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TUTELA EXECUTIVA
I. INTRODUÇÃO
Vamos começar?
Vem!
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Professora Alexia Brotto
Direito Processual Civil – Tutela Executiva
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O princípio da autonomia da execução determinava a separação das atividades jurisdicionais
em momentos processuais distintos. José Miguel Garcia Medina lembra que "esta dicotomia
entre processo de conhecimento e de execução ganhou corpo e difundiu-se proficuamente
entre os ordenamentos jurídico-processuais modernos", em especial o CPC/1973 que previu a
existência de dois processos distintos para se realizarem as atividades de conhecimento e
execução.
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2. O QUE É EXECUTAR?
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- Princípio da “Nulla executio sine titulo”: não existe execução sem título,
seja ele judicial (art. 515 do CPC) ou extrajudicial (art. 784 do CPC). Se você
não possui título executivo, o máximo que poderá fazer para cobrar tal dívida é
ingressar com uma Ação Monitória (quando for o caso) ou a Ação de
Cobrança, ambas ações de conhecimento, a fim de obter uma decisão que
condene o devedor a pagar a obrigação;
O artigo 139, inciso IV, do Código de Processo Civil de 2015, confere ao magistrado a
possibilidade de determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, mesmo nas ações que
tenham por objeto prestação pecuniária.
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São medidas vistas como polêmicas no meio jurídico e que têm dividido opiniões. A
grande questão é saber a um, se tais medidas violam ou não os direitos fundamentais do
jurisdicionado; a dois, e não menos importante, se tais medidas realmente efetivam a tutela
jurisdicional, ou seja, forçam o devedor a cumprir a obrigação.
4
GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz; ROQUE, André Vasconcelos;
OLIVEIRA JUNIOR, Zulmar Duarte. Teoria Geral do Processo. Comentários ao CPC de 2015 –
Parte Geral. São Paulo: Forense, 2015.
5
STRECK, Lenio Luiz; NUNES, Dierle. Como interpretar o artigo 139, IV, do CPC? Carta
branca para o arbítrio? Revista Online Conjur – Consultor Jurídico, 25/08/2016. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2016-ago-25/senso-incomum-interpretar-art-139-iv-cpc-carta-branca-
arbitrio Acesso em dez/2017.
6
CPC, Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
7
CPC, Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei.
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Portanto, à luz da participação ativa do juiz, proporcional e efetiva, pode e deve ser
aplicado pelo magistrado. No entanto, a adoção deve ser precedida do esgotamento de todas
as demais medidas típicas tomadas em execução e observar os princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, sob pena de violação de outros direitos, fundamentais, do jurisdicionado.
A ressalva possível de se fazer ao uso das medidas coercitivas do art. 139, IV, do
Código de Processo Civil, decorre, além das cláusulas de impenhorabilidade e das garantias
constitucionais, da própria lógica do sistema e do princípio processual segundo o qual o
procedimento executivo deve transcorrer com a menor onerosidade ao devedor.
A partir disso, antes de valer-se das medidas coercitivas do artigo 139, inciso IV, do
Código de Processo Civil, deve o magistrado utilizar-se dos meios ordinários de procura de
bens do devedor, observando a ordem de preferência de penhora estabelecida em seu artigo
835.
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Enunciado n. 12/FPPC: “A aplicação das medidas atípicas sub - rogatórias e coercitivas é
cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou execução de título executivo
extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma subsidiária às medidas
tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz do
art. 489, § 1º, I e II do CPC”.
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CPC, Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas
alguma medida executiva [...].
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Não pode dizer isso agora! Pois teve o devedor toda a fase de
conhecimento, inclusive com o manejo de recursos para discutir tal obrigação.
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a) Um TÍTULO EXECUTIVO;
b) Uma OBRIGAÇÃO CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL (art. 783 do CPC).
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OBS.2: o inciso III do art. 515 do CPC relaciona como título executivo
judicial o acordo extrajudicial “de qualquer natureza”, estendendo a
interpretação deste inciso para todo e qualquer acordo extrajudicial. A esse
respeito, segue posicionamento do Superior Tribunal de Justiça:
E ATENÇÃO:
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Mas não! A sentença arbitral é título executivo judicial, executado por meio
de cumprimento e sentença.
Aliás, cabe esclarecer importante questão acerca dos quatro últimos incisos
do art. 515 do CPC:
a) sentença arbitral;
b) sentença penal condenatória;
c) sentença estrangeira;
d) decisão interlocutória estrangeira.
Todos são títulos executivos judiciais e devem ser executados por meio do
Requerimento de Cumprimento de Sentença. Mas há uma singela diferença:
como para esses títulos não há ação de conhecimento em trâmite no Juízo
Cível (por exemplo, a sentença penal condenatória foi proferida pelo Juízo
Criminal, inexistindo ação cognitiva no juízo cível), o legislador exige que
nessas quatro hipóteses o devedor seja CITADO para cumprir a obrigação (e
não intimado).
Ora, nem haveria onde ser juntado. Qual processo? Não existe processo
no cível em trâmite, por isso a necessidade de distribuição e de citação do
devedor para adimplir a obrigação.
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OBS.1: o inciso XII do art. 784 do CPC estabelece que são igualmente
títulos executivos extrajudiciais outros títulos que a lei atribua força executiva,
como o contrato de honorários advocatícios (art. 24 do Estatuto da OAB); o
instrumento de confissão de dívida (Súmula n. 300 do STJ), dentre outros.
12
Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;
III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
IV - o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública,
pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador
credenciado por tribunal;
V - o contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e
aquele garantido por caução;
VI - o contrato de seguro de vida em caso de morte;
VII - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de
encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício,
previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que
documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos
e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas
em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.
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CPC, Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de
obrigação certa, líquida e exigível.
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CPC, Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-
á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: [...]
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CPC, Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação
de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de
plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial.
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CPC, Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do
requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado,
para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir,
no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código.
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Súmula 150/STF: Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.
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CPC, Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de
efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se
ao seguinte regime:
I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for
reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido;
II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução,
restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos
autos;
III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em
parte, somente nesta ficará sem efeito a execução;
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de
posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave
dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e
prestada nos próprios autos.
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Mas, ainda que o inciso II do art. 520 mencione a restituição das partes ao estado anterior,
se o bem penhorado já foi objeto de alienação, deve-se observar o direito do terceiro de boa-fé,
conforme preleciona o parágrafo 4º do mesmo dispositivo: CPC, Art. 520, § 4º A restituição ao
estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse
ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado,
sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado.
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Com relação ao primeiro caso, inexistem problemas na verificação de um bem ter ou não
elevado valor, por exemplo, uma TV de 50 mil reais é um bem de elevado valor. Embora seja
um objeto básico de qualquer residência, pode ser adquirido e cumprindo a mesma função por
um valor muito menor. Logo, a TV de 50 mil reais é passível de penhora.
No entanto, a mesma tranquilidade não existe com relação ao segundo caso. O que
seriam bens que ultrapassam as necessidades comuns de um médio padrão de vida?
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O Superior Tribunal de Justiça, por sua vez, e na mesma orientação, reconhece como
impenhoráveis aqueles bens usualmente encontrados em qualquer residência, e de natureza
não suntuosa:
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CPC, Art. 833, inciso III: os vestuários, bem como os pertences de uso
pessoal do executado, salvo se de elevado valor (por exemplo, um relógio da
marca Rolex pode ser objeto de penhora em razão do elevado valor);
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O texto legal considera o salário impenhorável, apenas podendo ser objeto de penhora
nas exceções previstas no parágrafo 2º do mesmo art. 833 do CPC, ou seja, para pagamento
de pensão alimentícia, bem como às importâncias excedentes à 50 salários mínimos mensais.
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execução.
[...].
(STJ – AgInt no EREspn. 1.371.206 – Corte Especial – Rel. Min.
Jorge Mussi – DJE 02/09/2020)
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CPC, Art. 833, inciso VI: o seguro de vida (no caso de morte do segurado).
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CPC, Art. 833, inciso VIII: a pequena propriedade rural, assim definida em
lei, desde que trabalhada pela família;
CPC, Art. 833, inciso IX: os recursos públicos recebidos por instituições
privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência
social;
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Assim, para que a conta poupança seja protegida pela impenhorabilidade deve ser
respeitada sua finalidade de reserva financeira pelo poupador para assegurar eventuais
despesas extraordinárias. Deste modo pode-se concluir que o legislador, ao manter no artigo
833 a redação do artigo 649, inciso X do CPC de 1973, reafirmou que o direito deve resguardar
as contas poupanças que são utilizadas para reserva técnica familiar, demonstrando o
protecionismo do código. A intenção do legislador é realmente a de proteger os valores, pois
entende-se que serão destinados à investimentos caracterizados pelo baixo risco e retorno,
além da sua facilidade de uso, o que as tonaram tremendamente populares entre os cidadãos.
Todavia, há críticas contra a postura do legislador em proteger um devedor que, em vez de
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pagar suas dívidas, acumula capital em reserva financeira. Isso incentiva o devedor a depositar
o dinheiro em uma conta poupança para furtar-se da obrigação contraída.
Em outras palavras, o intérprete ultrapassa o sentido da norma por acreditar que ela é
demasiadamente restrita, atribuindo-lhe sentido amplo, de modo a ser aplicada em vários
casos concretos, conforme se vê abaixo:
21
BOTELHO, Victor de Oliveira. Impenhorabilidade dos depósitos em dinheiro em cadernetas
de poupança. Belo Horizonte: VirtualJus, v. 3, n. 5, p. 165-185, 2018. Acesso em: 26 maio de
2020.
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BOTELHO, Victor de Oliveira. Impenhorabilidade dos depósitos em dinheiro em cadernetas
de poupança. Belo Horizonte: VirtualJus, v. 3, n. 5, p. 165-185, 2018. Acesso em: 26 maio de
2020.
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- o imóvel pode ser penhorado pelo credor fiscal para fins de pagamento
de impostos, territorial ou predial, taxas e contribuições;
- o imóvel pode ser penhorado por ter sido adquirido com produto de
crime;
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É isso mesmo?
Ou seja, o STF reconheceu que a previsão do art. 3º, inciso VII, da Lei do Bem de
Família não abrange os contratos de locação comercial. A Ministra Rosa Weber, que compôs
a corrente vencedora, em conjunto com os Ministros Marco Aurélio e Luiz Fux, esclareceu
que a jurisprudência consolidada pelo Plenário da Corte (RE 407.688/AC e RE 612.630/SP)
determina a penhora do bem de família do fiador somente nos casos de contrato de locação
residencial, e não comercial.
Por exemplo, o devedor possui um imóvel doado por seu avô com
cláusula de inalienabilidade. Este imóvel, por ser inalienável não poderá ser
objeto de penhora (art. 833, inciso I do CPC), porém, os alugueis do imóvel
poderão ser penhorados/expropriados. O mesmo ocorre em relação à frutos
oriundos de um arrendamento mercantil de terreno igualmente inalienável.
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A ordem do art. 835 do CPC é preferencial e não impositiva/absoluta. Este é o entendimento
da Súmula 417 do STJ: “Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de
bens não tem caráter absoluto”. Há uma diretriz legal, que pode sucumbir diante das
circunstâncias do caso (art. 835, § 1º, CPC). A ordem leva em consideração a maior facilidade
de conversão do bem em dinheiro – por isso a penhora em dinheiro é preferencial – e a menor
onerosidade da execução (art. 805, CPC). Não se admite a modificação da ordem legal apenas
com o propósito de proteger o executado. Todavia, o dinheiro pode, realmente, não ser o bem
a ser prioritariamente penhorado. Não pelas razões dos precedentes que geraram o enunciado
da súmula – que se atinham à discussão sobre a imperatividade ou não da ordem estabelecida
pelo art. 655 do CPC-1973, correspondente ao art. 835 do CPC-2015. Mas pelo fato de haver
outras regras que mitigam essa prioridade.Há ao menos quatro situações em que isso pode vir
a acontecer, atualmente: i) o credor escolhe outro bem a ser penhorado – e essa escolha não
se revela abusiva, nos termos do art. 805 do CPC; ii) há negócio jurídico processual que defina
previamente o bem a ser penhorado (típico, como nos casos do art. 835, § 3º, CPC – créditos
com garantia real; ou atípico, com base no art. 190 do CPC); iii) o executado oferece fiança
bancária ou seguro garantia judicial, em valor 30% superior ao crédito (art. 835, § 2º, CPC) – a
lei equipara o dinheiro a essas duas garantias para fim de penhora; iv) o credor exerceu direito
de retenção sobre um bem, que deve ser o penhorado nos termos do art. 793, CPC.Assim, o
enunciado n. 417 da súmula do STJ pode ser mantido, mas deve ter o seu sentido
reconstruído, tendo em vista o CPC-2015 (MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio;
MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Processual Civil. Salvador: Juspodium, 2018, p. 412).
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Isso porque preconiza o art. 438, inciso I, do CPC que “o juiz requisitará
às repartições públicas, em qualquer tempo ou grau de jurisdição as certidões
necessárias à prova das alegações das partes”. E, diante da necessidade de
uma maior celeridade processual, o INFOJUD oportuniza o acesso mais rápido
às informações cadastrais e às cópias de declarações como Declaração de
Imposto de Renda de Pessoa Física e Jurídica, Declaração de Imposto
Territorial Rural e Declaração de Operações Imobiliárias.
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9. QUESTÕES OBJETIVAS
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ordinárias.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(STJ – AgInt no AREsp n. 1.559.242 – Quarta Turma –
Rel. Min. Raul Araujo – DJE 18/05/2020).
Local, data
ADVOGADO
OAB
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SIM!
Perceba que os incisos I e VII são os mais importantes para a peça, pois
os incisos II, III, IV, V e VI referem-se aos requisitos que devem aparecer no
demonstrativo de débito (juros, correção monetária, índice, descontos etc).
25
“O art. 4º do novo CPC estabelece que as partes têm direito de obter em prazo
razoável “a solução integral do mérito”. Além do princípio da duração razoável,
pode-se construir do texto normativo também o princípio da primazia do
julgamento do mérito, valendo dizer que as regras processuais que regem o
processo civil brasileiro devem balizar-se pela preferência, pela precedência,
pela prioridade, pelo primado da análise ou do julgamento do mérito. O juiz deve,
sempre que possível, superar os vícios, estimulando, viabilizando e permitindo
sua correção ou sanação, a fim de que possa efetivamente examinar o mérito e
resolver o conflito posto pelas partes ”(CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de
Direito Processual Civil. Salvador: Juspodium, 2018).
26
CPC, Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo
discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319,
§§ 1º a 3º ;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
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NÃO!
27
CPC, Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem:
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;
II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em
mercado;
III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária
em garantia;
XIII - outros direitos.
28
“Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter
absoluto”.
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Não é?
29
CPC, Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença
arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do atual
domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em
que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
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5. INTIMAÇÃO DO DEVEDOR
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EXCEÇÕES:
Mas, CUIDADO!
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou
quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV;
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1º do art. 246 , não tiver procurador constituído
nos autos
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256 , tiver sido revel na fase de conhecimento.
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31
Enunciado 85 do CJF: Na execução de título extrajudicial ou judicial (art. 515, § 1º, do CPC)
é cabível a citação postal.
32
Enunciado 92 do CJF: A intimação prevista no caput do art. 523 do CPC deve contemplar,
expressamente, o prazo sucessivo para impugnar o cumprimento de sentença.
33
Enunciado 89 do CJF: Conta-se em dias úteis o prazo do caput do art. 523 do CPC.
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35
SÚMULA 517/STJ: São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja
ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após
a intimação do advogado da parte executada.
36
SÚMULA 519/STJ: Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença,
não são cabíveis honorários advocatícios.
37
Lei n. 9.492/97, Art. 1º. Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e
o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da
União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e
fundações públicas.
38
CPC, Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos
termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art. 523.
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COMO FUNCIONA?
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Custas a cargo do credor, claro, mas tal procedimento acaba por garantir
que não haja fraude à execução sobre esses bens, expondo a constrição
judicial perante terceiros.
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- ilegitimidade de parte;
OBS.: a ilegitimidade de parte pode ser tanto do pólo ativo (credor) quanto
do pólo passivo (devedor), devendo observar-se o art. 778 39 e 77940 do CPC.
39
CPC, Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título
executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente
originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for
transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre
vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
40
CPC, Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do
título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
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a) Fundamentos relevantes;
b) Dano irreparável ou de difícil reparação caso a execução não seja
suspensa;
c) Existência de penhora, depósito, caução ou qualquer outra
garantia.
42
CPC, Art. 525. [...]
§ 6º A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de
expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com
penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos
forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar
ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7º A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a efetivação dos
atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens
§ 8º Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do
objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
§ 9º A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não
suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento
disser respeito exclusivamente ao impugnante.
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer
o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente
e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
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Mas, por força dos arts. 4º, 139, IX e 317 do CPC, toda vez que o juiz se
deparar com um vício sanável, antes de indeferir a petição deve oportunizar a
correção do vício. Este também é o entendimento do ENUNCIADO 95 do
CJF/STJ: “O juiz, antes de rejeitar liminarmente a impugnação ao cumprimento
de sentença (art. 525, § 5º, do CPC), deve intimar o impugnante para sanar
eventual vício, em observância ao dever processual de cooperação (art. 6º do
CPC)”.
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9. QUESTÕES OBJETIVAS
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3.Rogério ajuizou ação de indenização por danos materiais, pelo rito ordinário,
em face de Sérgio, pretendendo ressarcir-se dos prejuízos suportados com o
conserto do seu táxi, decorrentes de uma colisão no trânsito causada por
imprudência do réu. O pedido foi julgado procedente, mas a determinação do
valor exato da condenação dependia de apuração do quantum debeatur,
relativo às consequências do ato ilícito. Diante da atual sistemática do Código
de Processo Civil, é correto afirmar que a liquidação de sentença, na
hipótese,
A) é considerada simples incidente processual, devendo o juiz, de ofício,
iniciá-la, determinando a citação do réu.
B) constitui-se em processo autônomo, iniciado mediante requerimento da
parte interessada, do qual será citado o réu.
C) constitui-se em fase do processo de conhecimento, iniciada mediante
requerimento da parte interessada, do qual será intimada a parte
contrária na pessoa de seu advogado.
D) constitui-se em procedimento autônomo, devendo o juiz, de ofício, iniciá-lo,
mediante intimação das partes.
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10. José, em sede de execução por quantia lastreada em sentença judicial, foi
intimado no dia 31 de julho de 2020, na pessoa do seu advogado, por meio de
mandado postal. Nessa situação hipotética, para que se cumpra o devido
processo legal, José poderá
a) opor-se à execução por meio de ação de embargos à execução, a ser
proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a
intimação.
b) opor-se à execução por meio de ação de embargos à execução, a ser
proposta no prazo de quinze dias, contados da juntada do mandado
devidamente cumprido.
c) opor-se à execução por meio de ação de embargos à arrematação, a ser
proposta no prazo de quinze dias, contados a partir do primeiro dia útil após a
intimação.
d) oferecer impugnação no prazo de quinze dias, contados após a
expiração do prazo para pagamento da obrigação.
Autos n. ................................
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Local, data
Advogado
OAB
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I. BREVE RELATO
Trata-se de Ação indenizatória ...... pleiteando a condenação do Réu
no importe de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Em sede de contestação, restou demonstrada a inexistência de dano
moral, razão pela qual o r. juízo da ...... Vara Cível da Comarca de ........... do
Estado de ......... julgou parcialmente procedentes os pedidos do autor, a fim
de acolher apenas a pretensão indenizatória a título de danos materiais,
condenando-se o réu ao pagamento de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
As partes interpuseram recurso de Apelação, tendo o Egrégio Tribunal
de Justiça do Estado de ......... mantido a r. sentença de primeiro grau, em
todos os seus fundamentos.
Após o trânsito em julgado, o autor requereu o respectivo cumprimento
de sentença, tendo sido o réu intimado para efetuar o pagamento em 15 dias.
No entanto, conforme se demonstrará a seguir, o presente cumprimento é
eivado de vícios, aos quais se espera reconhecimento por meio da presente
Impugnação.
II. DO DIREITO
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Local, data
Advogado
OAB
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Claro que pelo princípio da primazia do mérito 43, o juiz intimará o exequente
para emendar o pedido, nos termos do art. 801 do CPC, a fim de juntar tal
demonstrativo.
43
“O art. 4º do novo CPC estabelece que as partes têm direito de obter em prazo
razoável “a solução integral do mérito”. Além do princípio da duração razoável,
pode-se construir do texto normativo também o princípio da primazia do
julgamento do mérito, valendo dizer que as regras processuais que regem o
processo civil brasileiro devem balizar-se pela preferência, pela precedência,
pela prioridade, pelo primado da análise ou do julgamento do mérito. O juiz deve,
sempre que possível, superar os vícios, estimulando, viabilizando e permitindo
sua correção ou sanação, a fim de que possa efetivamente examinar o mérito e
resolver o conflito posto pelas partes ”(CUNHA, Leonardo Carneiro. Curso de
Direito Processual Civil. Salvador: Juspodium, 2018).
44
CPC, Art. 798. Ao propor a execução, incumbe ao exequente:
I - instruir a petição inicial com:
a) o título executivo extrajudicial;
b) o demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação, quando se tratar de
execução por quantia certa;
c) a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
d) a prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe
assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão
mediante a contraprestação do exequente;
II - indicar:
a) a espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser
realizada;
b) os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica;
c) os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.
Parágrafo único. O demonstrativo do débito deverá conter:
I - o índice de correção monetária adotado;
II - a taxa de juros aplicada;
III - os termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da taxa de juros
utilizados;
IV - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
V - a especificação de desconto obrigatório realizado.
45
CPC, Art. 799. Incumbe ainda ao exequente:
I - requerer a intimação do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a
penhora recair sobre bens gravados por penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária;
II - requerer a intimação do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre
bem gravado por usufruto, uso ou habitação;
III - requerer a intimação do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em
relação ao qual haja promessa de compra e venda registrada;
IV - requerer a intimação do promitente vendedor, quando a penhora recair sobre direito
aquisitivo derivado de promessa de compra e venda registrada;
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4. COMPETÊNCIA
5. CITAÇÃO DO DEVEDOR
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Essa citação poderá ser feita por TODOS os meios legais previstos no
CPC: correio, oficial de justiça, edital, meio eletrônico, por escrivão/chefe de
secretaria. NÃO HÁ NECESSIDADE DE SER REALIZADA APENAS POR
OFICIAL DE JUSTIÇA, como era no revogado CPC/73. Nesse sentido, informa
o ENUNCIADO 85 do CJF/STJ: “Na execução de título extrajudicial ou judicial
(art. 515, § 1º, do CPC) é cabível a citação postal”.
48
CPC, Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de
dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1º No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários
advocatícios será reduzido pela metade.
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OBS.2: Esse prazo de 3 dias deve ser contado em dias úteis, tal como o
prazo para pagamento do Cumprimento de Sentença.
Isso vale para cheque, duplicata, nota promissória e qualquer outro título
executivo, inclusive a Certidão de Dívida Ativa (cobrança pelo Poder Público) 49.
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Custas a cargo do credor, claro, mas tal procedimento acaba por garantir
que não haja fraude à execução sobre esses bens, expondo a constrição
judicial perante terceiros.
7. REAÇÕES DO EXECUTADO
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Vamos lá!
50
CPC, Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e
comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de
honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante
em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por
cento ao mês.
§ 1º O exequente será intimado para manifestar-se sobre o preenchimento dos pressupostos
do caput , e o juiz decidirá o requerimento em 5 (cinco) dias.
§ 2º Enquanto não apreciado o requerimento, o executado terá de depositar as parcelas
vincendas, facultado ao exequente seu levantamento.
§ 3º Deferida a proposta, o exequente levantará a quantia depositada, e serão suspensos os
atos executivos.
§ 4º Indeferida a proposta, seguir-se-ão os atos executivos, mantido o depósito, que será
convertido em penhora.
§ 5º O não pagamento de qualquer das prestações acarretará cumulativamente:
I - o vencimento das prestações subsequentes e o prosseguimento do processo, com o
imediato reinício dos atos executivos;
II - a imposição ao executado de multa de dez por cento sobre o valor das prestações não
pagas.
§ 6º A opção pelo parcelamento de que trata este artigo importa renúncia ao direito de opor
embargos
§ 7º O disposto neste artigo não se aplica ao cumprimento da sentença
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Mas como assim, os Embargos são defesa mas são Ação nova?
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51
CPC, Art. 917. […]. § 3º Quando alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia
quantia superior à do título, o embargante declarará na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo.
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52
CC, Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1 o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2 o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3 o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
CC, Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao
bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor.
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a) Probabilidade do direito;
b) Dano irreparável ou de difícil reparação caso a execução não seja
suspensa;
c) Existência de penhora, depósito, caução ou qualquer outra
garantia.
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Estando tudo certo com a inicial dos embargos que, DEVE VIR
ACOMPANHADA DAS PEÇAS PROCESSUAIS RELEVANTES (art. 914 do
CPC), o juiz determinará a intimação do embargado (credor) para se manifestar
sobre os embargos no prazo de 15 dias. Após, se houver necessidade, o juiz
abrirá a instrução probatória, podendo, inclusive, determinar audiência de
instrução e julgamento e, após, proferirá sentença 53.
9. QUESTÕES OBJETIVAS
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3. Assinale a correta:
a) A Lei 11.382/2006, que reformou o processo de execução brasileiro,
extinguiu o instituto da exceção de pré-executividade, positivamente
estabelecido no Livro II do CPC.
b) O juiz da execução pode conceder ao credor o usufruto de bem imóvel
ou móvel, quando o reputar menos gravoso ao devedor e eficiente para o
recebimento.
c) Na execução de cheque do valor de R$ 500.000,00, o devedor poderá
defender-se por meio de impugnação à execução, no prazo de 15 dias
contados da juntada aos autos do mandado de citação.
d) A extinção de execução não precisa de sua declaração por sentença para
que produza efeitos.
5. Os embargos do devedor:
a) como regra, serão recebidos no efeito suspensivo.
b) deverão ser opostos após garantia do juízo por meio de penhora, depósito
ou caução, necessariamente.
c) quando houver mais de um executado, com diferentes procuradores, o prazo
para oposição dos embargos do devedor será contado em dobro.
d) não podem ser rejeitados liminarmente, exigindo sempre julgamento
meritório das razões aduzidas nos autos.
e)serão oferecidos no prazo de 15 dias, contados da data da juntada aos
autos do mandado de citação devidamente cumprido.
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7. Maria, ao perceber que o seu bem imóvel foi arrematado por preço vil, em
processo de execução de título extrajudicial, procurou você, como
advogado(a), para saber que defesa poderá invalidar a arrematação. Você
verifica que, no 28o dia após o aperfeiçoamento da arrematação, a carta de
arrematação foi expedida. Uma semana depois, você prepara a peça
processual.
Assinale a opção que indica a peça processual correta a ser proposta.
A) Impugnação à execução.
B) Petição simples nos próprios autos do processo de execução.
C) Ação autônoma de invalidação da arrematação.
D) Embargos do executado.
FULANO DE TAL LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no
CNPJ sob n.............., com endereço eletrônico .......... e sede na Rua ......,
n......, bairro ........ na cidade de ............ estado de ........., neste ato
representado por seu sócio-gerente, BELTRANO DE TAL, brasileiro,
divorciado, empresário, portador da Cédula de Identidade RG n. ...............,
inscrito no CPF sob n. ................, com endereço eletrônico .................,
residente e domiciliado na Rua ....., n......, na cidade de ................., estado
de .............por intermédio de seu advogado, ao final assinado, vem
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respeitosamente perante este Juízo, com fundamento nos arts. 783 e 784, I do
CPC, bem como art. 47, I e 52 da Lei n. 7.357/1985, ajuizar
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Local, data
Advogado
OAB
EMBARGOS À EXECUÇÃO
com pedido de efeito suspensivo
I. BREVE RELATO
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Local, data
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