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: 1
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região
Partes:
RECORRENTE: JOYCELAINE FRANCA FERREIRA
ADVOGADO: MARCELO FERREIRA ALVES JUNIOR
ADVOGADO: VITOR HUGO NOGUEIRA PEREIRA
RECORRIDO: AVON COSMETICOS LTDA.
ADVOGADO: FELIPE BARRIONUEVO MIYASHITA
ADVOGADO: LEANDRO AUGUSTO DOS REIS SOARES
ADVOGADO: EDSON ALVES DA SILVA
ADVOGADO: RAFAEL ALFREDI DE MATOS
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO
EMENTA
RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE EMPREGO. Conclui-se
que a reclamada se utilizava do trabalho, sob a denominação de "autô
nomo", para realizar os seus objetivos sociais de vendas, impondo às
executivas de vendas ritmo estrutural, por meio da estipulação de
metas, cuja não observância são penalizadas com a desvinculação,
realidade fática que se amolda à tutela da CLT. Trata-se de labor não
eventual, destinado ao atendimento da finalidade social da reclamada,
sob a dependência desta e subordinação.
RELATÓRIO
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021915385475800000042875912
Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 1
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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É o relatório.
ADMISSIBILIDADE
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 2
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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MÉRITO
Recurso da reclamada
VÍNCULO EMPREGATÍCIO
RESCISÃO INDIRETA
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 3
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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Aduz que "restou claro que o trabalho desempenhado pela autora era
dotado de liberdade." e "restou clara a ausência de qualquer ingerência da AVON na relação com as
revendedoras.", bem como "resta claro que a recorrida executava o seu trabalho da forma que melhor
lhe atendesse, na hora e com a ajuda de quem entendesse necessário, comprovando a inexistência de
qualquer ingerência da recorrente em suas atividades.".
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"Narra a Autora que foi admitida em 01.03.2013, exercendo, por último, a função de
executiva de vendas, e último dia trabalhado em 01.10.2017, sendo que durante todo o
período de prestação de serviços laborou sem as devidas anotações em sua CTPS.
Rechaça a Ré, sustentando que inexiste vínculo de emprego. Afirma que a Autora jamais
esteve submetida ao seu poder diretivo e que também vendia produtos da "Natura". Aduz
que os serviços foram prestados de forma autônoma, não havendo o requisito
pessoalidade. Pontua que exercia outras atividades remuneradas.
Ao Autor, é incumbido a prova da prestação de serviços, por ser ônus constitutivo de seu
direito (Art. 373, I do CPC c/c Art. 818 da CLT). Caso consiga êxito, deverá a Ré
comprovar a ausência dos requisitos previstos nos Arts. 2º e 3º da CLT, pois, conforme
entendimento pacificado pela Súmula 212 do C.TST, o princípio da continuidade da
relação de emprego gera a presunção relativa de que o pacto celebrado entre as partes
possui natureza empregatícia.
A prestação de serviços é incontroversa, visto que não foi negado pela Ré. Assim, o ônus
de comprovar a inexistência do vínculo de emprego recai sobre a reclamada.
Em audiência, afirmou a Autora " que trabalhava como executiva de vendas; que fazia
cadastro de revendedores e dava suporte à equipe; que recebia ordens da gerente do setor
(senhoras Cátia e Sirlene); que as senhoras Cátia e Sirlene eram funcionárias da Avon;
que não poderia colocar ninguém para trabalhar em seu lugar; que não tinha liberdade
para trabalhar nos dias mais convenientes; que nenhum parente a auxiliava; que havia
descadastramento caso não batesse as metas; que recebia apenas mediante comissões,
sendo certo que o valor era variável; que recebia ordens das senhoras Cátia e Sirlene para
que estivesse presente em reuniões, nas ruas e para cobrança de meta; que a prestação de
contas era feita mediante o sistema interno da ré no qual constavam as vendas feitas pela
equipe".
A testemunha THEREZINHA disse "que trabalha na ré há doze anos; que trabalha como
executiva de vendas; que a reclamante fazia as mesmas atividades da depoente; que
recebe metas da ré, fixadas pela gerente; que não possui liberdade para colocar alguém
para trabalhar em seu lugar; que faz seu trabalho sozinha; que presta auxilio às
revendedoras quando há extravio de produtos; que a executiva apenas ajuda a fazer a
reclamação; que a depoente já fez reuniões com a sua equipe para esclarecer o modo de
trabalhar; que a gerente também faz reuniões quinzenais; que as executivas orientam as
revendedoras como realizar as vendas; que, caso não atingisse as metas, poderia ser
descredenciada pela ré; que possuía em torno de duzentas revendedoras na sua equipe;
que tinha um número mínimo de revendedoras para manter na sua equipe".
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 5
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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"In casu", a prestação de serviços efetuada por pessoa física e a onerosidade são
incontroversos.
Por fim, a reclamante recebia instruções das gerentes da AVON (essas reconhecidamente
como empregadas da ré), tinha metas para cumprir estabelecidas pela ré (e poderia ser
descredenciada caso não as atingisse), além de ser a responsável por instruir e dar
suporte às revendedoras, que eram as responsáveis pelas vendas dos produtos da ré.
Como se não bastasse, havia reuniões periódicas com as gerentes da ré; a reclamante
também recebia ligações diárias das gerentes para tratar de questões relacionadas ao
trabalho.
Todos esses fatos levam este Magistrado a concluir pela existência de vínculo de
emprego, na medida em que a reclamante estava inserida na dinâmica empresarial da ré.
O fato de não haver controle efetivo de horário não desnatura o elemento
"subordinação", na medida em que não se trata de requisito obrigatório.
Assim, considerando que a ré não comprovou que a natureza do pacto era distinta da
empregatícia, declaro o vínculo de emprego entre a Autora e a Ré no período de
01.03.2013 a 01.10.2017, na função de executiva de vendas.
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 6
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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reclamada. Não há como se vislumbrar o menor indício de subordinação jurídica, atributo básico à
configuração do emprego, pois, como é público e notório, é da própria natureza da atividade da
revendedora a autonomia na execução das tarefas. A autora jamais esteve sujeita ao poder diretivo da
reclamada porque desenvolveu atividade com a mais absoluta autonomia e liberdade. Não havia sequer
o requisito da pessoalidade. É uma das mais exitosas formas de empreendedorismo, amplamente
difundida em todo o mundo.".
Assegura, também, que não havia onerosidade, tendo em vista que "a
reclamante recebia seus lucros diretamente das vendas efetuadas aos seus clientes, e não da reclamada.
A revendedora executiva de vendas é uma comerciante que assume integralmente os riscos do negócio.
Aliás, a reclamada sequer tinha conhecimento da data e hora em que a reclamante realizava suas
vendas, uma vez que a reclamante, seja como REVENDEDORA AVON, seja como EXECUTIVA DE
VENDAS, apenas adquiria os produtos e revendia para as suas clientes, sem qualquer interferência da
empresa. Em suma, a reclamante não estava, sob nenhum aspecto, vinculada ao quadro de empregados
da reclamada, tampouco tinha jornada de trabalho, como também jamais foi punida ou advertida, tendo
em vista sua condição de profissional autônoma.".
Tendo em vista que não foi negada a prestação de serviços, nos termos
dos artigos 818 da CLT e 373, II, do CPC, caberia à reclamada comprovar a inexistência da relação
empregatícia no período apontado na inicial.
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 7
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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Depoimento pessoal do(a) autor(a): disse que trabalhou na ré de 2013 a 2017; que
trabalhava como executiva de vendas; que fazia cadastro de revendedores e dava suporte
à equipe; que recebia ordens da gerente do setor (senhoras Cátia e Sirlene); que as
senhoras Cátia e Sirlene eram funcionárias da Avon; que poderia começar a trabalhar em
horário mais conveniente, mas sofria reclamações da gerente do setor; que não dava
ordens para a equipe, sendo responsável apenas pelo suporte; que não poderia colocar
ninguém para trabalhar em seu lugar; que não tinha liberdade para trabalhar nos dias
mais convenientes; que nenhum parente a auxiliava; que no último ano de trabalho
passou a trabalhar também para o município de Cabo Frio; que nunca sofreu penalidade
na ré; que havia cerca de doze executivas no setor de Cabo Frio e Arraial; que havia
descadastramento caso não batesse as metas; que recebia apenas mediante comissões,
sendo certo que o valor era variável; que recebia ordens das senhoras Cátia e Sirlene para
que estivesse presente em reuniões, nas ruas e para cobrança de meta; que a prestação de
contas era feita mediante o sistema interno da ré no qual constavam as vendas feitas pela
equipe; que nunca lhe foi passado se poderia vender produtos de outras empresas; que
pelo que sabe nenhuma outra executiva vendia produtos de outras empresas.
ENCERRADO
Depoimento pessoal do(a) preposto(a) do(a) réu(ré): disse que conhece a reclamante;
que não sabe precisar o período que a reclamante trabalhou na Avon; que a reclamante
trabalhava como executiva de vendas; que a executiva faz cadastro de vendedores,
prospecção, liga para as revendedoras e tomam conta de uma equipe de revendedores;
que as gerentes passam informações para as executivas; que a reclamante tinha liberdade
para trabalhar no horário e nos dias que ela quisesse; que a reclamante não sofria
penalidade caso não trabalhasse algum dia; que a reclamante pode colocar alguém para
trabalhar em seu lugar; que a reclamante possui uma senha para acessar um site no qual
constam as metas batidas por ela; que as revendedoras não são funcionárias da Avon;
que as gerentes possuem vínculo de emprego com a ré; que as gerentes não possuem
controle de horário; que as gerentes passam objetivos aos executivos e, caso atingidos,
recebem uma bonificação; que, caso haja algum extravio de produtos, a executiva é
instada a prestar auxílio, no entanto quem resolve é a gerente; que não há necessidade de
a executiva fazer entrega de produtos à gerente; que a executiva não é obrigada a realizar
essa entrega; que não é função as executivas reunir e treinar as revendedoras; que as
gerentes fazem reuniões com as executivas e revendedoras, não havendo obrigatoriedade
de comparecimento; que, caso a executiva não consiga bater as metas, há o
descredenciamento unilateral feito pela ré; que não há vendedores em contato com os
clientes com carteira assinada; que as vendas dos produtos são feitas através das revistas;
que a revendedora é responsável por mostrar a revista e anotar o pedido. ENCERRADO.
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 8
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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revendedoras para manter na sua equipe; que o critério é o mesmo para todas as
executivas; que havia exigência de trabalho todos os dias; que as executivas não podem
se autodescredenciar; que, caso não queira mais trabalhar para a ré, basta comunicar ou
não atingir as metas. ENCERRADO.
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 9
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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Na análise do caso, percebe-se que o pacto laboral está rompido, conforme descrito na
Inicial. Cabe apenas a apreciação das faltas alegadas com a finalidade de determinar se a
reclamada cometeu ou não a justa causa motivadora da ruptura do pacto.
(...)
Dessa forma, como corolário, procede o pagamento de décimo terceiro integral de 2014,
2015 e 2016, proporcional de 2017 (9/12); férias em dobro (2013/2014, 2014/2015, 2015
/2016), simples (2016/2017) e proporcionais (7/12 acrescidas do terço constitucional);
FGTS por todo o pacto laboral, com acréscimo da indenização de 40%.
Devida a multa do Art. 477 da CLT, visto que a parcela só não é devida caso a mora
tenha ocorrido por culpa do trabalhador, o que não se verificou no caso.
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 10
Número do documento: 20021915385475800000042875912
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Nos termos da inicial, a autora declarou que "A reclamante, por não mais
suportar as condições de emprego, inclusive com recebimentos salariais inferiores ao mínimo legal em
diversas oportunidades, não teve outra opção senão "desligar-se" de suas atividades com a ré em outubr
o de 2017, o que, dadas as peculiaridades do caso, caracterizam a hipótese de rescisão indireta do pacto
laboral, o que se impõe seja também declarado pelo Meritíssimo Juízo Especializado.".
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 11
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 13
multa. Nesse sentido, a súmula nº 30 do E. TRT da 1ª Região: "Sanção do artigo 477, § 8º, da CLT.
Reconhecido o vínculo de emprego ou desconstituída a justa causa, impõe-se a cominação.", devendo ser
mantida a decisão de origem.
REMUNERAÇÃO
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 12
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 14
Dou provimento.
Nego provimento.
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 13
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 15
Defiro o pedido de gratuidade de justiça, com base na OJ 269 da SDI-I do C.TST, Art.
790, § 3º da CLT. Esclareço, ainda, que a Reclamante não mais percebe salários da ré.
(...)
Verifico que o percentual contido na CLT incidirá sobre "o valor que resultar da
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa". Diversamente do que consta no Novo CPC (Art.
85, §6º do CPC), não consta na CLT hipótese de fixação de percentual no caso de
improcedência, havendo hipótese de omissão. Desta forma, os honorários deverão ser
arbitrados equitativamente, observados os requisitos do §2º do Art. 791-A da CLT.
(...)
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 14
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 16
Nego provimento.
CORREÇÃO MONETÁRIA
(...)
Correção monetária a partir do vencimento da obrigação (Art. 459 da CLT e Súmula 381
da CLT), devendo ser observado o índice IPCA-E a partir de 25/03/2017, conforme
precedentes do C.STF e C.TST. Esclareço que o C.TST, em julgamento do ArgIn 479-
60.2011.5.04.0231 , entendeu pela inconstitucionalidade da TR, porquanto tal índice
viola o direito à propriedade, pois não recompõe devidamente o crédito. Assim, padece
de inconstitucionalidade a previsão contida no Art. 879, §7º CLT, introduzida pela Lei
13467/2017.
(...)
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 15
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 17
"definir a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de
atualização a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça do
Trabalho". Todavia, em sede de julgamento de embargos de declaração, o Pleno conferiu efeito
modificativo ao julgado para determinar a modulação de efeitos no sentido de que fosse observada, como
índice de correção monetária, a TR, até 24/03/2015, e o IPCA-E a partir de 25/03/2015.
Ocorre que, embora tal decisão não tenha transitado em julgado, por
questão de política judiciária, ressalvo o meu entendimento de aguardar o mencionado trânsito em
julgado, para acompanhar o da Colenda 4ª Turma, no sentido de aplicar a decisão do TST.
Nego provimento.
Assinado eletronicamente por: ALVARO LUIZ CARVALHO MOREIRA - 08/05/2020 12:10:38 - dc71c98
https://pje.trt1.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20021915385475800000042875912
Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 16
Número do documento: 20021915385475800000042875912
Fls.: 18
exordial, mas que podem e devem ser deferidos por essa Egrégia Turma segundo o descortino e a
sensibilidade de cada um dos Desembargadores que bem conhecem a realidade da trabalhadora
brasileira desprovida da proteção legal.".
O mero inadimplemento das verbas resilitórias ou de FGTS não tem o condão de, por si
só, gerar um abalo extrapatrimonial à partes. Nesse sentido, a recente Tese Prevalecente
nº 01 deste E.TRT, "in verbis":
Nego provimento.
ISTO POSTO,
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 17
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Fls.: 19
ACÓRDÃO
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 18
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Fls.: 20
Votos
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Número do processo: 0100513-25.2019.5.01.0432 ID. dc71c98 - Pág. 19
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