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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ

TITULAR DA______ VARA DO TRABALHO


DA CIDADE DE BELO HORIZONTE/MG

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

MARIA DA SILVA,

Brasileira, solteira, engenheira, inscrita do CPF 000.0000-00, portadora de identidade de


Nº 0000 – SSP/MG, residente e domiciliado na Rua Floral, nº 00, Belo Horizonte, MG.

Vem, por seus advogados infrafirmados, instrumento de procuração em


anexo, os quais deverão receber todos os avisos e notificações no endereço
profissional:

Av. Visconde, n° 000 - Das Flores, Belo Horizonte/MG.

Propor ação de Reclamação Trabalhista em face da:

INDÚSTRIA DE BEBIDAS, em Belo Horizonte/MG, pessoa


jurídica de direito privado, CNPJ: 00.00.000/0000-00, situado
na:

Endereço: Avenida Silva, Belo Horizonte, CEP: 0000-000,


pelas razões de fato e de direito a seguir descritas.

Das Flores de Maio, nº 000. CEP: 000.0000 (31) 99999-9999

e-mail: silvaforte@adv.com.br silvaforte.com.br


BENEFÍCIO DA JUSTIÇA

Nos termos do:

 art. 14, parágrafo 1° da Lei 5.585/1970, das Leis:

 1.060/1950 e 7.115/1983;
 art. 790, parágrafo 3° da CLT.

A reclamante declara para os devidos fins e sob pena da Lei, ser pobre,
encontrando-se desempregado e não tendo como arcar com o pagamento de
custas e demais despesas processuais sem o prejuízo de seu sustento, pelo que
requer os benefícios da justiça gratuita.

BENEFÍCIO DA JUSTIÇA

A reclamante começou a laborar para a empresa Reclamada em 01 de


setembro de 0000, como estagiária e permaneceu nessa condição até 00 de
novembro do ano de 0000.

A partir de 00 de setembro do ano de 0000, teve sua CTPS assinada como


administradora, passou a laborar de:

SEGUNDA A SEXTA SÁBADOS

08h00min às 12h00min 08h00min às 12h00min

13h00min às 18h00min

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AINDA esclarece com relação a função e remuneração que a última função
exercida foi a de administradora, onde vinha exercendo com total dedicação
até a data de sua demissão injusta. Recebia para tanto, o salário de:

SALÁRIO

R$ 5.000,00

(cinco mil reais)

JORNADA DE TRABALHO

A Reclamante que na data de sua admissão até o mês de novembro de 2013,


exerceu a função de Engenheira com intervalo intrajornada de cerca de 1
(uma) hora, o suficiente para almoçar e voltar ao trabalho que como escrito
abaixo era de:

SEGUNDA A SEXTA

08h00min às 12h00min

13h00min às 18h00min

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Informou que, por ser Engenheira, estava subordinada a uma jornada de
6 (seis) horas diárias e 30h semanais, inclusive de conformidade com a
C.C.T da categoria.

A Legislação vigente para estas categorias tem sido interpretada que a


jornada desempenhada por estes profissionais pode ser de 06 horas ou
superior a 06 horas.

Ou seja, a jornada de trabalho dos engenheiros, químicos,


arquitetos e agrônomos é aquela fixada no contrato de trabalho.

Quanto à remuneração correspondente, importante observar o entendimento


na Súmula nº 370 do TST, para a qual a Lei 4.950-A não estipula jornada
reduzida para os engenheiros e demais, mas apenas estabelece o salário-
mínimo para uma jornada de 06 horas.

Por outro lado: quando a jornada for superior a 6 horas diárias, a fixação do
salário-base mínimo será feita, tomando-se por base o custo da hora fixado
acrescidas de 25% as horas excedentes das 6 horas de serviços.

Perceba, que ao contrário do que possa parecer, no contrato com esses


profissionais não está proibido de sobejar a jornada de seis horas. Todavia,
em sendo contratado superior de oito horas deverá remunerar as 06 horas
com o salário-base, e as excedentes com acréscimo de 25%.

Impõe-se, ainda, à reclamada, o pagamento de todas as horas extras


laboradas pelo Reclamante durante todo o pacto laboral, acrescida de no
mínimo 70% (setenta por cento) sobre a hora normal, conforme art. 7° da
CF/88 e o art. 59 da CLT,

Vale ainda, observar a repercussão das horas extras do aviso-prévio, na


gratificação natalina, nas férias, no FGTS e no repouso semanal

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remunerada, conforme entendimento consubstanciado a súmula 291
TST.

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

No prazo estabelecido no artigo 477, §6º, da CLT, nada foi pago ao


Reclamante, pelo que se impõe o pagamento de uma multa equivalente a um mês de
salário revertido em favor do Reclamante, conforme §8º do mesmo artigo.

FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3

O Reclamante tem direito a receber o período incompleto de férias, acrescido


do terço constitucional, em conformidade com os artigos em destaque, sendo o:

 artigo 146, parágrafo único da CLT;


 artigo 7º, XVII da CF/88.

O parágrafo único do artigo 146 da CLT, prevê o direito do empregado


ao período incompleto de férias na proporção de 1/12 por mês trabalhado ou
fração superior a 14 dias.

Sendo assim, tendo o contrato iniciado no dia 00/00/0000 e terminado no


dia 00/00/0000 do mesmo ano, já com o aviso prévio projetado, o Reclamante
faz jus às férias proporcionais de 3/12 acrescidas do terço constitucional.

INSALUBRIDADE

Diz a Reclamante, que...

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No setor que prestava seus serviços funcionava uma unidade de
produção que gerava ruídos excessivos e que jamais receberam
da empresa os protetores auditivos adequados para a
permanência naquele ambiente.

No entanto, apesar de a Reclamante ter ficado exposta a condições nocivas a


sua saúde, ele não percebia o adicional de insalubridade de 40% sobre o salário
base.

Neste contexto, impõe-se a reclamada o pagamento de adicional de


insalubridade conforme art. 189 e seguintes da CLT c/c à súmula vinculante n°.
4 do STF, referente a todo o pacto laboral, bem como a sua repercussão prévia;

 na gratificação natalina;
 nas férias, no FGTS;
 no repouso semanal remunerado; e
 nas horas extras.

Conforme entendimento consubstanciado na súmula 139 do TST. Assim,


pede-se o pagamento de:

 adicional de insalubridade no percentual de 40%.

DANOS MORAIS

Diz a Reclamante, que era perseguida por parte do seu superior


hierárquico, Sr. José, coordenador, o qual o tratava de forma gravosa
chegando até em certos momentos tratá-la com palavras de baixo calão,
tais como:

"Porra Maria!", "presta atenção no que você faz";

"...pense numa funcionária preguiçosa".

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No dia 30 de novembro do ano de 2013 foi demitida de forma gravosa, visto
que o responsável pelo setor o Sr. José ora citado acima, afirmara diante dos
colegas que a ruptura contratual decorrera de sua incompetência funcional.

Ademais, não resta dúvida que a Justiça do Trabalho é competente para


processar e julgar ação envolvendo pedido de dano moral decorrente de relação de
trabalho, especialmente em face do disposto nos artigos e súmulas a seguir:

 Artigo 7º, XVII da CF/88


art. 5°, inc. X;
art. 114, inc. VI.

 Súmula
392 do TST.

MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

A Reclamada deverá pagar ao Reclamante, no ato da audiência, todas as


verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme artigo 467 da
CLT, transcrito a seguir:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo


controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador
é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à
Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena
de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento”.

Dessa forma, protesta o Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas


incontroversas na primeira audiência.

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HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O artigo 133 da Constituição Federal, de interesse público, das partes


e jurisdicional, tornou o advogado indispensável à administração da Justiça,
revogando o direito postulatório.

Sendo necessária a presença do profissional em Juízo , nada mais


justo e coerente do que o deferimento de honorários advocatícios, inclusive ao
advogado particular por força do:

 artigo 146, parágrafo único da CLT;


 artigo 7º, XVII da CF/88.

PEDIDOS

1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido


à difícil situação econômica do autor, que não possui condições de
custear o processo, sem prejuízo próprio.

2. A notificação da Reclamada para comparecer à audiência a ser


designada, para, querendo, apresentar defesa a presente reclamação
e acompanhá-la em todos os seus termos, sob as penas da lei.

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3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação,
declarando o vínculo empregatício existente entre as partes,
condenando a empresa RECLAMADA a:

a) Pagar o Aviso Prévio Indenizado, Saldo de Salário, Décimo


Terceiro salário proporcional, Férias Proporcionais + 1/3, os
depósitos de FGTS de todo o período acrescido de multa de 40% à
título de indenização.

b) Pagamento de indenização por danos morais.

c) Reintegrada no emprego ou o pagamento da indenização


correspondente ao período de garantia (180 dias), computando-se
o salário, acrescido das comissões.

d) Aplicação de multa do artigo 467 e do 477 ambos da CLT.

e) Reconhecer o Vínculo Empregatício, anotando a CTPS do


Reclamante no período de 01/09/2013 a 30/11/2013, na função de
Engenheira Química.

f) Adicional de Insalubridade.

g) Liberar as guias do seguro-desemprego ou pagar indenização


correspondente.

h) Honorários advocatícios.

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Além disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no § 8º,
do art. 477 da CLT, e, em não sendo pagas as parcelas incontroversas na primeira
audiência, seja aplicada a multa do art. 467 da CLT, tudo acrescido de correção
monetária e juros moratórios.

Dá-se o valor da causa:

VALOR

R$95.000,00

(noventa e cinco mil reais)

Nestes termos

Pede e espera deferimento

Local e data

ADV

OAB/XX

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