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AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE ________

DIOGO HENRIQUE GUEDES MONTEIRO, portador do CPF nº


118.303.294-30 e RG 9.178.895 SD/PE, brasileiro, solteiro, recepcionista,
residente e domiciliado na Rua Pascoal Sivini 79, Casa A, Porto da Madeira,
CEP 52130-160 Recife – PE, vem à presença de Vossa Excelência, por meio
do seu Advogado, infra assinado, ajuizar

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

em face de ULTRA SOM SERVICOS MEDICOS S.A. - HAPCLINICA


OLINDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº
12.361.267/0050-71, com sede em Av. Pres. Getúlio Vargas, 514 - Bairro
Novo, Olinda - PE, 53030-010, e, pelos motivos e fatos que passa a expor.

1. SÍNTESE DA RELAÇÃO DE TRABALHO

Trata-se de contrato de trabalho nas seguintes condições:

CARGO: RECEPCIONISTA;

JORNADA DE TRABALHO: Na 1ª semana o Reclamante trabalha de


segunda à sexta de 10h às 20h, com uma hora de intervalo intrajornada. (Uma
vez na semana, o Reclamante, larga 1h mais cedo); na 2ª semana o
Reclamante trabalha de segunda à sexta de 10 às 19h, e aos sábados de 07h às
13h podendo estender, dependendo do médico; na 3ª semana o Reclamante
trabalha de segunda à sexta 10h às 20h, com uma hora de intervalo
intrajornada. (Uma vez na semana, o Reclamante, larga 1h mais cedo); na 4ª
semana o Reclamante trabalha de segunda à sexta 10h às 20h, com uma hora
de intervalo intrajornada. (Uma vez na semana, o Reclamante, larga 1h mais
cedo) 44h, e assim por diante.

REMUNERAÇÃO: R$ 1.212,00 (hum mil duzentos e doze reais).

O Reclamante, na data 02/06/2021 começou a trabalhar de carteira assinada na


Reclamada Hapvida, trabalhando com um alto fluxo de pacientes sobre muita pressão e
desorganização da empresa Reclamada, fato que gera nos funcionários muito fadiga física e mental,
ocasionando ansiedade e muitas vezes dores, (até pelo fato das cadeiras serem extremamente
desconfortáveis, inclusive, o Reclamante teve que falar com a segurança do trabalho porque está com
fortes dores na coluna).

Além disso, o Reclamante e os demais funcionários são forçados e pressionados,


exaustivamente, a baterem metas sem haver qualquer tipo de recompensa. O Reclamante ainda é
obrigado a permanecer horas em pé no terminal de autoatendimento, no mesmo local onde os
pacientes solicitam ao Reclamante, marcações de consultas e exames.

Vossa Excelência, para completar o total descaso da Reclamada com o Reclamante e


seus funcionários, aconteceu que no dia 25/10/2022 o furto da moto do Reclamante no
estacionamento do trabalho da Reclamada enquanto estava no expediente de trabalho.

O Reclamante sempre deixou sua moto no ponto estratégico onde as câmeras


conseguiam visualizá-la, porém um funcionário da manutenção do hapvida solicitou que o
Reclamante tirasse a moto de onde estava, o Reclamante retirou a moto e colocou só um pouco mais
para baixo e novamente travou a moto, como comprova as imagens do vídeo em anexo, vale frisar
que a moto permaneceu ainda sob o estacionamento da Reclamada e sob os olhos das câmeras,
acontece que o funcionário da manutenção aparece em outro momento do vídeo, sem a autorização
do Reclamante, mexendo na moto e o tirando ainda mais do ângulo das câmeras, como mostra em
vídeo em anexo. Vale frisar que existe um segurança no local, porém o mesmo fica na portaria,
saindo algumas vezes para o estacionamento.
O reclamante chega por volta das 10:38h da manhã do dia 25/10/2022 no
estacionamento da Reclamada, então por volta das 18:20h aparece no vídeo um meliante passando
com um capacete na frete do estabelecimento observando, retorna por volta das 18:42h, entra no
estacionamento da Reclamada, sobe na moto do Reclamante e em alguns minutos retira a moto de lá
ligada e consumando, assim, o furto. O Reclamante sai de 20:12h em direção ao estacionamento para
pegar sua moto e quando chega ao local onde havia estacionado sua moto, a mesma já não estava
mais lá. O Reclamante se desespera, pois até hoje tenta pagar o financiamento de tal moto que não
possuía seguro, pois o mesmo não tinha condições para pagar todos esses débitos com o emprego
que estava e além do mais, atualmente, o Reclamante encontra-se endividado, pois começou a atrasar
o veículo pelas condições financeiras que se apertaram.

O ambiente de trabalho já se mostra inadequado e indesejado para o trabalho em si,


ocasionando muito desconforto ao Reclamante que todos os dias ao chegar ao ambiente de trabalho,
chega a ficar angustiado quando chega ao estacionamento e se lembra da moto, e quando chega
dentro do estabelecimento ao qual trabalha se lembra que a Reclamada lhe deu as costas quando mais
precisou sequer a Reclamada deu algum apoio emocional ou monetário ao Reclamante, inclusive o
proibindo de fazer a entrevista perto do local de trabalho ou mostrando onde de fato foi o ocorrido,
dificultando assim ainda mais a possibilidade de uma contribuição efetiva para que o furto fosse
esclarecido e assim poder encontrar sua moto.

Dessa forma, o Reclamante procura a tutela jurisdicional, para obter assim a Rescisão
indireta; reparação por dano material e reparação por dano moral, motivo pelo qual vem em busca da
tutela jurisdicional pela presente Reclamação Trabalhista.

2. DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reforma Trabalhista, ao alterar o Art. 790 da CLT, trouxe expressamente o


cabimento do benefício à gratuidade de justiça ao dispor:

Art. 790 (...) § 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte


que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do
processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Assim, considerando que a renda do Reclamante é comprometida com as despesas de
sua família, tem-se por insuficiente para cumprir todas suas obrigações alimentares e para a
subsistência de sua família.

Ou seja, todo valor auferido mensalmente esta comprometido com as despesas d sua
família, inviabilizando suprir a custas processuais, devendo ser concedida a Gratuidade de Justiça,
conforme precedentes sobre o tema:

BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA. A interpretação que faço do


disposto no art. 790, §§ 3º e 4º da CLT, com redação dada pela Lei 13.467 de
2017, permite concluir que, ainda que o reclamante perceba mais que
40% do limite máximo dos benefícios da Previdência Social, a
apresentação de declaração de impossibilidade em arcar com despesas
processuais sem prejuízo dos meios necessários à própria subsistência é
suficiente para o deferimento do benefício da gratuidade da justiça,
especialmente quando inexiste prova em sentido contrário. (...) (TRT-4 -
RO: 00207899020155040023, Data de Julgamento: 18/04/2018, 5ª Turma,
#83285080) #3285080

Trata-se da necessária observância a princípios constitucionais indisponíveis


preconizados no artigo 5º inc. XXXV da Constituição Federal, pelo qual assegura a todos o direito de
acesso a justiça em defesa de seus direitos, independente do pagamento de taxas, por ausente prova
em contrário do direito ao benefício.

Trata-se de conduta perfeitamente tipificada pelo Código de Processo Civil de 2015,


que previu expressamente:

Art. 99. [...]

§ 2º- O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver nos autos


elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a
concessão de gratuidade, devendo, antes de indeferir o pedido,
determinar à parte a comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º - Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida


exclusivamente por pessoa natural.

Para tanto, junta em anexo declaração de hipossuficiência que possui presunção de


veracidade, conforme expressa redação da súmula 463 do TST:

Súmula nº 463 do TST

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO - Res.


219/2017, DEJT divulgado em 28, 29 e 30.06.2017 - republicada - DEJT
divulgado em 12, 13 e 14.07.2017

I - A partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita


à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada
pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração com
poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);

Assim, tal declaração só pode ser desconsiderada em face de elementos


comprobatórios suficientes em contrário, conforme lecionam grandes doutrinadores sobre o tema:

"1. Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é necessário que a parte seja


pobre ou necessitada para que possa beneficiar-se da gratuidade da justiça.
Basta que não tenha recursos suficientes para pagar as custas, as despesas e
os honorários do processo. Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente,
se estes bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas, há direito à
gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme. ARENHART, Sérgio Cruz.
MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil comentado. 3ª ed.
Revista dos Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)
Nesse sentido é a jurisprudência sobre o tema:

JUSTIÇA GRATUITA CONCEDIDA AO AUTOR. Sendo a ação ajuizada


após a entrada em vigor da Lei nº 13105/15 (Novo CPC), nos termos da Lei
nº. 1.060/50,a simples declaração lavrada pelo reclamante gera a
presunção de que é pobre na forma da lei, apenas podendo ser elidida
por prova em contrário. Apresentando o autor declaração de pobreza
autônoma, sem qualquer impugnação quanto à sua forma ou conteúdo, resta
mantida a concessão do benefício da justiça gratuita. Recurso a que se nega
provimento. (Processo: RO - 0001367-63.2016.5.06.0145, Redator: Paulo
Alcantara, Data de julgamento: 21/01/2019,Segunda Turma, Data da
assinatura: 22/01/2019, #53285080)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXV da Constituição Federal, pelo artigo 98
do CPC e 790 §4º da CLT requer seja deferida a AJG ao requerente.

Por fim, no caso de qualquer improcedência aos pedidos aqui pleiteados, requer seja
considerada a ADI 5766, na qual o STF declara inconstitucionais as previsões dos Arts. 790-B,
caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

3. DA RESCISÃO INDIRETA

A rescisão indireta é direito do empregado sempre que diante de circunstâncias legais


previstas na CLT:

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e


pleitear a devida indenização quando:

a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei,


contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor
excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;

d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;


e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua
família, ato lesivo da honra e boa fama;

f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso


de legítima defesa, própria ou de outrem;

g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de


forma a afetar sensivelmente a importância dos salários.

Assim, considerando que o reclamante foi submetido ao um ambiente insustentável


emocionalmente devido ao empregador não cumprir com as obrigações do contrato que seria ter
dado todo o apoio emocional e monetário em relação ao furto da moto que ocorreu no próprio
estacionamento da Reclamada, no qual resta configurado o nexo causal entre o ocorrido, a causa e o
causador do problema, resta configurado direito à rescisão indireta, conforme passa a dispor:

a) SALDO DE SALÁRIO R$ 301,37

b) 33 dias AVISO PRÉVIO INDENIZADO R$ 1.420,75

c) 1/12 ávos 13º SALÁRIO INDENIZADO R$ 107,63

d) 7/12 ávos FÉRIAS PROPORCIONAIS R$ 753,43

e) 1/3 FÉRIAS PROPORCIONAIS R$ 251,14

f) 1/12 ávos FÉRIAS INDENIZADAS R$ 107,63

g) 1/3 FÉRIAS INDENIZADAS R$ 35,88


h) GRAU DA INSALUBRIDADE 20% INSALUBRIDADE R$ 242,40

TOTAL DA RESCISÃO: 3.220,23 (TRÊS MIL SUZENTOS E VINTE REAIS E


VINTE E TRÊS CENTAVOS).

4. DAS DIFERENÇAS SALARIAIS DEVIDAS - PISO DA CATEGORIA

Como relatado, o Reclamante exercia a função de RECEPCIONISTA, recebendo


1.212,00 (hum mil duzentos e doze reais) por mês, ocorre que referidas atividades se enquadram
perfeitamente na categoria de RECEPCIONISTA lotados em empregados de estabelecimentos de
serviços de saúde, restando evidenciado o descumprimento do piso da categoria que é de R$
1.291,59 (hum mil duzentos e noventa e um reais e cinqüenta e nove centavos), conforme convenção
coletiva em anexo.

Estas diferenças salariais devem ser imediatamente pagas, conforme precedentes


sobre o tema:

ENGENHEIRO. PISO SALARIAL. A remuneração dos profissionais de


engenharia é regulamentada pela Lei 4.950-A/1996, que estabeleceu salário
base da categoria de 8,5 salários mínimos para uma jornada diária de 08
horas, conforme artigo 6º ("seis salários para as primeiras seis horas com
acréscimo de 25% para as subsequentes", o que equivale a um salário para
cada uma das 6 primeiras horas e 1,25 para a 7ª hora e 1,25 para a 8ª hora).
Demonstrado pelas anotações apostas na CTPS do autor, que a partir de
01/01/2014 passou a exercer as atribuições de engenheiro de manutenção,
mister se faz o deferimento de diferenças salariais em razão do piso da
categoria. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011408-61.2016.5.03.0149 (RO);
Disponibilização: 02/02/2018; Órgão Julgador: Decima Turma;
Relator:Convocado Delane Marcolino Ferreira, #73285080)

Motivos pelos quais, requer o reconhecimento e imediato pagamentos das diferenças


salariais.
Requer, assim o pagamento de R$ 3.682,75 (três mil e seiscentos e oitenta e dois
reais e setenta e cinco centavos) a título de diferenças salariais compreendido todo o período do
contrato de trabalho.

Diante disso, requer ainda, a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças


salariais, decorrentes, com seus devidos reflexos durante todo o contrato de trabalho:

a) 13º sobre Diferença Salarial R$ 329,04

b) Férias + 1/3 sobre Diferença Salarial R$ 428,31

c) Aviso Prévio (TRCT) sobre Diferença Salarial R$ 210,75

d) RSR sobre Diferença Salarial R$ 727,43

5. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

A Constituição Federal dispõe em seu artigo 7º, XXIII que são direitos dos
trabalhadores urbanos e rurais, o "adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres
ou perigosas, na forma da lei."

Nesse sentido, a CLT dispõe claramente em seu Art. 192, que:

"Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos


limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a
percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20%
(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região,
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo."

Como já esclarecido, as atividades laborais do Reclamante envolviam contato


constante com indicar agente insalubre. Portanto, perfeitamente enquadrado nas situações previstas
na NR-15, Anexo 14 em decorrência de contato a agentes biológicos.
Assim, considerando os elementos trazidos ao processo confirmando a existência de
insalubridade, vale salientar que o Reclamante já recebia o adicional de 20%, conforme
contracheques em anexo.

O Reclamante recebia o salário defasado, assim, de acordo com a convenção coletiva


em anexo, o piso salarial do Reclamante é de R$ 1.291,59. Assim, requer o pagamento das
diferenças de adicional de insalubridade em R$ 1.204,96 (hum mil duzentos e quatro reais e
noventa e seis centavos), conforme prova em anexo, com reflexo em todas as verbas reflexas do
contrato de trabalho:

a) 13º sobre Adicional de Insalubridade R$ 65,80

b) Férias + 1/3 sobre Adicional de Insalubridade R$ 85,66

c) Aviso Prévio (TRCT) sobre Adicional de Insalubridade R$ 42,15

6. DO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) e o Laudo Técnico de Condições


Ambientais do Trabalho (LTCAT) são documentos de emissão obrigatória por parte da empresa, nos
termos do Art. 58 da Lei 8.213/91:

Art. 58 (...) § 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil


profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e
fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica
desse documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)

Assim, considerando que o Reclamante que não recebeu o Perfil Profissiográfico


Previdenciário (PPP) nem o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) após o
encerramento da relação de emprego, requer a condenação da reclamada à entrega dos referidos
documentos.
7. DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS – FURTO DO VEÍCULO
NO ESTACIONAMENTO DA EMPRESA.

Consoante se depreende do boletim de ocorrência anexo, tombado sob o nº


22E0321003028, no dia 25/10/2022 às 21:22, o obreiro, ao largar, percebeu que, durante o horário de
trabalho, o veículo de sua propriedade, sendo este uma motocicleta YAMAHA/YBR150 FACTOR
ED, placa QXX3E10, CHASSI 9C6RG3160N0012142 havia sido furtado no estacionamento da
Reclamada. Ressalta que o referido estacionamento, nas dependências da empresa Reclamada,
sempre foi disponibilizado aos seus empregados e clientes.

Entretanto, ao procurar a empresa Reclamada a fim de que ela arcasse com sua
responsabilidade quanto ao ocorrido, não logrou êxito, pois a Reclamada alegou não possuí qualquer
responsabilidade quanto ao dano suportado pelo obreiro. Ressalta o Reclamante, por oportuno, que
até a presente data o referido veículo não foi recuperado. Outra, se o empregador disponibiliza
estacionamento de veículos aos seus empregados, em suas dependências ou até mesmo fora dela,
torna-se responsável por eventual dano ao patrimônio ocorrido, posto que ainda que o
estacionamento fornecido não represente verba "in natura", subsume-se inegavelmente em obrigação
conexa ao contrato, já que é um algo a mais proporcionado ao empregado pela empresa,

Como cediço, Vossa Excelência, é entendimento do Superior Tribunal de Justiça -


STJ que, o furto de veículo de empregado, ocorrido em estacionamento da empresa, que conta com
aparente segurança, durante a jornada de trabalho, impõe ao empregador a responsabilidade civil
pelo furto, advinda da assunção do dever de guarda, conforme precedente Resp 58996/SP, 4ª Turma,
Rel. Min. Sálvio Figueiredo Teixeira, DJ 08/05/1995).

Nos vídeos em anexo constam que o Reclamante, de fato, estacionou a sua moto que
foi furtada no estacionamento da empresa Reclamada, dessa forma, conforme o
art. 629 do CCB dispõe que "O depositário é obrigado a ter na guarda e conservação da coisa
depositada o cuidado e diligência que costuma com o que lhe pertence, bem como a restituí-la,
com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante".

Por sua vez, a Súmula 130 do STJ, perfeitamente aplicável ao caso por analogia,
dispõe que “A empresa responde, perante o cliente, pela reparação do dano ou furto de veículo
ocorrido em seu estacionamento”.

Vejamos o entendimento jurisprudencial acerca da matéria:

“1. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GRUPO ECONÔMICO. À


míngua de contestação específica, prevalece a versão exordial de existência
de grupo econômico entre as reclamadas e, consequentemente, a
responsabilidade solidária entre ambas, pelos haveres trabalhistas acaso
reconhecidos ao reclamante. 2. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
E MORAIS. FURTO DE MOTOCICLETA EM ESTACIONAMENTO DA
RECLAMADA NO HORÁRIO DE TRABALHO. SÚMULA 130 DO STJ.
O furto de veículo de empregado, ocorrido em estacionamento da empresa,
que conta com aparente segurança, durante a jornada de trabalho, impõe ao
empregador a responsabilidade civil pelo furto, advinda da assunção do dever
de guarda. (Resp 58996/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio Figueiredo Teixeira,
DJ 08/05/1995 e inteligência da Súmula 130 do STJ). Indenização por danos
materiais e morais devida. 3. Recurso ordinário conhecido e desprovido.
(TRT-10 - RO: 01155201301010009 DF 01155-2013-010-10-00-9 RO,
Relator: Desembargador Brasilino Santos Ramos, Data de Julgamento:
23/07/2014, 2ª Turma, Data de Publicação: 08/08/2014 no DEJT)”

Nesse sentido, levando em consideração também as disposições dos artigos 186 e 927
do Código Civil Brasileiro de 2002, tem-se que as reclamadas têm o dever de indenizá-lo. Vejamos:

“Art.186 – Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito”.

“Art.927 – Aquele que, por ato ilícito (art.186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repara-lo”.
Nesse contexto, como a Reclamada ofertou o estacionamento dentro de sua
propriedade destinado, também, aos seus funcionários e prestadores de serviço, aí incluído o
Reclamante, dando a ele a sensação de que seu veículo estaria seguro, tem o dever de indenizar
o furto ocorrido, segundo entendimento contido na Súmula 130 do STJ e art. 927 do CC.

Dessa forma, haja consubstanciado a negligência da Reclamada, neste caso, é patente


uma vez que, o sistema de câmeras no estacionamento, o segurança na portaria, demonstra que a
fiscalização pela Reclamada, não foi suficiente para obstar a violação ao patrimônio do Reclamante
que se encontrava sob sua guarda.

Nesse sentido, considerando que o veículo furtado, à época do fato, valia a


importância de R$ 13.430,00 (treze mil quatrocentos e trinta reais), conforme consulta da tabela
FIPE anexa, requer seja a empresa Reclamada condenada ao pagamento de indenização por danos
materiais no referido valor.

8. DOS DANOS MORAIS

Conforme relatado, trata-se de inequívoco abalo à dignidade do trabalhador. A


conduta da reclamada por arbitrária, abusiva e inconveniente submetia o Reclamante a situações
insustentáveis, gerando o dever de indenizar.

A redação dada pela reforma Trabalhista é de perfeita aplicação, ao prever na CLT:

Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que


ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais
são as titulares exclusivas do direito à reparação.

Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a


autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.

Afinal, diante de conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante, perfeitamente


caracterizado o dano extrapatrimonial indenizável.

Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar o efetivo


dano moral que se lhe causou, tratar-se-ia de tarefa inalcançável a necessidade de demonstração de
existência de um dano psíquico.

Qualquer tratamento discriminatório deve ser indenizado e punido, para fins de que
não se perpetue no ambiente de trabalho.

O Reclamante teve o veículo de sua propriedade furtado do estacionamento da


Reclamada, não tendo a mesma assumido a responsabilidade quanto ao ocorrido, fazendo com que o
obreiro perdesse seu único meio de transporte, o qual até a presente data não foi recuperado.

Merece a Reclamada, portanto, punição à altura! Os procedimentos adotados pela


Reclamada deságuam em ilicitude, com inequívoca agressão ao patrimônio moral da Reclamante,
pessoa honesta e simples.

Por certo, qualquer pessoa que goze de respeitabilidade no ambiente de trabalho,


como é o caso do Reclamante, ao ser envolvido nas situações descritas, tem sua autoestima abalada,
bem como sua personalidade e a afetividade, sofrendo constrangimento, humilhação, vexame, dor,
enfim, sentimentos e sensações negativas.

No presente caso, "são responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que


tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão",
nos termos do Art. 223-E da CLT.

Assim, nos termos do Art. 223-G da CLT, devem ser considerados no presente caso:

I - a natureza do bem jurídico tutelado: Trata-se de ato que violou a


dignidade do trabalhador, uma vez que o expôs ao furto da moto do
Reclamante;
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação: Evidente o sofrimento
íntimo quando os atos impugnados afetaram o psicológico do Reclamante;

III - a possibilidade de superação física ou psicológica: Trata-se de ato que


afetou diretamente o físico e psicológico do trabalhador pois tinha financiado
sua moto com muito trabalho e esforço o qual teve sua moto furtada no
estacionamento da Reclamada sem qualquer assistência dela, embora
solicitada;

IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão: No presente caso


importante considerar a exposição do trabalhador perante seus colegas e
familiares, uma vez que ficaram cientes do furto da moto e que a Reclamada
sequer prestou qualquer assistência;

V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa: Tratam-se de atos que


perduraram até hoje, não podendo ser desconsiderado;

VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral: O


trabalhador é pessoa humilde e sem qualificação, sendo obrigado a seguir
suportando tais abusos pela necessidade do emprego, evidenciando a
desigualdade entre as partes, sendo evidente o abuso cometido pelo
reclamado;

VII - o grau de dolo ou culpa: Ao ter plena ciência dos danos que vinha
causando ao trabalhador e deixando de tomar qualquer atitude, a Reclamada
comete falta gravíssima em detrimento à boa fé na relação de emprego;

VIII - a ausência de retratação espontânea: Conforme provas em anexo o


empregador foi alertado da situação sem que tomasse qualquer atitude;

IX - ausência de esforço efetivo para minimizar a ofensa: Mesmo


alertado, o Reclamado não efetivou qualquer esforço para minimizar os
danos causados ao trabalhador, inclusive, o proibindo de fazer a entrevista
perto do local de trabalho ou mostrando onde de fato foi o ocorrido,
dificultando assim ainda mais a possibilidade de uma contribuição efetiva
para que o furto fosse esclarecido e assim poder encontrar sua moto;

X - ausência de perdão, tácito ou expresso: Não há que se falar em perdão


tácito quando o empregado dependia diretamente do vínculo de emprego para
manter sua família, deixando, portanto, de buscar o auxílio judicial
previamente por medo de ficar sem emprego;

XI - a situação social e econômica das partes envolvidas: Evidentemente


que a situação financeira precária e completa ausência de qualificação das
partes é um fator notório que deve ser considerado no presente caso;

XII - o grau de publicidade da ofensa: No presente caso, todos os


funcionários ficaram sabendo do ocorrido demonstrando a ampla publicidade
das ofensas.

Assim, considerando que o salário do Reclamante é de R$ 1.212,00 (hum mil


duzentos e doze reais), nos parâmetros fixados pelo Art. 223-G, §1º da CLT, o valor dos danos
morais deve corresponder a R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Por tal motivo é que se requer que a reclamada seja compelida a reparar o reclamante
pelos danos morais.

9. DA NECESSÁRIA LIBERAÇÃO DA GUIA DO SEGURO


DESEMPREGO E CHAVES DE CONECTIVIDADE PARA
RECEBIMENTO DO FGTS.

Não obstante a ocorrência da rescisão contratual ocorrer em modalidade de Rescisão


indireta, o Reclamante tem direito ao acesso às guias SD/CD para viabilizar o percebimento do
seguro-desemprego.
Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata liberação sob pena de
indenização substitutiva equivalente à cinco parcelas da respectiva verba, bem como a
liberação do TRCT e chaves de conectividade para recebimento do FGTS.

10. DO RECOLHIMENTO DO FGTS E INCIDENCIA SOBRE A


REMUNERAÇÃO MENSAL DEVIDO AO ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE E DIFERENÇAS SALARIAIS SÚMULA 63 DO TST

Conforme extrato que colaciona em anexo, a Reclamada deixou de realizar o devido


recolhimento do FGTS em manifesta contrariedade à Lei nº 8.036/90.

Cabe, portanto, ao Reclamado a comprovação do devido pagamento, conforme clara


redação da Súmula 461 do TST:

Súmula nº 461 do TST


FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA
É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do
FGTS, pois o pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do
CPC de 2015).

Devido, portanto, o recolhimento das diferenças não pagas do FGTS, cumulado com
multa de 40%:

DIFERENÇAS DE FGTS E MULTA DE 40%. Constatada irregularidade


nos depósitos do FGTS, conforme extrato da conta vinculada, e ocorrida a
despedida imotivada da autora, devidas as diferenças de FGTS do contrato
com acréscimo de 40%. (TRT-4 - RO: 00212977820155040009, Data de
Julgamento: 03/10/2017, 8ª Turma, #73285080)

Devido ainda, o pagamento do FGTS sobre as verbas pleiteadas na presente ação:

FGTS SOBRE A VERBA DEFERIDA. Tendo sido deferida verba de


natureza salarial, sobre esta incide o FGTS, por ser verba consectária. (TRT-4
- RO: 00210640220165040024, Data de Julgamento: 15/03/2018, 5ª Turma)

Assim, requer o devido recolhimento do FGTS de todo período contratual, uma vez
que há diferença.

Vale salientar ainda que devido às diferenças salariais e ao adicional de insalubridade,


também é devido à incidência do FGTS sobre as demais verbas como também a multa de 40% do
FGTS, inteligência da Súmula 63 do TST.

Assim, requer o pagamento de R$ 467,56 quatrocentos e sessenta e sete reais e


cinquenta e seis centavos) e Multa sobre FGTS 40% R$ 1.605,12 (hum mil e seiscentos e cinco
reais e doze centavos).

11. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Nos termos do Art. 818 da CLT, "o ônus da prova incumbe ao reclamante, quanto ao
fato constitutivo de seu direito", ocorre que:

§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa


relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo
diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas necessárias, tem-se a


necessária inversão do ônus da prova.

A inversão do ônus da prova é consubstanciada na impossibilidade de obtenção de


prova indispensável por parte do Autor, sendo amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do
Ônus da prova implementada pelo Novo Código de Processo Civil:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:


I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do
fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde
que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a
oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.

Referido dispositivo foi perfeitamente recepcionado pela Justiça do Trabalho,


conforme clara redação da IN 39/2016 do C. TST:

Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face


de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que
regulam os seguintes temas:
(...)
VII - art. 373, §§ 1º e 2º (distribuição dinâmica do ônus da prova);

Nesse sentido, a jurisprudência orienta a inversão do ônus da prova, sob pena de


inviabilizar o acesso à justiça:

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


Ao analisar Recurso Extraordinário interposto pela União (RE) 760.931, com
repercussão geral reconhecida, o Plenário do STF, por maioria de votos,
fixou a tese a ser aplicada quanto à responsabilidade subsidiária da
administração pública por encargos trabalhistas gerados pelo inadimplemento
de empresa terceirizada: "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos
empregados do contratado não transfere automaticamente ao Poder Público
contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter solidário
ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93" (STF -
Tribunal Pleno - RE 760.931 - Relª Minª Rosa Weber - Relator p/ acórdão -
Min. Luiz Fux - DJe 12/9/2017). (...). Portanto, é possível que a
Administração Pública responda pelas dívidas trabalhistas contraídas pela
empresa contratada e que não foram pagas, desde que o ex-empregado
Reclamante comprove, com elementos concretos de prova, que houve falha
concreta do Poder Público na fiscalização do contrato. No tocante à aferição
da culpa, a princípio, o ônus probatório incumbe à parte a quem aproveita,
isto é, o Reclamante teria o encargo de demonstrar em juízo que a
Administração foi omissa no seu dever de fiscalizar a contratada. Ocorre,
porém, que essa prova é de difícil, senão impossível, elaboração. Desse
modo, é de se aplicar o princípio da aptidão para a prova, uma vez que a
Administração tem o dever de exigir a apresentação de documentos que
comprovem a regularidade, pela contratada, das obrigações trabalhistas
e sociais e, por corolário, tem a posse desses documentos. (TRT-2,
1000334-12.2019.5.02.0441, Rel. FRANCISCO FERREIRA JORGE NETO
- 14ª Turma - DOE 09/03/2020)

DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA E TEORIA DA CARGA


DINÂMICA. Em matéria envolvendo diferenças de comissionamento,
embora o ônus de provar a pertinência do pedido recaia, em princípio, sobre
o autor da demanda judicial, à empresa acionada incumbe aportar às suas
alegações defensivas os demais fatos e provas, a fim de subsidiar o juízo com
os elementos de convencimento necessários ao deslinde da controvérsia com
pacificação social. A postura ativa da empresa no esclarecimento dos fatos
impõe-se, ainda, como decorrência da aplicação à seara juslaboral da teoria
da carga dinâmica da prova, porque o empregador é a parte que detém mais
aptidão para produzir a prova dos mecanismos de cálculo, base, percentuais,
formas de pagamento e todos os demais aspectos contábeis relacionados às
comissões pagas aos seus empregados. (TRT-1, 01019678820175010471,
Relator Desembargador/Juiz do Trabalho: GUSTAVO TADEU ALKMIM,
Gabinete do Desembargador Gustavo Tadeu Alkmim, Publicação:
04/04/2019)

Assim, considerando a busca pela equidade processual, bem como a situação


hipossuficiente do trabalhador, requer a inversão do ônus da prova, com base no Art. 818, §1º da
CLT e Art. 373, §1º do CPC/15.

12. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS

Os artigos 791-A e 791-A, parágrafo 5º, da CLT, asseguram que ao advogado serão
devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% e o máximo de 15 % sobre o
valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido, ou, não sendo possível
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Requer, pois, a condenação da Reclamada em honorários sucumbenciais no percentual


de 15% sobre o valor bruto total resultante desta demanda, como medida apta a custear o trabalho
advocatício, ou seja, o valor de R$ 5.324,96 (cinco mil e trezentos e vinte e quatro reais e noventa
e seis centavos).

13. DA INDICAÇÃO DE VALOR CERTO E DETERMINADO

Inicialmente declara que indica aproximadamente os valores pleiteados ao final de


cada pedido, com base na documentação e informações disponíveis ao trabalhador.

Em relação a alguns valores, indica apenas valores genéricos, nos termos do Art. 324,
§1º, III do CPC/15, pela impossibilidade de mensuração por inacessibilidade da documentação
necessária aos cálculos, que estão de posse do Reclamado.

Deixa de liquidar os valores pleiteados, pois a redação introduzida pela Reforma


Trabalhista exige apenas a indicação de valor certo e determinado, não exigindo em momento algum
a sua liquidação, vejamos:
Art. 840 - § 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do
juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o
dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu
valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

Afinal, tal compreensão poderia ferir frontalmente princípios basilares da Justiça do


Trabalho, tais como o da SIMPLICIDADE, INFORMALIDADE, CELERIDADE e do AMPLO
ACESSO À JUSTIÇA.

Renomada doutrina, ao analisar a matéria, destaca:

"A lei não exige que o pedido esteja devidamente liquidado, com
apresentação de cálculos detalhados, mas que indique o valor. De nossa parte,
não há necessidade de apresentação de cálculos detalhados, mas que o valor
seja justificado, ainda que por estimativa. Isso se justifica, pois o reclamante,
dificilmente, tem documentos para o cálculo de horas extras, diferenças
salariais, etc. Além disso, muitos cálculos demandam análise de
documentação a ser apresentada pela própria reclamada." (SCHIAVI, Mauro.
Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª ed. Ed. LTR, 2018. p. 570)

Aceitar interpretação extensiva à norma seria criar obstáculo inexistente em manifesto


cerceamento ao direito constitucional de acesso à justiça.

Este entendimento já vem norteando alguns posicionamentos nos Tribunais:

MANDADO DE SEGURANÇA. EMENDA À PETIÇÃO INICIAL. LEI


13.467. PEDIDO LÍQUIDO. IMPOSIÇÃO DE LIQUIDAÇÃO DA INICIAL
DA AÇÃO TRABALHISTA ILEGAL E OBSTACULIZADORA DO
DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO À JUSTIÇA. SEGURANÇA
CONCEDIDA PARA CASSAR A EXIGÊNCIA.Tradicionalmente o art. 840
da CLT exige, da inicial da ação trabalhista, uma breve narrativa dos fatos, o
pedido, o valor da causa, data e assinatura. A nova redação da lei 13467/17,
denominada "reforma trabalhista" em nada altera a situação, considerando
repetir o que está exposto no art. 291 do CPC quanto à necessidade de se
atribuir valor à causa e não liquidar o pedido. A imposição de exigência de
liquidação do pedido, no ajuizamento, quando o advogado e a parte não tem a
dimensão concreta da violação do direito, apenas em tese, extrapola o
razoável, causando embaraços indevidos ao exercício do direito humano de
acesso à Justiça e exigindo do trabalhador, no processo especializado para
tutela de seus direitos, mais formalidades do que as existentes no processo
comum. No ajuizamento da inicial foram cumpridos todos os requisitos
previstos na lei processual vigente, não podendo ser aplicados outros, por
interpretação, de forma retroativa. Não cabe invocar a reforma trabalhista
para acrescer novo requisito a ato jurídico processual perfeito. Inteligência do
art. 14 do CPC. Segurança concedida. (TRT4 Processo 0022366-
07.2017.5.04.0000(MS) Redator: Marcelo Jose Ferlin D'ambroso Órgão
julgador: 1ª Seção de Dissídios Individuais 28/02/2018, #53285080)

Nesse mesmo sentido, em outro julgado podemos destacar:

"O ato processual em questão diz respeito ao atendimento dos requisitos


legais previstos para a petição inicial, que deveriam ser aqueles previstos na
legislação vigente, é dizer, a CLT já com as alterações feitas pela reforma,
apenas determina sejam apontados os valores na peça inaugural, não exigindo
sua liquidação neste ponto. 10) Nessa medida, a ordem judicial que
determina a aplicação dos requisitos trazidos pela Lei nº 13.467/2017,
exigindo mais do que o dispositivo legal o faz, revela-se teratológica,
mostrando-se cabível a impugnação por meio do remédio constitucional."
(TRT15 Processo Nº 0005412-40.2018.5.15.0000 (MS) Juiz Relator:
CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DIAS. Data: 05/03/2018, #93285080)

Motivos pelos quais requer o recebimento de simples indicação dos valores de cada
pedido, nos termos do Ar. 840, §1º e 324, §1º, III do CPC/15.
14. DOS REQUERIMENTOS

Diante todo o exposto REQUER:

1. A citação da Reclamada para responder a presente ação, querendo;

2. A inversão do ônus da prova;

3. A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a documental,


testemunhal, com a inversão do ônus da prova nos termos do Art. 818, §1º da CLT;

4. O deferimento da Justiça Gratuita ao Reclamante

15. DOS PEDIDOS

A total procedência da presente Reclamatória, condenando a Reclamada a:

5. Seja declarada a rescisão indireta, com pagamento das verbas rescisórias decorrentes
do pacto laboral, conforme valores indicados abaixo;

a) SALDO DE SALÁRIO R$ 301,37

b) 33 dias AVISO PRÉVIO INDENIZADO R$ 1.420,75

c) 1/12 ávos 13º SALÁRIO INDENIZADO R$ 107,63

d) 7/12 ávos FÉRIAS PROPORCIONAIS R$ 753,43

e) 1/3 FÉRIAS PROPORCIONAIS R$ 251,14

f) 1/12 ávos FÉRIAS INDENIZADAS R$ 107,63


g) 1/3 FÉRIAS INDENIZADAS R$ 35,88

h) GRAU DA INSALUBRIDADE 20% INSALUBRIDADE R$ 242,40

TOTAL DA RESCISÃO: 3.220,23 (TRÊS MIL SUZENTOS E VINTE REAIS E


VINTE E TRÊS CENTAVOS).

6. Requer, assim o pagamento de R$ 3.682,75 (três mil e seiscentos e oitenta e dois


reais e setenta e cinco centavos) a título de diferenças salariais compreendido todo o
período do contrato de trabalho.

Diante disso, requer ainda, a condenação da Reclamada no pagamento das diferenças


salariais, decorrentes, com seus devidos reflexos durante todo o contrato de trabalho:

e) 13º sobre Diferença Salarial R$ 329,04

f) Férias + 1/3 sobre Diferença Salarial R$ 428,31

g) Aviso Prévio (TRCT) sobre Diferença Salarial R$ 210,75

h) RSR sobre Diferença Salarial R$ 727,43

7. O Reclamante recebia o salário defasado, assim, de acordo com a convenção coletiva


em anexo, o piso salarial do Reclamante é de R$ 1.291,59. Assim, requer o pagamento
das diferenças de adicional de insalubridade em R$ 1.204,96 (hum mil duzentos e
quatro reais e noventa e seis centavos), conforme prova em anexo, com reflexo em
todas as verbas reflexas do contrato de trabalho:

d) 13º sobre Adicional de Insalubridade R$ 65,80

e) Férias + 1/3 sobre Adicional de Insalubridade R$ 85,66


f) Aviso Prévio (TRCT) sobre Adicional de Insalubridade R$ 42,15

8. Assim, considerando que o Reclamante que não recebeu o Perfil Profissiográfico


Previdenciário (PPP) nem o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho
(LTCAT) após o encerramento da relação de emprego, requer a condenação da
reclamada à entrega dos referidos documentos.

9. Nesse sentido, considerando que o veículo furtado, à época do fato, valia a importância
de R$ 13.430,00 (treze mil quatrocentos e trinta reais), conforme consulta da tabela
FIPE anexa, requer seja a empresa Reclamada condenada ao pagamento de indenização
por danos materiais no referido valor.

10. A condenação da reclamada ao pagamento indenizatório de danos morais por todo


exposto;

Valor devido R$ 10.000,00 (dez mil reais)

11. Sejam entregues as guias para encaminhamento do seguro-desemprego


imediatamente, ou seja, na primeira audiência ou pagar o equivalente a 5 parcelas pelo
seu não fornecimento;

Valor, se devido R$ 6.457,95 (seis mil quatrocentos e cinqüenta e sete reais e noventa
e cinco centavos)

12. Portanto, deve a Reclamada ser condenada à imediata liberação do TRCT e chaves
de conectividade para recebimento do FGTS.

13. Vale salientar ainda que devido às diferenças salariais e ao adicional de


insalubridade, também é devido à incidência do FGTS sobre as demais verbas como
também a multa de 40% do FGTS, inteligência da Súmula 63 do TST.

Assim, requer o pagamento de R$ 467,56 quatrocentos e sessenta e sete reais e


cinquenta e seis centavos) e Multa sobre FGTS 40% R$ 1.605,12 (hum mil e
seiscentos e cinco reais e doze centavos).

14. Seja condenado ao pagamento dos honorários do procurador do Reclamante na razão


de 15% sobre o valor bruto da condenação, nos termos do Art. 791-A;

Valor devido R$ 5.324,96 (cinco mil e trezentos e vinte e quatro reais e noventa e seis
centavos)

15. Requer a aplicação de juros e correção monetária até o efetivo pagamento das verbas
requeridas.

16. Requer que as intimações ocorram EXCLUSIVAMENTE em nome do Advogados


CAIO GUILHERME EVANGELISTA BARROS OAB 55.016 OAB-PE;
EDUARDO FALCÃO DA COSTA OAB 55.368 OAB-PE; FABIANNE BARBOSA
SILVA OAB 43.750 OAB-PE; JOSÉ FLORENTINO PESSOA FILHO OAB 43.809
OAB-PE.

Dá à presente, para fins de distribuição, o valor de R$ 40.824,72 (quarenta mil e oitocentos e vinte
e quatro reais e setenta e dois centavos)

Nestes termos

Pede e espera

DEFERIMENTO

Recife, 07 de janeiro de 2023.

______________________________________ _______________________________
CAIO GUILHERME EVANGELISTA BARROS EDUARDO FALCÃO DA COSTA
OAB 55.016 OAB-PE OAB 55.368 OAB-PE

_________________________________ ________________________________________
FABIANNE BARBOSA SILVA JOSÉ FLORENTINO PESSOA FILHO
OAB 43.750 OAB-PE OAB 43.809 OAB-PE

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