimento do requisito relativo à avaliação de
desempenho no processo de recrutamento previsto na norma regulamentar,
cuja omissão da reclamada na realização da avaliação não induz a presunção
de preenchimento do requisito e implemento automático da progressão, em
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razão do seu aspecto subjetivo, inerente ao desempenho do empregado,
somente podendo ser avaliado pelo empregador. Recurso de revista
conhecido e provido" (RR - 747-48.2015.5.19.0008 Data de
Julgamento: 21/02/2018, Relatora Ministra: Dora Maria
da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT
23/02/2018)

Do exposto, dou provimento ao recurso de revista


interposto pela Reclamada (EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS
- ECT), para excluir da condenação as promoções verticais e reflexos,
e, por conseguinte, julgar improcedentes os pedidos deduzidos na petição
inicial da presente reclamação trabalhista.

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Quarta Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, à unanimidade:
(a)reconhecer a transcendência política da causa;
(b)conhecer do recurso de revista interposto pela
Reclamada (EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS – ECT) quanto ao
tema “PROMOÇÃO VERTICAL POR MERECIMENTO. ECT. PCCS/2008. REQUISITOS.
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO AUTOMÁTICA", por divergência
jurisprudencial, e, no mérito, dar-lhe provimento, para excluir da
condenação as promoções verticais e reflexos, e, por conseguinte, julgar
improcedentes os pedidos deduzidos na petição inicial da presente
reclamação trabalhista.
Custas processuais a cargo da Autora, no valor de R$
2.000,00(dois mil reais), fixadas com base no valor atribuído à causa
(R$ 100.000,00), de cujo recolhimento fica dispensado em razão de ser
beneficiário da justiça gratuita (fl. 271).
Brasília, 29 de setembro de 2020.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


ALEXANDRE LUIZ RAMOS
Ministro Relator

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