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: 1

Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000797-73.2022.5.11.0001
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Tramitação Preferencial
- Pagamento de Salário

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 19/05/2022


Valor da causa: R$ 20.189,52

Partes:
RECLAMANTE: JUCILENE DE BARROS MACEDO
ADVOGADO: ARISTIDES PINHO DE OLIVEIRA FILHO
RECLAMADO: A B C COMERCIO DE MEDICAMENTOS LTDA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
Fls.: 2

Aristides Pinho de Oliveira Filho OAB/AM - 15288


Maria do Socorro Silva Monteiro OAB/AM - 13501

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA _ª VARA
DO TRABALHO DA COMARCA DE MANAUS/AM

JUCILENE DE BARROS MACEDO, brasileira, casada, farmacêutica, portador da


CTPS nº 044975, serie 00003-AM, RG nº 0825513-0 SSP/AM, e CPF nº 182.341.272-
68, residente e domiciliada na Rua Itanhandu, nº 19, Qd. 117, bairro Cidade Nova,
CEP: 69097-763, com telefone de contato (92) 99350-0960. Vem respeitosamente à
presença de Vossa Excelência, por seus advogados que esta subscreves (procuração
anexa), com escritório profissional na Rua Rodrigues do Carmo, nº 44, Bairro São
Francisco, CEP: 69093-280, onde recebe intimações ou notificações, com fulcro nos
artigos 840, parágrafo 1º da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 319 e ss do
Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao Processo do Trabalho por
força do art. 769 da CLT, propor a presente:

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, com


fulcro no art. 840, § 1º da CLT, em face de:

Em face de ABC COMERCIO DE MEDICAMENTOS LTDA, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita no CNPJ de n. 39.562.726/0001-53, com sede na Av. Leonardo
Malcher, nº 1805-A, Bairro Praça 14 de janeiro, Manaus/AM, Cep. 69020-070, com
endereço eletrônico: dist.abc.med@gmail.com, telefone para contato (92) 98271-
6423 ou 99395-4507, a partir de 9h:, nesta cidade de Manaus/AM, ora denominada
Reclamada, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor e ao final
requerer:

I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Cumpre salientar que o Poder Judiciário é de livre acesso para qualquer cidadão,
e diante da dificuldade financeira em que a Reclamante se encontra, a mesma não
possui condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem o
prejuízo do próprio sustento ou de sua família, requer a concessão da Justiça Gratuita
a seu favor, com fulcro no art. 790, § 3º da CLT e art. 98 do CPC.

II - CITAÇÃO POR EDITAL

Em suma, requer subsidiariamente a citação por edital da Reclamada, caso


esta não seja localizada no endereço acima descrito. Uma vez que a legislação
pátria resguarda no Código de Processo Civil o seguinte, art. 256. A citação por
edital será feita:
I - Quando desconhecido ou incerto o citando;
II - Quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando.

Av. Eduardo Ribeiro, Edifício Palacio do Comercio, nº 639, Sala 507, 5º andar, Bairro Centro,
CEP 69000-000 – Manaus/AM, e-mail: aristidespinhoadv@gmail.com - (92) 99470-4757
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III – DOS FATOS


A Reclamante foi contratada na data de 01/06/2021, e posteriormente
dispensada verbalmente sem justa causa em 01/11/2021, sem ter cumprido o aviso
prévio ou sido indenizada conforme as leis trabalhistas.
Laborou na função de farmacêutica na Reclamada, percebendo um salário de
R$ 2.142,45 (dois mil cento e quarenta e dois reais e quarenta e cinco centavos), por
mês, onde exercia a função de responsável técnica de farmácia, na conferência de todos
os lotes de remédios que chegavam na empresa, para que após essa conferencia
seguiam para os clientes da reclamada ABC.
Vale ressaltar que durante todo o período laborativo a Reclamante recebia
ordens do administrador o Sr. Adriano Breves Chixaro, que somente no mês de
julho/21, teve o pagamento do seu salário de forma integral e correta, sendo que no
mês de agosto/21, começou a receber de forma parcelada o salário, ocorrendo o
pagamento em 4 parcelas como iremos demostrar abaixo, no mês setembro/21, teve
a mesma forma de pagamento realizado em 4 parcelas, já no mês de outubro/21, foi
pior a situação pois recebeu o salário em 9 parcelas, sendo a última parcela no dia
24/03/22, como demostra os comprovantes de PIX realizados pela reclamada na
conta da reclamante pelo CPF 182.341.272-68.
Que no início de outubro/21, a reclamante foi informada por seu administrador
o Sr. Adriano, que deveria ficar em casa pois a empresa já estava com dificuldades
para receber de seus clientes, e que por isso, estava pagando de forma parcelada os
funcionários, sendo que a reclamante não deveria vir mais ao trabalho, pois a empresa
não poderia arcar mais com o seu salário.
Sendo, que a reclamante não atendeu a determinação do administrador da
reclamada Sr. Adriano, pois caso o fizesse a empresa sofreria as consequências de
multa por órgão fiscalizador, e consequentemente a reclamante seria penalizada por
não estar na empresa atuando.
Contudo, em 01/11/21, a reclamante fora informada que seria seu último dia de
trabalho, o administrador da reclamada Sr. Adriano, informou para a reclamante que
deveria ficar em casa aguardando o retorno da reclamada para pagamento
posteriormente das verbas rescisórias e baixa da CTPS, conforme dispõe a legislação
trabalhista.
Por fim, propor a presente reclamação trabalhista é o meio necessário e mais
seguro para a Reclamante pleitear a baixa em sua CTPS e as demais verbas
rescisórias.

IV – DO DIREITO

IV.I - DA BAIXA NA CTPS


Conforme exposto nos fatos, a Reclamante foi contratado para trabalhar como
farmacêutica entre 01/06/2021 e 01/11/2021, sem ter sido dado baixa em sua CTPS
após sua demissão.
Ocorre que, após a dispensa verbal e em decorrência da situação de desrespeito
com a trabalhadora que estava recebendo seu salário de forma parcelada, e que nada

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podia fazer, pois precisava estar trabalhando diariamente a fim de ganhar seu sustento
e de sua família.
Sendo, que buscou seu empregador por várias vezes em meses diferentes após
sua saída, pois precisa receber as verbas da qual faz jus, e ter a sua CTPS com a devida
baixa, o que seria um comportamento no mínimo esperado pela reclamante após ter se
dedicado a reclamada.
Em razão disso, conforme dispõe a OJ-SBDI 82 “a data de saída a ser anotada
na CTPS deve corresponder à do termino do prazo do aviso prévio, ainda que
indenizado”, ou seja, após 30 dias contados a partir de 01/11//2021, data em que foi
demitida, acrescidos mais 30 dias de aviso prévio de 2021.
Diante do exposto, requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa
na CTPS da Reclamante com data de 01/12/2021.

IV.II - DO SALDO DE SALÁRIO


No mês de novembro/2021, a Reclamante trabalhou um dia do respectivo mês,
sendo dispensada sem justa causa e nada recebendo a título de saldo de salário.
Ocorre que, de acordo com o art. 4º da CLT, a Reclamante faz jus ao pagamento
do salário proporcional pelo tempo de serviço efetivo em que esteve à disposição de
seu empregador.
Portanto, nada mais justo seria a Reclamante receber pelo seu dia trabalhado
antes de sua dispensa imotivada, consolidando direito adquirido ao seu patrimônio
jurídico.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento do saldo de
salário referente a 1 dia trabalhado do mês de novembro, no valor de R$ 71.42 (setenta
e um reais e quarenta e dois centavos).

IV.III - DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO


A Reclamante foi dispensada sem justa causa na data de 01/11/2021, sem ter
recebido o aviso prévio ou sido indenizada.
Ocorre que, de acordo com o disposto no art. 487, § 1º da CLT, a não concessão
do aviso prévio por parte do empregador ainda gera o direito aos salários
correspondentes ao respectivo período, na qual integra ao seu tempo de serviço para
todos os fins legais.
Portanto, a Reclamante faz jus ao recebimento de 30 dias de aviso prévio
indenizado, conforme o dispositivo legal acima exposto.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 30 dias
de aviso prévio no valor de R$ 2.142,45 (dois mil cento e quarenta e dois reais e
quarenta cinco centavos), bem como, o seu reflexo no 13º salário e nas férias.

IV.IV - DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3


Após sua demissão, a Reclamante também não recebeu as suas férias
proporcionais 6/12 avos, referente ao período trabalhado no ano de 2021.
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No entanto, conforme dispõe o art. 7º, XVII da CRFB/88 e art. 146, parágrafo
único da CLT, o empregado terá direito a remuneração das férias proporcionais
adquiridas com acréscimo de 1/3 constitucional do salário normal.
Desse modo, a Reclamante faz jus a remuneração das férias proporcionais 6/12
avos, mais o adicional de 1/3 constitucional referentes ao ano de 2021 em que trabalhou
para a Reclamada.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento das férias
proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional no valor total de R$ 1.428,31 (mil
quatrocentos e vinte e oito reais e trinta e um centavos).

IV.V - DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL


A Reclamante não recebeu as verbas relativas ao seu 13º salário proporcional
6/12 avos, referente ao ano de 2021 em que trabalhou para a Reclamada.
Contudo, conforme expõe o art. 7º, VII da CRFB/88, todo trabalhador urbano e
rural tem direito ao recebimento do 13º salário com base na sua remuneração integral.
Dessa forma, de acordo com o dispositivo legal acima exposto, é notório visar
que a Reclamante faz jus ao recebimento do 13º salário proporcional ao período
laborativo de 2021.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de 6/12 do
13º salário proporcional no valor de R$ 1.071,23 (mil e setenta e um reais e vinte e
três centavos).

IV.VI – DO FGTS DE JUN A OUT/21, DA RESCISÃO E MULTA DE 40%


De acordo com os fatos narrados, a Reclamante foi dispensada injustamente, e
no presente caso, a Reclamada não realizou o pagamento do FGTS dos meses de
Jun a Out/21 no valor de R$ 856,98 (oitocentos e cinquenta e seis reais e noventa e
oito centavos), da Rescisão no valor de R$ 377,07 (trezentos e setenta e sete reais e
sete centavos), e da Multa de 40% no valor de R$ 493,62 (quatrocentos e noventa e
três reais e sessenta e dois centavos) durante o período laborativo da empregada.
Contudo, em razão da rescisão injusta do contrato de trabalho por parte da
Reclamada, deverá ser paga uma multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a
título de FGTS, conforme dispõe o art. 18, § 1º da Lei nº 8.036 /90 c/c art. 7, I da
CRFB/88.
No entanto, é mister ressaltar que não houve o referido pagamento a
Reclamante.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada a indenização do FGTS e
da multa de 40% correspondente no valor de R$ 1.727,67 (mil setecentos e vinte e sete
reais e sessenta e sete centavos).

IV.VII - DA MULTA DO ART. 467 DA CLT


Em razão da rescisão do contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o
montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à

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data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas,


sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento, conforme preceitua o art. 467
da CLT.
O objetivo de tal dispositivo é obrigar o empregador a realizar o pagamento da
parcela incontroversa das verbas rescisórias, a fim de não permitir que sejam inseridas
como verbas incontroversas aquelas não discutidas ou não contestadas, com o intuito
de postergar o pagamento e até mesmo punir a Reclamante.
Dessa forma, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de todas as
verbas incontroversas em primeira audiência, sob pena de serem acrescidas em multa
de 50%, conforme dispõe o art. 467 da CLT no valor de R$ 2.545,23 (dois mil
quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e três centavos).

IV.VIII - DA MULTA DO ART. 477, § 8º DA CLT


Após sua dispensa imotivada, a Reclamante jamais recebeu suas verbas
rescisórias.
Ocorre que, de acordo com o art. 477, § 6º e 8º da CLT, a Reclamada não
respeitou o prazo de 10 (dez) dias a contar do término do contrato de trabalho para
efetuar o pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão, bem como, ao
pagamento da multa em favor da Reclamante no valor de 1 (um) mês de salário
devidamente corrigido com juros e correção monetária.
Dessa forma, observa-se que a Reclamada não cumpriu com seus encargos
trabalhistas no prazo legal, contrariando claramente o que consta na respeitosa
Consolidação das Leis do Trabalho.
Ante o exposto, requer a condenação da Reclamada ao pagamento de uma
multa equivalente a um mês de salário revertida em favor da Reclamante, no valor de
R$ 2.142,45 (dois mil cento e quarenta e dois reais e quarenta cinco centavos).

V - DO DANO MORAL
De acordo com o art. 114, VI, da Carta Magna, a Justiça do Trabalho também
é competente para julgar as ações com pedido de indenização por dano moral ou
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.
O dano moral caracteriza-se como a ofensa ou violação dos bens de ordem
moral de uma pessoa, tais sejam o que se referem à sua liberdade, à sua honra, à sua
saúde (mental ou física), à sua imagem.
No caso em tela, é possível perceber facilmente a caracterização do dano moral
quando a Reclamada deixou de honrar com o acordo contratual realizado entre as
partes.
PAGAMENTO DE SALÁRIOS PARCELADOS: A Reclamante nos meses de
AGO e SET/21, teve seu salário parcelado em 8 vezes, sendo no mês de OU/21 o
parcelamento pior em 9 vezes sendo a última parcela paga em 24/03/22, se tornando
difícil pagar as contas e viver sem preocupação quanto aos compromissos da casa
e dos filhos na escola e faculdade, a Reclamante só continuava trabalhando na
Reclamada por pura necessidade, e mesmo atingindo mês a mês, a sua dignidade

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e honra com a desvalorização da trabalhadora e da pessoa humana tinha que continuar


horando o contrato com seu empregador e manter o sustento de sua família.
Como pode ser notado de acordo com os fatos expostos, os eventos que
ensejaram a presente reclamação trabalhista foram mais do que suficientes para abalar
psicologicamente a Reclamante.
SETE (7) MESES SEM RECEBER A RESCISÃO: Nota-se que, através do
desgaste de buscar o direito de receber junto a Reclamada, teve várias contas atrasadas
por falta de pagamento, pois desde novembro/2021 teve apenas a informação que
deveria aguardar em casa, e que seria acionada para receber as verbas rescisórias. A
Reclamada, infelizmente só apresenta desculpas, e trata com descaso a situação da
Reclamante que necessita de sua indenização para pagar as contas.

DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO


SALARIAL. O dano moral resulta de lesão a direito da
personalidade, repercutindo na esfera intelectual do indivíduo. A
reparação por dano moral decorrente do contrato de trabalho
pressupõe um ato ilícito ou um erro de conduta do empregador
ou de seu preposto, um dano suportado pelo ofendido e um nexo
de causalidade entre o comportamento antijurídico do primeiro e
o prejuízo suportado pelo último. O atraso reiterado no
pagamento de salários configura o descumprimento do
dever do empregador mais relevante ao contrato de
trabalho, implicando, assim, violação dos direitos da
personalidade do empregado, com destaque para o da
dignidade da pessoa humana. No caso dos autos comprovado o
reiterado atraso de salários impõe-se o deferimento da
indenização postulada. 2. Recurso ordinário conhecido e provido
em parte. (TRT-10 - RO: 561201300210000 DF 00561-2013-
002-10-00-0 RO, Relator: Desembargador Brasilino Santos
Ramos, Data de Julgamento:
11/09/2013, 2ª Turma, Data de Publicação: 20/09/2013 no
DEJT).
Qualquer tratamento discriminatório deve ser indenizado e punido, para
fins de que não se perpetue no ambiente de trabalho. No presente caso:
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os
bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida
cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do
mesmo ato lesivo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 223-G - a natureza do bem jurídico tutelado;


II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;
III - a possibilidade de superação física ou psicológica;
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão;
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;

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VII - o grau de dolo ou culpa;


XI - a situação social e econômica das partes envolvidas;

O Código Civil de 2002 é cristalino quando dispõe sobre a necessidade de reparar os


danos causados, conforme se observa:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando
a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por
sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Relembre-se, inclusive, que o direito de resposta e de indenização moral,
material ou à imagem é oriundo da Carta Magna de 1988, em seu artigo 5º, V, ao dispor
que “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização
por dano material, moral ou à imagem”.

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.


DANO MORAL. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DOS
SALÁRIOS. DANO "IN RE IPSA". Constatada violação direta
de dispositivo de lei federal (arts. 186 e 927,"caput",
do Código Civil), merece ser processado o Recurso de Revista,
nos termos do art. 896, c, da CLT. Agravo de Instrumento
provido. RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. ATRASO
REITERADO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS. DANO "IN
RE IPSA". O atraso reiterado no pagamento dos salários
configura, por si só, o dano moral, porquanto gerador de estado
permanente de apreensão do trabalhador, o que, por óbvio,
compromete toda a sua vida - pela potencialidade de
descumprimento de todas as suas obrigações, sem falar no
sustento próprio e da família. Precedentes da Corte. Recurso de
Revista parcialmente conhecido e provido.” (AC. 4.ª T./TST-RR-
3321-25.2010.5.12.0037. Julgamento: 14/11/2012. Ministra
Relatora: Maria de Assis Calsing)

Destarte, como se pode notar, houve claramente um total desrespeito à


integridade moral da Reclamante, bem como a sua imagem e dignidade, haja vista
ter que mendigar o valor da rescisão e conviver com salários atrasados.
Nesse sentido, a obreira clama pela condenação da Reclamada ao
pagamento de uma indenização à título de DANOS MORAIS no valor de 3 vezes o
salário no total de R$ 6.427,35 (seis quatrocentos e vinte e sete reais e trinta e cinco
centavos), com base nos fatos narrados.

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VI - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBÊNCIAIS


Cediço que, com a nova redação da CLT, em razão da Reforma Trabalhista,
passou-se a prever em seu art. 791-A a possibilidade de honorários advocatícios em
favor dos advogados de ambas as partes.
Assim, em razão do trabalho do procurador da parte Autora, necessário que,
diante os aspectos do presente caso, sejam fixados em 15% (quinze por cento) sobre o
valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não
sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

VII - DOS PEDIDOS


Assim, diante do exposto, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa. para
requerer:
a) Preliminarmente seja deferido o benefício da Assistência Judiciária Gratuita, pelo
fato de o Reclamante não possuir condições de custear o próprio processo, sem prejuízo
do próprio sustendo ou de sua família;
b) Citação da Reclamada para querendo, na audiência que Vossa Excelência designar,
apresentar defesa, sob pena de revelia e confissão e ao final ver-se condenada ao
pagamento das verbas reclamadas e demais cominações legais;
c) Requer seja a Reclamada compelida a realizar a devida baixa na CTPS da
Reclamante, com data de 01/12/2021, bem como, a liberação das guias do seguro
desemprego;
d) A entrega da guia destinada ao FGTS, sob pena de pagamento de indenização do
valor correspondente;
e) Condenação da Reclamada ao pagamento dos seguintes pedidos:
f) Saldo de salário no valor de R$ 71.42 (setenta e um reais e quarenta e dois centavos),
referente a 1 dia trabalhado do mês de novembro/2021;
f1) Aviso prévio no valor de R$ 2.142,45 (dois mil cento e quarenta e dois reais e
quarenta cinco centavos);
f2) 13º salário proporcional no valor de R$ 1.071,23 (mil e setenta e um reais e vinte e
três centavos);
f3) 6/12 de Férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional no valor de R$ 1.428,31
(mil quatrocentos e vinte e oito reais e trinta e um centavos);
f4) FGTS não recolhido + Multa de 40% do FGTS + Rescisão e meses JUN a OUT/21,
no valor de R$ 1.727,67 (mil setecentos e vinte e sete reais e sessenta e sete centavos);

f5) Multa do art. 477 da CLT referente a 1 (um) mês de salário revertida em favor da
Reclamante, no valor de R$ 2.142,45 (dois mil cento e quarenta e dois reais e quarenta
cinco centavos);
f6) Pagamento de uma indenização à título de Danos Morais no valor de R$ 6.427,35
(seis quatrocentos e vinte e sete reais e trinta e cinco centavos);

Av. Eduardo Ribeiro, Edifício Palacio do Comercio, nº 639, Sala 507, 5º andar, Bairro Centro,
CEP 69000-000 – Manaus/AM, e-mail: aristidespinhoadv@gmail.com - (92) 99470-4757
e-mail: socorrosmonteiro@hotmail.com – (92) 99368-5830. Página 8

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Fls.: 10

Aristides Pinho de Oliveira Filho OAB/AM - 15288


Maria do Socorro Silva Monteiro OAB/AM - 13501

g) A produção por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente


documental, testemunhal e pericial;
h) O pagamento de todas as verbas incontroversas em primeira audiência, no valor de
R$ 2.545,23 (dois mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e três centavos), sob
pena de serem acrescidas da multa de 50%, conforme dispõe o art. 467 da CLT;
i) Condenação da Reclamada ao pagamento das custas e honorários advocatícios
fixados em 15% sobre o valor da condenação, conforme dispõe o art. 791-A da CLT,
no valor de R$ 2.633,41 (dois mil seiscentos e trinta e três reais e quarenta e um
centavos);
j) A Citação da reclamada ABC COMERCIO DE MEDICAMENTOS LTDA, por meio de
Oficial de Justiça, no endereço: Av. Leonardo Malcher, nº 1805-A, Bairro Praça 14 de
janeiro, Manaus/AM, Cep. 69020-070, com endereço eletrônico:
dist.abc.med@gmail.com, telefone para contato (92) 98271-6423 ou 99395-4507.
Que seja contatada a reclamante pelo telefone (92) 99350-0960, para acompanhar o
oficial de justiça até a empresa;

l) Em suma, requer subsidiariamente a citação por edital da Reclamada, caso esta


não seja localizada no endereço acima descrito. Uma vez que a legislação pátria
resguarda no Código de Processo Civil o seguinte, art. 256;
m) Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome dos Advogados:
MARIA DO SOCORRO S. MONTEIRO. OAB/AM - 13501 e ARISTIDES PINHO DE
OLIVEIRA FILHO. OAB/AM – 15288;
n) Ao final, julgar TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, para que se
faça a costumeira Justiça!

Dá-se à causa o valor de R$ 20.189,52 (vinte mil cento e oitenta e nove reais e
cinquenta e dois centavos).

Nestes termos, pede deferimento.

Manaus/AM, 19 de maio de 2022.

ARISTIDES PINHO DE OLIVEIRA FILHO MARIA DO SOCORRO S. MONTEIRO


OAB/AM – 15288 OAB/AM – 13501

Av. Eduardo Ribeiro, Edifício Palacio do Comercio, nº 639, Sala 507, 5º andar, Bairro Centro,
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e-mail: socorrosmonteiro@hotmail.com – (92) 99368-5830. Página 9

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Fls.: 11

Aristides Pinho de Oliveira Filho OAB/AM - 15288


Maria do Socorro Silva Monteiro OAB/AM - 13501

DOCUMENTOS - ANEXOS

1. Procuração;

2. Documentos de RG e CPF;

3. Declaração de Hipossuficiência;

4. CTPS da Reclamante;

5. Comprovante de Residência;

6. Recibos de Gastos mensal da Reclamante pagas em atraso;

7. Comprovantes de PIX dos pagamentos parcelados de: Ago, Set e Out/21;

8. Carteira Profissional de Farmacêutica;

9. Protocolo do CRF/AM e Requerimento da pessoa jurídica;

10 CNPJ da Empresa ABC COMERCIO DE MEDICAMENTOS LTDA;

11. QSA (Quadro Social e Administradores) da ABC;

12. Endereço e foto do local profissional da Reclamada.

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https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/22051913311053200000023804043?instancia=1
Número do documento: 22051913311053200000023804043
Fls.: 12

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
1ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS
ATOrd 0000797-73.2022.5.11.0001
RECLAMANTE: JUCILENE DE BARROS MACEDO
RECLAMADO: A B C COMERCIO DE MEDICAMENTOS LTDA

DESPACHO

Ficam as partes intimadas da designação de audiência para o dia 18/07


/2022 08:40,   que será realizada no modelo telepresencial pela plataforma Zoom, sob
as penas do art. 844 da CLT, bem como para apresentar, querendo, testemunhas, sob
pena de dispensa da prova.  

Novo Link de acesso: 

https://trt11-jus-br.zoom.us/j/83298861427?
pwd=TXZET2FYYkRTVVMvN2l5ZFRFOTBmdz09

ID da Reunião  832 9886 1427

Senha de acesso 001

MANAUS/AM, 30 de maio de 2022.

JULIO BANDEIRA DE MELO ARCE


Juiz(a) do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: JULIO BANDEIRA DE MELO ARCE - Juntado em: 30/05/2022 09:15:27 - 1617d5a
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/22053008591692400000023893681?instancia=1
Número do processo: 0000797-73.2022.5.11.0001
Número do documento: 22053008591692400000023893681
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

682c1e6 19/05/2022 13:43 Petição Inicial Petição Inicial

1617d5a 30/05/2022 09:15 Despacho Despacho

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