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Nesse segundo caso, podemos citar grandes empresas que já não conseguem realizar
acordos individualmente com os consumidores e, por este motivo, possuem um contrato
padrão que vale para todas as contratações.
Segundo Caio Mário de Silva Pereira, o contrato de adesão deveria ser entendido como
"...aqueles que não resultam do livre debate entre as partes, mas provêm do fato de uma
delas aceitar tacitamente as cláusulas e condições previamente estabelecidas pela outra".
Nesse sentido, observa-se que as cláusulas que limitarem direitos do consumidor e que
não forem redigidas com destaque NÃO TEM VALIDADE, SÃO NULAS DE
PLENO DIREITO.
Ou seja, o artigo 51, inciso VII, do Código de Defesa do Consumidor se limita a vedar a
adoção prévia e compulsória da arbitragem no momento da celebração do contrato, mas
não impede que posteriormente, diante do litígio, havendo consenso entre as partes – em
especial a aquiescência do consumidor –, seja instaurado o procedimento arbitral.
Observações importantes:
É possível limitar direitos dos consumidores? Sim, de acordo com o§ 4° do art. 54,
devendo somente a cláusula limitadora estar em destaque (e desde que a limitação não
seja considerada abusiva).
I- PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Isso porque, em se tratando de bens duráveis, o CDC estabelece uma garantia de 90 dias
que englobará, no exemplo acima citado não apenas motor e câmbio, mas também todos
os outros itens como, por exemplo, vidro elétrico, suspensão, amortecedor, banco, som,
ar-condicionado, direção hidráulica, palheta de limpador de para-brisas, ou seja, qualquer
vício aparente ou de fácil constatação, ou até mesmo dos vícios ocultos, cujo prazo
começa a correr a partir da constatação, sempre considerando que esse prazo não pode
sofrer nenhum tipo de limitação.
Assim, concluímos que esses prazos legais não podem sofrer nenhum tipo de limitação,
de redução ou condição. Trata-se, portanto, do prazo legal, diferente do contratual.
Vejamos a diferença:
Nesse sentido, vejamos o que diz o artigo 50 do Código de Defesa do Consumidor sobre
o tema:
DECADÊNCIA: Perda do próprio direito. Esgota o próprio direito e, por via reflexa,
impossibilita a análise da pretensão.
PREVISÃO EXPRESSA
No CDC, quando se fala sobre decadência e prescrição, fala-se sobre situações muito
específicas que comportam, excepcionalmente, suspensão e interrupção. Vejamos:
§ 2° Obstam a decadência:
Para elucidar melhor a questão, cito, como exemplo, os casos em que o consumidor,
vislumbrando a possibilidade de existência de um vício, faz um reclamação no SAC da
empresa fornecedora. Neste momento, embora se trate de prazo decadencial, ele para de
fluir, até que a questão seja devidamente solucionada.
#DICAEMD
Meus queridos alunos, dica importante para a hora da prova: Se a questão tratar
de vício os prazos serão decadenciais. Porém, se a questão tratar de fato, os prazos
serão prescricionais e de 5 anos.
Resumindo:
RESUMINDO: Os vícios tratados pelo CDC, segundo o art. 26, poderão ser, segundo a
sua natureza: 1) aparente ou de fácil constatação e 2) oculto.
Os vícios aparentes ou de fácil constatação são aqueles cuja identificação não exige
conhecimento especializado por parte do consumidor, em que a constatação se dá apenas
com o exame superficial do produto ou serviço. Tal exame poderá se dar através de
simples visualização sobre o bem (como no caso de um carro com riscos na pintura) ou
através de experimentação ou uso do bem (carro que ao ser testado pela primeira vez,
esquenta o motor).
Por sua vez, vício oculto é aquele vício que já estava presente quando da aquisição do
produto ou do término do serviço, mas que somente se manifestou algum tempo depois;
ou seja, é aquele cuja identificação não se dá com simples exame pelo consumidor.
PRAZOS DE DECADÊNCIA
VÍCIOS OCULTOS
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, Antônio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; BESSA, Leonardo Roscoe.
Manual de Direito do Consumidor. 3ª ed. São Paulo: Revista do Tribunais, 2010.
Caio Mário de Silva Pereira, Instituições de Direito Civil – Contratos, Vol. III, Forense.